PELOURINHO
Charles Fonseca
Nas horas caladas da noite ais dos corpos, gemidos das almas abraçadas e sós. Corria a miséria dos ricos dos pobres até de almas nobres paixão desidéria. E o azougue a zunir, o chicote a bater, um negro a gemer, o outro a sorrir. Assim foi a escravidão visível. Ficou a invisível na letra morta, na lei dita áurea, mentira, só aura, batendo à porta. Os nobres, os ricos aos poucos saindo, grotões da miséria dos corpos sem sexo, todos sem nexo, a carne pedindo. A falsa candura em nada encobria, os ais agonias, sem sexo, oh dor. Assim ficaram as negras retintas, algumas meninas, poucas branquinhas, dinheiro a morrer. Pra bolsa das pobres dos bolsos que tantos calavam os prantos, moedas de cobre. Chega meu bem, dizia a puta, dengosa, arguta, vem fazer neném. Meu Deus, umas pobres, dos ricos miséria, calando a matéria, os gozos, os gozos...
quinta-feira, abril 18, 2013
PELOURINHO. Charles Fonseca
Marcadores:Charles Fonseca,....Charles Fonseca,
Charles Fonseca,
Poesia
Escreva para o meu e-mail: silvafonseca@gmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário