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terça-feira, janeiro 08, 2019

MOLHADO. Charles Fonseca. Poesia.

MOLHADO
Charles Fonseca

Quando o passado magoa
até que Alzheimer convém
menos pro feliz, amém,
jogar conversa à toa

falar sem dizer tudo
sorrir de tudo e do nada
cheirar a mulher amada
olhar ouvir ir com tudo

contudo com todo cuidado
como quem nada quer mouco
a receber mais que trôco
a dar-se seco ao molhado.


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