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quinta-feira, agosto 25, 2011



A NAMORADINHA
Charles Fonseca


Eu tive uma namorada
O seu nome Marilucia
Sua função, radio escuta.
Minha fala escutava.
Já fui locutor de rádio
Dos melhores, sem modéstia.
Comandava a seresta
De amor, apaixonado.
Marilucia, implacável,
Anotava erros crassos
Mais de mim, seu namorado.
Com os outros, maleável.


Estranhei, então, seu gesto.
Perguntei com toda fúria:
Mais rigor do que a Cúria?
Sou o melhor ou não presto?


Marilúcia, que era Rosa,
Exalou então perfume.
Disse-me entre queixumes:
Não vês? Despisto a patota.

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