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sexta-feira, novembro 30, 2018

MONTURO I. Charles Fonseca. Poesia.

MONTURO I
Charles Fonseca

Cai a tarde bem-ti-vis
posam na minha varanda
cantam, ainda há  esperança,
não sei que sentimentos vis
se escondem se acoitam
trás da porta no sótão
sei que sim também que não
recalques às vezes se afoitam
vêm a lume no escuro
enquanto reina Morfeu
do real que não morreu
imagens, fogo monturo.

O MOTIM Charles Fonseca

O MOTIM
Charles Fonseca

Freud se amotinou
uma cadela no cio
no peito só um vazio
não deixei, não vasou.

Eu quero uma cadela
pastora todo o carinho
com ela terá meu bichinho
cadê ela, onde ela?

ZORRO (Dublado) Capitulo - 06 - Zorro Salva Um Amigo.

POR TRÁS DO POEMA. José Chagas. Poesia.

POR TRÁS DO POEMA
José Chagas


Por trás do poema
não se respira

Ventos se quebram
rolam onde o chão trabalha
um verde de outra cor

Por trás do poema
devemos estar mortos
inoticiados

Palavras emigram
vão para o labor de espessas
emoções

Por trás do poema
as chuvas se gastam
gastam-se os vôos os frutos
a alegria branca das praias

O tempo inicia seus escombros
por trás do poema

Uma rua de estátuas
cai sua cinza
cai o seu nada
de muitos séculos

E um rio em si mesmo se afoga
seca em suas areias
a vontade de mar

Não olheis nunca por trás do poema

podem vossos olhos
em sal tornar-se

quinta-feira, novembro 29, 2018

Leituras do dia Evangelho segundo S. Lucas 21,20-28.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes, os que estiverem dentro da cidade saiam para fora e os que estiverem nos campos não entrem na cidade. Porque serão dias de castigo, nos quais deverá cumprir-se tudo o que está escrito. Ai daquelas que estiverem para ser mães e das que andarem a amamentar nesses dias, porque haverá grande angústia na terra e indignação contra este povo. Cairão ao fio da espada, irão cativos para todas as nações, e Jerusalém será calcada pelos pagãos, até que aos pagãos chegue a sua hora. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então hão de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima». "

MARINGÁ (letra e vídeo) com ORLANDO SILVA e JACOB DO BANDOLIM, vídeo MOA...

GLÓRIA AO PAI AO FILHO AO NETO. Charles Fonseca.

GLÓRIA AO PAI AO FILHO AO NETO
Charles Fonseca

Uma luta quase inglória
de consertar o país
para os nossos infantis
netos, filhos, já, agora

Um final pra esta história
de arrancar esta espinheira
que medra toda rasteira
uma luta quase inglória

É luta mesmo simplória
tão sofrida que não há
como ficar no vagar
desta luta quase inglória

Glória ao pai, ao filho, ao neto
antes de se ir ao pó
não há pejo que pior
fugir da luta encoberto.



NÃO MAIS. Czeslaw Milosz. Poesia.

NÃO MAIS
Czeslaw Milosz

Preciso contar um dia como mudei
Minha opinião sobre a poesia e por que
Me considero hoje um dos muitos
Mercadores e artesãos do Império do Japão
Compondo versos sobre a floração da cerejeira,
Sobre crisântemos e a lua cheia.

Se eu pudesse descrever as cortesãs
De Veneza, como incitam com uma vareta o
[ pavão no pátio
E desfolhar do tecido sedoso, da cinta nacarina
Os seios pesados, a marca
Avermelhada no ventre onde o vestido se
[ abotoa,
Ao menos assim como as viu o dono das
[ galeotas
Arribadas àquela manhã carregando ouro;
E se ao mesmo tempo pudesse encerrar seus
[ pobres ossos
No cemitério, onde o mar oleoso lambe
[ o portão,
Em palavras mais duráveis que o derradeiro
[ pente
Que entre carcomas sob a lápide, só, espera
[ pela luz
Não duvidaria. Da resistência da matéria
O que se retém? Nada, quando muito o belo.
Então devem nos bastar as flores da cerejeira
E os crisântemos e a lua cheia.

ZORRO (Dublado) Capitulo - 05 - O Romance de Zorro.

"Ocorreu mais mudanças nas famílias no ano seguinte à morte de um membro da família do que depois de qualquer outro ponto nodal do ciclo de vida"

O EMBATE. Charles Fonseca Poesia.

O EMBATE
Charles Fonseca

Fundo do baú por sonhos
afloram tantas histórias
uma caixa de Pandora
também eventos risonhos

quanto mais um arlequim
por vezes um pierrô
alegram o que por horror
no real foi tão ruim

sonhos há muito desfeitos
recalcados trás da porta
tramela, cadeado, que importa,
o inconsciente rejeitos

guarda com todo zelo
nada aí morre, dormita,
à noite o sonho agita
voltam à tona mil segredos

E assim vive este vate
por louco pensou trapaça
ter feito, oh que desgraça,
mentiu, perdeu o embate.




quarta-feira, novembro 28, 2018

PAIXÃO. Charles Fonseca. Poesia.

PAIXÃO
Charles Fonseca

Ando todo remendado
alinhavado fio de ouro
sonho morena gostoso
durmo e acordo coitado
energia por estofo
a escapar qualquer hora
acordado sem demora
o super-ego em esforço
me faz usar a razão
sossega o meu instinto
sonho então bem distinto
fantasio a paixão.

Entrevista -Transtornos de personalidade | Psiquiatra Fernando Fernandes

Hino 101 "Ressurgiu"

SOL NASCENTE. Charles Fonseca. Poesia.

SOL NASCENTE
Charles Fonseca

Um poeminha apressado
agora vou estudar
mamãe me disse vai lá
saudade do meu passado

Da professora Zulmina
escola da Rua Apertada
palmatória nunca usada
pra mim num cavalinho

ela vinha lá da roça
montada no seu alazão
fui-me embora desde então
de Ibicuí faço prosa

agora já senescente
escrevo o meu versinho
chegado a muito carinho
oh vida o sol nascente!

Justo és, Senhor - Hino 22

ESCUTA. Maria da Conceição Paranhos. Poesia.

ESCUTA
Maria da Conceição Paranhos



Ocorre que há uns lapsos na história,
há uns lapsos. Então vêm, videntes,
relatar histórias conhecidas
em noites longas de calor, insônia.
Ouvimos. Pacientemente.
Sob discursos jazem outras vozes.

Necessário cantar.
Animais se aninham ao nosso ânimo,
baixam seu brado à espera da canção.
E os leões de pedra dos portões
deixam rolar os globos que os sustentam.

Falamos línguas obscenas.
Não. Endureceu-se o ouvir.
Indefinidamente?
Afrontar a rija espada dos confrontos,
permitir soluções, se o peito arfa
curvado de rajadas imprudentes.
Se não se deixa a alma nesses lances
em que transidos vagamos dementes,
como afrontar as rugas, decifrar mensagens
(não correm ventos nas paisagens mortas,
largadas ao relento)?

Necessário é amar.
Primeiro e último tormento.

ZORRO (Dublado) Capitulo - 04 - O Fantasma Da Missão.

terça-feira, novembro 27, 2018

"Muitas vezes o fracasso da família em executar rituais de morte pode levar a família a processo de luto sem resolução"

CASAMENTOS MISTOS E DISPARIDADE DE CULTOS

1633. Em muitos países, a situação do matrimónio misto (entre um católico e um batizado não-católico) apresenta-se de modo bastante frequente. Tal situação pede uma atenção particular dos cônjuges e dos pastores. O caso dos casamentos com disparidade de culto (entre um católico e um não-batizado) exige uma atenção ainda maior.

1634. A diferença de confissão religiosa entre os cônjuges não constitui um obstáculo insuperável para o Matrimónio, quando eles conseguem pôr em comum o que cada um recebeu na sua comunidade e aprender um do outro o modo como cada um vive a sua fidelidade a Cristo. Mas as dificuldades dos matrimónios mistos nem por isso devem ser subestimadas. São devidas ao fato de a separação dos cristãos ainda não ter sido superada. Os esposos arriscam-se a vir a ressentir-se do drama da desunião dos cristãos no seio do próprio lar. A disparidade de culto pode agravar ainda mais estas dificuldades. As divergências em relação à fé, o próprio conceito do Matrimónio e ainda as diferentes mentalidades religiosas podem constituir uma fonte de tensões no Matrimónio, principalmente por causa da educação dos filhos. Pode então surgir uma tentação: a indiferença religiosa.

1635. Segundo o direito em vigor na Igreja latina, um Matrimónio misto precisa da permissão expressa da autoridade eclesiástica (152) para a respectiva liceidade. Em caso de disparidade de culto, é requerida uma dispensa expressa do impedimento para a validade do Matrimónio (153). Tanto a permissão como a dispensa supõem que as duas partes conhecem e não rejeitam os fins e propriedades essenciais do Matrimónio: e também que a parte católica confirma os seus compromissos, dados também a conhecer expressamente à parte não católica, de conservar a sua fé e de assegurar o Batismo e a educação dos filhos na Igreja Católica (154).

1636. Em muitas regiões, graças ao diálogo ecuménico, as respectivas comunidades cristãs puderam organizar uma pastoral comum para os casamentos mistos. O seu papel consiste em ajudar os casais a viver a sua situação particular à luz da fé. Ela deve também ajudá-los a superar as tensões entre as obrigações dos cônjuges um para com o outro e para com as respectivas comunidades eclesiais. Deve estimular o desenvolvimento do que lhes é comum na fé e o respeito pelo que os divide.

1637. Nos casamentos com disparidade de culto, o cônjuge católico tem uma tarefa particular a cumprir, «porque o marido não-crente é santificado pela sua mulher e a mulher não-crente é santificada pelo marido crente» (1 Cor 7, 14). Será uma grande alegria para o cônjuge cristão e para a Igreja, se esta «santificação» levar à conversão livre do outro à fé cristã (155). O amor conjugal sincero, a prática humilde e paciente das virtudes familiares e a oração perseverante, podem preparar o cônjuge não-crente para receber a graça da conversão.


Catecismo

Evangelho segundo S. Lucas 21,5-11.

Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu»

CANTOS. Charles Fonseca. Poesia.

CANTOS
Charles Fonseca

São tão belos cantares
que a mim voltam da infância
que me pergunto que instância
de mim fez esquecer, que ares,

que terrenos pedregosos,
quão pouca terra nos pés,
pisei distraído ou ao revés
os cantos que tão gozosos

hoje voltam às centenas
anfiteatro memória
são parte de minha história
parto e levo as cantilenas

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Que dignidade é essa?

Hinos da Nossa História parte 2

POUSO. Charles Fonseca. Poesia.

POUSO
Charles Fonseca

A vida, cantemos a vida,
enquanto ela não chega
a ceifadeira rasteira,
nosso bem nessa vindita

contra as forças do mal
as prisões de modo próprio
construídas, nosso opróbrio,
aqueloutras que ao final

nos cingem ao pó da terra
apenas olhamos o céu
onde mana leite e mel
nosso pouso se encerra.

O DEFUNTO. Pedro Nava. Poesia.

O DEFUNTO
Pedro Nava

Quando morto estiver meu corpo,
Evitem os inúteis disfarces,
Os disfarces com que os vivos,
Só por piedade consigo,
Procuram apagar no Morto
O grande castigo da Morte.

Não quero caixão de verniz
Nem os ramalhetes distintos,
Os superfinos candelabros
E as discretas decorações.

Quero a morte com mau-gosto!

Dêem-me coroas de pano.
Dêem-me as flores de roxo pano,
Angustiosas flores de pano,
Enormes coroas maciças,
Como enormes salva-vidas,
Com fitas negras pendentes.

E descubram bem minha cara:
Que a vejam bem os amigos.
Que não a esqueçam os amigos.
Que ela ponha nos seus espíritos
A incerteza, o pavor, o pasmo.
E a cada um leve bem nítida
A idéia da própria morte.

Descubram bem esta cara!

Descubram bem estas mãos.
Não se esqueçam destas mãos!
Meus amigos, olhem as mãos!
Onde andaram, que fizeram,
Em que sexos demoraram
Seus sabidos quirodáctilos?

Foram nelas esboçados
Todos os gestos malditos:
Até os furtos fracassados
E interrompidos assassinatos.

— Meus amigos! olhem as mãos
Que mentiram às vossas mãos...
Não se esqueçam! Elas fugiram
Da suprema purificação
Dos possíveis suicídios.

— Meus amigos, olhem as mãos!
As minhas e as vossas mãos!

Descubram bem minhas mãos!

Descubram todo o meu corpo.
Exibam todo o meu corpo,
E até mesmo do meu corpo
As partes excomungadas,
As sujas partes sem perdão.

— Meus amigos, olhem as partes...
Fujam das partes,
Das punitivas, malditas partes ...

E, eu quero a morte nua e crua,
Terrífica e habitual,
Com o seu velório habitual.

— Ah! o seu velório habitual!

Não me envolvam em lençol:
A franciscana humildade
Bem sabeis que não se casa
Com meu amor da Carne,
Com meu apego ao Mundo.

E quero ir de casimira:
De jaquetão com debrum,
Calça listrada, plastron...
E os mais altos colarinhos.

Dêem-me um terno de Ministro
Ou roupa nova de noivo ...
E assim Solene e sinistro,
Quero ser um tal defunto,
Um morto tão acabado,
Tão aflitivo e pungente,
Que sua lembrança envenene
O que resta aos amigos
De vida sem minha vida.

— Meus, amigos, lembrem de mim.
Se não de mim, deste morto,
Deste pobre terrível morto
Que vai se deitar para sempre
Calçando sapatos novos!
Que se vai como se vão

Os penetras escorraçados,
As prostitutas recusadas,
Os amantes despedidos,
Como os que saem enxotados
E tornariam sem brio
A qualquer gesto de chamada.

Meus amigos, tenham pena,
Senão do morto, ao menos
Dos dois sapatos do morto!
Dos seus incríveis, patéticos
Sapatos pretos de verniz.
Olhem bem estes sapatos,
E olhai os vossos também.

ZORRO (Dublado) Capitulo - 03 - Zorro Parte Para a Missão.

segunda-feira, novembro 26, 2018

MUSA ETÉREA. Charles Fonseca. Poesia.

MUSA ETÉREA
Charles Fonseca

Um olhar verde campina
um céu azul um luar
o mar que vem a beijar
o teu corpo de menina

Tudo provoca ciúme
agonia da paixão
desalento não sei não
eu só por ti em queixume.

PONTA VERDE. Charles Fonseca. Poesia.

PONTA VERDE
Charles Fonseca

Na praia da Ponta Verde
aponta o céu escuro
meu descaminho auguro
ver-te à noite estreite 

Este verso contra o peito
vai em papel pautado
gota perfume pingado
abraçar-te um dia hei de.

Evangelho segundo S. Lucas 21,1-4.

Naquele tempo, Jesus levantou os olhos e viu os ricos deitarem na arca do Tesouro as suas ofertas. Viu também uma viúva muito pobre deitar duas pequenas moedas. Então Jesus disse: «Em verdade vos digo: Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros. Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver»."

PROVA DO ENADE – heresias, mentiras e manipulação

ZORRO (Dublado) Capitulo - 02 - A Passagem Secreta de Zorro.

Aprendendo francês

Clique:
http://www.ciel.fr/apprendre-francais/preparation-examen/comprehension-orale-a1.html

"O significado das tradições culturais aumenta conforme envelhecemos"

BODAS DE SANGUE. José Inácio Vieira de Melo. Poesia.

BODAS DE SANGUE
José Inácio Vieira de Melo

Para Cristina Hoyos


Que beleza é essa que tanto me incomoda?
Que olhar de tâmara — sâmaras que se
[ semeiam —
transborda dos cântaros de tua íris?
O que anunciam teus inquisidores e
[ translúcidos olhos?

Tudo em ti é duplo, senhora do amor bruxo.
De tuas mãos multiplicam-se os gestos
[ e as bênçãos
e com tuas mãos dizes mais que cem mil
[ bocas juntas
e essas mesmas mãos prenunciam a beleza
[ de tuas ancas.

Mas mais do que tudo, o que impera em ti
são esses milagres que são tuas tetas,
dois punhais que a cada instante furam
[ minha paz
e que me ensinaram a amargar a
[ verdadeira sede.

Ah Cristina Hoyos, deusa de Espanha,
vem bailando em nuvens e em versos de
[ García Lorca,
vem com teus punhais para a minha peixeira
[ de 12 polegadas,
pois as nossas bodas só podem ser de sangue.

Hino 193 "Maravilhosa Graça!"

domingo, novembro 25, 2018

VESPER. Charles Fonseca. Poesia.

VESPER
Charles Fonseca

Vem estrela dita Vésper
este vate alumia,
rede, lembrança, assovia
o vento mar vindo leste

é noite a lua fugida,
silêncio, abraço a amada
na varanda em lufada
aragem, vela encolhida,

velo que ninguém acorde
sonho lembrança saudade
brilha em mim, por piedade,
toquem pra mim os acordes

de uma cantiga de roda
bandolim em serenata
harpa plangente de prata,
abraço um sonho de volta.

Getúlio - discurso de Afonso Arinos

Francisco José canta: Olhos Castanhos

ARUPEMBA. Charles Fonseca. Poesia.

ARUPEMBA
Charles Fonseca

Vivo com minha batéia
a garimpar as pepitas
que encontro pela vida
é grande a panaceia

é um trabalho árduo
no entanto aurífero
nesta lida vocifero
destôo do vulgar fátuo,

do amor sou garimpeiro
da amizade contrita
do querer bem adstrita,
com a arupemba eu peneiro.

Hino 1 "Antífona"

PAUPÉRIA REVISITADA. Ricardo Aleixo. Poesia.

PAUPÉRIA REVISITADA
Ricardo Aleixo

Putas, como os deuses,
vendem quando dão.
Poetas, não.
Policiais e pistoleiros
vendem segurança
(isto é, vingança ou proteção).
Poetas se gabam do limbo, do veto
do censor, do exílio, da vaia
e do dinheiro não).
Poesia é pão (para
o espírito, se diz), mas atenção:
o padeiro da esquina balofa
vive do que faz; o mais
fino poeta, não.
Poetas dão de graça
o ar de sua graça
(e ainda troçam
— na companhia das traças —
de tal “nobre condição”).
Pastores e padres vendem
lotes no céu
à prestação.
Políticos compram &
(se) vendem
na primeira ocasião.
Poetas (posto que vivem
de brisa) fazem do No, thanks
seu refrão.

Evangelho segundo S. João 18,33b-37. Naquele

Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o rei dos Judeus?».Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz»."

sábado, novembro 24, 2018

"Ao Deus de Abraão Louvai". Hino.

O consentimento matrimonial

1625. Os protagonistas da aliança matrimonial são um homem e uma mulher baptizados, livres para contrair Matrimónio e que livremente exprimem o seu consentimento. «Ser livre» quer dizer:

– não ser constrangido;
– não estar impedido por nenhuma lei natural nem eclesiástica.

