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quarta-feira, junho 26, 2013

SINGULAR E PLURAL. Charles Fonseca

SINGULAR E PLURAL

Que me foi dado? O mais doce dos amores. Que me foi imposto? O mais cruel, o mais infame dos exílios. Que não me foi tirado? A dignidade na bonança meio capenga ou nas cinzas como Jó. O que espero dos que me magoaram? Nada. Que sinto por eles? Pena. Quem os haverá de julgar? Um ser superior, uma Pessoa. Que mais eu quero? Os novos amares que a cada dia se renovam, inesperados uns, eternos talvez outros. Só isso seria muito pouco. Quero também pra mim a compreensão, a desculpa, o perdão pedido. E se não vierem? A vida é uma longa jornada, pra mim em boa medida. Tudo o mais que vier será compartilhado, digerido, incorporado, excretado. Na singularidade do meu ser. Na multiplicidade do meu estar.

Charles Fonseca

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