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quinta-feira, janeiro 31, 2019

Dois mil e dez

O QUARTO BRANCO. Charles Simic. Poesia.

O QUARTO BRANCO
Charles Simic

Tradução: Carlos Machado

O óbvio é difícil de
provar. Muitos preferem
o oculto. Eu também preferia.
Eu escutava as árvores.

Elas guardavam um segredo
que estavam prestes
a me revelar —
e não o fizeram.

Veio o verão. Cada árvore
de minha rua tinha sua própria
Xerazade. Minhas noites
faziam parte de suas histórias

selvagens. Entrávamos
em casas escuras,
casas sempre mais escuras,
silenciosas e abandonadas.

Havia alguém de olhos fechados
nos pisos superiores.
O medo e o fascínio me
mantinham bem desperto.

A verdade é nua e crua,
disse a mulher
que sempre se vestiu de branco.
Ela não saiu muito de seu quarto.

O sol apontava uma ou duas
coisas que tinham sobrevivido
intactas na longa noite.
As coisas mais simples,

difíceis em sua obviedade.
Essas não faziam barulho.
Era um dia do tipo
que as pessoas chamam "perfeito".

Deuses disfarçados de
grampos de cabelo, espelho de mão,
um pente com um dente faltando?
Não! Não era isso.

Apenas as coisas como são,
mudas, imóveis, sem piscar,
naquela luz brilhante —
e as árvores esperando a noite.


O SUICÍDIO DE DRAUZIO VARELLA

O PT e a Vale

Francês. Zaz - Je veux (Studio version, HD)

Evangelho segundo S. Marcos 4,21-25.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Quem traz uma lâmpada para a pôr debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não se traz para ser posta no candelabro?
Porque nada há escondido que não venha a descobrir-se, nem oculto que não apareça à luz do dia.
Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça».
Disse-lhes também: «Prestai atenção ao que ouvis: Com a medida com que medirdes vos será medido e ainda vos será acrescentado.
Pois àquele que tem dar-se-lhe-á, mas àquele que não tem até o que tem lhe será tirado».

quarta-feira, janeiro 30, 2019

Aqui pretendo de cada página um azulejo para o mosaico de minha existência

ALEGORIA. Charles Fonseca. Poesia.

ALEGORIA
Charles Fonseca

Uma árvore abre os braços
como se fosse de uma cruz
pede clemência a Jesus
eu a vi de olhos baços

como a pedir clemência
a casca já grossa carpida
nos embates antes ida
já em plena senescencia

fincada está terreno fértil
semeou levou-lhe a aragem
seus filhotes na voragem
de uma vida, não foi séssil,

plantados agora florescem
também já de si reproduzem
são os netos que sós luzem
pros avós que qual estrelas fenecem.


A ORDENAÇÃO DOS PRESBÍTEROS – COOPERADORES DOS BISPOS

1562. «Cristo, a Quem o Pai santificou e enviou ao mundo, por meio dos seus Apóstolos tornou os bispos, que são sucessores deles, participantes da sua consagração e missão; e estes, por sua vez, transmitem legitimamente o múnus do seu ministério em grau diverso e a diversos sujeitos na Igreja» (43). O seu cargo ministerial foi transmitido em grau subordinado aos presbíteros, para que, constituídos na Ordem do presbiterado, fossem cooperadores da Ordem episcopal para o desempenho perfeito da missão apostólica confiada por Cristo» (44).

1563. «O ofício dos presbíteros, enquanto unido à Ordem episcopal, participa da autoridade com que o próprio Cristo edifica, santifica e governa o seu corpo. Por isso, o sacerdócio dos presbíteros, embora pressuponha os sacramentos da iniciação cristã, é conferido mediante um sacramento especial, em virtude do qual os presbíteros, mediante a unção do Espírito Santo, ficam assinalados com um carácter particular e, dessa maneira, configurados a Cristo-Sacerdote, de tal modo que possam agir em nome e na pessoa de Cristo Cabeça» (45).

1564. «Os presbíteros, embora não possuam o pontificado supremo e dependam dos bispos no exercício do próprio poder, todavia estão-lhes unidos na honra do sacerdócio; e, por virtude do sacramento da Ordem, são consagrados, à imagem de Cristo, sumo e eterno sacerdote (46), para pregar o Evangelho, ser pastores dos fiéis e celebrar o culto divino como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento (47).

1565. Em virtude do sacramento da Ordem, os sacerdotes participam das dimensões universais da missão confiada por Cristo aos Apóstolos. O dom espiritual que receberam na ordenação prepara-os, não para uma missão limitada e restrita, «mas sim para uma missão de salvação de amplitude universal, "até aos confins da terra"» (48), «dispostos, no seu coração, a pregar o Evangelho em toda a parte» (49).

1566. «É no culto ou sinaxe eucarística que, por excelência exercem o seu múnus sagrado: nela, agindo na pessoa de Cristo e proclamando o seu mistério, unem as preces dos fiéis ao sacrifício da cabeça e, no sacrifício da Missa, tornam presente e aplicam, até à vinda do Senhor, o único sacrifício do Novo Testamento, o de Cristo, o qual de uma vez por todas se ofereceu ao Pai, como hóstia imaculada» (50). É deste sacrifício único que todo o seu ministério sacerdotal tira a própria força (51).

1567. «Cooperadores esclarecidos da Ordem episcopal, sua ajuda e instrumento, chamados para o serviço do povo de Deus, os presbíteros constituem com o seu bispo um único presbyterium com diversas funções. Onde quer que se encontre uma comunidade de fiéis, eles tornam de certo modo, presente o bispo, ao qual estão associados, de ânimo fiel e generoso, e cujos encargos e solicitude assumem, segundo a própria medida, traduzindo-os na prática do cuidado quotidiano dos fiéis» (52). Os presbíteros só podem exercer o seu ministério na dependência do bispo e em comunhão com ele. A promessa de obediência, que fazem ao bispo no momento da ordenação, e o ósculo da paz dado pelo bispo no final da liturgia de ordenação, significam que o bispo os considera seus colaboradores, filhos, irmãos e amigos e que, em contrapartida, eles lhe devem amor e obediência.

1568. «Os presbíteros, elevados pela ordenação à Ordem do presbiterado, estão unidos entre si numa íntima fraternidade sacramental. Especialmente na diocese, a cujo serviço, sob o bispo respectivo, estão consagrados, formam um só presbitério» (53). A unidade do presbitério tem uma expressão litúrgica no costume segundo o qual, durante o rito da ordenação presbiterial, os presbíteros impõem também eles as mãos, depois do bispo.


Catecismo

Brasil, depósito de dejetos

Hino 63 - As muitas bênçãos

BURGHESIA:PHOTONOM/ CORTISONA: PORTA-RETRATO. Delmo Montenegro. Poesia.

BURGHESIA:PHOTONOM/
CORTISONA: PORTA-RETRATO
Delmo Montenegro


mondrian-exquis
apartamento: rizoma

apartamento:
sofá-placebo:

fluxo-pólen

(nenhum rosto)
lácteo-ósseo-prenome
: gravata-inferno

omoplata



Usar muito tempo o Celular vicia? Neurologista e Psiquiatra explicam os ...

Barroco. ADAM, Robert Scottish architect (b. 1728, Kirkcaldy, d. 1792, London)


A casa atual foi encomendada por Sir Nathaniel Curzon (mais tarde 1º Barão Scarsdale) em 1759. A casa foi projetada pelos arquitetos palladianos James Paine (1717-1789) e Matthew Brettingham (1699-1769) e foi vagamente baseada em um plano original de Andrea Palladio para o nunca construído Villa Mocenigo. Na época, um arquiteto relativamente desconhecido, Robert Adam estava projetando alguns templos de jardim para melhorar a paisagem do parque; Curzon ficou tão impressionado com os projetos de Adam que Adam foi rapidamente encarregado da construção da nova mansão.

Ref.: https://www.wga.hu/index1.html

Evangelho segundo S. Marcos 4,1-20.

Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo à beira mar. Veio reunir-se junto d’Ele tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava em terra, junto ao mar.
Ensinou-lhes então muitas coisas em parábolas. E dizia-lhes no seu ensino:
«Escutai: Saiu o semeador a semear.
Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram as aves e comeram-na.
Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; logo brotou, porque a terra não era funda.
Mas, quando o sol nasceu, queimou-se e, como não tinha raiz, secou.
Outra parte caiu entre espinhos; os espinhos cresceram e sufocaram-na e não deu fruto.
Outras sementes caíram em boa terra e começaram a dar fruto, que vingou e cresceu, produzindo trinta, sessenta e cem por um».
E Jesus acrescentava: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».
Quando ficou só, os que O seguiam e os Doze começaram a interrogá-l’O acerca das parábolas.
Jesus respondeu-lhes: «A vós foi dado a conhecer o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes propõe em parábolas,
para que, ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam; senão, convertiam-se e seriam perdoados».
Disse-lhes ainda: «Se não compreendeis esta parábola, como haveis de compreender as outras parábolas?
O semeador semeia a palavra.
Os que estão à beira do caminho, onde a palavra foi semeada, são aqueles que a ouvem, mas logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles.
Os que recebem a semente em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria;
mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbem imediatamente.
Outros há que recebem a semente entre espinhos. Esses ouvem a palavra,
mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e todas as outras ambições entram neles e sufocam a palavra, que fica sem dar fruto.
E os que receberam a palavra em boa terra são aqueles que ouvem a palavra, a aceitam e frutificam, dando trinta, sessenta ou cem por um».

terça-feira, janeiro 29, 2019

O mercado que se dane

O guarda Pelé.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas

Nêumanne no Roda Viva

Em Praga


A mentira mata a confiança

Neoclassicismo. ADEMOLLO, Luigi Italian painter (b. 1764, Milano, d. 1849, Firenze)


Luigi Ademollo, um pintor italiano, desenhista e gravador, foi o tio do pintor Carlo Ademollo (1825-1911). As atividades toscanas desse pintor lombardo contribuíram para o estabelecimento da moderna estética clássica-nea em Florença. Suas pinturas cenográficas decorativas sobre temas retirados da mitologia e da história grega e romana, rica em arqueologismos grandiloquentes certamente produziu respostas de artistas locais. Dois exemplos representativos do estilo e da linguagem de Ademollo são a decoração da pintura da Capela Palatina (1791-92) e da posterior (1816) Sala dell'Arca (Sala da Arca) no palácio Pitti.

Ademollo decorou a Sala da Arca com cenas bíblicas inspiradas na história em torno da Arca Sagrada do povo judeu. Antes do pano de fundo da arquitetura clássica, uma multidão de pessoas está se movendo em uma procissão em forma de friso com a Arca Sagrada sendo carregada sob a liderança do sumo sacerdote. As cenas são ricas em detalhes narrativos e revelam a capacidade do artista para elaboradas recriações históricas.


Ref.: https://www.wga.hu/index1.html

TALVEZ. Charles Fonseca. Poesia.

TALVEZ
Charles Fonseca

Sai mas não apagues as luzes
deixe uma réstea na cumeeira
para os que cheguem novos à eira
não sofram tanto por entre cruzes

que estão beira da escura margem
solitárias talvez fogo fátuo
por terra vã ou mármore fausto
inertes à ceifa em passagem

desta pra outra talvez melhor
ou pior que não chegue a ti a vez
de ser colhido, triste memória,
que por farol se lembrem de ti, talvez.


segunda-feira, janeiro 28, 2019

Um grito ou um sorriso

Como se associar a um Rotary Club

Clique:
www.rotary.org/pt/get-involved/join

FREUD. Charles Fonseca. Poesia.

FREUD
Charles Fonseca

Quando lembro aquele olhar profundo
para mim de um modo tão fixo
rezo a protetor dele contrito
que o guarde dos males deste mundo

eu que o tomei no colo tenro
meu presente do dia dos pais
passam os tempos e eu em ais
de mim não sai o pensamento

de ainda ter pra mim cãozinho
animal de pequeno porte
que me faça esquecer meu cão Freud
doce, valente, fiel, um mimo.


Clique: www.charlesfonseca.blogspot.com


"Evangelho segundo S. Marcos 3,22-30.

Naquele tempo, os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de Belzebu», e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás?Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode aguentar-se.E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode durar.Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir: está perdido.Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa.Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e blasfémias que tiverem proferido;mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado para sempre».Referia-Se aos que diziam: «Está possesso dum espírito impuro»"

Barroco. ADAM, Nicolas-Sébastien French sculptor (b. 1705, Nancy, d. 1778, Paris)


A rainha, tornada jovem novamente, ajoelha-se em oração, enquanto um anjo aponta para o céu. A águia da Polônia, os queimadores de incenso que fumam com os elogios da rainha, não são importantes na representação central de uma simples alegoria.

A justaposição da pessoa comemorada e o anjo da imortalidade não é dramática. Naquela falta de drama está todo o seu ponto. A mão do Senhor, a revelação da felicidade eterna, não pode surpreender alguém que esperou tanto tempo por eles. O rosto da rainha não expressa surpresa, apenas êxtase. O anjo e ela estão integrados em uma única forma, com efeito, um conjunto de baixo-relevo contra o mármore colorido da pirâmide; suas linhas íngremes são quebradas pela longa diagonal ondulada que sobe da dobra mais baixa no manto da rainha e culmina no indicador estendido da mão erguida do anjo.


Ref.: https://www.wga.hu/index1.html

POR AMÁLIA. Charles Fonseca. Poesia.

POR AMÁLIA
Charles Fonseca

Oh Deus salve o oratório
que é esta casa consagrada
abençoa a tua filha
por Maria bem cuidada

que a ela dês repouso
dês também a alegria
a esta filha de Maria
por Jesus remida o povo

assim eleva a vós sua prece
todos os que dela carinho
receberam qual num ninho
estes pedem e agradecem.





domingo, janeiro 27, 2019

EXANGUE. Charles Fonseca. Poesia.

EXANGUE
Charles Fonseca

Tarde de domingo pé de cachimbo
manhã de sábado pé de quiabo
quantas as noites já fui nababo
nas madrugadas chorei baixinho

assim é a vida não se engane
a todos envolve em doces sonhos
também acorrem tempos bisonhos
sangram as almas, corpo exangue.


A culpa de Dilma em Brumadinho

ALEXANDRE GARCIA PARABENIZA DISCURSO DE BOLSONARO EM DAVOS E REBATE CRÍT...

Hino 01- Doxologia

A ORDENAÇÃO DOS PRESBÍTEROS – COOPERADORES DOS BISPOS

1562. «Cristo, a Quem o Pai santificou e enviou ao mundo, por meio dos seus Apóstolos tornou os bispos, que são sucessores deles, participantes da sua consagração e missão; e estes, por sua vez, transmitem legitimamente o múnus do seu ministério em grau diverso e a diversos sujeitos na Igreja» (43). O seu cargo ministerial foi transmitido em grau subordinado aos presbíteros, para que, constituídos na Ordem do presbiterado, fossem cooperadores da Ordem episcopal para o desempenho perfeito da missão apostólica confiada por Cristo» (44).

1563. «O ofício dos presbíteros, enquanto unido à Ordem episcopal, participa da autoridade com que o próprio Cristo edifica, santifica e governa o seu corpo. Por isso, o sacerdócio dos presbíteros, embora pressuponha os sacramentos da iniciação cristã, é conferido mediante um sacramento especial, em virtude do qual os presbíteros, mediante a unção do Espírito Santo, ficam assinalados com um carácter particular e, dessa maneira, configurados a Cristo-Sacerdote, de tal modo que possam agir em nome e na pessoa de Cristo Cabeça» (45).

1564. «Os presbíteros, embora não possuam o pontificado supremo e dependam dos bispos no exercício do próprio poder, todavia estão-lhes unidos na honra do sacerdócio; e, por virtude do sacramento da Ordem, são consagrados, à imagem de Cristo, sumo e eterno sacerdote (46), para pregar o Evangelho, ser pastores dos fiéis e celebrar o culto divino como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento (47).

1565. Em virtude do sacramento da Ordem, os sacerdotes participam das dimensões universais da missão confiada por Cristo aos Apóstolos. O dom espiritual que receberam na ordenação prepara-os, não para uma missão limitada e restrita, «mas sim para uma missão de salvação de amplitude universal, "até aos confins da terra"» (48), «dispostos, no seu coração, a pregar o Evangelho em toda a parte» (49).

1566. «É no culto ou sinaxe eucarística que, por excelência exercem o seu múnus sagrado: nela, agindo na pessoa de Cristo e proclamando o seu mistério, unem as preces dos fiéis ao sacrifício da cabeça e, no sacrifício da Missa, tornam presente e aplicam, até à vinda do Senhor, o único sacrifício do Novo Testamento, o de Cristo, o qual de uma vez por todas se ofereceu ao Pai, como hóstia imaculada» (50). É deste sacrifício único que todo o seu ministério sacerdotal tira a própria força (51).

1567. «Cooperadores esclarecidos da Ordem episcopal, sua ajuda e instrumento, chamados para o serviço do povo de Deus, os presbíteros constituem com o seu bispo um único presbyterium com diversas funções. Onde quer que se encontre uma comunidade de fiéis, eles tornam de certo modo, presente o bispo, ao qual estão associados, de ânimo fiel e generoso, e cujos encargos e solicitude assumem, segundo a própria medida, traduzindo-os na prática do cuidado quotidiano dos fiéis» (52). Os presbíteros só podem exercer o seu ministério na dependência do bispo e em comunhão com ele. A promessa de obediência, que fazem ao bispo no momento da ordenação, e o ósculo da paz dado pelo bispo no final da liturgia de ordenação, significam que o bispo os considera seus colaboradores, filhos, irmãos e amigos e que, em contrapartida, eles lhe devem amor e obediência.

1568. «Os presbíteros, elevados pela ordenação à Ordem do presbiterado, estão unidos entre si numa íntima fraternidade sacramental. Especialmente na diocese, a cujo serviço, sob o bispo respectivo, estão consagrados, formam um só presbitério» (53). A unidade do presbitério tem uma expressão litúrgica no costume segundo o qual, durante o rito da ordenação presbiterial, os presbíteros impõem também eles as mãos, depois do bispo.

ADORMECIDA. Castro Alves. Poesia.

ADORMECIDA
Castro Alves

Ses longs cheveux épars la couvrent tout entière
La croix de son collier repose dans sa main, —
Comme pour témoigner qu'elle a fait sa prière.
Et qu'elle va la faire en s'éveillant demain.
A. de Musset


Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.

'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos — beijá-la.

Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...

Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...

Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!
"Virgem! — tu és a flor da minha vida!..."

De Espumas Flutuantes (1870)






Classicismo. ADELCRANTZ, Carl Fredrik Swedish architect (b. 1716, Stockholm, d. 1796, Stockholm)


O teatro no Palácio Drottningholm, a oeste do centro da cidade de Estocolmo, é considerado um dos teatros mais bem preservados do mundo. É um dos poucos teatros do século 18 na Europa que ainda é usado como um teatro com sua maquinaria de palco original.

O prédio que Adelcrantz criou era incomum arquitetonicamente em vários aspectos. Mais notavelmente, embora o teatro tivesse a intenção de imitar o estilo artístico de Versailles, a falta de fundos do Tesouro Sueco forçou um estilo muito mais escasso. O exterior do edifício é muito simples em comparação com outros teatros palacianos, no estilo de uma mansão rural sem indicação do exterior de que uma casa de ópera está dentro.

O interior, decorado por Adrien Masreliez (1748-1810), usa trompe l'oeil, papier-mâché e estuque para imitar materiais mais caros como mármore e ouro. O teatro também é arquitetonicamente incomum por sua forma, já que o auditório tem a forma de um T com os dois tronos para os monarcas reinantes colocados na cruz do T em frente ao palco e o restante da quadra sentado em bancos de madeira. O palco também é extraordinariamente profundo, o que ajudou os cenógrafos a criar alusões ópticas de grande distância no palco.


Ref.: https://www.wga.hu/index1.html

ORAÇÃO PARA ESTA MANHÃ. DOMINGO 27 JANEIRO

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,
povos todos, festejai-o!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém
Hino
Ó Criador do universo,
a sombra e a luz alternais,
e, dando tempo ao tempo,
dos seres todos cuidais.

Qual pregoeiro do dia,
canta nas noites o galo.
Separa a noite e a noite,
brilhando a luz no intervalo.

Também por ele acordada,
a estrela d'alva, brilhante,
expulsa o erro e a treva
com sua luz radiante.

Seu canto os mares acalma,
ao navegante avigora;
a própria Pedra da Igreja
ouvindo o Cântico chora.

Jesus, olhai os que tombam.
O vosso olhar nos redime:
se nos olhais, nos erguemos,
e prantos lavam o crime.

Ó luz divina, brilhai,
tirai do sono o torpor.
O nosso alento primeiro
entoe o vosso louvor.

Ó Cristo, Rei piedoso,
a vós e ao Pai, Sumo Bem,
glória e poder, na unidade
do Espírito Santo. Amém.

Salmo 116(117)
Eu digo: ... os pagãos glorificam a Deus, em razão da sua misericórdia (Rm 15,8.9).

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,
povos todos, festejai-o!

Pois comprovado é seu amor para conosco,
para sempre ele é fiel!

Glória ao Pai...

Leitura breve Fl 2,14-15
Fazei tudo sem reclamar ou murmurar, para que sejais livres de repreensão e ambiguidade, filhos de Deus sem defeito, no meio desta geração depravada e pervertida, na qual brilhais como os astros no universo.

