Pesquisar este blog

sábado, julho 17, 2010

Notívago. Antonio Adriano Meireles. Poesia

NOCTÍVAGO
Antônio Adriano de Medeiros

“Mas Noite também pariu Sarcasmo...”


Quando a Noite esmaga o dia sobre a Terra
trazendo para casa o trabalhador moderno,
uiva o lobo, voa o morcego, canta a coruja na serra,
e faz-se grande algazarra no Inferno.
Amantes e ladrões cedem a seus impulsos,
não importando seja a lua cheia ou nova.
O homicida aperta a luva nos pulsos...
- Na próxima noite ele fará uma visita à tua cova!
A Noite atiça o ânimo de criaturas como eu,
que amam a Doença e a Morte e toda forma de Infortúnio.
A minha fotossíntese só se dá no plenilúnio.
Às cinco da manhã nem noto que o sol nasceu:
pouco me importa que ele brilhe cedo assim...
- Eu sou filho da Noite, a vida acorda tarde em mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário