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sábado, junho 26, 2010

Mania

Mania

A mania caracteriza-se por uma actividade física excessiva e sentimentos de euforia extremos que são muito desproporcionados em relação a qualquer acontecimento positivo. A hipomania é uma forma leve de mania.

Embora uma pessoa possa ter uma depressão sem episódios maníacos (perturbação unipolar), a mania apresenta-se, mais frequentemente, como parte de uma doença maníaco-depressiva (perturbação bipolar). (Ver secção 7, capítulo 84) As poucas pessoas que parecem apresentar só mania podem ter, de facto, episódios depressivos ligeiros ou limitados no tempo. A mania e a hipomania são menos frequentes do que a depressão e são também mais dificilmente identificáveis, porque, enquanto a tristeza intensa e prolongada pode levar a consultar um médico, a euforia fá-lo com muito menos frequência (dado que as pessoas com mania não têm consciência de ter um problema no seu estado mental ou no seu comportamento). O médico deve excluir a presença de uma doença orgânica subjacente na pessoa que sofre de mania pela primeira vez, sem episódio depressivo prévio.

Sintomas e diagnóstico

Os sintomas maníacos desenvolvem-se tipicamente de forma rápida em alguns dias. Nas fases precoces (leves) da mania, a pessoa sente-se melhor do que habitualmente e muitas vezes aparece mais alegre, rejuvenescida e com mais energias.

Uma pessoa maníaca está geralmente eufórica, mas pode também estar irritável, reservada ou francamente hostil. Geralmente crê que se encontra muito bem. A sua ausência de reparos nesta situação, juntamente com uma enorme capacidade de actuação, pode fazer com que a pessoa se torne impaciente, intrusiva, intrometida e irritável, com tendência para a agressão, quando alguém se aproxima dela. A actividade mental acelera-se (uma situação chamada fuga de ideias). A pessoa distrai-se facilmente e muda constantemente de tema ou tenta abordar outro novo. Pode ter a falsa convicção de riqueza pessoal, poder, inventiva e génio e pode assumir de forma temporária identidades grandiosas, crendo, por vezes, que é Deus.

A pessoa pode julgar que está a ser ajudada ou perseguida por outras ou tem alucinações, em que ouve e vê coisas que não existem. Diminui a sua necessidade de sono. Uma pessoa maníaca empenha-se em várias actividades de forma inesgotável, excessiva e impulsiva (como tentativa de negócios arriscados, visita a casas de jogo ou comportamentos sexuais perigosos), sem reconhecer os perigos sociais inerentes a essas actividades. Em casos extremos, a actividade física e mental é tão frenética que se perde qualquer relação clara entre o humor e a conduta numa espécie de agitação sem sentido (mania delirante). Requer-se então tratamento imediato, porque a pessoa pode falecer de esgotamento físico. Em casos de mania com menor grau de hiperactividade, pode requerer-se a hospitalização para proteger a pessoa e os seus familiares da ruína por um comportamento económico ou sexual desaforado.

A mania diagnostica-se pelos seus sintomas, que são caracteristicamente óbvios para o observador. No entanto, como as pessoas com mania se caracterizam por negar qualquer problema, os médicos geralmente têm de obter a informação através dos membros da família. Os questionários não se utilizam tão amplamente como na depressão.

Tratamento

Os episódios de mania não tratados acabam de modo mais brusco do que os da depressão e são habitualmente mais curtos, durando de poucas semanas a vários meses. O médico tenta por todos os meios tratar o doente no hospital, porque a mania é uma emergência médica e social.

Um fármaco, o lítio, pode reduzir os sintomas da mania. Dado que o lítio demora de 4 a 10 dias a fazer efeito, muitas vezes administra-se de forma concomitante outro medicamento, como o haloperidol, para controlar a excitação do pensamento e da actividade. No entanto, o haloperidol pode provocar contracção muscular e movimentos anormais, e, portanto, administra-se em pequenas doses, em combinação com uma benzodiazepina, como o lorazepam ou o clonazepam, que aumentam os efeitos antimaníacos do haloperidol e reduzem os seus efeitos secundários desagradáveis.
http://www.manualmerck.net/?id=110

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