A vós grito, ó Senhor, a vós clamo e vos digo: Sois vós meu abrigo!
Minha herança na terra dos vivos.

BENEDICTUS
Iluminai, ó Senhor, os que jazem nas trevas e na sombra da morte.

Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou;

e fez surgir um poderoso Salvador
na casa de Davi, seu servidor,

como falara pela boca de seus santos,
os profetas desde os tempos mais antigos,

para salvar-nos do poder dos inimigos
e da mão de todos quantos nos odeiam.

Assim mostrou misericórdia a nossos pais,
recordando a sua santa Aliança

e o juramento a Abraão, o nosso pai,
de conceder-nos que, libertos do inimigo,

a ele nós sirvamos sem temor
em santidade e em justiça diante dele,
enquanto perdurarem nossos dias.

Serás profeta do Altíssimo, ó menino,
pois irás andando à frente do Senhor
para aplainar e preparar os seus caminhos,

anunciando ao seu povo a salvação,
que está na remissão de seus pecados;

pela bondade e compaixão de nosso Deus,
que sobre nós fará brilhar o Sol nascente,

para iluminar a quantos jazem entre as trevas
e na sombra da morte estão sentados

e para dirigir os nossos passos,
guiando-os no caminho da paz.

Glória ao Pai...

Preces
Roguemos a Deus que enviou o Espírito Santo para ser Luz santíssima do coração de todos os fiéis; e digamos:

R. Iluminai, Senhor, o vosso povo!

Bendito sejais, Senhor Deus, nossa luz,
que para vossa glória nos fizestes chegar a este novo dia. R.

Vós, que iluminastes o mundo com a ressurreição do vosso Filho,
fazei brilhar, pelo ministério da Igreja, esta luz pascal sobre a humanidade inteira. R.

Vós, que, pelo Espírito da verdade, esclarecestes os discípulos de vosso Filho,
enviai à vossa Igreja este mesmo Espírito, para que ela permaneça sempre fiel à vossa
mensagem. R.

Luz dos povos, lembrai-vos daqueles que ainda vivem nas trevas,
e abri-lhes os olhos do coração para que vos reconheçam como único Deus verdadeiro. R.

(Intenções livres)

Pai nosso...

Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Vê ouve e cala e terás vida folgada.

sábado, janeiro 26, 2019

GRANA - Cadê os 13 milhões, Leonardo Boff?

NETUNO. Charles Fonseca. Poesia.

NETUNO
Charles Fonseca

Sob a varanda batucada
banhistas embriagados
não pelo belo dos brados
do mar que clama à sacada

vem poeta a me encantar
eu te ofereço em troca
sereia dengosa na rocha
cantiga primeira tocar

nas cordas do teu violão
seu canto malemolente
escorre em mel de repente
o dá a Netuno a ti não.

MADURO VAI PEITAR O TRUMP? | por Fernando Holiday

Hino 26 - Ao Deus grandioso

PASSAGEM. Charles Fonseca. Poesia.

PASSAGEM
Charles Fonseca

Torvelinha a minha alma que
erra
neste mundo estou de partida
comprei passagem só para a ida
sem volta pra vida eterna

a deixar beira do caminho
tragédias, dramas, comédias,
derrotas também epopeias,
poemas, prosas, ditos ao ninho

quem sabe ainda batam asas
ao rio das almas doridas,
remansos naquelas remidas,
procelas, revoltas, águas rasas.


O crime de Brumadinho

RESUMÃO ANTAGONISTA: É preciso esclarecer tudo

Barroco. Escultura. Neptune Calming the Waves 1737 Marble Musée du Louvre, Paris

Click!
Rápido na execução, imaginativo e não intelectual, Adam não tinha uma ampla gama de idéias, mas era capaz de uma escultura eficaz, embora não original. Seu Netuno Acalmando as Ondas revela sua habilidade e suas limitações. De volta a Paris, em Roma, em 1733, ele completou um modelo no ano seguinte e a peça em si em 1737. Sua dívida com Bernini não precisa ser enfatizada; nem a peça, apesar de toda a sua bravura, sobrevive a um exame minucioso de seu movimento e anatomia. Mas tem uma grandeza compensadora de efeito, apesar de sua pequena escala e um vigor bem-vindo. É uma peça de ilusionismo, com seu movimento dramático - Netuno avançando para acalmar as ondas, em vez de se equilibrar no equilíbrio que Bernini havia concebido - e seu ousado estilo de tecido que enfatiza a ação.


Ref.: https://www.wga.hu/index1.html

A LÂMINA. Déborah de Paula Souza. Poesia.

A LÂMINA
Déborah de Paula Souza

Tonta com o vinho
das tuas palavras
tantra sob a lâmina
das tuas ciladas
morta de dar risadas
brilho como falsa jóia
— e tão cálida —
zonza entre tuas mãos e tuas facas
santa com perfume de dálias
sem sutiã, sem rumo, sem sandálias
criança pequena brincando com navalhas


Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.

Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’.
E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’.

Apologética. Livro "Lavagem cerebral e hipnose no meio protestante"

sexta-feira, janeiro 25, 2019

Hino 188 "O Evangelho"

Três crises para Bolsonaro - William Waack comenta

A desesperança também constrói.

Romantismo. The Return from the Hunt 1828 Oil on canvas, 69 x 101 cm Private collection


Albrecht Adam foi um dos mais célebres artistas equestres e militares alemães do início do século XIX. A paisagem atual com caçadores retornando da caçada foi encomendada por volta de 1828 como um dos dois quadros de caça de Felix Georg von Voss, o proprietário de Schloss Schorssow, cuja família possuía propriedades substanciais na Pomerânia e na Prússia. No fundo do quadro há uma grande casa de campo de nove baías, mostrada do lado sudeste, do outro lado do lago identificável como Schloss Schorssow, construída às margens do Lago Haussee, na Pomerânia, no nordeste da Alemanha.



Ref.:
https://www.wga.hu/index1.html


CONSTRUÇÃO DE MIRAGEM. Antônio Mariano. Poesia.

CONSTRUÇÃO DE MIRAGEM
Antônio Mariano

Para Alfredo Bosi

Vi,
na outra margem
do rio,
uma garça
rindo
pra mim.

Em tempo,
confirmo:
menti.

Entrevi
o que sei dessa imagem
esgarçada
no imaginário,
rindo
de mim.




Sucesso de Bolsonaro em Davos

O comportamento de um filho pode doer mais que a facada do Adélio no Bolsonaro.

quinta-feira, janeiro 24, 2019

Pintura. Fireworks in Naples 1875 Oil on canvas, 66 x 102 cm The Hermitage, St. Petersburg


O tema favorito de Achenbach eram os impressionantes estados da natureza: uma noite de luar, nuvens de trovoada, neblina e assim por diante. No presente trabalho, sua abordagem efetiva dobra o evento da vida real em busca do mesmo objetivo: uma poderosa impressão visual.


Ref.: https://www.wga.hu/index1.html

Francês. Le DELF PRIM A1 c'est facile!

Clique:
http://delffacile.weebly.com/

"Mas as palavras são as lágrimas de quem teria desejado tanto chorar e não pôde.". Lucian Blaga.

AOS LEITORES. Lucian Blaga. Poesia.

AOS LEITORES
Lucian Blaga

Aqui é minha casa. Ali ficam o sol e o jardim
[ com colméias.
Vocês vêm pela trilha, olham da porta por entre
[ as grades
e esperam que eu fale. ... Por onde começar?
Creiam em mim, creiam em mim,
sobre seja o que for pode-se falar quanto se
[ queira:
sobre o destino e sobre a serpente do bem,
sobre os arcanjos que lavram com o arado
os jardins do homem,
sobre o céu para onde crescemos,
sobre o ódio e a queda, tristezas e crucifixões
e acima de tudo sobre a grande travessia.
Mas as palavras são as lágrimas de quem teria
[ desejado
tanto chorar e não pôde.
São tão amargas as palavras todas,
por isso... deixem-me
passar mudo por entre vocês,
sair à rua de olhos fechados.

• De Îm Marea Trecere (A Grande Travessia), 1924


O VAQUEIRO

quarta-feira, janeiro 23, 2019

Aqui deu certo




O QUE. Charles Fonseca. Poesia.

O QUE
Charles Fonseca

O que vejo
ao longe um clarão

o que sinto
me chega um aroma

o que ouço
do vento um cicio

o que falo
já não há solidão

o que toco
teu violão que geme

o que imagino
uma égua no cio.


EMBARQUE. Cyro de Mattos. Poesia.

EMBARQUE
Cyro de Mattos

O que deixo:
verde solidão
da raiz ao cabelo.

O que deixo:
vértebras do tempo,
desigual fermento.

O que deixo:
bala no verão,
cobra no inverno.

O que deixo:
gemido e agulha
ensacando ventos.

O que levo:
frutos de ouro
romaria e desterro.

O que levo:
sonhos e erros
do horizonte maciço.

Da árvore e seu resumo
os vícios do mundo
medos e sonhos

no velho pensamento.


Evangelho segundo S. Marcos 3,1-6.

Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada.Os fariseus observavam Jesus para verem se Ele ia curá-lo ao sábado e poderem assim acusá-l’O.
Jesus disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio».
Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados.
Então, olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada.
Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele.

A hipocrisia da esquerda sobre o caso Flávio Bolsonaro

Barroco. Arquitetura.


Na segunda metade do século XVIII, em Cádiz, esta cidade marítima tornou-se um dos centros do movimento neoclássico. O observatório em San Fernando (1793), a cadeia real (1794) e a prefeitura (iniciada em 1816) são evidências desse florescente período. A catedral, no entanto, permaneceu uma quimera. Construído ao longo de um período de mais de cem anos, conta a história da sua construção.Fundada em 1722 e iniciada em linhas Churriguresque por Vecente Acero, seu design foi neoclássicamente replanejado pela primeira vez em 1762. A igreja era conhecida como "The Catedral das Américas "porque foi construída com dinheiro do comércio entre Espanha e América. O trabalho de construção - consumindo anualmente um quarto de todo o ouro que entrava na Espanha de suas colônias americanas - continuou até 1838.

Embora a catedral foi originalmente destinado a ser um edifício barroco, contém elementos rococó, e foi finalmente concluído no estilo neoclássico.


Ref.: https://www.wga.hu/index1.html

terça-feira, janeiro 22, 2019

O SOPRO. Charles Fonseca. Prosa.

O SOPRO
Charles Fonseca

Necessitou de comprovante de vida urgente e foi a um cartório. As exigências documentais inusitadas inclusive de duas testemunhas fizeram Brasilino desistir de um cartório e procurou um segundo. Que esperasse a digitação de três escrituras na fila. Todos a dizer que custaria 220 reais. Procurou mais um numa cidade vizinha. Fariam de imediato. Custaria 390 reais. Faltava meia hora para encerrar o expediente. Sem saída eficaz assumiu o ônus. Cidades do Rio de Janeiro. Oito anos de experiência prévia em Florianópolis ficou penalizado com o pouco rendimento que o documento oficial propiciava ao Cartório daquela bela cidade. Oito vezes menor num Estado de alta renda per capita. A bandidagem sopra onde quer.


Os "rolos" de Flávio na Alerj

16. Armando Freitas Filho. Poesia.

16
Armando Freitas Filho

Para Mário Rosa

Escrever é arriscar tigres
ou algo que arranhe, ralando
o peito na borda do limite
com a mão estendida
até a cerca impossível e farpada
até o erro — é rezar com raiva.


“Quando ouço música, a minha imaginação compraz-se muitas vezes com o pensamento de que a vida de todos os homens e a minha própria vida não são mais do que sonhos de um espírito eterno, bons e maus sonhos, de que cada morte é o despertar.”

Hino 375 "Segurança"

Ricardo Sampaio da Silva Fonseca

A paz. 2

segunda-feira, janeiro 21, 2019

Hino 292 "Perto de Jesus"

Prova contra Lula e Dilma

Um sogro que não esqueço

Francês: Les couleurs avec les voitures véhicules - Chansons et comptines Titounis

Evangelho segundo S. Marcos 2,18-22.

Naquele tempo, os discípulos de João e os fariseus guardavam o jejum. Vieram perguntar a Jesus: «Por que motivo jejuam os discípulos de João e os fariseus e os teus discípulos não jejuam?».Respondeu-lhes Jesus: «Podem os companheiros do noivo jejuar, enquanto o noivo está com eles? Enquanto têm o noivo consigo, não podem jejuar.
Dias virão em que o noivo lhes será tirado; nesses dias jejuarão.
Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho, porque o remendo novo arranca parte do velho e o rasgão fica maior.
E ninguém deita vinho novo em odres velhos, porque o vinho acaba por romper os odres e perdem-se o vinho e os odres. Para vinho novo, odres novos».

BRISA MARINHA. Stéphane Mallarmé. Poesia.

BRISA MARINHA
Stéphane Mallarmé

Tradução: Augusto de Campos

A carne é triste, sim, e eu li todos os livros.
Fugir! Fugir! Sinto que os pássaros são livres,
Ébrios de se entregar à espuma e aos céus
[ imensos.
Nada, nem os jardins dentro do olhar suspensos,
Impede o coração de submergir no mar
Ó noites! nem a luz deserta a iluminar
Este papel vazio com seu branco anseio,
Nem a jovem mulher que preme o filho ao seio.
Eu partirei! Vapor a balouçar nas vagas,
Ergue a âncora em prol das mais estranhas
[ plagas!

Um Tédio, desolado por cruéis silêncios,
Ainda crê no derradeiro adeus dos lenços!
E é possível que os mastros, entre ondas más,
Rompam-se ao vento sobre os náufragos, sem
[ mas-
Tros, sem mastros, nem ilhas férteis a vogar...
Mas, ó meu peito, ouve a canção que vem do
[ mar!


ALEXANDRE GARCIA ANALISA OS GANHOS AO PAÍS EM VIAGEM DE BOLSONARO, MORO e...

Barroco. ABEELE, Pieter van Dutch medallist (b. 1608, Middelburg, d. 1684, Amsterdam)


Maarten Harpertszoon Tromp (1598-1653) foi um oficial e depois almirante na marinha holandesa. A medalha comemorativa foi feita em dois clichês, montados em um anel de prata, com a marca da dupla cobra de Van Abeele.


Ref.: https://www.wga.hu/index1.html

ESCONJURO. Charles Fonseca. Poesia.

ESCONJURO
Charles Fonseca

Quando chega o desalento
depois de longa espera
começa uma nova era
um novo discernimento

do verdadeiro que falso
mentiroso por satânico
pedra cria do botânico
água suja rola em baixo

fogo só o de monturo
ar grisú ou miasma,
livra Deus a nossa alma,
Satanás te esconjuro.







SUCÇÃO. Charles Fonseca. Poesia.

SUCÇÃO
Charles Fonseca

Apele à sua consciência
sucção da sua alma
cureta na escumalha
uterina ou clemência

para a tua geração
inocente já em vida
alinhada por guarida
tanto faz ou faz que não?


domingo, janeiro 20, 2019

Faça seu blog e edite seu mundo.

NUM QUADRO DE EDWARD HOPPER. André Dick. Poesia.

NUM QUADRO DE EDWARD HOPPER
André Dick


a vida destrói
um sol
quase esquecido
numa tela
de hopper:

o posto de gasolina
abandonado,

onde um senhor,
talvez o dono,

em seu ócio,
rega a grama

com sua bomba
de petróleo.


CHALANA. Almir Sater & Sérgio Reis

Entrevista com Janaina Paschoal - Parte 1 | Poder em Foco (02/12/18)

DÓ. Charles Fonseca. Poesia.


Charles Fonseca

Um leve toque beijo de borboleta
pelo eriçado espigas ao vento
o milharal dobram os tempos
as horas vagas olhar as estrelas

as musas me acolhem meu ser tão só
deseja que elas façam ciranda
na minha arte eu pindorama
terra brasís que pena, que dó.


Pelo fim da rachadinha

MARAJÓ. Charles Fonseca. Poesia.

MARAJÓ
Charles Fonseca

Na ilha do Marajó
cercado por águas já
tristeza se foi, jaz,
não mais sou homem só.

Fotografa a minha amada
este poeta brejeiro
pra ela meu corpo inteiro
minha alma apaixonada.


sábado, janeiro 19, 2019

Em Natal por pouco. Fotografia. Charles Fonseca.

TITO MADI - FOI A NOITE ( Tom Jobim)


Foi a noite, foi o mar eu sei
Foi a lua que me fez pensar
Que você me queria outra vez
E que ainda gostava de mim
Ilusão eu bebi talvez
Foi amor por você bem sei
A saudade aumenta com a distância
E a ilusão é feita de esperança
Foi a noite
Foi o mar eu sei
Foi você

Uma coisa desejo dos meus: que contem suas histórias em prosa ou verso.

Realismo. Country Road with Cypresses c. 1860 Oil on canvas, 28 x 37 cm Galleria dell'Arte Moderna, Palazzo Pitti, Florence


Até hoje, a paisagem montanhosa da Toscana é pontilhada de oliveiras e ciprestes sinistros, frequentemente encontrados ao longo de estradas e cemitérios próximos. Abbati escolheu um pedaço de estrada arenosa amarela para o primeiro plano, onde longas sombras da tarde lançam as sombras de outros ciprestes para serem imaginadas fora do plano da imagem. Grandes áreas de matizes diferentes são efetivamente jogadas umas contra as outras de maneira bastante abstrata.


Ref.: https://www.wga.hu/index1.html

O ÚLTIMO DIA. Helena Ortiz. Poesia.

O ÚLTIMO DIA
Helena Ortiz

o desejo do rei: a visão dos píncaros
ouvir cantar o pássaro da glória
mas agora
onde estarão todos pergunta o silêncio
nos corredores do palácio
ninguém virá para dizer: acabou
o fracasso não admite réplica
nem retórica pensa o rei enquanto
tira as calças e repara
no espelho
que a vaidade é infiel
e a glória
muito mais
que um par de pernas claudicantes


A ORDENAÇÃO EPISCOPAL – PLENITUDE DO SACRAMENTO DA ORDEM

1555. «Entre os vários ministérios, que na Igreja se exercem desde os primeiros tempos, consta da Tradição que o principal é o daqueles que, constituídos no episcopado através de uma sucessão que remonta às origens, são os transmissores da semente apostólica» (34).

1556. Para desempenhar a sua sublime missão, «os Apóstolos foram enriquecidos por Cristo com uma efusão especial do Espírito Santo, que sobre eles desceu: e pela imposição das mãos eles próprios transmitiram aos seus colaboradores este dom espiritual que foi transmitido até aos nossos dias através da consagração episcopal» (35).

1557. O II Concílio do Vaticano «ensina que, pela consagração episcopal, se confere a plenitude do sacramento do Ordens, à qual o costume litúrgico da Igreja e a voz dos santos Padres chamam sumo sacerdócio e vértice ["summa"] do sagrado ministério» (36).

1558. «A consagração episcopal, juntamente com a função de santificar, confere também as funções de ensinar e governar [...] De facto, pela imposição das mãos e pelas palavras da consagração, a graça do Espírito Santo é dada e é impresso o carácter sagrado, de tal modo que os bispos fazem as vezes, de uma forma eminente e visível, do próprio Cristo, Mestre, Pastor e Pontífice, e actuam em vez d'Ele [«in Eius persona agant»]» (37). Por isso, pelo Espírito Santo que lhes foi dado, os bispos foram constituídos verdadeiros e autênticos mestres da fé, pontífices e pastores» (38).

1559. «É em virtude da consagração episcopal e pela comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do colégio que alguém é constituído membro do corpo episcopal» (39).O carácter e a natureza colegial da ordem episcopal manifestam-se, entre outros modos, na antiga prática da Igreja que exige, para a consagração dum novo bispo, a participação de vários bispos (40). Para a ordenação legítima dum bispo requer-se, hoje, uma intervenção especial do bispo de Roma, em virtude da sua qualidade de supremo vínculo visível da comunhão das Igrejas particulares na Igreja una, e de garante da sua liberdade.

1560. Cada bispo tem, como vigário de Cristo, o encargo pastoral da Igreja particular que lhe foi confiada. Mas, ao mesmo tempo, partilha colegialmente com todos os seus irmãos no episcopado a solicitude por todas as Igrejas: «Se cada bispo é pastor próprio apenas da porção do rebanho que foi confiada aos seus cuidados, a sua qualidade de legítimo sucessor dos Apóstolos, por instituição divina, torna-o solidariamente responsável pela missão apostólica da Igreja» (41).

1561. Tudo o que acaba de ser dito explica porque é que a Eucaristia celebrada pelo bispo tem uma significação muito especial como expressão da Igreja reunida em torno do altar sob a presidência daquele que representa visivelmente Cristo, bom Pastor e Cabeça da sua Igreja (42).


Catecismo

Marinheiro só

Evangelho segundo S. Marcos 2,13-17.

Naquele tempo, Jesus saiu de novo para a beira-mar. A multidão veio ao seu encontro, e Ele começou a ensinar a todos.Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me». Ele levantou-se e seguiu Jesus.
Encontrando-Se Jesus à mesa em casa de Levi, muitos publicanos e pecadores estavam também à mesa com Jesus e os seus discípulos, pois eram muitos os que O seguiam.
Os escribas do partido dos fariseus, ao verem-n’O comer com os pecadores e os publicanos, diziam aos discípulos: «Por que motivo é que Ele come com publicanos e pecadores?».
Jesus ouviu e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores»

sexta-feira, janeiro 18, 2019

BEM-ME-QUER. Charles Fonseca. Poesia.

BEM-ME-QUER
Charles Fonseca

quando ela disse já vou
estremeceu o meu corpo
a alma trincada voou
pra minha amada estofo

da vida tão longe dela
da morte paixão que murchou
por certo esta vingou
na enteada tão bela

que me deu em acolhida
junto com a mãe, que mulher,
que é pra mim mais querida
minha flor um bem-me-quer.


Lindos.

Deixem o papai trabalhar

Hino 419 "Mãos ao Trabalho"

Para pessoas de caráter pessimista. OSRP - Smetana: Abertura da Ópera ''A Noiva Vendida'', 'Furiant', 'Dança...

NO SENTIDO DA TERRA. Rodrigo Petronio. Poesia.

NO SENTIDO DA TERRA
Rodrigo Petronio

I

Se eu abro meu pulso para uma estrela e a chuva
[ em coro vem arar meu dorso.
Se procedo líquido da boca da madeira e por ela
[ canto o canto circular de um morto.
Se adentro sem pegadas o teu corpo de vidro e
[ me comovo com a floração das teclas.
O pólen fecunda a primavera. Anjo volátil. Rosto
[ vascular talhado em pedra.
Ânfora sem coração que acolhe em si o que Deus
[ recusa e a eternidade congela.
Falo do farol. Falo de um dardo de folha. Que
[ desviando do alvo encontra a meta.
O rio regressa. A ave regressa. A musculatura
[ lisa da lua trama flores convexas.
O campo revolve a ordem divina. Analfabeta. A
[ ignorância nos protege de sua luz que cega.
Não sou o guardião dessa terra anônima. Apenas
[ nomeio o que a mão não toca.
Encarno o que a lava não sonha. E cumpro as
[ estações que nosso olhar nos veda.


quinta-feira, janeiro 17, 2019

NA MENTE. Charles Fonseca. Poesia.

NA MENTE
Charles Fonseca

Sugar sugar devagarinho
massagear massagear
o teu biquinho o teu pezinho
sonhar sonhar depois soninho.

Premir premir bem lentamente
psiu psiu tudo em silêncio
sonhar sonhar só no proscênio
sorrir sorrir só foi na mente.

terça-feira, janeiro 15, 2019

Durante muitas luas quedei a matutar se deveria ou não naquela noite escura.



O avô narigudo

FADOS. Charles Fonseca. Poesia.

FADOS
Charles Fonseca

Na praia as bandeirolas ao vento
se agitam como loucas idéias
gaivotas piam e em panaceias
fico à cismar que pensamentos

trouxeram de tantos mares, rios,
chorados silentes ou em convulsas dores
também alegres foram primores
devassos também e outros pios

Nas asas vieram os recatados
que de secretos nem foram ditos
outros ao bardo pousam escritos
na branca areia cansados fados.


Em Portugal.

Os três graus do sacramento da Ordem

III. Os três graus do sacramento da Ordem

1554. «O ministério eclesiástico, instituído por Deus, é exercido em ordens diversas por aqueles que, desde a antiguidade, são chamados bispos, presbíteros e diáconos» (32). A doutrina católica, expressa na liturgia, no Magistério e na prática constante da Igreja, reconhece que existem dois graus de participação ministerial no sacerdócio de Cristo: o episcopado e o presbiterado. O diaconado destina-se a ajudá-los e a servi-los. Por isso, o termo «sacerdos» designa, no uso actual, os bispos e os presbíteros, mas não os diáconos. Todavia, a doutrina católica ensina que os graus de participação sacerdotal (episcopado e presbiterado) e o grau de serviço (diaconado), todos três são conferidos por um acto sacramental chamado «ordenação», ou seja, pelo sacramento da Ordem.

«Reverenciem todos os diáconos como a Jesus Cristo e de igual modo o bispo que é a imagem do Pai, e os presbíteros como o senado de Deus e como a assembleia dos Apóstolos: sem eles, não se pode falar de Igreja» (33).



Catecismo

40 anos de mentiras sobre Battisti

Cataratas do Niágara

A feliz idade

Não é linda?





Maneirismo. ABONDIO, Antonio Italian medallist (b. 1538, Riva del Garda, d. 1591, Wien)


Imperador Maximiliano II (reg. 1564-1576) encomendou muitos trabalhos de artistas contemporâneos, a fim de ampliar e ampliar seu museu excepcional.

Antonio Abondio foi um medalhista e modelista italiano. Ele é mais conhecido como o pioneiro da miniatura de retrato de alívio de cera colorida.

Ele trabalhou na Itália entre 1552 e 1565 e, posteriormente, principalmente para os Habsburgos. Seu filho Alessandro seguiu os passos de seu pai, também se especializando em relevos mitológicos, e se casando com a viúva de outro artista da corte, Hans von Aachen.

Treze dos retratos de cera de Abondio sobrevivem e cerca de sessenta medalhas. Ele também fez as matrizes para a primeira cunhagem do Imperador Rodolfo II. Inicialmente seu estilo em metal seguiu o de Leone Leoni, para a fachada de cuja casa em Milão ele esculpiu oito grandes atlantes em pedra, mas depois incluiu muitas outras influências.


Ref.: https://www.wga.hu/index1.html

TIPOS DE VISITA

TIPOS DE VISITA
- Só alegria.
- Só transtorno.
- Bisbilhoteira.
- 0800
- Erotizante.
- Brochante.
- Inimiga.
- Acrescente outro tipo.


UM ENCANTO. Charles Fonseca. Prosa.

UM ENCANTO
Charles Fonseca

Um encanto prévio foi conversar com ela antes de a ver. Ao conhecer um enorme transtorno entre manter a ética profissional e o enlevo. Uma sensação de incompletude de podia ser o que não foi de ocorrer o que se foi de nunca mais o que ainda é. Quanto mistério, quanto sonho sustenta o imaginário. E os anos correm a vida é o real capenga coxo vesgo surdo sem os arrepios físicos que a alma eriça.


MORTE POR ÁGUA. T. S. Eliot. Poesia.

MORTE POR ÁGUA
T. S. Eliot

Flebas, o Fenício, morto há quinze dias,
Esqueceu o grito das gaivotas e o marulho das vagas
E os lucros e prejuízos.
Uma corrente submarina
Roeu-lhe os ossos em surdina. Enquanto subia e
[ descia
Ele evocava as cenas de sua maturidade e juventude
Até que ao torvelinho sucumbiu.
Gentio ou judeu
Ó tu que o leme giras e avistas onde o vento se
[ origina,
Considera a Flebas, que foi um dia alto e belo como
[ tu.




Bendito o Rei

Evangelho segundo S. Marcos 1,21b-28.

Jesus chegou a Cafarnaúm e no sábado seguinte, entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque os ensinava com autoridade e não como os escribas.
Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro, que começou a gritar:
«Que tens Tu a ver conosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus».
Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem».
O espírito impuro, agitando-o violentamente, soltou um forte grito e saiu dele.
Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: «Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!».
E logo a fama de Jesus se divulgou por toda a parte, em toda a região da Galileia.

segunda-feira, janeiro 14, 2019

Estás cercado por dramas

Nosso Judiciário é uma vergonha

Augusto Nunes dá sua opinião sobre nomeações de Bolsonaro.

Hino 142 "Pão da Vida"

UM CHAMADO JOÃO. Carlos Drummond de Andrade. Poesia.

•••••• [SOBRE JOÃO] ••••••
João Guimarães Rosa


UM CHAMADO JOÃO

Carlos Drummond de Andrade

João era fabulista?
fabuloso?
fábula?
Sertão místico disparando
no exílio da linguagem comum?

Projetava na gravatinha
a quinta face das coisas,
inenarrável narrada?
Um estranho chamado João
para disfarçar, para farçar
o que não ousamos compreender?
Tinha pastos, buritis plantados
no apartamento?
no peito?
Vegetal ele era ou passarinho
sob a robusta ossatura com pinta
de boi risonho?

Era um teatro
e todos os artistas
no mesmo papel,
ciranda multívoca?
João era tudo?
tudo escondido, florindo
como flor é flor, mesmo não semeada?
Mapa com acidentes
deslizando para fora, falando?
Guardava rios no bolso,
cada qual com a cor de suas águas?
sem misturar, sem conflitar?
E de cada gota redigia nome,
curva, fim,
e no destinado geral
seu fado era saber
para contar sem desnudar
o que não deve ser desnudado
e por isso se veste de véus novos?

Mágico sem apetrechos,
civilmente mágico, apelador
de precípites prodígios acudindo
a chamado geral?
Embaixador do reino
que há por trás dos reinos,
dos poderes, das
supostas fórmulas
de abracadabra, sésamo?
Reino cercado
não de muros, chaves, códigos,
mas o reino-reino?
Por que João sorria
se lhe perguntavam
que mistério é esse?

E propondo desenhos figurava
menos a resposta que
outra questão ao perguntante?
Tinha parte com... (não sei
o nome) ou ele mesmo era
a parte de gente
servindo de ponte
entre o sub e o sobre
que se arcabuzeiam
de antes do princípio,
que se entrelaçam
para melhor guerra,
para maior festa?

Ficamos sem saber o que era João
e se João existiu
de se pegar.

(publicado originalmente no Correio da Manhã, em 22/11/1967, três dias após a morte de Guimarães Rosa)


Cinco meses e quinze dias

Romantismo. The Wounded Philoctetes 1775 Oil on canvas, 123 x 178 cm Statens Museum for Kunst, Copenhagen


A partir de 1772, Abildgaard passou cinco anos em Roma graças a uma bolsa concedida pela Academia Real Dinamarquesa de Belas Artes de Copenhague. Foi em Roma que ele criou esta representação do lendário herói Philoctetes, cujos gritos de dor causados por uma picada de cobra fizeram com que seus camaradas de armas o abandonassem em uma ilha grega durante a guerra de Tróia.

Abildgaard usou um trabalho principal de escultura clássica como base para sua interpretação do atormentado estado de Filoctetes: o Torso Belvedere, no museu do Vaticano, serviu de modelo para a versão plástica e delicada da parte superior do corpo do herói. Com esse movimento, a inovação estilística de Abildgaard foi imbuída de traços de uma obra canonizada pelo neoclassicismo - sem, no entanto, reduzir as tensões na pintura.


Ref.: https://www.wga.hu/index.html

QUILHA. Charles Fonseca. Poesia.

QUILHA
Charles Fonseca

Aviso navegantes sou casado
Proibido estacionar olhar pidão
Olhar paisagem nem na contra mão
estrada estreita só pra mim asfalto

nem vem conversa só nós dois na trilha
nem contar conchinha à beira-mar
tampouco cheirar jasmins sós ao luar
navego barco não ao porto em quilha.





BESAME MUCHO - POLY E SEU CONJUNTO

Secret Garden- Pastorale

BRUMAS. Charles Fonseca. Poesia.

BRUMAS
Charles Fonseca

Por que não penso eu enlouquecido
por que sim diz a razão incerta
quem sabe o dia na morte esperta
em teus braços musa embevecido

viva de fato sonhos a sós
neste aquém mar espuma areia
sob luar retalha nuvem a meia
brumas do céu enfim juntos, nós.


Aos pés do Senhor do Bonfim. Basílica.

domingo, janeiro 13, 2019

COTOVIA. Charles Fonseca. Poesia.

COTOVIA
Charles Fonseca

Se tudo é só cifrão
se tine o vil metal
se tudo acabou afinal
se tudo foi de roldão

retine o sino ao longe
um badalo bate lento
soluça um pensamento
onde a paixão se esconde

aqui não nesta baía
no balanço deste barco
que é a vida digo bardo
canta ao longe a cotovia.


Para pessoas de caráter pessimista. Die Walküre - A cavalgada das Valquírias - Legendado (Parte I)

Evangelho segundo S. Lucas 3,15-16.21-22.

Naquele tempo, o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias.João tomou a palavra e disse-lhes: «Eu batizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo».
Quando todo o povo recebeu o batismo, Jesus também foi batizado; e, enquanto orava, o céu abriu-se
e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal, como uma pomba. E do céu fez-se ouvir uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência».
D

OLHANDO AS ILHAS. Ledusha B. A. Spinardi. Poesia.

OLHANDO AS ILHAS
Ledusha B. A. Spinardi

a primeira nuvem fosca nos olhos
a primeira alegria talhada no vácuo
o namorado esteta que chorava à toa
o atlas que homem nenhum me deu


Bye bye Battisti

Natal

Arraial do Cabo. Rio de Janeiro.

Hino 344 "Deus Cuidará de Ti"

BASTA. Charles Fonseca. Poesia.

BASTA
Charles Fonseca

Fui um amigo discreto
um amante com badalo
a vibrar em cada entalho
ainda ouço o eco

por ti loira prateada
título primeiro verso
2001 por discreto
2019 basta.





Realismo. ADAM-SALOMON, Antoine-Samuel French photographer and sculptor (b. 1818, La Ferte-sous-Jouarre, d. 1881, Paris)

AMIGOS ( II ). Charles Fonseca. Poesia.

AMIGOS
Charles Fonseca

Tenho amigos meteoros
outros estrelas cadentes
distantes outros silentes
há ainda uns já mortos

inimigos pestilencias
outros por inocentes
inda outros reticentes
se pedem perdão clemência

desconhecidos os há
na fila desta viagem
de trem compram passagem
outros já lado de lá

e agora aí você
que está tão absorto
encare o outro restolho,
só, doente e a mercê.


sábado, janeiro 12, 2019

ALINHAVO. Charles Fonseca. Poesia.

ALINHAVO
Charles Fonseca

Quando vejo sombrio o seu olhar distante
fico à imaginar por onde anda agora
quanto amargo não lhe tem sido a sua história
sem doce, travo trava o seu amargo instante

por senso de dever o que lhe tolhe ainda
sair do rés do chão alçar à amplidão
tomar-lhe a doce musa pela sua mão
correr, voar sem trilhos a rota sempre infinda

e assim no alinhavo perpasso em verso
a mim o que ocorre citando um outro
o que não sei dizer pois sou um mouco
e surdo e cego a vida eu atravesso.


sexta-feira, janeiro 11, 2019

BORBOTÕES Charles Fonseca. Poesia.

BORBOTÕES
Charles Fonseca

Chega a hora da partida
a tampa o tampo o tempo
agora é ir pro relento
rápida a despedida

dos sonhos das ilusões
desejos de coisas vãs
certezas buscar as chãs
venturas aos borbotões.