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sábado, junho 30, 2018

Uma devoção útil aos principiantes (Consagração Total a Nossa Senhora.03)

73. Lugar bom pra namorar


Art. 4 — Se estar em toda parte é próprio de Deus.

Art. 4 — Se estar em toda parte é próprio de Deus.

(Infra, q. 52, a. 2; 112, a. 1; I Sent., dist. XXXVII, q. 2, a. 2; q. 3, a. 2; IV Cont. Gent., cap. XVII; Quodl., XI, a.
1; De Div. Nom., cap. III, lect. I).

O quarto discute-se assim. — Parece que estar em toda parte não é próprio de Deus.
1. — Pois, o universal, segundo o Filósofo, existe em toda parte e sempre; e a matéria prima, existindo
em todos os corpos, está em toda parte. Ora, nem esta é Deus, nem aquele, como do sobredito resulta.
Logo, estar em toda parte não é próprio de Deus.
2. Demais. — O número está nas coisas numeradas. Ora, todo o universo foi constituído com número,
como se vê na Escritura (Sb 2, 21). Logo, há um número que está em todo universo e, portanto, em toda
parte.
3. Demais. — Todo o universo é no seu conjunto uma espécie de corpo perfeito, como diz Aristóteles.
Ora, o universo está em toda parte, porque fora dele não há nenhum lugar. Logo, nem só Deus está em
toda parte.
4. Demais. — Se houvesse um corpo infinito, nenhum lugar existiria, fora dele. Logo, estaria em toda
parte, e, portanto, esse modo de existir não é próprio de Deus.
5. Demais. — A alma, como diz Agostinho, está toda em todo corpo e em cada uma das partes dele. Se,
portanto, no mundo não existisse senão um só animal, a alma do mesmo estaria em toda parte. Logo,
estar em toda parte, não é próprio de Deus.
6. Demais. — Como diz Agostinho, a alma onde vê, aí sente; e onde sente, aí vive; e onde vive, aí
está. Ora, a alma vê quase em toda parte, porque vê, sucessivamente, mesmo todo céu. Logo, ela está
em toda parte.
Mas, em contrário, diz Ambrósio: Quem ousará considerar como criatura o Espírito Santo, que está em
todas as coisas, e em toda parte e sempre, o que, certo, é próprio da divindade? SOLUÇÃO. — Estar em
toda parte, primariamente e por si, é próprio de Deus. Quando digo estar em toda parteprimariamente,
entendo estar desse modo por si, totalmente. Pois, não estaria primariamente em toda parte o ser que
tivesse partes diversas em lugares diversos, porquanto, o que convém a um ser, em razão de uma parte,
não lhe convém primariamente; assim a brancura do dente de um homem convém primariamente, não
ao homem, mas ao dente. Em seguida, quando digo — por si — refiro-me àquilo a que não convém
estar em toda parte por acidente, em virtude de alguma condição restritiva, como seria o caso de um
grão de milho, que existiria em toda parte, dado que, nenhum outro corpo existisse. Logo, convém o
existir em toda parte, por si, ao ser que desse modo existe, qualquer que seja a hipótese. Ora, isto
convém propriamente a Deus; pois, sejam quantos forem os lugares supostos, mesmo que sejam
infinitos mais que os existentes, em todos eles estará necessariamente, porque nada pode existir sem
ser por ele. Por onde, existir em toda parte, primariamente e por si, convém a Deus, e lhe é próprio;
pois, por mais lugares que se suponham, Deus existe necessariamente em cada um deles, não por
partes, mas por si mesmo.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — O universal e a matéria prima existem, certo, em toda
parte, mas não com identidade de ser.
RESPOSTA À SEGUNDA. — O número, sendo acidente, está num lugar, não por si, mas acidentalmente;
nem está todo, mas por partes, em cada uma das coisas numeradas. Donde, pois, não se segue que
esteja em toda parte, primariamente e por si.
RESPOSTA À TERCEIRA. — O corpo total do universo está em toda parte, mas não primariamente,
porque não está todo em qualquer lugar, mas por partes. Demais, nem por si, porque se supusessem
outros lugares neles não estaria.
RESPOSTA À QUARTA. — Se existisse um corpo infinito estaria em toda parte, parcialmente.
RESPOSTA À QUINTA. — Se existisse um só animal, a sua alma estaria em toda parte, primariamente,
por certo, mas por acidente.
RESPOSTA À SEXTA. — A expressão — onde vê — pode-se entender em duplo sentido. Ou o advérbio
onde determina o ato de ver, considerado em relação ao objeto e, então, é verdade que, vendo o céu,
no céu vê e, pela mesma razão, sente no céu; mas, daí não se segue que viva, ou esteja no céu, porque
viver e existir não implicam nenhum ato transitivo para um objeto exterior. Ou, pode-se tomar o
advérbio como determinando o ato de ver, que emana do sujeito que vê, e, então, é verdade que a
alma, onde sente e vê, aí está e vive, conforme este modo de falar; mas daqui não se segue que ela
esteja em toda parte.

Suma Teológica

A ANUNCIAÇÃO. Vinicius de Moraes

A ANUNCIAÇÃO
Vinicius de Moraes

Montevidéu
Virgem! filha minha
De onde vens assim
Tão suja de terra
Cheirando a jasmim
A saia com mancha
De flor carmesim
E os brincos da orelha
Fazendo tlintlin?
Minha mãe querida
Venho do jardim
Onde a olhar o céu
Fui, adormeci.
Quando despertei
Cheirava a jasmim
Que um anjo esfolhava
Por cima de mim...

73. O mar na praia batia


Debate 4

Liste três tópicos que você precisa abordar — releia a lista antes de responder a qualquer pergunta e tente encaixá-los ao longo do debate;

IMBRÓGLIO. Charles Fonseca. Poesia.

IMBRÓGLIO
Charles Fonseca

Por que não paras relógio
Grande é o meu sofrer
Eu sofro por bem querer
O amar e um imbróglio

Quero estar e estou indo
De novo meu bem querer
Oh dores teu beijo ter
Oh flores, eu choramingo.

RETRATO PROLETÁRIO. William Carlos Williams. Poesia.

RETRATO PROLETÁRIO
William Carlos Williams

Mulher jovem corpulenta sem chapéu
de avental

Cabelo puxado para trás parada
na rua

A ponta do pé descalço
tocando a calçada

Sapato na mão. Olhando-
o atentamente

Retira a palmilha de cartão
para achar o prego

Que a estava machucando

73. Brincando de avô


Evangelho segundo S. Mateus 8,5-17.

Naquele tempo, ao entrar Jesus em Cafarnaum, aproximou-se d’Ele um centurião, que Lhe suplicou, dizendo:
«Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre horrivelmente».
Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo».
Mas o centurião respondeu-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado.
Porque eu, que não passo dum subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens: digo a um ‘Vai!’ e ele vai; a outro ‘Vem!’ e ele vem; e ao meu servo ‘Faz isto!’ e ele faz».
Ao ouvi-lo, Jesus ficou admirado e disse àqueles que O seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé.
Por isso vos digo: Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa, com Abraão, Isaac e Jacob, no reino dos Céus,
ao passo que os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes».
Depois Jesus disse ao centurião: «Vai para casa. Seja feito conforme acreditaste». E naquela hora, o servo ficou curado.
Quando Jesus entrou na casa de Pedro, viu que a sogra dele estava de cama com febre.
Tocou-lhe na mão e a febre deixou-a; ela então levantou-se e começou a servi-los.
Ao cair da tarde, trouxeram-Lhe muitos possessos. Jesus expulsou os espíritos com uma palavra e curou todos os doentes.
Assim se cumpria o que o profeta Isaías anunciara, dizendo: «Tomou sobre si as nossas enfermidades e suportou as nossas doenças».

sexta-feira, junho 29, 2018

TERNO. Charles Fonseca. Poesia

TERNO
Charles Fonseca

O acesso é tão amargo
tão doce és qual caqui
tenra me chego a ti
vem tirar meu fel, o travo,

O cravo trago na alma
rosa a mim tu desabrochas
teu mel transborda não brocha
ti penetro me acalmas

Desse desejo eterno
desse instinto diuturno
dormir ao teu lado e tudo
esquecer saudoso encerro

Erro médico

"A superação do abuso ou do absurdo. Confesso. A nova edição da revista Super Interessante realmente superou as minhas, já ruins, expectativas.

É uma reportagem extremamente desagradável, preconceituosa, nauseante, manipuladora e acima de tudo, covarde. A fotografia de capa é de uma maldade ímpar. O estetoscópio, instrumento que salva tantas vidas, na imagem DA CAPA, é uma cobra negra, pronta para dar o bote.

A chamada da capa e a reportagem como um todo, se baseiam em ESTIMATIVAS, que segundo a revista, foram conseguidos a partir de: “os pesquisadores analisam uma amostra de casos, calculam o percentual de erros e extrapolam para o total de pacientes atendidos em cada país”. UM COMPLETO ABSURDO, SENSACIONALISTA! São dados manipulados, que não correspondem à realidade, mas que estereotipam e difamam toda uma classe.

Dados médicos VERDADEIROS devem levar em conta todas as possibilidades e circunstâncias que rodeiam o fato\tema em estudo. Para se falar que 1 em cada 10 pacientes morrem por erro médico, deviam apurar se realmente essa morte foi causada por uma conduta culposa/errada do profissional.

Nos dados sensacionalistas ainda não são considerados e nem sequer mencionados os riscos inerentes, os eventos adversos, as complicações, a saúde da população em questão, a falta de condições para exercício da profissão, o descumprimento de recomendações, entre vários outros fatores que tornam a medicina uma ciência de incertezas, imprevisibilidades e probabilidades.

Há dezenas de variáveis que devem ser levadas em consideração para uma afirmação tão impactante. O que se nota é que não houve cuidado, afinal, quem se importa? Tudo que acontece no hospital é erro médico, e erro médico vende, muito!

Seguindo o seu objetivo, a reportagem não analisa as variáveis e as imprevisibilidades impostas à atividade, nem mesmo no momento de se discutir as condenações. Como já trouxemos em outros artigos, mais de 80% dos médicos são absolvidos nos processos judiciais. Mas como explicar? A reportagem sensacionalista, ao invés de buscar os dados reais, julgou mais fácil “seguir a boiada” e concluir como culpa do corporativismo.

Em resumo, para a revista, é a classe que mais mata, que não assume o erro e que possuem os colegas mais solidários, que só se ajudam, “eu não consigo encontrar um médico que concorde em fazer um laudo que possa prejudicar um colega” diz trecho da reportagem.

Mas não acabou. Nesse tipo de reportagem há sempre outro elemento, a caracterização do médico como mercenário. Assim, para a revista, além do ensino decadente, o alto número de procedimentos\exames invasivos e o endeusamento do profissional, ainda há outra causa para “toda essa matança”. Qual? O Dinheiro. Generalizam que o alto número de plantões e o atendimento de vários pacientes por hora é em busca de dinheiro...(CLÁSSICO!).

A abstração e a falta de cuidado e rigorosidade com que se escreve é coroado com um caso cinematográfico CONTADO por uma dita “enfermeira que não quis se identificar”. Há na narrativa da historia componentes perfeitos para uma notícia estrondosa: mulher grávida, esquecimento de material no corpo e morte. Um prato cheio para uma redação sensacionalista!

Uma reportagem desfavorável à todos. Ao médico, que vê MAIS UMA VEZ a difamação da sua classe e do seu trabalho, e que viverá o aumento de agressões e de processos. Podem ter certeza que essa publicação vai impactar no seu dia-a-dia. Mas a reportagem é desfavorável também ao paciente, pois gera a desconfiança, essa que é imediatamente antagônica à relação médico-paciente, essencial para processo de tratamento e cura.

Não protegemos os errados, que sejam condenados nos rigores da lei e paguem pelos seus erros. Contudo, nunca vou compactuar com o sensacionalismo da generalização para vender notícias. Os ruins, na medicina, são poucos, como em qualquer profissão. Os bons, honestos e corretos, não merecem essa covardia.

Médico e Policial no Brasil, atualmente, por uma parte da mídia, são estigmatizados como bandidos. Já os verdadeiros bandidos, são “suspeitos”! Infelizmente, notícia boa não vende!

Amanda Bernardes"

Aspiração. Alberto de Oliveira. Poesia.

Aspiração
Alberto de Oliveira

Ser palmeira! existir num píncaro azulado,
Vendo as nuvens mais perto e as estrelas em bando;
Dar ao sopro do mar o seio perfumado,
Ora os leques abrindo, ora os leques fechando;

Só de meu cimo, só de meu trono, os rumores
Do dia ouvir, nascendo o primeiro arrebol,
E no azul dialogar com o espírito das flores,
Que invisível ascende e vai falar ao sol;

Sentir romper do vale e a meus pés, rumorosa,
Dilatar-se a cantar a alma sonora e quente
Das árvores, que em flor abre a manhã cheirosa,
Dos rios, onde luz todo o esplendor do Oriente;

E juntando a essa voz o glorioso murmúrio
De minha fronde e abrindo ao largo espaço os véus
Ir com ela através do horizonte purpúreo
E penetrar nos céus;

Ser palmeira, depois de homem ter sido esta alma
Que vibra em mim, sentir que novamente vibra,
E eu a espalmo a tremer nas folhas, palma a palma,
E a distendo, a subir num caule, fibra a fibra:

E à noite, enquanto o luar sobre os meus leques
treme, E estranho sentimento, ou pena ou mágoa ou dó,
Tudo tem e, na sombra, ora ou soluça ou geme,
E a distendo, a subir num caule, fibra a fibra;

Que bom dizer então bem alto ao firmamento
O que outrora jamais — homem — dizer não pude,
Da menor sensação ao máximo tormento
Quanto passa através minha existência rude!

E, esfolhando-me ao vento, indômita e selvagem,
Quando aos arrancos vem bufando o temporal,
— Poeta — bramir então à noturna bafagem,
Meu canto triunfal!

E isto que aqui digo então dizer: — que te amo,
Mãe natureza! mas de modo tal que o entendas,
Como entendes a voz do pássaro no ramo
E o eco que têm no oceano as borrascas tremendas;

E pedir que, o uno sol, a cuja luz referves,
Ou no verme do chão ou na flor que sorri,
Mais tarde, em qualquer tempo, a minh'alma conserves,
Para que eternamente eu me lembre de til

quinta-feira, junho 28, 2018

Sebastião Salgado. Fotografia.

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Evangelho segundo S. Mateus 7,21-29.

Evangelho segundo S. Mateus 7,21-29.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus.
Muitos Me dirão no dia do Juízo: ‘Senhor, não foi em teu nome que profetizámos e em teu nome que expulsámos demónios e em teu nome que fizemos tantos milagres?’.
Então lhes direi bem alto: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade’.
Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».
Quando Jesus acabou de falar, a multidão estava admirada com a sua doutrina,
porque a ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.

segunda-feira, junho 25, 2018

NEGRA. Charles Fonseca. Poesia.

NEGRA
Charles Fonseca

Gosto mais negra mulher
Muito mais que branca arminho
Um chamego que carinho
Que aroma, bem me quer,

Sem uma eu passo mal
Com duas é tentação
Já três não queira não
Meu bem, meu bem, meu mal.

domingo, junho 24, 2018

Viva São João!


Viva São João!


O cacete. Charles Fonseca. Prosa.

Fui nomeado para gerente de Centro de Saúde. Faltavam três meses para me aposentar. A gerente anterior, recém formada, resolveu atender a reivindicação dos colegas para que um dia na semana não atendessem os demandantes do Centro de Saúde. Planejava contar esta memória no dia de Santo Antônio. Mas creio que o Salvador me inspirou a publicar no dia de São João.
Que um dia por semana seria para reuniões internas dos profissionais de saúde. Patati patatá as reuniões internas foram rareando as externas foram crescendo até que todos não compareciam mais ao trabalho. Aboli a mamata após três meses de aviso prévio. Havia naquele Centro um consultório sem janela. Só uma porta muito bem trancada por dentro para atendimento ginecológico. Profissional atendia ali. Os rumores cresciam quanto mais subiam odores. Num sábado mandei esvaziar quase tudo da sala e colocar numa sala ampla e ventilada no segundo andar. Na segunda feira permanecia apenas uma mesa pequena de escritório e duas cadeiras. Profissional ginecologista me apareceu na sala e me perguntou por que transferi o atendimento para o segundo andar. - Era pra ser o atendimento num ambiente mais higiênico... em benefício de paciente e profissional...
Já havia me matriculado no Pontifício Instituto Superior para Estudos de Matrimônio e Família para viver por meses a fio uma singular experiência intelectual. Dia seguinte recebi dois telefonemas aflitos de empregados do Posto de Saúde: estacionado na porta do Centro de Saúde à sombra num elegante automóvel Karmann Ghia vermelho o dito dele não saia para o atendimento com um nutrido cacete de madeira ao seu lado. Que não fosse que ele estava à minha espera. Prudente, não fui. Gato Mestre no Centro de Saúde, preferi cursar o Mestrado no citado Instituto o oitavo no mundo, após o de Bombaim, Índia. E me aposentei.

Evangelho segundo S. Lucas 1,57-66.80.

Naquele tempo, chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz um filho.Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe tinha feito tão grande benefício e congratularam-se com ela.
Oito dias depois, vieram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias.
Mas a mãe interveio e disse: «Não, Ele vai chamar-se João».
Disseram-lhe: «Não há ninguém da tua família que tenha esse nome».
Perguntaram então ao pai, por meio de sinais, como queria que o menino se chamasse.
O pai pediu uma tábua e escreveu: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados.
Imediatamente se lhe abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo a Deus.
Todos os vizinhos se encheram de temor e por toda a região montanhosa da Judeia se divulgaram estes factos.
Quantos os ouviam contar guardavam-nos em seu coração e diziam: «Quem virá a ser este menino?». Na verdade, a mão do Senhor estava com ele.
O menino ia crescendo e o seu espírito fortalecia-se. E foi habitar no deserto até ao dia em que se manifestou a Israel.

SOL NASCENTE. Charles Fonseca. Poesia.

SOL NASCENTE
Charles Fonseca

Em tempos de amor venal
Na terra ao sol nascente
Voa aos céus o penitente,
Procura um norte fanal

Nas terras do além mar
Ou então bem ao seu norte
Quem lhe quer lhe tem por mote
Sai do exílio do penar

Vai pra última morada
Antes já lhe seja tarde
Chegue a noite que invade
O teu ser tão com sem nada




sábado, junho 23, 2018

Lady


DESPEDIDA. Charles Fonseca. Poesia.

DESPEDIDA
Charles Fonseca

Meu avô sou o teu neto
Vim te fazer uma visita
Acho que estás de partida
Tua bênção aqui espero

Homem bom homem dileto
Exemplo pra minha vida
Em teu amor a guarida
Encontrei belo e discreto

Me ensinaste a justiça
Agora leito agonia
Meu pai se foi já um dia
Todos vamos pós a liça

Agora vem tua vez
Deixar aqui em escaras
Alçar aos céus alma rara
Pós cego ver Jesus outra vez.

DIZ QUE ME QUER. Charles Fonseca. Poesia.

DIZ QUE ME QUER
Charles Fonseca

- Mulher, diz que me quer
Bem dentro, bem fundo, mais,
Só gozo, gemidos, ais,
Menos, 'stá bom, que mulher!

- De novo, uma vez mais,
Olhemos o céu estrelado
O mar conchinhas regalos
Espera, excedo, entrai!!

MINHA ROLHA. Charles Fonseca. Poesia

MINHA ROLHA
Charles Fonseca

Contribuo minha rolha
Tão velha quão ressequida
Mui leve foi esquecida
Posta n'água flutua boa

De ser logo admirada
Por vinho foi embebida
Faz que olha pra querida
Minha rolha ansia vaga.


sexta-feira, junho 22, 2018

Debate 3

Ignore a proposição do seu oponente, destinada a referir-se a alguma coisa em particular. Ao invés disso, compreenda-a num sentido muito diverso, e em seguida refute-a. Ataque algo diferente do que foi dito.

O retrato do artista mente jovem


quinta-feira, junho 21, 2018

A invasão das putas. Charles Fonseca. Prosa.

A invasão das putas
Charles Fonseca

A última vez que estive num congresso estudantil de esquerda foi em 1965 nos arredores de São Paulo. Na noite que cheguei na Capital fui recebido por conhecido que me disse que por motivo de segurança teríamos que dormir em esteiras de palha num apartamento abandonado. Dia seguinte me hospedou num hotel uma estrela. Levado ao encontro estudantil lá estavam representantes da AP, POLOP,
PCB, PCdoB, UCEB. Esta última sigla se referia à União Cristã dos Estudantes do Brasil. Dois dos seus líderes egressos de Seminário Presbiteriano de Campinas chegados a um esquerdismo tal que a denominação evangélica houve por bem fechar o dito. Anos 60.
O encontro estudantil anterior promovido pela tal UCEB foi em Olinda, Pernambuco. Era uma reunião de estudantes representativos de vários Estados hospedados no Seminário de Olinda. Patati  patatá, no segundo dia à noite apareceu um padre no refeitório onde à noite nos serviam uma sopa e, de súbito, em alta voz, disse que estávamos fazendo discriminação contra os empregados da cozinha e que absolutamente ele não permitiria a continuidade de tal ofensa. Pasmos, nos reunimos com os líderes dos estudantes da Associação Cristã de Acadêmicos cria da UCEB. Ninguém teria feito tal. Não haveria por que. E, então, por que?. Concluiu-se que o Exército estava de olho naquele grupo agora acompanhado de estudantes da Universidade de Cornell dos Estados Unidos. Estrategicamente era interessante para nós. Anos de chumbo. Dia seguinte saímos logo cedo num caminhão pau de arara para a vila de Pontesinha nos arredores de Recife para trabalho de campo. Lá construímos uma escola no fundo da Igreja Católica, casa de taipa coberta por telhas, não sem antes o povoado ter ficado pasmo com a nossa chegada. Calor enorme, as estudantes americanas saltaram do caminhão usando bermudas curtinhas, fumando e aos gritos invadiram um boteco gritando bier!, bier!, cerveja!, cerveja!
Correu a notícia que um bando de prostitutas invadiram aquela comunidade sonolenta. Chamaram o padre Geraldo para acalmar os ânimos, que eram gente do bem mas de outra cultura...

quarta-feira, junho 20, 2018

Quando encaminhar ao psiquiatra?. Marcelo Caixeta.

A colega Tábita me pergunta quando encaminhar para neurologista ou psiquiatra.

Eu poderia aumentar a pergunta para “quando encaminar para “neurologista\psicóloga\fonoaudióloga” ou para psiquiatra, já que a primeira equipe,ao se unirem tentam “resolver o problema em equipe, sem o psiquiatra”.

A colega Consuelo replica que em caso de transtornos mentais, comportamentais, deveria ir para psiquiatra. Isso parece um tanto banal - a não ser para os encaminhamentos a psicólogos, não a neurologistas .

A colega Tabita replica , então, o que fazer em casos de demencia, hiperatividade, autismo, dislexia.

A resposta é bem complexa, me desculpe a extensão e o eventual “cabotinismo” ( “puxar a sardinha para o meu lado”) pois sou psiquiatra e dou , em nosso hospital, formação psiquiátrica, não só de psiquiatria geral, mas também forense, infantil, geriátrica. Portanto, estou falando da prátiica que aprendi com meus mestres, Delfino Machado, Isaías Paim, Ajuriaguerra, Dugas, Mazet, Lebovici, Aicardi,Eneida Matarazzo. Também de uma prática que eu transmito em nosso serviço hospitalar ( Hospital Asmigo ). Não posso responder por psiquiatras não-muito-bem-formados, daquele tipo que : 1- “não atendo paciente que eu preciso conversar, estes eu mando para o psicólogo. 2- “demência” eu encaminho para neurologista. 3- não entendo nada de distúrbio de aprendizagem. 4- aqui não tem psiquiatra infantil, autismo, hiperatividade, mando para neuropediatra. Para estes não vou oferecer resposta, além de uma só : prepare-se melhor.

Vou me limitar a falar de nossa prática, que pode ser, evidentemente, rebatida.

a- O bom psiquiatra tem desaber fazer um bom exame psicopatológico. O bom exame psicopatlógico pressupõe várias coisas :
a.1. que o psiquiatra saiba reconhecer todas as manifestações semiológicas de transtornos que afetem o comportamento, as funções mentais ( sensopercepção, representação, juízo, pensamento, memória, orientação, psicomotricidade, linguagem, afetividade, humor, atenção, consciência, crítica, volição, temperamento, caráter, personalidade, sexualidade, sono, alimentação, funções instintivas, impulsividade, toxicomanias\conduta aditivas, atividades do eu, controles do impulso, atividade social\gregária , aí inclusive as funções cognitivas, afásico-agnosico-apráxico-dismnêmicas, lexicográficas-discalcúlicas.
a.2.Não basta saber reconhecer os sinais e sintomas, tem de saber identificá-los com base na fenomenologia dilthey\jasperiana.
a.2. além de conhecer as manifestações semiológicas, tem de saber como as coisas se relacionam entre si. Por exemplo, não basta reconhecer que uma criança tem uma dislexia e tem uma hipoprosexia; não basta reconhecer uma criança com autotoposomatoagnosia e comportamento hiperegocentrado; tem de entender como um se relaciona à outra. Isto é psicopatologia. O psiquiatra bem-formado tem de saber como se joga a fisiopatologia dos sinais\sintomas mentais-comportamentais com eventuais alterações fisiopatológicas cerebrais e corporais, tem de saber como os sintomas\sinais se relacionam entre si. Por exemplo, uma criança com discalculia pode ter um problema no funcionamento da atividade hemisférica parietal direita que altere sua atenção ( hipoprosexia ), altere sua atenção para com os demais ( egocentração ), altere sua gnosia espacial , altere sua simultaneognosia e suas atividades fásicas quase-espaciais, gerando problemas da compreensão das atividades matemáticas\discursivas complexas. Por exemplo, para compreender a fala :”se Maria é mais loira que Joana, qual das duas é a menos morena “? Exige-se uma habilidade linguística de modalidade quase-espacial. Isso pode estar relacionado com os problemas comportamentais de uma criança aparentemente hiperativa “simples”, mas que , na verdade, tem uma disfunção parietal-direita. Para o reconhecimento deste funcionamento, necessita-se de um conhecimento psiquiátrico.
b- diagnosticos diferenciais de autismo, requerem : psicose desintegrativa de Heller, psicose simbiótica de Mahler, psicopatia autística de Asperger, disturbio do apego infantil , depressão anaclítica de Spitz, nanismo psicogênico\failure to thrive ( transtorno de desaferentação afetiva-sensorial ), disfasia semântico-pragmática,, transtorno de ansiedade generalizada com inicio na infância , fobia social, transtorno bipolar de inicio na infância, transtorno severo da emocionalidade infantil ( dsm V), hiperatividade, síndrome de afasia adquirida-epilepsia da infância, transtorno obsessivo da criança, personalidade evitativa ou esquizoide ou esquizotípica no adolescente, esquizofrenia infantil, hiperatividade orgânico\oligofrênica, etc. Por aí vê-se que, para o diagnóstico de autismo, é necessário um profundo e rígido exame psiquiátrico.
c- o mesmo se aplica à hiperatividade\deficit atencional infantil, cuja diferenciação tem de ser feita pelo psiquiatra com os quadros de ansiedade infantil, mania infantil, estados mistos, depressão agitada, bipolaridade de início infantil, transtorno de personalidade borderline na adolescência, trnastornos dissociativos, heboidofrenia, hebefrenia, síndrome abandônica, síndrome de Landau-Kleffner, hiperatividade\hipoprosexia orgânica, esquizofrenia infantil, transtorno de apego na infância, fobia escolar, distúrbio de conduta, distúrbio opositivo-desafiante, psicose encefalitica, transtorno obsessivo, síndrome de tiques múltiplos com hiperatividade\estereotipias, síndrome de Asperger, Espectro autístico,psicoses deficitárias de Mises, Desarmonias Evolutivas de Lang, Psicose desintegrativa de Heller, Psicose simbiótica de Mahler. Portanto, a hiperatividade também, como os quadros acima, exigem atenção psiquiátrica profunda e especializada. Não vejo como um médico que não tenha profundos conhecimentos \ prática hospitalar psiquiátrica possa conseguir resolver esse tipo de problema.
d- Demência, por definição, é uma síndrome com sintomas psiquiátricos, problemas cognitivos, problemas mnêmicos, problemas comportamentais, problemas afetivos, problemas psicóticos. Ou seja, por definição, não cursa, pelo menos inicialmente, com sintomas neurológicos ( sensitivo-motores ). Não há , na definição, necessidade de plegias, paresias, parestesias, convulsões, disautonomias, dis-sensoriopatias. Portanto, por definição - repetindo - é uma síndrome cognitivo-comportamental, que ao meu ver, necessita de atendimento psiquiátrico, inclusive porque grande parte de sintomas cognitivo-demenciais têm causas afetivas, a chamada “pseudodemencia depressiva”, alem de parafrenias discognitiva, rebaixamentos vesânicos, envelhecimento da bipolaridade ou esquizofrenia, síndromes tóxico-demenciais ( tabagismo, alcoolismo, voláteis, etc ), ou seja, quadros extremamente comum em psiquiatria geriatrica. Evidentemente, quando e se o quadro demencial tornar-se neurológico, com os típicos sintomas sensitivo-motores, deve ser enviado ao médico neurologista. Por outro lado, evidentemente, quadros geriátricos puramente ou sobremaneiramente sensitivo-motores, sem sintomas psiquiátricos, p.ex., alguns Parkinson, Esclerose Múltiplas, epilepsias, etc, não necessitam de irem para médico\hospital psiquiátrico.
...........................................................
Marcelo Caixeta, médico psiquiatra

Debate 2

Use significados diferentes das palavras do seu oponente para refutar a argumentação dele. Exemplo: a pessoa A diz: “Você não entende os mistérios da filosofia de Kant”. A pessoa B replica: “Ah, se é de mistérios que estamos falando, não tenho como participar dessa conversa”.

terça-feira, junho 19, 2018

OH DOR! Charles Fonseca. Poesia.

OH DOR!
Charles Fonseca

Se em tudo nada a dizer
Nada tens a acrescentar
Tudo em todos a burlar
Nem um dia ou noite vês
Então, mulher, agora vou
Voar só pra outros céus
Andar bem longe, adeus,
Pra ti, para os teus, oh dor!

PERMEIO. Charles Fonseca. Poesia.

PERMEIO
Charles Fonseca

Horas caladas da noite
Séculos de solidão
De amar na contra mão
Vento sul alma no açoite

Vem tu musa eu miserável
Sustêm-me nessa jornada
Noite adentro inescrutável
‘Té que venha a alvorada

De amar e entre gorjeios
Não só escreva que fale
Este senescente vate
Sol nascente em nós permeio

CARAMURU. Charles Fonseca. Poesia

CARAMURU
Charles Fonseca

Ai bela india Moema
Que bela a Paraguassu
Sedutora Caramuru
Pobre portuga que pena

De ver-te homem do fogo
Filho também do trovão
Com ela não há jeito não
Flecha certeira no dorso

Te domina a traição
Tua amada portuguesa
Te libera com esperteza
Come índia a ti não!


Evangelho segundo S. Mateus 5,43-48.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’.
Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem,
para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».

segunda-feira, junho 18, 2018

Se você tem um porque então pode suportar todos os comos.

Petrolambanças. Charles Fonseca. Prosa.

Cheguei na Companhia em janeiro/69. Sai em 2006. Muita água vi rolar sob a ponte. Muitas cabeças rolaram. Muitas ficaram altaneiras. Desde um eletricista que chamado de burro por sub chefe da Obra responder burro é o senhor e por isso ficou sete anos sem promoção ao arrepio das Normas de Pessoal da Companhia até quem lá chegou como simples engenheiro e cresceu até o topo da carreira e de função gerencial afinal nesta degolado ficando sem uma sala pra ficar. Também ocorreu até com Diretor afinal admitido como tal em outra empresa. Desde pessoa virtuosa como tal e excelente profissional com três empregos um deles em outro estado da Federação, afinal aposentada sem usar sua prerrogativa plena de aposentadoria por não aguentar humilhações. A Companhia se redimiu, usou sua influência na correção do erro. Etc. e tal.

PEQUENO DIÁRIO DA PALAVRA. Iacyr Anderson Freitas. Poesia.

PEQUENO DIÁRIO DA PALAVRA
Iacyr Anderson Freitas


Toda palavra tem um oco
uma fenda uma avessa
claridade
de onde as formigas emigram.

Há gravetos, conchas vocabulares,
acentos à paisana, vírgulas úmidas e bivalves.

Um vento antigo
tange as crases desse poema, arrasta
os pontos de exclamação pelos cabelos.
Estende-os para secar
o sol mais triste de seu nome.

O meio-dia a esmo
bate a sua orelha na cancela.

Toda palavra tem sexo e sintaxe,
um amarelo em luta
com as folhas mortas do terreiro.

Alfabeto crivado de dízimos
onde não se pode tagarelar
sem doer um grão de arroz
por sob a língua.

Palavra carece de pátria
lugar de raiz e eleição.

Onde adensa sua espera, duas borboletas
grifam a giz a paisagem.

A conversão de São Francisco de Assis (Homilia Dominical.405: 11.º Domin...

TREITAS. Charles Fonseca. Poesia.

TREITAS

Se te espremer demais
Escapa logo entre os dedos
Antes que venha o degredo
Da liberdade e em paz

Sai leve e de fininho
Devagar pé ante pé
Mil treitas baixa maré
Tem mulher mais que burrinho.

domingo, junho 17, 2018

E se tua mãe tivesse te abortado?

José Nêumanne Pinto/Condução coercitiva não é tema para quem se julga su...

Como viver a santa pureza? (Homilia Diária.874: Sexta-feira da 10.ª Sema...

Parabéns às(os) colegas médicas(os) pediatras, obstetras, que, em campanha nacional, empenharam que não venderão suas consciências ao aborto.

sábado, junho 16, 2018

De comes e bebes. Charles Fonseca. Prosa.

Só bebo cerveja sem álcool. Gosto também de suco de uva. Melhor ainda de abacaxi. Sobremesa Romeu e Julieta ou Ambrosia. Vinho só tinto, uma taça. Whisky só uma dose. O mais é um gostoso bate papo que pode demorar quando há vontade mútua. Se não, basta olhar em silêncio. Sonhar acordado. Dormir e sonhar.

CAFÉ DA MANHÃ. Jacques Prévert. Poesia.

CAFÉ DA MANHÃ
Jacques Prévert

Pôs café
na xícara
Pôs leite
na xícara com café
Pôs açúcar
no café com leite
Com a colherzinha
mexeu
Bebeu o café com leite
E pôs a xícara no pires
Sem me falar
acendeu
um cigarro
Fez círculos
com a fumaça
Pôs as cinzas
no cinzeiro
Sem me falar
Sem me olhar
Levantou-se
Pôs
o chapéu na cabeça
Vestiu
a capa de chuva
porque chovia
E saiu
debaixo de chuva
Sem uma palavra
Sem me olhar
Quanto a mim pus
a cabeça entre as mãos
E chorei.

BURBURINHO. Charles Fonseca. Poesia.

BURBURINHO
Charles Fonseca

A saudade a mim invade
Oh querer quanta ternura
Ai amar que vida dura
Sem te ver quanta vontade

De te olhar só um pouquinho
Dar-te a mão beijin até
Abraçar-te, oh mulher,
Ouço ao peito burburinho!

Evangelho segundo S. Mateus 5,33-37.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não faltarás ao que tiveres jurado, mas cumprirás diante do Senhor o que juraste’.
Eu, porém, digo-vos que não jureis em caso algum: nem pelo Céu, que é o trono de Deus;
nem pela terra, que é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei.
Também não jures pela tua cabeça, porque não podes fazer branco ou preto um só cabelo.
A vossa linguagem deve ser: ‘Sim, sim; não, não’. O que passa disto vem do Maligno».

quinta-feira, junho 14, 2018

ALEIJADINHO: MARTÍRIO E SOLIDÃO Bueno de Rivera. Poesia.

ALEIJADINHO: MARTÍRIO E SOLIDÃO
Bueno de Rivera

anjo brusco
anjo tosco
anjo fosco
anjo fusco.

Corvo engaiolado
corvo depenado
corvo acorrentado
corvo torvo
estorvo.

Luporina?
Cardina?
Heroína?
Escorbuto?

Torto na liteira
torto na cadeira
torto na esteira
torto na poeira.

Cai o dedo
polegar
no ar.
Cai o dedo
indicador
de dor.
Cai o dedo
anular
no sal.
Cai o médio
sem remédio.
Cai o mínimo.
Caem todos
um a um.
Mãos
sem nenhum.

Pardo fardo
carregado
no ombro
no lombo.

Ó Januário
arma a tenda
do trabalho.

Vem cá Maurício,
amarra o formão
no cotó
da mão.

Talha
corta
sulca
vinca
finca
fende
entalha
bate forte
bate bate
rebate
toc-toc.

Com um toque
abre a cara
de Simão Stock.

De um golpe
cria o Jorge
sem cavalo
sem galope.

Surgem da pedra talhada
(e do nada)
barbas de Isaías
pés de Jeremias
túnicas de Amós
coturnos de Oséas
braços de Habacuc
ventre de Nahum
véus de Ezequiel
cabelos de Baruc
leão de Daniel
baleia de Jonas
queixos de Abdias
nariz de Joel.

Ouro preto
trevas
pentateuco
trevas
apocalipse
trevas
hora nona
trevas
agonia
trevas
miserere
trevas
miserere.

Frio e só
no jirau.

Morto e só.
Ninguém.

Nem o presidente
nem o intendente
nem o confessor.

Só.

Dobram sinos
batem sinos
choram alguém?

Dobram os sinos
do Pilar
— pelo notário
— pelo sicário.

Dobram os sinos
do Carmo
— pelo ricaço
— pelo devasso.

Dobram os sinos
das Mercês
— pelo ouvidor
— pelo marquês.

Dobram os sinos
choram os sinos
pelos Nobres blão
pelos Brancos blão

— pelo Aleijadinho N Ã O !

Memória do Coração Eucarístico de Jesus (Homilia Diária.873)

ILUSÃO. Charles Fonseca. Poesia.

ILUSÃO
Charles Fonseca

A minha pobreza foi rica
a minha riqueza foi pobre
o ouro não mais que cobre
doirado, ilusão, que vida!

Campeão. Fotografia.


quarta-feira, junho 13, 2018

Para a saúde do coração, siga as nozes e castanhas

(HealthDay News) – Uma nova pesquisa sugere que a delícia crocante de amendoins, nozes, castanhas de caju e outros pode ser exatamente o que o cardiologista mandou.

O estudo não conseguiu provar uma relação de causa e efeito. Contudo, a análise dos dados de saúde de mais de 61.000 suecos a partir de 45 anos de idade observou que comer nozes e castanhas regularmente estava ligado a menores riscos de insuficiência cardíaca e de uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial (“FA”).

Um especialista em coração dos EUA disse ser ótimo acrescentar estes alimentos à sua dieta.

“Não há mal nenhum, pois nozes e castanhas em moderação são um tipo mais saudável de proteína em comparação a outras dietas e podem estar, possivelmente, associadas a uma melhor saúde cardiovascular”, disse a Dr. Rachel Bond. Ela ajuda a dirigir o departamento de saúde cardíaca da mulher no Hospital de Lenox Hill na cidade de Nova York.

No novo estudo, uma equipe liderada por Susanna Larsson, do Instituto Karolinska em Estocolmo, acompanhou a saúde dos participantes do estudo durante 17 anos ou até sua morte, o que ocorresse antes.

Depois de levar em consideração idade e sexo, juntamente com diversos outros fatores bem conhecidos para risco cardíaco, como estilo de vida, dieta geral, diabetes e histórico familiar, o consumo elevado de nozes e castanhas estava ligado a um menor risco de FA e de insuficiência cardíaca.

Os investigadores observaram que, quanto maior a frequência com que as pessoas comiam nozes e castanhas, menor o risco de FA.

Especificamente, o risco da arritmia cardíaca era 3% menor naqueles que comiam nozes e castanhas uma a três vezes ao mês; 12% menor naqueles que comiam nozes e castanhas uma a duas vezes por semana; e 18% menor naqueles que comiam nozes e castanhas três ou mais vezes por semana, relatou o grupo de Larsson.

Segundo um estudo publicado on-line em 17 de abril no periódico Heart, o consumo semanal moderado de nozes e castanhas também foi associado a um risco 20% menor de insuficiência cardíaca.

O estudo foi financiado pelo Conselho Sueco de Pesquisa (Swedish Research Council) e pela Associação Sueca de AVC (Swedish Stroke Association).

Em geral, o “consumo de nozes e castanhas, ou fatores associados a este comportamento nutricional, podem desempenhar um papel na redução do risco de fibrilação atrial e, possivelmente, de insuficiência cardíaca”, concluíram os pesquisadores.

Os autores do estudo explicaram que nozes e castanhas são ricas em gorduras saudáveis, minerais e antioxidantes, todos os quais são capazes de auxiliar na saúde cardíaca.

Contudo, Bond ofereceu uma advertência nutricional: “Eu alertaria meus pacientes a não comerem nozes e castanhas salgadas, especialmente no caso de pessoas com hipertensão arterial ou histórico de insuficiência cardíaca”, disse ela.

Dr. Marcin Kowalski dirige o departamento de fisiologia cardíaca do Hospital Universitário de Staten Island na cidade de Nova York. Ele concordou que nozes e castanhas contêm muitos nutrientes valiosos, e que já foi provado que eles possuem “propriedades anti-inflamatórias”.

Contudo, ele salientou que o estudo não foi capaz de provar a causalidade e que, portanto, mais pesquisas seriam necessárias para confirmar que este tipo de alimento melhora diretamente a saúde cardíaca.

Mais informações

A Associação Americana do Coração (American Heart Association) tem mais informações sobre recomendações de dieta e estilo de vida.

terça-feira, junho 12, 2018

Bem-aventurados os santos! (Homilia Diária.871: Terça-feira da 10.ª Sema...

Tarde de domingo. Charles Fonseca. Prosa.

- Vamos pra casa?
- Vamos.
Nove meses depois veio ao mundo grande amor de sua vida.

Evangelho segundo S. Mateus 5,13-16.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;
nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa.
Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».

segunda-feira, junho 11, 2018

CONTEMPLAÇÃO DA NUVEM. Antonio Brasileiro. Poesia.

CONTEMPLAÇÃO DA NUVEM
Antonio Brasileiro
Para Luís Alberto

A vida é a contemplação daquela nuvem.
E o mundo
uma forma de passar, que inventamos
para não ver que o mundo não é o mundo,
mas uma nuvem
passando.

E uma nuvem passando
ensina-nos mais coisas que cem pássaros
mil livros um milhão de homens.

A vida é a contemplação daquela nuvem.
E o mundo
uma forma de passar, que inventamos
para não ver que o mundo não é o mundo,
mas uma nuvem.
Passando.

Memória de São Barnabé, Apóstolo (Homilia Diária.870)

Evangelho segundo S. Mateus 10,7-13

Naquele tempo, disse Jesus aos seus Apóstolos: «Ide e proclamai que está próximo o reino dos Céus.
Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça».
Não adquirais ouro, prata ou cobre, para guardardes nas vossas bolsas;
nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; porque o trabalhador merece o seu sustento.
Quando entrardes em alguma cidade ou aldeia, procurai saber de alguém que seja digno e ficai em sua casa até partirdes daquele lugar.
Ao entrardes na casa, saudai-a,
e se for digna, desça a vossa paz sobre ela; mas se não for digna, volte para vós a vossa paz.

domingo, junho 10, 2018

Para quem só sabe usar martelo, todo problema é um prego

O Túnel do Tempo te leva até os tempos da Jovem Guarda

Evangelho segundo S. Lucas 2,8-14.

Havia naquela região uns pastores que viviam nos campos e guardavam de noite os rebanhos.
O Anjo do Senhor aproximou-se deles, e a glória do Senhor cercou-os de luz; e eles tiveram grande medo.
Disse-lhes o Anjo: «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo:
nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor.
Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura».
Imediatamente juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus, dizendo:
«Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».

Como pode ser justa uma decisão de prisão por 21 anos catorze anos atrasada por fraude e peculato de prefeito?

sábado, junho 09, 2018

Roberto Carlos - Como vai Você

O sacramento da Ordem na economia da salvação

O SACERDÓCIO DA ANTIGA ALIANÇA

1539. O povo eleito foi constituído por Deus como «um reino de sacerdotes e uma nação consagrada» (Ex 19, 6) (6). Mas, dentro do povo de Israel, Deus escolheu uma das doze tribos, a de Levi, segregada para o serviço litúrgico (7) o próprio Deus é a sua parte na herança (8). Um rito próprio consagrou as origens do sacerdócio da Antiga Aliança (9). Nela, os sacerdotes são «constituídos em favor dos homens, nas coisas respeitantes a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados» (10).

1540. Instituído para anunciar a Palavra de Deus (11) e para restabelecer a comunhão com Deus pelos sacrifícios e a oração, aquele sacerdócio é, no entanto, impotente para operar a salvação, precisando de repetir sem cessar os sacrifícios, sem poder alcançar uma santificação definitiva (12) a qual só o sacrifício de Cristo havia de conseguir.

1541. Apesar disso, no sacerdócio de Aarão e no serviço dos levitas, assim como na instituição dos setenta «Anciãos» (13), a liturgia da Igreja vê prefigurações do ministério ordenado da Nova Aliança. Assim, no rito latino, a Igreja pede, na oração consecratória da ordenação dos bispos:

«Senhor Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo [...] por vossa palavra e vosso dom instituístes a Igreja com as suas normas fundamentais, eternamente predestinastes a geração dos justos que havia de nascer de Abraão, estabelecestes príncipes e sacerdotes, e não deixastes sem ministério o vosso santuário...» (14).

1542. Na ordenação dos presbíteros, a Igreja reza:

«Senhor, Pai santo, [...] já na Antiga Aliança se desenvolveram funções sagradas que eram sinais do sacramento novo. A Moisés e a Aarão, que pusestes à frente do povo para o conduzirem e santificarem, associastes como seus colaboradores outros homens também escolhidos por Vós. No deserto, comunicastes o espírito de Moisés a setenta homens prudentes, com o auxílio dos quais ele governou mais facilmente o vosso povo. Do mesmo modo, as graças abundantes concedidas a Aarão. Vós as transmitistes a seus filhos, a fim de não faltarem sacerdotes, segundo a Lei, para oferecer os sacrifícios do templo, sombra dos bens futuros...» (15).

1543. E na oração consecratória para a ordenação dos diáconos, a Igreja confessa:

«Senhor, Pai santo, [...] é o novo templo que se edifica quando estabeleceis os três graus dos ministros sagrados para servirem ao vosso nome, como já na primeira Aliança escolhestes os filhos de Levi, para o serviço do templo antigo» (16).


Catecismo

José Nêumanne Pinto/Dólar sobe, Bolsa cai, e o Brasil afunda na incerteza

Ao sair de casa, pedale seu caminho para uma melhor saúde cardíaca

Ao sair de casa, pedale seu caminho para uma melhor saúde cardíaca
HealthDay Reporter

QUINTA-FEIRA, 31 de maio de 2018 (HealthDay News) – Largar o carro e ir de bicicleta ou a pé para o trabalho pode diminuir seu risco de desenvolver uma doença cardíaca e até mesmo de morrer dela.

Esta é a afirmação de um estudo britânico que observou que o risco de uma pessoa ter uma doença cardíaca ou AVC cai em 11% e que seu risco de morrer dessas doenças cai em 30%, simplesmente por se exercitar a caminho do trabalho.

“Andar a pé ou de bicicleta e até mesmo usar transporte público são todas opções fisicamente mais ativas do que andar de carro. Portanto, passar para um desses meios de transporte pode lhe ajudar a ser mais ativo e saudável”, disse o pesquisador Oliver Mytton. Ele é palestrante clínico de saúde pública na Universidade de Cambridge.

Contudo, Mytton alertou que este estudo não provou que um deslocamento fisicamente ativo iria baixar seu risco de doença cardíaca ou AVC, apenas que parece haver uma conexão.

“Este é um estudo observacional; portanto, não podemos afirmar definitivamente que andar de carro faz mal à saúde”, disse ele.

Para calcular o efeito de andar a pé ou de bicicleta para o trabalho, Mytton e seus colegas coletaram dados de cerca de 359.000 pessoas que participaram do U.K. Biobank (banco biológico do Reino Unido), projetado para acompanhar a saúde de adultos em áreas urbanas da Grã-Bretanha.

Entre 2006 e 2010, os participantes foram acompanhados em média durante sete anos e cerca de dois terços das pessoas usavam exclusivamente seu carro para se deslocar para o trabalho.

A equipe de Mytton também observou que aqueles que iam a pé ou de bicicleta para o trabalho e também andavam a pé ou de bicicleta quando não estavam indo para o trabalho, tinham um risco 43% menor de desenvolver uma doença cardíaca em comparação àqueles que escolheram uma vida mais sedentária.

Mesmo entre aqueles que não se deslocavam regularmente, meios mais ativos de deslocamento estavam associados a um risco 8% menor de morrer, acrescentou Mytton.

Na análise dos seus achados, os pesquisadores levaram em conta fatores como outras atividades físicas dos participantes, consumo de frutas e verduras e o status socioeconômico.

“O estudo fornece mais evidências de que trocar o carro por formas mais ativas de deslocamento é benéfico para a saúde”, disse Mytton.

Embora os benefícios da atividade física para a saúde sejam amplamente reconhecidos, muitos adultos não se exercitam suficientemente, disse April Mohanty, uma instrutora visitante na Divisão de epidemiologia da Universidade de Utah.

“Supondo que o ambiente apoie rotinas de deslocamento mais ativas, como ciclovias e calçadas para pedestres, seguras e acessíveis, incorporando a atividade física no deslocamento, mesmo que apenas em parte do caminho, pode ser uma estratégia conveniente para melhorar a saúde”, disse Mohanty, que escreveu um editorial de acompanhamento do estudo.

Os achados foram publicados on-line em 21 de maio no periódico Heart.

Mais informações

Para mais informações sobre os benefícios dos exercícios, visite a American Heart Association.

Van Gogh. Pintura.

O magnífico trabalho de Van Gogh

Um cais chamado saudade. Sônia Régis. Poesia.

Um cais chamado saudade
Sônia Régis


havia um porto
antes
ao alcance da vista

um ponto
onde as naus
suspendiam viagem

as velas arfavam
desenfunadas
e sonhavam

a lua sobre o mar
era um sabre
aparando a água

havia um porto
antes
ao alcance do corpo

(um ponto
onde hoje atraco a saudade
e mais nada)

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus (Homilia Diária.868)

sexta-feira, junho 08, 2018

José Nêumanne Pinto / O Supremo foge do povo como o diabo da cruz

CANÇÃO DO OUTONO. Paul Verlaine. Poesia.

CANÇÃO DO OUTONO
Paul Verlaine

Tradução: Alphonsus de Guimaraens

Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
E sono.

Sufocado, em ânsia,
Ai! quando à distância
Soa a hora,
Meu peito magoado
Relembra o passado
E chora.

Daqui, dali, pelo
Vento em atropelo
Seguido,
Vou de porta em porta,
Como a folha morta
Batido...

Elizeth Cardoso - EU BEBO SIM - Luiz Antonio - João do Violão - Copacaba...

quinta-feira, junho 07, 2018

Depressão está aumentando? - Entrevista | Psiquiatra Fernando Fernandes

Evangelho segundo S. Marcos 12,28b-34.

Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?».
Jesus respondeu: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’.
O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes».
Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele.
Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios».
Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O.

José Nêumanne Pinto / Ninguém tem pena do cidadão que paga suas contas

Livro recomendado

hipólito-livro

IDEÁRIO (1) Ieda Estergilda de Abreu. Poesia

IDEÁRIO (1)
Ieda Estergilda de Abreu

A palavra passa
o gesto fica
o carro passa
o pé fica
o foguete passa
a estrela fica
o adeus passa
a mão fica
o abraço passa
o calor fica
a guitarra passa
a música fica
a bola passa
o jogo fica
o cabelo passa
a cabeça fica
os navios passam
o mar fica
os deuses passam
o homem-deus fica.

4 coisas que todos deveriam saber sobre a anemia – Comentário

4 coisas que todos deveriam saber sobre a anemia – Comentário05/03/2018 Evan M. Braunstein, MD, PhD, Assistant Professor of Medicine, Division of Hematology, Department of Medicine, Johns Hopkins School of Medicine

Apesar de a anemia ser uma doença do sangue muito comum, existe confusão sobre o que ela é exatamente.

Anemia é quando o número de glóbulos vermelhos está baixo ou a quantidade de hemoglobina (a proteína que transporta o oxigênio) dentro desses glóbulos vermelhos está baixa.
Embora a anemia, até que se torne grave, não seja perigosa, estar anêmico pode ser um grande alerta para questões de saúde graves. Se você ou alguém querido tem anemia ou quer apenas se preparar para uma conversa com seu médico, aqui estão quatro fatos importantes sobre a anemia.

1. A anemia é um sinal de outra doença

A coisa mais importante para se entender sobre anemia é que ela é o resultado de alguma condição ou doença subjacente. Essa condição pode ser relativamente inofensiva ou muito séria.

Pense na anemia como uma febre. Uma febre é um sinal que aponta para outra condição, talvez uma infecção bacteriana ou viral. Quando os médicos veem um paciente com febre, eles a consideram como um sinal de que outra coisa está errada no corpo, e imediatamente começam a tentar descobrir o que está causando a febre. O mesmo vale para a anemia.

Há dezenas de causas para a anemia, que variam entre coisas relativamente pequenas, como uma dieta desequilibrada, até problemas sérios, como câncer. A anemia por carência de ferro, um dos tipos mais comuns de anemia, pode ter várias causas, incluindo menstruação abundante, doença celíaca, gravidez, câncer de cólon ou simplesmente uma dieta com aporte insuficiente de ferro.

Para um resumo mais completo sobre as causas mais comuns da anemia, visite a página dos Manuais MSD.

2. Os sintomas de anemia são bastante comuns (exceto um)

Há uma variação na contagem normal de hemoglobina e glóbulos vermelhos, e pessoas diferentes começam a apresentar os sintomas em níveis diferentes. Em geral, o sintoma mais comum da anemia é a fadiga. Mas a fadiga pode ser causada por muitas coisas. Atente-se para sintomas mais preocupantes, como falta de ar causada por um nível de esforço que você conseguia fazer no passado. Outro sintoma a ser observado é uma aparência mais pálida do que o normal.

Um sintoma pouco usual é comum em pessoas com anemia por carência de ferro. Ele é conhecido como pica. Ela é caracterizada por mastigar e comer coisas que não são alimentos. A biologia por trás disso ainda não é bem compreendida, mas pessoas com pica mastigam coisas como gelo, papelão ou terra. Parece ser mais comum em pessoas com carências nutricionais.

Talvez os sintomas mais importantes a se estar atento sejam os sintomas do que está causando a anemia. Por exemplo, ter sangue nas fezes e perda de peso podem ser sintomas de câncer de cólon, ou olhos amarelos (icterícia) podem resultar de uma queda em seus glóbulos vermelhos.

3. Os médicos não procuram anemia

Ao contrário do colesterol ou da pressão sanguínea, a anemia não faz parte dos exames de rotina. Em vez disso, os médicos sempre irão pedir exames de sangue (chamado hemograma completo) se a pessoa se queixar de sintomas como fadiga.

Se os resultados desse exame de sangue revelarem um nível baixo de hemoglobina, seu médico provavelmente fará um exame completo e terá uma conversa mais detalhada sobre seus sintomas e as alterações recentes na sua saúde. Com base nos achados, ele pode pedir mais exames de sangue para observar outras alterações em seu nível de hemoglobina ou no número de glóbulos vermelhos.

4. Anemia “leve” também pode ser grave

A anemia normalmente aparece lentamente, frequentemente ao longo de semanas ou meses. Isso significa que mesmo as anemias causadas por um problema grave, como um câncer, podem aparecer em estágios precoces, quando a anemia ainda é bem leve. Mas mesmo que seu médico afirme que sua anemia é leve, ela ainda é um indicativo de um problema de saúde maior. A gravidade da anemia nem sempre corresponde à importância de sua causa.

Descobrir a causa é a chave para tratar a anemia e corrigi-la. É importante ser específico com seu médico sobre qualquer alteração nos medicamentos, sintomas ou saúde em geral que possa ajudar a determinar o que está causando a anemia.

1000 expressões úteis em francês - conversa em francês

quarta-feira, junho 06, 2018

Haverá casamento no céu? (Homilia Diária.866: Quarta-feira da 9.ª Semana...

Johann Sebastian Bach

Johann Sebastian Bach foi um compositor, cravista, Kapellmeister, regente, organista, professor, violinista e violista oriundo do Sacro Império Romano-Germânico, atual Alemanha.

Nascido numa família de longa tradição musical, cedo mostrou possuir talento e logo tornou-se um músico completo. Estudante incansável, adquiriu um vasto conhecimento da música europeia de sua época e das gerações anteriores. Desempenhou vários cargos em cortes e igrejas alemãs, mas suas funções mais destacadas foram a de Kantor da Igreja de São Tomás e Diretor Musical da cidade de Leipzig, onde desenvolveu a parte final e mais importante de sua carreira. Absorvendo inicialmente o grande repertório de música contrapontística germânica como base de seu estilo, recebeu mais tarde a influência italiana e francesa, através das quais sua obra se enriqueceu e transformou, realizando uma síntese original de uma multiplicidade de tendências. Praticou quase todos os gêneros musicais conhecidos em seu tempo, com a notável exceção da ópera, embora suas cantatas maduras revelem bastante influência desta que foi uma das formas mais populares do período Barroco.

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Música clássica fundamental

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Evangelho segundo S. Marcos 12,18-27.

Naquele tempo, foram ter com Jesus alguns saduceus – que afirmam não haver ressurreição – e perguntaram-lhe:
«Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão, que deixe esposa sem filhos, esse homem deve casar-se com a viúva, para dar descendência a seu irmão’.
Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem deixar descendência.
O segundo casou com a viúva e também morreu sem deixar descendência. O mesmo sucedeu ao terceiro.
E nenhum dos sete deixou descendência. Por fim morreu também a mulher.
Na ressurreição, quando voltarem à vida, de qual deles será ela esposa? Porque todos os sete se casaram com ela».
Disse-lhes Jesus: «Não andareis vós enganados, ignorando as Escrituras e o poder de Deus?
Na verdade, quando ressuscitarem dos mortos, nem eles se casam, nem elas são dadas em casamento; mas serão como os Anjos nos Céus.
Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes no Livro de Moisés, no episódio da sarça ardente, como Deus disse: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’?
Ele não é Deus de mortos, mas de vivos. Vós andais muito enganados».

José Nêumanne Pinto/Bandidos assumem o Brasil por falta de governo

O LUAR ATRAVÉS DOS ALTOS RAMOS. Fernando Pessoa. Poesia.

O LUAR ATRAVÉS DOS ALTOS RAMOS
Fernando Pessoa

O luar através dos altos ramos,
Dizem os poetas todos que ele é mais
Que o luar através dos altos ramos.

Mas para mim, que não sei o que penso,
O que o luar através dos altos ramos
É, além de ser
O luar através dos altos ramos,
É não ser mais
Que o luar através dos altos ramos.

É direito da personalidade honra, dignidade, imagem.

terça-feira, junho 05, 2018

Memória de São Bonifácio, Bispo e Mártir (Homilia Diária.865)

Kandisnsky. Pintura.

Wassily Kandinsky

Abandonar sua atividade física pode lhe deixar triste

Antes que desista do seu programa de exercícios físicos, saiba que uma nova pesquisa sugere que esta decisão pode colocar mais do que apenas seu condicionamento físico em risco.

De acordo com uma revisão de estudos, ela pode também lhe deixar vulnerável à depressão. A pesquisa incluiu 152 adultos que pararam de praticar, pelo menos, 30 minutos de exercícios físicos, três vezes por semana, por um mínimo de três meses.

“Em alguns casos, a interrupção desta quantidade de exercícios induziu a um aumento significativo nos sintomas depressivos após apenas três dias”, disse o autor sênior do estudo, Bernhard Baune, chefe de psiquiatria da Universidade de Adelaide na Austrália.

“Outros estudos mostraram que os sintomas depressivos das pessoas aumentaram após a primeira ou segunda semana, que ainda é pouco tempo depois de interromper a prática de exercícios”, ele acrescentou em um comunicado à imprensa da universidade.

É interessante observar que os sintomas depressivos que se desenvolveram depois que as pessoas pararam de se exercitar ocorreram sem os marcadores biológicos típicos comumente envolvidos nos sintomas depressivos, comentou Baune.

“Isto sugere algum tipo de efeito novo nestes casos, embora devamos ter certa cautela, pois o número de pessoas incluídas nos estudos que examinamos era pequeno. Esses achados precisariam ser reproduzidos em outros estudos clínicos”, disse ele.

O artigo aparecerá na edição de julho do periódico Journal of Affective Disorders.

Segundo Baune, enquanto um grande número de estudos tem mostrado que a prática regular de exercícios pode reduzir e tratar a depressão, pouca atenção tem sido dada à relação inversa.

Contudo, o novo estudo não provou que parar de praticar exercícios causa depressão, apenas que existe uma associação.

“Por enquanto, é importante que as pessoas entendam o potencial impacto no seu bem-estar mental quando param de praticar exercícios físicos regulares subitamente”, disse Baune.

José Nêumanne Pinto/Culpado pela crise, general aponta o dedo para a vítima

Evangelho segundo S. Marcos 12,13-17.

Naquele tempo, foram enviados a Jesus alguns fariseus e partidários de Herodes para O surpreenderem no que dissesse.
Aproximaram-se e disseram: «Mestre, sabemos que és sincero e não Te deixas influenciar por ninguém, pois não fazes aceção de pessoas, mas ensinas com sinceridade o caminho de Deus. É lícito ou não pagar o tributo a César? Devemos pagar ou não?».
Mas Jesus, conhecendo a sua hipocrisia, respondeu-lhes: «Porque Me armais esse laço? Trazei-Me um denário para Eu ver».
Eles trouxeram-no e Jesus perguntou-lhes: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César».
Então Jesus disse-lhes: «Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». E eles ficaram muito admirados com Jesus.

segunda-feira, junho 04, 2018

Debate

Quanto a se colocar o cinza perto do preto ele pode ser chamado de branco? E quando colocado perto do branco ele pode ser chamado de preto?

Por que devemos reparar os pecados? (Homilia Diária.864: Segunda-feira d...

Assim que fala a pessoa já começa a divagar

Gigliola Cinquetti Dio Come Te Amo (1966) Legendado

A ciência da medicina

A ciência da medicina
Por Oren Traub, MD, PhD, Departments of Internal Medicine and Adult Hospital Medicine, Pacific Medical Centers

OBS.: Esta é a versão para o consumidor.

Os médicos tratam pessoas há milhares de anos. A primeira descrição escrita de um tratamento médico é do Egito antigo e tem mais de 3.500 anos. Mesmo antes disso, os curandeiros e xamãs provavelmente ofereciam medicamentos à base de ervas ou de outros tipos para os doentes e feridos. Alguns remédios, como os usados para algumas fraturas simples e lesões menores, eram eficazes. No entanto, até muito recentemente, muitos tratamentos médicos não funcionavam e alguns eram, na realidade, prejudiciais.

Duzentos anos atrás, os remédios comuns para uma ampla gama de distúrbios incluíam cortar uma veia para tirar um pouco de sangue e oferecer várias substâncias tóxicas para provocar vômitos ou diarreia, todos perigosos para uma pessoa doente ou machucada. Há pouco mais de 100 anos, juntamente com a menção de alguns medicamentos úteis, como a aspirina e os digitálicos, o Manual da Merck mencionou a cocaína como tratamento para o alcoolismo, o arsênico e a fumaça de tabaco como tratamentos para asma e o spray nasal de ácido sulfúrico como tratamento para resfriados. Os médicos pensavam estar ajudando os pacientes. Claro, não é justo esperar que os médicos no passado soubessem o que sabemos agora, mas por que os médicos alguma vez pensaram que a fumaça de tabaco poderia beneficiar uma pessoa com asma?

Havia muitos motivos para que os médicos recomendassem tratamentos ineficazes (e algumas vezes prejudiciais) e para que as pessoas os aceitassem:

Normalmente, não havia tratamentos alternativos.

Os médicos e as pessoas doentes geralmente preferem fazer alguma coisa a não fazer nada.

As pessoas se sentem confortadas em passar seus problemas para uma figura de autoridade.

Os médicos geralmente fornecem o apoio e a garantia tão necessários.

Vale ressaltar que, no entanto, os médicos não podiam dizer quais tratamentos funcionavam.

Tratamento e recuperação: Causa e efeito?
Se um evento ocorre imediatamente antes de outro, as pessoas naturalmente supõem que o primeiro seja a causa do segundo. Por exemplo, se uma pessoa apertar um botão não marcado em uma parede e a porta de um elevador próximo se abrir, a pessoa vai supor, naturalmente, que o botão controla o elevador. A capacidade de fazer essas conexões entre eventos é uma parte importante da inteligência humana e é responsável por muito da nossa compreensão do mundo. No entanto, as pessoas normalmente veem conexões causais onde não existe qualquer conexão. É por isso que os atletas podem continuar a usar as meias "da sorte" que usavam quando ganharam um grande jogo ou que um estudante pode insistir em usar o mesmo lápis "da sorte" para fazer provas.

Essa maneira de pensar também é o motivo pelo qual, antigamente, se achava que alguns tratamentos médicos ineficazes funcionavam. Por exemplo, se a febre de uma pessoa doente começasse depois que o médico tivesse retirado sangue ou de o xamã ter feito um certo encanto de cura, as pessoas naturalmente supunham que essas ações eram a causa da febre. Para a pessoa que procurava alívio desesperadamente, melhorar era toda a prova de que precisava. Infelizmente, as relações aparentes de causa e efeito observadas no início da medicina raramente estavam corretas, mas a crença nelas foi o suficiente para perpetuar séculos de remédios ineficazes. Como isso pode ter acontecido?

As pessoas melhoram espontaneamente. Diferentemente de objetos inanimados "doentes" (como um machado quebrado ou uma camisa rasgada), que permanecem danificados até que sejam reparados por alguém, as pessoas doentes geralmente melhoram sozinhas (ou apesar do tratamento do médico) se o corpo se curar ou se a doença seguir seu curso. Os resfriados geralmente se curam em uma semana, as cefaleias duram um dia ou dois e os sintomas de intoxicação alimentar podem cessar em 12 horas. Muitas pessoas se recuperam, até mesmo, de distúrbios letais, como um ataque cardíaco ou pneumonia, sem tratamento. Os sintomas de doenças crônicas (como asma ou anemia falciforme) vêm e vão. Assim, muitos tratamentos podem parecer eficazes depois de um tempo suficiente e qualquer tratamento administrado próximo ao tempo de recuperação espontânea pode parecer drasticamente eficaz.

O efeito placebo pode ser responsável. A crença no poder do tratamento é geralmente suficiente para fazer com que a pessoa se sinta melhor. Embora a crença não possa fazer com que um distúrbio subjacente desapareça, como um osso quebrado ou diabetes, as pessoas que acreditam que estão recebendo um tratamento forte e eficaz frequentemente sentem-se melhor. Dor, náusea, fraqueza e muitos outros sintomas podem diminuir, mesmo que um comprimido não contenha princípios ativos e possa não trazer um possível benefício, como um comprimido de açúcar (chamado de placebo). O que conta é a crença.

Um tratamento ineficaz (ou até mesmo prejudicial) prescrito por um médico confiante a uma pessoa confiante e esperançosa, geralmente resulta em uma melhora incrível dos sintomas. Essa melhora é chamada de efeito placebo. Assim, as pessoas podem ver um benefício real (não simplesmente mal percebido) de um tratamento que não teve efeito real na doença em si.

Por que isso importa? Algumas pessoas argumentam que a única coisa importante é se um tratamento faz com que a pessoa se sinta melhor. Não importa se o tratamento realmente "funciona", ou seja, se ele afeta a doença subjacente. Esse argumento pode ser razoável quando o sintoma é o problema, como em muitas dores do dia a dia ou em doenças como resfriados, que sempre se curam sozinhas. Nesses casos, os médicos algumas vezes prescrevem tratamentos pelo seu efeito placebo. No entanto, em muitos distúrbios perigosos ou possivelmente sérios, o tratamento em si pode provocar efeitos colaterais e é importante que os médicos não percam a oportunidade de prescrever um tratamento que realmente funcione.

Como os médicos tentam aprender o que funciona
Como alguns médicos perceberam, muito tempo atrás, que as pessoas podem melhorar sozinhas, eles naturalmente tentaram comparar como pessoas diferentes com a mesma doença melhoraram com ou sem o tratamento. No entanto, até a metade do século XIX, era difícil fazer essa comparação. As doenças eram tão mal compreendidas que era difícil dizer quando duas ou mais pessoas tinham a mesma doença.

Os médicos que usavam um certo termo estavam, geralmente, falando sobre doenças completamente diferentes. Por exemplo, nos séculos XVIII e XIX, o diagnóstico de "hidropisia" era dado para pacientes com as pernas inchadas. Sabemos agora que o inchaço pode ser decorrente de insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou doença grave do fígado, doenças muito diferentes e que não respondem aos mesmos tratamentos. De maneira semelhante, várias pessoas que tiveram febre e também vômitos foram diagnosticadas com "febre biliar". Agora sabemos que muitas doenças diferentes causam febre e vômitos, como tifoide, malária e hepatite.

Apenas quando diagnósticos precisos e com base científica se tornaram comuns, cerca de 100 anos atrás, os médicos puderam avaliar, de maneira eficaz, os tratamentos. No entanto, eles ainda precisavam determinar como avaliar um tratamento da melhor forma.

Tamanho da amostra
Em primeiro lugar, os médicos perceberam que tinham de examinar mais de uma resposta ao tratamento de uma pessoa doente. Uma pessoa melhorando (ou piorando) poderia ser uma coincidência. A obtenção de bons resultados em muitas pessoas é menos provável de ser devido ao acaso. Quanto maior o número de pessoas (tamanho da amostra), mais provável que qualquer efeito observado seja real.

Grupos de controle
Mesmo se os médicos encontrarem uma boa resposta a um novo tratamento em um grupo grande de pessoas, eles ainda não sabem se o mesmo número de pessoas (ou mais) melhoraria por conta própria ou teriam resultados ainda melhores com um tratamento diferente. Assim, os médicos normalmente comparam os resultados entre um grupo de pessoas que recebem um tratamento de estudo (grupo de tratamento) e um grupo (grupo de controle) que recebe

Um tratamento mais antigo

Um tratamento simulado (um placebo, como um comprimido de açúcar)

Nenhum tratamento

Os estudos que envolvem um grupo de controle são chamados de estudos controlados.

Período
Inicialmente, os médicos simplesmente administravam, em todos os seus pacientes com uma certa doença, um novo tratamento e comparavam os resultados a um grupo de controle de pessoas tratadas anteriormente (pelo mesmo médico ou por diferentes médicos). As pessoas tratadas anteriormente são consideradas um grupo de controle histórico. Por exemplo, se os médicos descobrissem que 80% dos pacientes sobreviveram à malária depois de receber um novo tratamento, enquanto anteriormente apenas 70% sobreviviam, eles poderiam concluir que esse novo tratamento era mais eficaz.

Um problema em comparar os resultados de um período anterior é que os avanços no tratamento médico geral no período entre os tratamentos antigos e novos podem ser responsáveis por qualquer melhora no resultado. Não é justo comparar os resultados de pessoas tratadas em 2015 com os de pessoas tratadas em 1985.

Para evitar esse problema com grupos de controle histórico, os médicos tentam criar grupos de tratamento e grupos de controle ao mesmo tempo e observar os resultados do tratamento conforme evoluem. Esses estudos são chamados de estudos prospectivos.

Comparação de maçãs com maçãs
A maior preocupação com todos os tipos de estudos médicos, incluindo estudos históricos, é que grupos semelhantes de pessoas devem ser comparados.

No exemplo anterior, se o grupo de pessoas que recebeu o novo tratamento (grupo de tratamento) para malária fosse composto principalmente de jovens com a doença leve e o grupo anteriormente tratado (controle) fosse composto de pessoas mais velhas com a forma grave da doença, pode ser que as pessoas no grupo de tratamento tenham melhorado simplesmente porque eram mais jovens e mais saudáveis. Assim, um novo tratamento poderia, falsamente, parecer funcionar melhor.

Muitos outros fatores, além da idade e da gravidade da doença, também devem ser levados em conta, como

A saúde geral das pessoas sendo estudadas (pessoas com doenças crônicas, como diabetes ou insuficiência renal, tendem a demorar muito mais para melhorar que as pessoas saudáveis)

O médico e o hospital específicos responsáveis pelo tratamento (alguns podem ser mais especializados e com melhores instalações que outros)

As porcentagens de homens e mulheres que compõem os grupos de estudo (homens e mulheres podem responder de maneira diferente ao tratamento)

O status socioeconômico das pessoas envolvidas (pessoas com mais recursos financeiros para ajudá-los no tratamento tendem a melhorar mais rapidamente).

Os médicos tentaram muitos métodos diferentes para garantir que os grupos sendo comparados fossem o mais semelhantes possível, mas existem duas abordagens principais:

Estudos de caso-controle: Parear com precisão pessoas que recebem o novo tratamento (casos) com os que não recebem (controles) com base no maior número possível de fatores (idade, gênero, saúde, etc.)

Estudos randomizados: Designação aleatória das pessoas para cada um dos grupos do estudo

Estudos de caso-controle parecem sensatos. Por exemplo, se um médico estivesse estudando um novo tratamento para pressão sanguínea alta (hipertensão) e uma pessoa no grupo de tratamento tivesse 42 anos e diabetes, o médico tentaria garantir que uma pessoa com cerca de 40 anos com hipertensão e diabetes também fosse colocada no grupo de controle. No entanto, há tantas diferenças entre as pessoas, inclusive diferenças que os médicos nem imaginam, que é quase impossível criar, intencionalmente, uma correspondência exata para cada pessoa em um estudo.

Os estudos randomizados cuidam desse problema com a utilização de uma abordagem completamente diferente. Talvez, de maneira surpreendente, a melhor maneira de garantir uma correspondência entre os grupos é nem tentar. Em vez disso, o médico aproveita as leis de probabilidade e designa, ao acaso (normalmente com ajuda de um programa de computador), pessoas com a mesma doença para grupos diferentes. Se um grupo grande o suficiente de pacientes for dividido aleatoriamente, há grandes chances de que os pacientes em cada grupo tenham características semelhantes.

Os estudos prospectivos e randomizados são a melhor maneira de garantir que um tratamento ou exame esteja sendo comparado entre grupos equivalentes.

Eliminação de outros fatores
Depois que os médicos tiverem criado grupos equivalentes, eles deverão garantir que a única diferença permitida seja o tratamento do estudo em si. Dessa maneira, os médicos podem garantir que qualquer diferença no resultado ocorra devido ao tratamento e não a algum outro fator, como a qualidade ou frequência do tratamento de acompanhamento.

O efeito placebo é outro fator importante. As pessoas que sabem que estão recebendo um novo tratamento real, em vez do não tratamento (ou um tratamento antigo, presumivelmente menos eficaz), geralmente esperam sentir-se melhor. Algumas pessoas, por outro lado, podem esperar ter mais efeitos colaterais com um tratamento novo e experimental. Em qualquer um dos casos, essas expectativas podem exagerar os efeitos do tratamento, fazendo com que ele pareça mais eficaz ou que tenha mais complicações do que realmente tem.

O caráter cego é uma técnica utilizada para evitar os problemas do efeito placebo. As pessoas de um estudo não devem saber se estão recebendo um novo tratamento. Ou seja, elas estão “em caráter cego” com relação a essa informação. Deixar o paciente em caráter cego normalmente é conseguido ao se administrar às pessoas no grupo de controle uma substância de aparência idêntica, normalmente um placebo, algo sem efeito médico.

Quando um tratamento eficaz para uma doença já existe, não é ético dar ao grupo de controle o placebo. Nessas situações, o grupo de controle recebe um tratamento consagrado, algo que já se sabe ser eficaz no tratamento da doença. No entanto, independentemente de um placebo ou um medicamento consagrado ser usado, a substância precisa ter aspecto idêntico ao medicamento do estudo, de modo que as pessoas não possam dizer se elas estão tomando o medicamento do estudo. Se o grupo de tratamento receber um líquido vermelho e amargo, o grupo de controle também deverá receber um líquido vermelho e amargo. Se o grupo de tratamento receber uma solução clara por injeção, o grupo de controle também deverá receber uma injeção semelhante.

O caráter duplo-cego é um avanço adicional. Como o médico ou a enfermeira podem, acidentalmente, deixar uma pessoa saber qual tratamento está recebendo, e, portanto, "revelar" o caráter cego à pessoa, é melhor que todos os profissionais da área da saúde envolvidos não saibam o que estão dando. O estudo de caráter duplo-cego normalmente requer que uma pessoa de fora do estudo, como um farmacêutico, prepare substâncias de aparência idêntica rotuladas somente com um código numérico especial. O código numérico deverá ser quebrado somente depois da conclusão do estudo.

Um motivo adicional para o estudo em caráter duplo-cego é que o efeito placebo pode afetar o médico, que pode, inconscientemente, pensar que uma pessoa que está recebendo o tratamento esteja com um melhor desempenho que uma pessoa que não está recebendo tratamento, mesmo se os dois estiverem tendo exatamente o mesmo desempenho. Nem todos os estudos médicos podem ser duplo-cegos. Por exemplo, cirurgiões estudando dois procedimentos cirúrgicos diferentes obviamente sabem qual procedimento estão realizando (embora os pacientes que estejam passando pelos procedimentos possam ficar sem saber). Nesses casos, os médicos certificam-se de que as pessoas que avaliam o resultado do tratamento estejam cegas com relação ao que está sendo feito, para que não possam, inconscientemente, afetar os resultados.

Como escolher a concepção de um estudo clínico
O melhor tipo de estudo clínico é

Prospectivo

Randomizado

Controlado por placebo

Duplo-cego

A concepção permite a determinação mais clara da eficácia de um tratamento. No entanto, em algumas situações, essa concepção do estudo pode não ser possível. Por exemplo, com doenças muito raras, normalmente é difícil encontrar pacientes suficientes para um estudo randomizado. Nessas situações, estudos de caso-controle retrospectivos são geralmente realizados.

Catedral de Aquisgrão, Alemanha

domingo, junho 03, 2018

Solidão. Charles Fonseca. Fotografia.


Debate. 1

- Generalize as afirmações do seu oponente

COM TATO. Charles Fonseca. Poesia.

COM TATO
Charles Fonseca

Pra umas só o Whatsapp
Pra outras só Facebook
Terceiras e-mail vetusto
Pras quartas nem tico nem taco.

Há as que só um sussurro
Outras um piscar d'olhos
Vale também toque solos
Abraços gemidos té urros.



Evangelho segundo S. Marcos 2,23-28.3,1-6.

Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas.Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido».
Respondeu-lhes Jesus: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os seus companheiros?
Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, e também os deu aos companheiros».
E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.
Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado».
Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada.
Os fariseus observavam Jesus para verem se Ele ia curá-lo ao sábado e poderem assim acusá-l’O.
Jesus disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio».
Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados.
Então, olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada.
Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele.

José Nêumanne Pinto/Saúde e educação bancam diferença do preço do diesel

Psallite Domino (Ascension, Communion)

A boa vista. Castro Alves. Poesia.

A boa vista
Castro Alves

Era uma tarde triste, mas límpida e suave...
Eu — pálido poeta — seguia triste e grave
A estrada, que conduz ao campo solitário,
Como um filho, que volta ao paternal sacrário,

E ao longe abandonando o múrmur da cidade
— Som vago, que gagueja em meio à imensidade,—
No drama do crepúsculo eu escutava atento
A surdina da tarde ao sol, que morre lento.

A poeira da estrada meu passo levantava,
Porém minh'alma ardente no céu azul marchava
E os astros sacudia no vôo violento
— Poeira, que dormia no chão do firmamento.

A pávida andorinha, que o vendaval fustiga,
Procura os coruchéus da catedral antiga.
Eu — andorinha entregue aos vendavais do inverno,
Ia seguindo triste p'ra o velho lar paterno.

Como a águia, que do ninho talhado no rochedo
Ergue o pescoço calvo por cima do fraguedo,
— (Pra ver no céu a nuvem, que espuma o firmamento,
E o mar, — corcel que espuma ao látego do vento... )

Longe o feudal castelo levanta a antiga torre,
Que aos raios do poente brilhante sol escorre!
Ei-lo soberbo e calmo o abutre de granito
Mergulhando o pescoço no seio do infinito,

E lá de cima olhando com seus clarões vermelhos
Os tetos, que a seus pés parecem de joelhos! ...

Não! Minha velha torre! Oh! atalaia antiga,
Tu olhas esperando alguma face amiga,
E perguntas talvez ao vento, que em ti chora:
"Por que não volta mais o meu senhor d'outrora?
Por que não vem sentar-se no banco do terreiro
Ouvir das criancinhas o riso feiticeiro,
E pensando no lar, na ciência, nos pobres
Abrigar nesta sombra seus pensamentos nobres?

....................................................
....................................................
................................................

A ENTEADA. Charles Fonseca. Prosa.

A ENTEADA
Charles Fonseca

Desde os quatro anos era visitada ou visitava o pai duas vezes por ano. A mãe a trabalhar na área de saúde todos os dias a sustentar em tudo a filha. Deu-lhe o principal, educação primorosa. Só a conhecí já adolescente. Bela, gentil, carinhosa, um doce. Convivemos pelo tempo necessário de solidificar em mim um amor filial. Presente de Deus. Já há cinco anos morando em país desenvolvido, quer que moremos na mesma cidade que ela. E se chegar um netinho? Como posso negar esta convivência com quem me ajuda a viver nos meus já setenta e três anos? Como não ser solidário com minha mulher mãe desta única filha que há catorze anos tem sido tão solidária e amorosa comigo?

Vincent Van Gogh. Pintura

Um escavador - Vincent Van Gogh

sábado, junho 02, 2018

Alexis de Tocqueville

A imagem pode conter: 1 pessoa, texto

SENHOR IMPERADOR. Renata Pallottini. Poesia

SENHOR IMPERADOR
Renata Pallottini

(inspirado em Boris Vian)

Senhor Imperador:
escrevo-lhe estas linhas
em nome das mulheres
— as pobres e as rainhas.

Em nome das manhãs
que nascerão sem paz;
em nome das crianças
que nascerão sem pais.

Senhor Imperador:
se é bom fazer a guerra
por que não vai você
o homem que não erra?

Se a pátria pede sangue
por que não dá o seu?
Por que matar o moço
que ainda não viveu?

Um Deus que não o seu
louvando a vida humana
virá pra nos salvar
da garra dos tiranos

dos amantes da morte,
dos senhores da Dor.
Terá fim o seu crime,
Senhor Imperador!

Um amor que sabe castigar (Homilia Diária.863: Sábado da 8.ª Semana do T...

Fraternos


sexta-feira, junho 01, 2018

Difícil descascar o preconceito

Ela. Charles Fonseca. Fotografia

Foto:

Paris hero climbs four-storey building to rescue dangling child

Evangelho segundo S. Marcos 11,11-26.

Naquele tempo, Jesus, depois de ser aclamado pela multidão, entrou em Jerusalém e foi ao templo. Observou tudo à sua volta e, como já era tarde, saiu para Betânia com os Doze.
No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus sentiu fome.
Viu então de longe uma figueira com folhas e foi ver se encontraria nela algum fruto. Mas, ao chegar junto dela, nada encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos.
Então, dirigindo-Se à figueira, disse: «Nunca mais alguém coma do teu fruto». E os discípulos escutavam.
Chegaram a Jerusalém. Quando Jesus entrou no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam: derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas
e não deixava ninguém levar nada através do templo.
E ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? E vós fizestes dela um covil de ladrões».
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas souberam disto e procuravam maneira de o fazer morrer. Mas temiam Jesus, porque toda a multidão andava entusiasmada com a sua doutrina.
Ao cair da noite, Jesus e os discípulos saíram da cidade.
Na manhã seguinte, ao passarem perto da figueira, os discípulos viram-na seca até às raízes.
Pedro recordou-se do que tinha acontecido na véspera e disse a Jesus: «Olha, Mestre. A figueira que amaldiçoaste secou».
Jesus respondeu: «Tende fé em Deus.
Em verdade vos digo: Se alguém disser a este monte: ‘Tira-te daí e lança-te no mar’, e não hesitar em seu coração, mas acreditar que se vai cumprir o que diz, assim acontecerá.
Por isso vos digo: Tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes e assim sucederá.
E quando estiverdes a orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que o vosso Pai que está nos Céus vos perdoe também as vossas faltas».
Porque, se não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não perdoará as vossas ofensas.»