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terça-feira, maio 21, 2013

JEQUIÉ. Charles Fonseca

JEQUIÉ
Charles Fonseca

Na adolescência, por qualquer olhado, qualquer lembrança, mesmo sem motivo evidente, até às cegas crescia ao desejo. Sem outra alternativa em local público saia a assoviar com a mão no bolso, olhar distraído como ser querer nada e só queria tudo. Não tinha como disfarçar como as meninas os ardores internos, os fogachos, o mel em favo. Às favas quero poder, que vontade de, minha nossa senhora, meu casto São José, porque não me sai da cabeça esse pensar só em mulher? Como é que é, quando vai ser, como? Assim comecei minha carreira artística, digamos, no sertão de Jequié.

Um comentário:

  1. Meu caro poeta: não foi só você que sofreu desses surtos de desejos
    inconfessáveis para um adolescente daquela época. O pior era quando a mão no bolso era capaz de açodar a ponto de impedir que aquele produto sujasse a cueca ( não me lembro do tecido da cueca, talvez nem usasse cueca), calça, bolso , mão, perna, etc. E o medo da mãe descobrir o epílogo do fenômeno!!! Ufa.

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