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domingo, janeiro 22, 2017

O navio negreiro. Henrich Heine. Poesia

Passo uma versão livre que fiz de trechos do poema "Das Sklavenschiff" (O Navio Negreiro), do poeta alemão Henrich Heine (em cujo rastro Castro Alves compôs o seu próprio "Navio Negreiro"):

OUTRA NAVILOUCA
Antonio Riserio

Do alto azul do céu
mais de mil estrelas miram
latejando de desejo
como olhos de mulheres bonitas.
Nenhuma flâmula flutua
no navio negreiro.
Apenas velhas lanternas
desenham uma clareira
para a música dançante.
Um bando de pretos grita
girando alucinados
ao redor da banda.
É uma alegria louca no convés
e muita preta bonita
enlaça em volúpia
seu parceiro nu.
O carrasco é o mestre do prazer:
entre açoites e chicotadas sem fim
pensa que obriga
os negros
a se divertir.

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