sábado, outubro 29, 2022

O DESEJO. Charles Fonseca

eis que tudo é calmo

uma ou outra gaivota

ao léu, o ventro sopra

na terra um coqueiro alto


entreabre as folhas à farfalha

pelo orbe retalha o luar

caido na areia do mar

indolente a noite esmaia


já se anuncia a alvorada

um novo mar um novo dia

à imensidão das águas ainda alumia

a lua, o corpo, o desejo deságua

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