1626. A Igreja considera a permuta dos consentimentos entre os esposos como o elemento indispensável «que constitui o Matrimónios (141). Se faltar o consentimento, não há Matrimónio.

1627. O consentimento consiste num «acto humano pelo qual os esposos se dão e se recebem mutuamente» (142): «Eu recebo-te por minha esposa. Eu recebo-te por meu esposo» (143). Este consentimento, que une os esposos entre si, tem a sua consumação no facto de os dois «se tornarem uma só carne» (144).

1628. O consentimento deve ser um acto da vontade de cada um dos contraentes, livre de violência ou de grave temor externo (145). Nenhum poder humano pode substituir-se a este consentimento (146). Faltando esta liberdade, o matrimónio é inválido.

1629. Por este motivo (ou por outras razões, que tornem nulo ou não realizado o casamento) (147), a Igreja pode, depois de examinada a situação pelo tribunal eclesiástico competente, declarar «a nulidade do Matrimónio», ou seja, que o Matrimónio nunca existiu. Em tal caso, os contraentes ficam livres para se casarem, salvaguardadas as obrigações naturais resultantes da união anterior (148).

1630. O sacerdote (ou o diácono), que assiste à celebração do Matrimónio, recebe o consentimento dos esposos em nome da Igreja e dá a bênção da Igreja. A presença do ministro da Igreja (bem como das testemunhas) exprime visivelmente que o Matrimónio é uma realidade eclesial.

1631. É por esse motivo que, normalmente, a Igreja exige para os seus fiéis a forma eclesiástica da celebração do Matrimónio (149). Muitas razões concorrem para explicar esta determinação:

– o Matrimónio sacramental é um acto litúrgico. Portanto, é conveniente que seja celebrado na liturgia pública da Igreja;
– o Matrimónio introduz num ordo eclesial, cria direitos e deveres na Igreja, entre os esposos e para com os filhos;
– uma vez que o Matrimónio é um estado de vida na Igreja, é necessário que haja a certeza a respeito dele (daí a obrigação de haver testemunhas);
– o carácter público do consentimento protege o «sim» uma vez dado e ajuda a permanecer-lhe fiel.

1632. Para que o «sim» dos esposos seja um acto livre e responsável, e para que a aliança matrimonial tenha bases humanas e cristãs sólidas e duradoiras, é de primordial importância a preparação para o matrimónio:

O exemplo e o ensino dados pelos pais e pelas famílias continuam a ser o caminho privilegiado desta preparação.
O papel dos pastores e da comunidade cristã, como «família de Deus», é indispensável para a transmissão dos valores humanos e cristãos do Matrimónio e da família (150), e isto tanto mais quanto é certo que, nos nossos dias, muitos jovens conhecem a experiência de lares desfeitos, que já não garantem suficientemente aquela iniciação:

«Os jovens devem ser conveniente e oportunamente instruídos, sobretudo no seio da própria família, acerca da dignidade, missão e exercício do amor conjugal. Deste modo, educados na estima pela castidade, poderão passar, chegada a idade conveniente, de um noivado honesto para o matrimónio» (151).


Catecismo

Patativa - Vicente Celestino

O nadador. Charles Fonseca.

BOBO. Charles Fonseca. Poesia.

BOBO
Charles Fonseca

Quantos sonhos esperanças
neste filho do meu filho
no meu neto em estribilho
canto de novo eu criança

Que fui e já sou idoso
sabes tu, oh meu infante,
teu pai meu filho em diante
fico  embevecido, bobo.

Francês. Vroum Vroum Touni - Petit escargot avec les voitures et les camions - Ti...

AO FINAL. Charles Fonseca. Poesia.

AO FINAL
Charles Fonseca

Pra ti que morreste cego
quão cego a ti fui em vida
perdido nos desvão renhida
a luta por outro amor, confesso

por outros caminhos anverso
do que me ensinaste um dia
ficou a saudade querida,
tua imagem, amplexo

dou ao meu filho ainda
como exemplo que aprendi
pra que pós mim a ti
a ele homenageie finda

‘desta vida terreal
quando já do rio além’
herde o que dele vem
tua doçura afinal.

O maior rombo da história.

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NÃO ENTRES NESSA NOITE ACOLHEDORA COM DOÇURA. Dylan Thomas. Poesia.

NÃO ENTRES NESSA NOITE ACOLHEDORA COM DOÇURA
Dylan Thomas

Tradução: Ivan Junqueira


Não entres nessa noite acolhedora com doçura,
Pois a velhice deveria arder e delirar ao fim do dia;
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.

Embora os sábios, ao morrer, saibam que a treva
[ lhes perdura,
Porque suas palavras não garfaram a centelha
[ esguia,
Eles não entram nessa noite acolhedora com doçura.

Os bons que, após o último aceno, choram pela
[ alvura
Com que seus frágeis atos bailariam numa verde
[ baía
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.

Os loucos que abraçaram e louvaram o sol na etérea
[ altura
E aprendem, tarde demais, como o afligiram em sua
[ travessia
Não entram nessa noite acolhedora com doçura.

Os graves, em seu fim, ao ver com um olhar que os
[ transfigura
Quanto a retina cega, qual fugaz meteoro, se
[ alegraria,
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.

E a ti,meu pai, te imploro agora, lá na cúpula
[ obscura,
Que me abençoes e maldigas com a tua lágrima
[ bravia.
Não entres nessa noite acolhedora com doçura,
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.

Silvio Caldas LP saudades

sexta-feira, novembro 23, 2018

Hino 132 "Rude Cruz"

Francês. learn french Conversation- english 1 french 3- real human readers- not c...

A vida é bela. Fotografia. Charles Fonseca

Ave Maria - Carlos Galhardo

Criança, nunca dantes na história houve roubalheira tamanha. Nunca mais ouvirás algo tão nojento. Petralhas, nunca mais!

CRIANÇA. Charles Fonseca. Poesia.

CRIANÇA
Charles Fonseca

Meu coração para o amor
A casca já dura lesada
Por tantas agruras crestada
Rachaduras o que mais for

Que seja um relicário
Doces eventos abrigo
Dentro dele sem perigo
Dormem sonhos sacrário

Daquele amor o primeiro
O maior dos de criança
Puro terno só bonança
Por ele eu velho brejeiro

Sorrio de resto lembranças
guardo atrás do biombo
num sacrário onde escondo
saudades de mim criança.

Erros hospitalares

"“ERROS HOSPITALARES” SÃO A SEGUNDA CAUSA DE MORTE NO BRASIL.
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Esse é o resultado de uma pesquisa recente da UFMG. Se levarmos em conta as “sub-notificações” ( casos que não são registrados ), é até provável que o “erro hospitalar” seja alçado à primeira causa de morte... Como diretor de hospital há longos anos, médico assistente hospitalar, e professor de Psicologia Médica ( estudo das relações médico-paciente-hospital ), poderia dizer que uma das principais causas disso é a desvalorização do trabalho clínico do médico. Agora mesmo estou prestando assistência psiquiátrica a um paciente cardíaco grave, em um grande hospital geral. Nesse exato momento em que escrevo estas linhas, este paciente vai inteirar quase 48 horas sem ser examinado ou visto pelo médico !! E ele está em apartamento, do mais “top”, entre os mais “tops” planos de saúde. Simplesmente , como milhares de outros pacientes Brasil afora, está “praticamente à míngua” dentro desse hospital. E quando o médico aparece para “ver” o paciente, é em “vôo de beija-flor”, no máximo 5 minutos : “tá tudo bem aí ?”. Em grande parte, são recém-formados, muito pouco experientes, pouco especializados, ganham relativamente pouco. Entendem pouco de complexidades médicas maiores. Isso sem falar na formação médica no Brasil de hoje, que, com excesso de Faculdades de “cuspe-e-giz” ( sem hospitais de ensino, sem professores médicos, sem aulas práticas, etc ) , despeja centenas de milhares de “médicos teóricos” ( e despreparados ) no mercado. Sem uma efetiva presença hospitalar e coordenação médica, o tratamento já fica muito precarizado, ainda mais com profissionais, tanto da Medicina quanto da Enfermagem, com formação muitíssimo precária. Já vi, p.ex., enfermeiras de nível superior que são contratadas nos hospitais sem saber medir uma pressão ou pegar uma veia... Esse paciente que estou tratando no momento, ( na parte psiquiátrica ), num grande hospital, não pode nem ingerir água direito, pois está em regime de restrição hídrica. Foi-lhe prescrito meio litro ( 500 ml ) de soro em 24 horas, para não sobrecarregar o coração e não inundar o pulmão de água ( edema agudo de pulmão ). Pois eu cheguei lá, ele já estava prestes a tomar 1.000 ml de soro em menos de 8 horas !! Se eu não chego, a desgraça tava feita. E vejam bem, eu não teria nada a ver com isso, pois sou psiquiatra, não clínico geral, ou cardiologista, ou nefrologista. Aí você vai ver a prescrição do paciente, não há cálculo de aporte hídrico, não há cálculo de aporte eletrolítico ( p.ex., potássio ), não há cálculo de balanço de ingesta e perdas, etc. Ou seja, não há nenhum “tratamento racionalizado” para o caso, e isso sem que o médico o veja por quase 48 horas, um paciente com doença cardíaca grave, já teve 3 infartos, já teve 2 derrames, está com a freqüência cardíaca tão fraca, abaixo de 55 batimentos por minuto, coração super “inchado” ( cor bovis ), etc.. Em síntese, sem o médico, a situação hospitalar brasileira é a de um avião sem comandante, pilotado pela aeromoça... Não há controle de qualidade, prevenção de danos, observação atenta e obsessiva, como a boa Medicina exige. Por que acontece isso ? Porque os brasileiros optaram por um modelo “estatal” de saúde, que desvaloriza o trabalho clínico do médico ( que é aquele trabalho diário na beira do leito ) , supervaloriza apenas “tecnologias”, “procedimentos”, “cirurgias”, “máquinas”, “grandes prédios”, “helicóptero de transporte”, “UTI aérea”, “leitos de UTI”, etc. Pacientes em apartamentos ou enfermarias ficam praticamente a “Deus-dará”, por isso as UTIs estão entupidas, é só lá que há um médico mais atento e um controle clínico mais adequado do paciente ( p.ex., cálculo de perdas, balanços positivos, ingestas, aportes hidroeletrolíticos, curvas térmicas, pressóricas, etc ). Aí os leitos de UTI ficam “entupidos”, empresários da saúde ganham mais, os planos gastam mais, e aí sobra ainda menos dinheiro para pagar o “clinicozinho de beira-de-leito”. E assim o círculo vicioso infernal se perpetua.
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Marcelo Caixeta é médico, diretor de Hospital, professor de Psicologia Médica ( problemas na relação médico-paciente-hospital ). ( psychological.medicine1@gmail.com )"

Evangelho segundo S. Lucas 19,41-44.

Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse:
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos.
Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados.
Esmagar-te-ão a ti e aos teus filhos e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».

FESTA. Prisca Agustoni. Poesia.

FESTA
Prisca Agustoni

Cada palavra tem seu espaço.

Mesmo o silêncio
tem espessura de homem.

Os tambores escutam
em surdina
a entrega do corpo.

Eis o cenário
onde a palavra se renova

pesando eternidade.

quinta-feira, novembro 22, 2018

Learn French. Francês.

Nepotismo não, Bolsonaro!

INCRÍVEL. André Luiz Pinto. Poesia.

INCRÍVEL
André Luiz Pinto

incrível
tua lembrança:

um leão
rasgando seda.

exponho
os pedaços do amor pela cama:

meia dúzia de anátemas; enjôos

(o brinco de cetim)

post-mortem de livro:

sabes, incalculável,
a soma destes viés

(porque somas
mas não soletras).

Testemunho de brasileira recém-chegada no Quebec: preços, compras, escol...

Legumes em francês (Légumes en français)

quarta-feira, novembro 21, 2018

Legumes em francês (Légumes en français)

Evangelho segundo S. Lucas 19,11-28.

Naquele tempo, disse Jesus uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente. Então Jesus disse: «Um homem nobre foi para uma região distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. Antes, porém, chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas, dizendo: ‘Fazei-as render até que eu volte’. Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para dizer: ‘Não queremos que ele reine sobre nós’. Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que cada um tinha lucrado. Apresentou-se o primeiro e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez minas’. Ele respondeu-lhe: ‘Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades’. Veio o segundo e disse-lhe: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas’. A este respondeu igualmente: ‘Tu também ficarás à frente de cinco cidades’. Depois veio o outro e disse-lhe: ‘Senhor, aqui está a tua mina, que eu guardei num lenço, pois tive medo de ti, que és homem severo: levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste’. Disse-lhe o rei: ‘Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei. Então, porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia recuperado com juros’. Depois disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez’. Eles responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’. O rei respondeu: ‘Eu vos digo: A todo aquele que tem se dará mais, mas àquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a esses meus inimigos, que não me quiseram como rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença’». Dito isto, Jesus seguiu, à frente do povo, para Jerusalém."

Carlos Galhardo - Maringá

É necessário comungar sob as duas espécies?

GUERREIROS. Izacyl Guimarães Ferreira. poesia.

GUERREIROS
Izacyl Guimarães Ferreira

não vês as mesmas coisas
como eu as vejo
não tens as mesmas crenças
as mesmas lendas
as mesmas leis
não és o mesmo que eu

é outra a roupa que me veste
é outra a cor de minha pele

eu falo eu canto eu rezo
em outra língua

em outra língua
eu amo e choro e calo

a outro deus
eu devo a minha vida

por esse deus
te levo a morte

Giovanny Bueno recebe o Dr. Marcelo Caixeta - Psique da Política e do El...

terça-feira, novembro 20, 2018

Quem muito odeia fica sem tempo para o amor.

Homenagem a quem merece: sogro, sogra e mulher.

A celebração do Matrimônio

1621. No rito latino, a celebração do Matrimónio entre dois fiéis católicos tem lugar normalmente no decorrer da santa Missa, em virtude da ligação de todos os sacramentos com o mistério pascal de Cristo (134). Na Eucaristia realiza-se o memorial da Nova Aliança, pela qual Cristo se uniu para sempre à Igreja, sua esposa bem-amada, por quem se entregou (135). Por isso, é conveniente que os esposos selem o seu consentimento à doação recíproca pela oferenda das próprias vidas, unindo-a à oblação de Cristo pela sua Igreja, tornada presente no sacrifício eucarístico, e recebendo a Eucaristia, para que, comungando o mesmo corpo e o mesmo sangue de Cristo, «formem um só corpo» em Cristo (136).

1622. «Enquanto acção sacramental de santificação, a celebração litúrgica do Matrimónio [...] deve ser por si mesma válida, digna e frutuosa» (137). Por isso, é conveniente que os futuros esposos se preparem para a celebração do seu Matrimónio, recebendo o sacramento da Penitência.

1623. Segundo a tradição latina, são os esposos quem, como ministros da graça de Cristo, mutuamente se conferem o sacramento do Matrimónio, ao exprimirem, perante a Igreja, o seu consentimento. Nas tradições das Igrejas orientais, os sacerdotes que oficiam – Bispos ou presbíteros – são testemunhas do mútuo consentimento manifestado pelos esposos (138), mas a sua bênção também é necessária para a validade do sacramento (139).

1624. As diversas liturgias são ricas em orações de bênção e de epiclese, pedindo a Deus a sua graça e invocando a sua bênção sobre o novo casal, especialmente sobre a esposa. Na epiclese deste sacramento, os esposos recebem o Espírito Santo como comunhão do amor de Cristo e da Igreja (140). É Ele o selo da aliança de ambos, a nascente sempre oferecida do seu amor, a força pela qual se renovará a sua fidelidade.


Catecismo

Le petit pianiste : Apprendre le Français avec sous-titres - Histoire po...

BARTIMEU. Charles Fonseca. Poesia.

BARTIMEU
Charles Fonseca

Era uma vez um cego
Bartimeu era o seu nome
clamava, Filho de Deus, sou homem
não tenho a luz, teu servo

pede a ti uma bênção
peço por misericórdia
dá-me a luz, a glória,
de ver pois todos irmãos.

A sua fé o salvou
este foi o meu sermão
em praça pública e então
nunca mais fiz outro voou

a minha verve em missão
por décadas sonolenta
meu pai em palavra benta
disse filho, que bênção,

me faça agora um poema
ele poeta velhinho
dois eu fiz em desalinho
perdi minha cantilena

após ler me disse, ei,
nunca pare de escrever,
creio já estar no haver
em verso, em prosa como hei?

Evangelho segundo S. Lucas 19,1-10.

Naquele tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade. Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O, porque era de pequena estatura. Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que havia de passar por ali. Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa». Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria. Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador». Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais». Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido»."

"De todas as perguntas, só quero reter a centelha."

HINOS DA NOSSA HISTÓRIA

Certos trabalhos exigem desembaraço. Danilo Monteiro. Poesia.

Certos trabalhos exigem desembaraço
Danilo Monteiro

Por exemplo: quando uma maritaca caminha por
um galho para comer flores amarelas
ela não pode paralisar-se com o encantamento
[disso
pensar numa lista de agradecimentos
ou negar-se à singeleza

Ou então: uma árvore tem muitos segredos porque
[ vive
do céu e do subterrâneo
é palco de circunstâncias exageradamente felizes
principalmente de si mesma
ela não se atrapalha com isso
mas eu sim
um pouco

segunda-feira, novembro 19, 2018

Eu ainda sou criança. Fotografia.

Na Bahia tem.

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas a sorrir, pessoas sentadas, pessoas a comer, mesa e comida

As duas flores unidas. Charles Fonseca. Fotografia.


O BELO. Charles Fonseca. Poesia.

O BELO
Charles Fonseca

Uma tarde cinzenta
uma mulher preta pálida
uma flor orelha cálida
amarela pós oitenta

setenta e três eu idoso
ví nela só juventude
que bela a atitude
a olhar me foi gozoso

licença minha senhora
parabéns pelo seu gesto
fotografo a si de perto
frente e perfil agora?

pós a foto ela saiu
feliz eu saltitante
que lindo aquele instante
o belo pra mim sorriu.


Mas eu sei em quem tenho crido

TIJOLAÇO. Charles Fonseca. Poesia.

TIJOLAÇO
Charles Fonseca

À mão um tijolão
no cinto sentia vontade
de expor por vaidade
o celular de então

que besteira, que bobagem,
fazer papel idiota
hoje nem liga pelota
pra nele mostrar vantagem

o tempo é professor
pra uns logo bem cedo
outros depois, cedo,
seda botão de flor

pra quem já foi casca grossa
aparente ser suave
hoje chegada a idade
ri de si, de si faz troça.

Livro recomendado

Tratado do Amor de Deus

Leitura do dia Evangelho segundo S. Lucas 18,35-43.

Naquele tempo, quando Jesus Se aproximava de Jericó, estava um cego a pedir esmola, sentado à beira do caminho. Quando ele ouviu passar a multidão, perguntou o que era aquilo. Disseram-lhe que era Jesus Nazareno que passava. Então ele começou a gritar: «Jesus, filho de David, tem piedade de mim». Os que vinham à frente repreendiam-no, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais: «Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e mandou que Lho trouxessem. Quando ele se aproximou, perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?». Ele respondeu-Lhe: «Senhor, que eu veja». Disse-lhe Jesus: «Vê. A tua fé te salvou». No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus, glorificando a Deus. Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus.

"É leve a criatura vaporosa Como a frouxa fumaça de um charuto."

Maria Escandalosa - Dalva de Oliveira (Carnaval de 1955)

BUROCRACIA. Francisco Carvalho. Poesia.

BUROCRACIA
Francisco Carvalho

Eles te advertem que a aurora foi abolida
por tempo indeterminado.
Eles te comunicam que o trigo e o vento
vão ser exportados para o arco-íris.
Eles te aconselham a esquecer
o corpo ensangüentado dos acontecimentos.
Eles te ensinam que o orvalho não cai
sobre aqueles que semeiam dúvidas.
Eles te mandam esvaziar as palavras
de toda a possível reminiscência.
Eles te fiscalizam do alto dos edifícios
escanchados nalgum dragão lunar.
Eles te dão um ataúde azul
e te ordenam que é tempo de morrer.

domingo, novembro 18, 2018

"Porque, no fim de contas, o que só em comparação com um mal parece bom, não pode ser um verdadeiro bem: mas o que ainda é melhor do que bens incontestados, esse é que é o bem por excelência"

A VIRGINDADE POR AMOR DO REINO

1618. Cristo é o centro de toda a vida cristã. A união com Ele prevalece sobre todas as outras, quer se trate de laços familiares, quer sociais (126). Desde o princípio da Igreja, houve homens e mulheres que renunciaram ao grande bem do matrimónio, para seguirem o Cordeiro aonde quer que Ele vá (127), para cuidarem das coisas do Senhor, para procurarem agradar-Lhe para saírem ao encontro do Esposo que vem (128). O próprio Cristo convidou alguns a seguirem-n'O neste modo de vida, de que Ele é o modelo:

«Há eunucos que nasceram assim do seio materno; há os que foram feitos eunucos pelos homens; e há os que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder entender, entenda!» (Mt 19, 12).

1619. A virgindade por amor do Reino dos céus é um desenvolvimento da graça baptismal, um sinal poderoso da preeminência da união com Cristo e da espera fervorosa do seu regresso, um sinal que lembra também que o matrimónio é uma realidade do tempo presente, que é passageiro (130).

1620. Quer, o sacramento do Matrimónio, quer a virgindade por amor do Reino de Deus, vêm do próprio Senhor. É Ele que lhes dá sentido e concede a graça indispensável para serem vividos em conformidade com a sua vontade (131). A estima pela virgindade por amor do Reino (132) e o sentido cristão do matrimónio são inseparáveis e favorecem-se mutuamente:

«Denegrir o Matrimónio é, ao mesmo tempo, diminuir a glória da virgindade: enaltecê-lo é realçar a admiração devida à virgindade [...] Porque, no fim de contas, o que só em comparação com um mal parece bom, não pode ser um verdadeiro bem: mas o que ainda é melhor do que bens incontestados, esse é que é o bem por excelência» (133)


Catecismo

Hino da França (Legendado - português/francês)

Lula na cadeia. José Nêumanne Pinto. Política. Brasil. #LulanaCadeia#

PESQUISA. Paulo Mendes Campos. Poesia.

PESQUISA
Paulo Mendes Campos

Tempo é espaço interior. Espaço é tempo exterior.
Novalis

A gaivota determinada mergulha na água
Verde. Há um tempo para o peixe
E um tempo para o pássaro
E dentro e fora do homem
Um tempo eterno de solidão.
Muitas vezes, fixando o meu olhar no morto,
Vi espaços claros, bosques, igapós,
O sumidouro de um tempo subterrâneo
(Patético, mesmo às almas menos presentes)
Vi, como se vê de um avião,
Cidades conjugadas pelo sopro do homem,
A estrada amarela, o rio barrento e torturado,
Tudo tempos de homem, vibrações de tempo,
[ vertigens.

Senti o hálito do tempo doando melancolia
Aos que envelhecem no escuro das boîtes,
Vi máscaras tendidas para o copo e para
[ o tempo.
Com uma tensão de nervos feridos
E corações espedaçados.
Se acordamos, e ainda não é madrugada,
Sentimos o invisível fender do silêncio,
Um tempo que se ergue ríspido na escuridão.
Cascos leves de cavalos cruzam a aurora.
O tempo goteja
Como o sangue.
Os cães discursam nos quintais, e o vento,
Grande cão infeliz,
Investe contra a sombra.

O tempo é audível; também se pode ouvir a
[ eternidade.

''Hallelujah'' chorus, from Händel's Messiah

A expressão do dia. Francês.


"Não é minha esta casa, aí entrarei no entanto. Quebrarei o portão, marcharei entre as flores."

Eu Dei - Carmen Miranda (Carnaval de 1937)

sábado, novembro 17, 2018

ALHURES. Charles Fonseca. Poesia.

ALHURES
Charles Fonseca

Há tanto a ver que é belo
que me pergunto absorto
quanto me resta sei que é pouco
quanto perdí ainda no prelo

ainda tenho a compartir
a usufruir a todo momento
me surge por novo um pensamento
alhures, desejo antes de ir.

MIUDINHO. Charles Fonseca. Poesia.

MIUDINHO
Charles Fonseca

Rolou então uma lágrima
naquela face de infante
a despedida num instante
foi anunciada, página

triste daquele domingo
que terminou numa pizza
Zucca barra, que desdita,
um sonho, ai que mundinho,

recolhida na minha alma
ficou lembrança parca
em verso perto da praça
preciso manter a calma

pois que alí foi dito, nino,
haverá separação
de seus pais, não dá mais não,
ouvi, chorei miudinho.

197 Ainda vale a pena ler A Imitação de Cristo

Hino à Bandeira - Legendado.

Descansando no poder de Deus - Hino 330

Evangelho segundo S. Lucas 18,1-8.

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar: «Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’». E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!… E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?»"

"Ouça as mãos tecendo a língua e sua linguagem"

Ceci e Peri - Trio de Ouro (Carnaval de 1937)

CONSTELAÇÃO. Chantal Castelli. Poesia.

CONSTELAÇÃO
Chantal Castelli

Para Carlos Drummond de Andrade

Tento recompor
as paredes de louça,
a porta da rua apodrecendo,
os tijolos aparentes
no muro onde dois registros
— água e luz —
saltavam, dois olhos
de vidro opaco.

Contemplo-os agora
na janela da memória
— ou serão também espelho,
reflexo de mim mesmo?

A tarde parecia eterna
nos pés do menino junto à horta,
na caixa d'água que era berço e túmulo,
na coleção de cacos e suas flores mínimas,
resumo de conversas na cozinha,
tinidos, subentendidos...

Tento recompor
a memória prévia,
o tempo duplo,
a casa em chiaroscuro,
no papel que
(mesmo querendo)
não posso rasgar.

"Daquele que amo quero o nome, a fome e a memória."

sexta-feira, novembro 16, 2018

Evangelho segundo S. Lucas 17,26-37.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como sucedeu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem: Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio, que os fez perecer a todos. Do mesmo modo sucedeu nos dias de Lot: Comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. Mas no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus mandou do céu uma chuva de fogo e enxofre, que os fez perecer a todos. Assim será no dia em que Se manifestar o Filho do homem. Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver coisas em casa não desça para as tirar; e quem estiver no campo não volte atrás. Lembrai-vos da mulher de Lot. Quem procurar salvar a vida há de perdê-la e quem a perder há de salvá-la. Eu vos digo que, nessa noite, estarão dois num leito: um será tomado e o outro deixado; estarão duas mulheres a moer juntamente: uma será tomada e a outra deixada. Dois homens estarão no campo: um será tomado e outro será deixado». Então os discípulos perguntaram a Jesus: «Senhor, onde será isto?». Ele respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, aí se juntarão os abutres». "

Hino 188 "O Evangelho"

VIDAS. Charles Fonseca. Charles Fonseca

VIDAS
Charles Fonseca

Já salvei um grande amor
u'a outra me deu vida
u’a quase perdi dorida
u’a outra que se foi

Quantas já de mim vieram
tantas beira da estrada
três se foram já, coitadas,
uma volta, dois esperam,

Quantas mais ‘inda porvir
quantas vou deixar saudades
minhas, nelas, piedade,
mais amor, eu vou partir.

"Você é Testemunha — A pá é irmã do canhão. "

Poema de cem faces. Cem Poetas.

Poema de cem faces

Cem Poetas*





Aquele rio
era como um cão sem plumas.

Ó máquina, orai por nós.

Lá, tudo é paz e rigor,
Luxo, beleza e langor.

Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas.

Nós merecemos a morte,
porque somos humanos.

Todos, todos estão dormindo na colina.

Por que não dizer baixinho, como quem reza:
— Ó doce e incorruptível Aurora...

Estou sozinho na praia...
Ó mundo, vamos dançar!

O meu amante morreu bêbado,
E meu marido morreu tísico!


lamente
uma
vez

Minha alma se tornou profunda como os rios.

Pensem nas feridas
Como rosas cálidas

Meus olhos marinheiros
Pressentiram o desastre.

De onde vem essa
chuva trazida
na ventania?

Agora vire a página e olhe o anjo que ele
[ possuiu,
veja esta mantilha sobre este ombro puro

Ontem caminhei
Nos campos de chuva; hoje
chove dentro de mim.

Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.

E eis que, dançando, saímos
além da sala e do tempo.

Eu boi.
Boi de mim mesmo.
Boi sonso.
Boi de canga.

Como te chamas, pequena chuva inconstante e
[ breve?
Como te chamas, dize, chuva simples e leve?
Tereza? Maria?

se ao menos esta dor se visse
se ela saltasse fora da garganta como um grito

Pouco me importa.
Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me
[ importa.

Ele era o dono da tabacaria.
Um ponto de referência de quem sou.

Somos contos contando contos, nada.

A palavra passa
o gesto fica

Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono

a lua sobre o mar
era um sabre
aparando a água

A perfeição reside nos tumultos, nos
escombros, nas sinopses
de um homem

Dobram sinos
batem sinos
choram alguém?

A mãe faz tricô
O filho vai à guerra
Tudo muito natural acha a mãe

Palavra carece de pátria
lugar de raiz e eleição.

Mulher jovem corpulenta sem chapéu
de avental

um casal na noite
expande o vulto duro
de uma árvore

Mas para que serve o pássaro?
Nós o contemplamos inerte.

não há um
sentido único
num
poema

Cala, poesia,
A dor dos homens não se pode exprimir em
[ nenhuma língua.

Meus pensamentos são meus camelos
Meus pensamentos são meus cavalos

Certa madrugada fria
irei de cabelos soltos
ver como crescem os lírios.

O ferro do despeito
vaza a sintaxe,
fere e desnorteia

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança

Você não sabia? Deu no jornal:

amanheço todo dia nua e estreita
como uma rua de comércio

Aprende-se muito
com a ausência.

Por mais que eu me seqüestre, aquele rio me
[ retoma.

viver
é cobrir os outros
de cicatrizes
e ser coberto

Também não gosto.
Lendo-a, no entanto, com total desprezo, a
[ gente acaba descobrindo
nela, afinal de contas, um lugar para o
[ genuíno.

As testemunhas cegas da existência,
sempre a te olhar sem que você se importe,

O mundo começava nos seios de Jandira.

Para quem me queira ouvir:
Sou um homem aos frangalhos.

Descobre-se um amor
na iminência de perdê-lo.

E logo ela é só flama, inteiramente.

As garças não eram feitas: surgiam. Leves,
feitas de vôo

os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.

Palavras, deixai-me
celebrar o vão movimento dos ponteiros do
relógio, os episódios vãos, a nossa morte.

As barcas afundadas. Cintilantes
Sob o rio. E é assim o poema. Cintilante
E obscura barca ardendo sob as águas.

E o homem disse: "As coisas tais como são

Se modificam sobre o violão".

este tiroteio de silêncios
esta salva de arrepios

pitangas no travesseiro,
cama com cheiro de fruta.

a poesia está morta

mas juro que não fui eu

O mais era morte e apenas morte

às cinco horas da tarde.

(O amor me busca

como um predador.)

O poema é antes de tudo um inutensílio.

O amolador de tesouras
atravessa a rua
atrás do assobio
do realejo.

Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.

O que esperamos na ágora reunidos?

É que os bárbaros chegam hoje.

Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

quis
mudar tudo
mudei tudo

Tive uma jóia nos meus dedos —
E adormeci —

Escrevem brancas palavras de um sal agudo
e triste. Dói olhar o mar de uma cadeira.

Virei no vento
Da primavera.
Em tua boca
Serei carícia,

Um pouco mais de sol — eu era brasa.
Um pouco mais de azul — eu era além.

Tygre! Tygre! Brilho, brasa
que a furna noturna abrasa,

A ceifeira espera
e sabe da hora
A ciência não

As folhas enchem de ff as vogais do vento.

Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

um
dois
três
o juro:o prazo

Na palma do vento
pouso a fronte. Nele confio.

Então, atiro sobre as palavras outras palavras,

Água noturna, noite líquida, afogando de apreensões
As altas torres do meu coração exausto.

Ora, a alegria, este pavão vermelho,
está morando em meu quintal agora.

Lembro-me bem. A ponte era comprida,
E a minha sombra enorme enchia a ponte,

Tudo o que vejo engulo no mesmo momento
Do jeito que é, sem manchas de amor ou desprezo.

Dói o vôo cortante desta tarde.

Tenho a rua, findando em outra rua de músculo e trégua, tenho o braço-de-ferro.

E eu sonho o Cólera, imagino a Febre,
Nesta acumulação de corpos enfezados;

Talvez um lírio. Máquina de alvura
Sonora ao sopro neutro dos olvidos.

ir
pelo puro prazer
da paisagem

Há um tigre em casa
que dilacera por dentro aquele que o olha.

O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu

Áspera guitarra rasga o ar da praça.
Há um pássaro parado na garganta de Carmen.

Ó solidão, minha mãe,
medusa erguida sem pai.

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.

o real me escapa,
paródia de labirinto.

De todas as perguntas,
só quero reter a centelha.

É leve a criatura vaporosa
Como a frouxa fumaça de um charuto.

Não é minha esta casa, aí entrarei no entanto.
Quebrarei o portão, marcharei entre as flores.

Ouça
as mãos
tecendo a língua
e sua linguagem

Daquele que amo
quero o nome, a fome
e a memória.

Você é
Testemunha —
A pá é irmã do canhão.

No Canadá Centrum multivitaminico 500 comp. custa menos de 10 dólares canadenses. No Brasil com 150 custa mais de 140 reais.

500 FRENCH PHRASES AND WORDS. Francês.

quinta-feira, novembro 15, 2018

Lindo


4 heures parler français couramment & plus de 400 French dialogues. Francês.

A sogra do coração. Charles Fonseca. Fotografia.


VENHAM. Charles Fonseca. Poesia.

VENHAM
Charles Fonseca

Agora ao cair da tarde
passada a correria
percalços do dia a dia
pedaços do ser pela estrada

Nesta vida tão concreta
cheia de tantos buracos
na alma estrada os traços
deixo pros meus que na certa

Têm lá seus trincados
saudades deles me cobrem
nostalgia, não me cobrem
dívidas, saldos trocados

Ficam para o vir a ser
para o foi tão bom, que pena
ir adiante, cantilena,
os aguardo, venham ver.

O MATRIMÔNIO NO SENHOR

1612. A aliança nupcial entre Deus e o seu povo Israel tinha preparado a Aliança nova e eterna, pela qual o Filho de Deus, encarnando e dando a sua vida, uniu a Si, de certo modo, toda a humanidade por Ele salva (116), preparando assim as «núpcias do Cordeiro» (117).

1613. No umbral da sua vida pública, Jesus realiza o seu primeiro sinal –a pedido da sua Mãe – por ocasião duma festa de casamento (118). A Igreja atribui uma grande importância à presença de Jesus nas bodas de Caná. Ela vê nesse facto a confirmação da bondade do matrimónio e o anúncio de que, doravante, o matrimónio seria um sinal eficaz da presença de Cristo.

1614. Na sua pregação, Jesus ensinou sem equívocos o sentido original da união do homem e da mulher, tal como o Criador a quis no princípio: a permissão de repudiar a sua mulher, dada por Moisés, era uma concessão à dureza do coração (119): a união matrimonial do homem e da mulher é indissolúvel: foi o próprio Deus que a estabeleceu: «Não separe, pois, o homem o que Deus uniu» (Mt 19, 6).

1615. Esta insistência inequívoca na indissolubilidade do vínculo matrimonial pôde criar perplexidade e aparecer como uma exigência impraticável (120). No entanto, Jesus não impôs aos esposos um fardo impossível de levar e pesado demais (121), mais pesado que a Lei de Moisés. Tendo vindo restabelecer a ordem original da criação, perturbada pelo pecado, Ele próprio dá a força e a graça de viver o matrimónio na dimensão nova do Reino de Deus. É seguindo a Cristo, na renúncia a si próprios e tornando a sua cruz (122), que os esposos poderão «compreender» (123) o sentido original do matrimónio e vivê-lo com a ajuda de Cristo. Esta graça do Matrimónio cristão é fruto da cruz de Cristo, fonte de toda a vida cristã.

1616. É o que o Apóstolo Paulo nos dá a entender, quando diz: «Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, a fim de a santificar» (Ef 5, 25-26): e acrescenta imediatamente: «"Por isso o homem deixará o pai e a mãe para se unir à sua mulher e serão os dois uma só carne". É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja» (Ef 5, 31-32).

1617. Toda a vida cristã tem a marca do amor esponsal entre Cristo e a Igreja. Já o Baptismo, entrada no povo de Deus, é um mistério nupcial: é, por assim dizer, o banho de núpcias (124) que precede o banquete das bodas, a Eucaristia. O Matrimónio cristão, por sua vez, torna-se sinal eficaz, sacramento da aliança de Cristo com a Igreja. E uma vez que significa e comunica a graça desta aliança, o Matrimónio entre baptizados é um verdadeiro sacramento da Nova Aliança (125).


Catecismo

A expressão do dia. Francês.


A GRADE. Carl Sandburg. Poesia.

A GRADE
Carl Sandburg

Tradução: Carlos Machado

Agora, a mansão à beira do lago já está
concluída, e os trabalhadores estão
começando a grade.
São barras de ferro com pontas de aço, capazes
de tirar a vida de qualquer um que se
arrisque sobre elas.
Como grade, é uma obra-prima e impedirá a
entrada de todos os famintos e vagabundos
e de todas as crianças vadias à procura de
um lugar para brincar.
Entre as barras e sobre as pontas de aço nada
passará, exceto a Morte, a Chuva e o Dia de
Amanhã.

Vem, alma cansada! Hino

TESÃO. Charles Fonseca. Poesia.

TESÃO ( II )
Charles Fonseca

Me perfuma os teus cheiros
me inebriam longe banhos
distantes finco os lanhos
tu me abraças em meneios

Serpenteias sobre verga
se enroscam em desalinho
pêlos pelos caminhos
do teu Éden que a mim chega

Muita a imaginação
nado em lago prazeres
tu em mim em ti lazeres
eu em ti é só tesão.

quarta-feira, novembro 14, 2018

APAGÃO ( II ). Charles Fonseca. Poesia.

APAGÃO
Charles Fonseca

Como fazer um poema
se não há inspiração
se todo esforço é em vão
tudo vira cantilena

Ora pois recolho a pena
nada de teclar à toa
tudo há de ficar na boa
na toada, quem aguenta

Dar ouvido a este bardo
a olhar os seus escritos
miserere digo contrito
é noite, apago o facho.

Poeta e jardineiro. Charles Fonseca. Fotografia.


Elizabeth Taylor. Fotografia.

A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé

Evangelho segundo S. Lucas 17,11-19.

Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?». E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou»."

Hino 521: A Cidade Santa.

Français précoce. Francês inicial.

Clique:
https://www.bonjourdefrance.com/exercices/contenu/apprendre-les-saisons-francais-precoce.html

Apprendre les saisons en s'amusant (francais). Francês.

AULA DE DESENHO. Maria Esther Maciel. Poesia.

AULA DE DESENHO
Maria Esther Maciel

Estou lá onde me invento e me faço:
De giz é meu traço. De aço, o papel.
Esboço uma face a régua e compasso:
É falsa. Desfaço o que fiz.
Retraço o retrato. Evoco o abstrato
Faço da sombra minha raiz.
Farta de mim, afasto-me
e constato: na arte ou na vida,
em carne, osso, lápis ou giz
onde estou não é sempre
e o que sou é por um triz.

Les jours de la semaine. Francês.

SILÊNCIO. Charles Fonseca. Poesia.

SILÊNCIO
Charles Fonseca

Quando ele foi embora
ficou nela a saudade
daquele menino bondade
que viu nascer outrora

Agora já feito homem
parte, ruflam as asas
adejar em outras plagas
pousar quem sabe onde

Quem sabe em outro ninho
noutro tipo de afeto
diferente que é certo
ninho materno carinho

Assim fica a mãe dorida
o coração em pedaços
reza a Deus que não percalços
atrapalhem sua vida

Que a do seu filho amado
extensão seu próprio ser
quem sabe num novo bebê,
seu neto? um choro calado.

terça-feira, novembro 13, 2018

Bilhetinho apaixonado


Apprendre les transports en s'amusant (français). Francês.

Grammaire Française. Francês.

Clique:
https://www.bonjourdefrance.com/exercices/emploi-des-articles-et-des-propositions-devant-des-lieux-geographiques.html

Eloqua Explique - Les Prépositions Avant Les Lieux Propres. Francês.

MEL. Charles Fonseca. Poesia.

MEL
Charles Fonseca

Só depois de novo céu
só depois de nova terra
este blog aqui se encerra
minha imagem permanece
a memória não fenece
pós tudo só leite e mel.

O MATRIMÔNIO SOB A PEDAGOGIA DA LEI

1609. Na sua misericórdia, Deus não abandonou o homem pecador. As penas que se seguiram ao pecado, «as dores do parto» (112), o trabalho «com o suor do rosto» (Gn 3, 19), constituem também remédios que reduzem os malefícios do pecado. Depois da queda, o matrimónio ajuda a superar o auto-isolamento, o egoísmo, a busca do próprio prazer, e a abrir-se ao outro, à mútua ajuda, ao dom de si.

1610. A consciência moral relativamente à unidade e indissolubilidade do matrimónio desenvolveu-se sob a pedagogia da antiga Lei. A poligamia dos patriarcas e dos reis ainda não é explicitamente rejeitada. No entanto, a Lei dada a Moisés visa proteger a mulher contra um domínio arbitrário por parte do homem, ainda que a mesma Lei comporte também, segundo a palavra do Senhor, vestígios da «dureza do coração» do homem, em razão da qual Moisés permitiu o repúdio da mulher (113).

1611. Ao verem a Aliança de Deus com Israel sob a imagem dum amor conjugal, exclusivo e fiel (114), os profetas prepararam a consciência do povo eleito para uma inteligência aprofundada da unicidade e indissolubilidade do matrimónio (115). Os livros de Rute e de Tobias dão testemunhos comoventes do elevado sentido do matrimónio, da fidelidade e da ternura dos esposos. E a Tradição viu sempre no Cântico dos Cânticos uma expressão única do amor humano, enquanto reflexo do amor de Deus, amor «forte como a morte», que «nem as águas caudalosas conseguem apagar» (Ct 8, 6-7).


Catecismo

A chantagem de Toffoli

O abate. Fotografia.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, ar livre e texto

POR ENQUANTO. Charles Fonseca. Poesia.

POR ENQUANTO
Charles Fonseca

Pra quem esteve nas garras
foi presa joão ninguém
por amar quem foi alguém
hoje liberto de amarras

Ainda restam sementes
trazidas lá do passado
ervas daninhas, coitado,
teimam ainda serpentes

Aves de rapinagem
eu pomba arribaçã
ruflo asas pro amanhã
descortino só paisagem

Passagem desta que é boa
pra outra ainda melhor
antes de dar o corpo ao pó
que saudade, fico à toa

A pensar nos que eu amo
na mulher de todo o dia
eu e ela na alforria
ela e eu nós por enquanto.

A sogra e nossa amiga. Charles Fonseca. Fotografia.

TORRE DE BABEL. Décio Pignatari. Poesia.

torre de babel
Décio Pignatari


TORRE DE BABEL
TORRE DE BELÉM
TURRIS EBURNEA
TOUR EIFFEL
TOUR DE FORCE
TOWER OF LONDON
TOUR DE NESLE
TORRE DI PISA
TORRE A ESMO

ENEREATLRIE
TBOIOCRDEFO
EARREEDBTSF
RRUSIOSOEEO
OTEBEDTTALO
ULORBTEOAOF
ROOSLNRRETE
MNPDERFRRLM
ETDEUWEREIN
URUD

LIVE 08 - Aula de francês pra iniciantes - cours de français pour débutants

"Evangelho segundo S. Lucas 17,7-10.

Naquele tempo, disse o Senhor: «Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado, lhe dirá quando ele volta do campo: ‘Vem depressa sentar-te à mesa’? Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, até que eu tenha comido e bebido. Depois comerás e beberás tu’. Terá de agradecer ao servo por lhe ter feito o que mandou? Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer’»."

segunda-feira, novembro 12, 2018

Amigas.


HISTÓRIA. Alexei Bueno. Poesia.

HISTÓRIA
Alexei Bueno

Não é minha esta casa, aí entrarei no entanto.
Quebrarei o portão, marcharei entre as flores,
Encherei meu pulmão com os estranhos odores
Do jardim adubado a sêmen, sangue e pranto.

Porei a porta abaixo, enfrentarei o espanto
Dos vultos me fitando; e apesar dos bolores
Envergarei sem medo os trajes de idas cores,
Nas suas mãos beberei, entoarei seu canto!

Com os corpos rolarei de milhões de mulheres
Sem corpo. Ei-los que já me saúdam e me
[ aclamam,
Meus perdidos avós, desamparados seres.

Estendem-me suas mãos como a um filho que os
[ salva.
Deles vim, mas é a mim que eles agora clamam
A vida, como a um pai, um sol sonhando na alva.

Hino 322 "Cristo Valerá"

Hino 193

MISTÉRIO. Charles Fonseca. Poesia.

MISTÉRIO
Charles Fonseca

Guardo comigo as fotos
marcos de grande emoção
matéria prima a monção
da alma delas devoto

São os ventos agonia
saudade dor que carrego
contínua sem alforria
de um amor não deserto

De amar inda que ao longe
sorrir num sonho etéreo
o amor é um mistério
por que, quando, como, onde?

TILLY. Charles Fonseca. Poesia.

TILLY
Charles Fonseca

É tanta a paz que usufruo
que penso não ser real
será um sonho banal
ou só imagem futuro?

Ouço ser realidade
por quem me é companheira
hoje como da vez primeira
mulher, teu nome é bondade.

sábado, novembro 10, 2018

NINANDO A NINA. Charles Fonseca. Poesia.

NINANDO A NINA
Charles Fonseca

A Silvana

Agora já quase extinto
aquele amor crepitante
fumega e a todo instante
me rói a saudade instinto

De bem querer eu de novo
a ti, alma fugidia
pois que tu me judia
eu quero ver teu renovo

Como o foi nas primícias
na fase do querer bem
tu ao meu colo neném
e eu a ninar só carícias.

Cantor Cristão, Hino 60 "Coroai"

O MATRIMÔNIO SOB O REGIME DO PECADO

1606. Todo o homem faz a experiência do mal, à sua volta e em si mesmo. Esta experiência faz-se também sentir nas relações entre o homem e a mulher. Desde sempre, a união de ambos foi ameaçada pela discórdia, o espírito de domínio, a infidelidade, o ciúme e conflitos capazes de ir até ao ódio e à ruptura. Esta desordem pode manifestar-se de um modo mais ou menos agudo e ser mais ou menos ultrapassada, conforme as culturas, as épocas, os indivíduos. Mas parece, sem dúvida, ter um carácter universal.

1607. Segundo a fé, esta desordem, que dolorosamente comprovamos, não procede da natureza do homem e da mulher, nem da natureza das suas relações, mas do pecado. Ruptura com Deus, o primeiro pecado teve como primeira consequência a ruptura da comunhão original do homem e da mulher. As suas relações são distorcidas por acusações recíprocas (106); a atracção mútua, dom próprio do Criador (107), converte-se em relação de domínio e de cupidez (108): a esplêndida vocação do homem e da mulher para serem fecundos, multiplicarem-se e submeterem a terra (109) fica sujeita às dores do parto e do ganha-pão (110).

1608. No entanto, a ordem da criação subsiste, apesar de gravemente perturbada. Para curar as feridas do pecado, o homem e a mulher precisam da ajuda da graça que Deus, na sua misericórdia infinita, nunca lhes recusou (111). Sem esta ajuda, o homem e a mulher não podem chegar a realizar a união das suas vidas para a qual Deus os criou «no princípio».


Catecismo

A expressão do dia. Francês.


MEU ANJO. Álvares de Azevedo. Poesia.

MEU ANJO
Álvares de Azevedo

Meu anjo tem o encanto, a maravilha
Da espontânea canção dos passarinhos;
Tem os seios tão alvos, tão macios
Como o pêlo sedoso dos arminhos.

Triste de noite na janela a vejo
E de seus lábios o gemido escuto
É leve a criatura vaporosa
Como a frouxa fumaça de um charuto.

Parece até que sobre a fronte angélica
Um anjo lhe depôs coroa e nimbo...
Formosa a vejo assim entre meus sonhos
Mais bela no vapor do meu cachimbo.

Como o vinho espanhol, um beijo dela
Entorna ao sangue a luz do paraíso.
Dá morte num desdém, num beijo vida,
E celestes desmaios num sorriso!

Mas quis a minha sina que seu peito
Não batesse por mim nem um minuto,
E que ela fosse leviana e bela
Como a leve fumaça de um charuto!

Ilha do japonês. Charles Fonseca. Fotografia.


sexta-feira, novembro 09, 2018

COROLA. Charles Fonseca. Poesia.

COROLA
Charles Fonseca

Em respeito a tanta dor
me afasto e de longe
me pergunto quando onde
com quem por que, por favor

Se afaste de mim também
até a maturidade
lá verás já com saudade
do passado do aquém

Do alguém que já se foi
por amor emudeceu
foi embora em androceu
chorou por ti gineceu

Agora não mais semente
somente vida futura
à tua espera ventura
de a ti beijar novamente.

CÍRIOS. Charles Fonseca. Poesia.

CÍRIOS
Charles Fonseca

De tanto sofrer pressão
resistir ao vil conchavo
não ser mais que escravo
de aspirar a amplidão

Golpeado foi o pobre
vários foram os exílios
mareou os olhos cílios
círios em flor no exórdio.

"A Única Esperança". Hino.

quinta-feira, novembro 08, 2018

O SACRAMENTO DO MATRIMÓNIO

1601. «O pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenado por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole, entre os baptizados foi elevado por Cristo Senhor à dignidade de sacramento» (93) .

I. O matrimónio no desígnio de Deus

1602. A Sagrada Escritura começa pela criação do homem e da mulher, à imagem e semelhança de Deus (94), e termina com a visão das «núpcias do Cordeiro» (Ap 19, 9) (95). Do princípio ao fim, a Escritura fala do matrimónio e do seu «mistério», da sua instituição e do sentido que Deus lhe deu, da sua origem e da sua finalidade, das suas diversas realizações ao longo da história da salvação, das suas dificuldades nascidas do pecado e da sua renovação «no Senhor» (1 Cor 7, 39), na Nova Aliança de Cristo e da Igreja (96).

O MATRIMÓNIO NA ORDEM DA CRIAÇÃO

1603. «A íntima comunidade da vida e do amor conjugal foi fundada pelo Criador e dotada de leis próprias [...]. O próprio Deus é o autor do matrimónio» (97). A vocação para o matrimónio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, tais como saíram das mãos do Criador. O matrimónio não é uma instituição puramente humana, apesar das numerosas variações a que esteve sujeito no decorrer dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais. Tais diversidades não devem fazer esquecer os traços comuns e permanentes. Muito embora a dignidade desta instituição nem sempre e nem por toda a parte transpareça com a mesma clareza (98), existe, no entanto, em todas as culturas, um certo sentido da grandeza da união matrimonial. Porque «a saúde da pessoa e da sociedade está estreitamente ligada a uma situação feliz da comunidade conjugal e familiar» (99).

1604. Deus, que criou o homem por amor, também o chamou ao amor, vocação fundamental e inata de todo o ser humano. Porque o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (100) que é amor (1 Jo 4, 8.16). Tendo-os Deus criado homem e mulher, o amor mútuo dos dois torna-se imagem do amor absoluto e indefectível com que Deus ama o homem. É bom, muito bom, aos olhos do Criador (101). E este amor, que Deus abençoa, está destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum do cuidado da criação: «Deus abençoou-os e disse-lhes: "Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a"» (Gn 1, 28).

1605. Que o homem e a mulher tenham sido criados um para o outro, afirma-o a Sagrada Escritura: «Não é bom que o homem esteja só» (Gn 2, 18). A mulher, «carne da sua carne» (102), isto é, sua igual, a criatura mais parecida com ele, é-lhe dada por Deus como uma ,auxiliar» (103), representando assim aquele «Deus que é o nosso auxílio» (104). «Por esse motivo, o homem deixará o pai e a mãe, para se unir à sua mulher: e os dois serão uma só carne» (Gn 2, 24). Que isto significa uma unidade indefectível das duas vidas, o próprio Senhor o mostra, ao lembrar qual foi, «no princípio», o desígnio do Criador (105): «Portanto, já não são dois, mas uma só carne» (Mt 19, 6).


Catecismo

ROTUNDO. Charles Fonseca. Poesia.

ROTUNDO
Charles Fonseca

É como um circo o mundo
redondo e itinerante
logo chega e vai adiante
platéia palhaço rotundo

É nosso mundo interno
repleto de fantasias
superego agonias
prazeres desejo eterno

E assim somos nós
sujeitos a sonhos, dramas,
quer cavalheiros ou damas
sem eles adeus aos sós.

LIVE 07 - Aula de francês pra iniciantes - cours de français pour débutants

Evangelho segundo S. Lucas 15,1-10.

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem.

Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles».

Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:
«Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar?
Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros
e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’.

Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.

Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda, até a encontrar?
Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’.

Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa».

quarta-feira, novembro 07, 2018

QUATRO. Charles Fonseca. Poesia.

QUATRO
Charles Fonseca

Pra tanto amor que foi dado
tão pouco foi retribuido
que o filho hoje contrito
saudoso e desconsolado

A minorar tem tão pouco
que alerta os que inda tem
uma mãe não lhes convêm
cego ou surdo ou mudo mouco.

Eloqua Explique - Le verbe faire. Francês.

AMIZADE. Charles Fonseca. Poesia.

AMIZADE
Charles Fonseca

À venda nas ilusões 
supermercado da esquina
um coração que estima
um amor contém senões

Todo empacotado
contido lacinho de fita
carente a alma agita
mais um que é pobre coitado

A viver em ziguezague
olhar perdido no corpo
à venda e quer o trôco,
melhor o amor de amizade.

terça-feira, novembro 06, 2018

A VOLTA. Charles Fonseca. Poesia.

A VOLTA
Charles Fonseca

Alívio sentir saudade
do perto-longe impossível
voltar triste pra o exílio
só restar ter piedade

De mim de ti de outra pessoa
que a ti tornou por pétreo
o que foi pra mim tão róseo
teu coração, tua alma boa.

PIRILAMPOS. Charles Fonseca. Poesia.

PIRILAMPOS
Charles Fonseca

Cai a tarde desce a noite
avança a madrugada
dorme ao lado a amada
eu insone o sono foi-se

Vem a aurora beira a alva
apagam os pirilampos
que luziam, quantos prantos
no escuro, chora a alma

Do poeta sem consolo
por amados, descaminhos,
que ficam sem meu carinho
sem teto sem luz, eu  choro.

segunda-feira, novembro 05, 2018

Praias do Flamengo. Salvador.


FANAL. Charles Fonseca. Poesia.

FANAL
Charles Fonseca

Dá pena estar por refém
de vingança extemporânea
fico à beira litorânea
olho o mar vejo ninguém

Olho em terra e há algoz
a mirar eu já liberto
das garras destino certo
cego surdo mudo a sós

Estou além da fronteira
do mar do céu ou da terra
o afeto em mim se encerra
nova paz por derradeira

Num plano espiritual
no mais além o aquém só
rasteja, serpente ao pó,
em mim há norte fanal.

O POETA E A ROSA. Charles Fonseca. Poesia.

O POETA E A ROSA
Charles Fonseca

Para mim foi longe demais
não volto à mesma fonte
de água parada eu geronte
quero estar com a amada em paz

Com ela todos os dias
nunca de vez em quando
pra sempre sem mais um pranto
não preciso de alforria

De ser objeto desejo
de novo eu ser escravo
ela é uma rosa, não ao cravo,
na alma só ela almejo.

domingo, novembro 04, 2018

VÁRIO. Charles Fonseca. Poesia.

VÁRIO
Charles Fonseca

Declina uma amizade
na base do troca troca
esmaece de verdade
o que foi tão bom outrora

Após o arrependimento
o que segue é mui incerto
quem dá mais qual o momento
cedo tarde ou logo presto?

O porvir é variado
pode ser em linha reta
em ziguezague ao poeta
lacrimoso ao vate vário.

SENESCENTE. Charles Fonseca. Poesia.

SENESCENTE
Charles Fonseca

Que pena, senhora dama,
já passou por mim o tempo
de querer-te eu ao relento
me pus foi-se a esperança,

Caiu qual estrela cadente
do orbe morreu à beira
foi tanta da vez primeira
findou em mim senescente.