Pesquisar este blog

segunda-feira, abril 30, 2018

A musa.


Retorno de capital investido.

"Se, para manter o Lula na PF custa 300 mil por mês e se tanta gente quer entrar lá para vê-lo, só o capitalismo tem a solução:

vamos cobrar ingresso!

Se permitirmos a entrada de 100 pessoas por dia, cada uma pagando 100 reais, o problema estará resolvido; e com uma vantagem adicional: os petistas vão desaparecer (todo mundo sabe que não existe petista grátis, muito menos petista pagante).

Os ingressos serão vendidos pela internet e certamente haverá filas de espera. As visitas deverão ser rápidas, com direito a uma selfie com o dito-cujo; mas podem ser criados planos especiais, como os de sócio-torcedor dos clubes de futebol:

quem comprar antecipadamente ingressos para pelo menos uma visita mensal até o final da pena, receberá bônus e prêmios, como fotos do condenado autografadas pelo Sérgio Moro, direito de tomar uma dose de cachaça na companhia dele no dia de seu aniversário ou ouvi-lo contando mentiras em um show exclusivo para clientes vip.

Claro que idosos (como o Leonardo Boff, a Eleonora Menicucci e o Eduardo Suplicy) terão direito a meia-entrada; mas teremos que encontrar algum motivo para manter gente como o Lindbergh, a Dilma e a Gleici afastados: talvez possamos alegar que as presenças de pessoas portadoras de distúrbios severos podem causar danos psicológicos aos apenados.

O Lula Live in Curitiba poderá ser, pelos próximos 12 anos, um enorme estímulo ao turismo na capital paranaense.

Logicamente iria haver uma lojinha de souvenirs na saída, vendendo bonecos do Pixuleco, mensagem psicografadas da Marisa Letícia, extratos de discursos da Dilma defendendo o Lula, lingerie de Rosemary e do Jean Willis, lanchonete com sanduíche de mortadela, e garrafinha de 51 benta pelo Frei Beto, foto pin up da Craizy Hoffman, enxada do MST com autógrafo do Stedile, pó de chifre do Paulo Bernardo, que dizem ser afrodisíaco, HC redigido pelo Gilmar Mendes e cartão de visita do Zanin.
Vai faturar muuuuito!
De nada."

Bandidos. Charles Fonseca. Poesia.

Bandidos togados
Bandidos armados
Bandidos safados
Bandidos, bandidos.

Meu primeiro dia de aula. Suely Monteiro.

Meu primeiro dia de aula no ginásio de Leopoldina: sonho ou pesadelo?
Suely Monteiro

(Para Eliana Ribeiro Abreu, Marinalda Quintao e Cidinha Machado. Onde anda vc Cidinha?).

As portas do ginásio se abriram e entrei gloriosa no mundo da cultura.
Eu era magra, esquelética e aos 13 anos ocupava pouco espaço na vida social e nenhum na vida acadêmica.
Ignorante das regras de boas maneiras, busquei assento na primeira fila, mas não ignorei o mundo lá de trás, onde principalmente os meninos falavam alto, seguros de seu poder.
Ah, como eu estava feliz!
Como a alegria de estar entre o fantástico e o misterioso me enchia a alma de gratidão a minha amiga Liana, a Deus e o quanto isto me dava paz!
Eu sabia que havia entrado no mundo dos sonhos, no mundo das possibilidades, no mundo da razão.
Eu sabia o quanto seria difícil para mim continuar lá, pois havia deixado no lado de fora um rastro tão forte que não seria difícil a miséria me encontrar e me obrigar a voltar para o meu mundo de origem.
Mas, lá estava eu, dentes trincados, fazendo uma super força para me manter sentada no banco da sabedoria.
Eu queria continuar ali. Eu tinha esse direito.
Era cidadã do mundo, filha de Deus e gostava de estudar.
A professora entrou na sala. Linda, jovem, com um sorriso vindo da alma.
Olhou para a sua turma e disse da felicidade que era para ela estar ali.
Caminhando com a leveza de um pássaro que voa, ela nos pediu que lhe contassemos um pouco da nossa expectativa de estar no ginásio, começando uma nova etapa na vida.
Dirigiu-se ao quadro negro e escreveu com letras marcantes: Redação: Meu Primeiro Dia de Aula no Ginásio.
Meu coração quase arrebentou com a força que tinha que fazer para enviar ao cérebro a quantidade de oxigênio necessária para organizar o vulcão de idéias que, vindas sei lá de onde, encheu a pequena cabeça colocada sobre meus ombros.
Em segundos vi brotarem ao lado do título sugerido pela mestra o sinal de dois pontos seguidos pelas palavras interrogativas, sonho ou pesadelo?.
Não me lembro de mais nada do que ocorreu entre aquele espaço e o alvoroço das palmas que me trouxeram de volta à sala de aula. Descobri meio sem jeito que eram para mim e que minha redação tinha sido escolhida como a melhor da turma.
Mas, como isso tinha sido possível?
Que fizera eu além de descrever a alegria de estar em sala de aula, buscando afastar-me da miserável ignorância e o terror de não conseguir me livrar de suas garras?
O que fiz além de relatar minha história de menina pobre necessitada de trabalhar para sobreviver e o desejo ardente de aprender?
O que poderia ter de belo uma sentença de dor escrita na ante-sala da felicidade?
Será que a professora não havia lido que eu estava ali apenas por alguns dias, pois o apito da fábrica me chamava para domar os teares que construiriam os sonhos de bem vestir as meninas ricas?
Será que aquela bela dama não havia entendido a dor por baixo da minha escrita?
Se até hoje não consegui descobri o mistério dos aplausos daquele dia, minha querida professora descobriu imediatamente que naquela alma inculta escondia-se a vontade de aprender.
Investiu nela, enquanto pode e deu-me de presente três meses após nosso primeiro contato, no momento da nossa despedida, a certeza de que todas as portas do mundo se abrem ao toque de quem deseja aprender.
Graças a ela conheço o tamanho da minha cegueira e continuo batendo em todas as portas que podem me oferecer a Luz do conhecimento.
Estudei com sacrificios e na solidão do meu quarto, na maioria das vezes, sem ir à escola, mas cercada de mestres que se mostravam em cada canto, em cada pessoa, em cada atividade profissional que exercia.
Ah, Cidinha, vou viver cada momento de minha vida lembrando do bem que você me fez!
Ah, Liana , foi a amizade filha do amor e irmã da sabedoria que me conduziu àquela sala de aula que mudou minha vida .
E pensar que naquela época eu só tinha duas amigas, você e a Marinalda Quintão, minha querida Mari!
A vocês três minha eterna gratidão pela diferença que fizeram em minha vida.
Através de vocês eu homenageio a inumeráveis pessoas que enriqueceram o planeta dos sonhos, o mundo colorido de dores e alegria, esperança e fé que eu construí e venho aperfeiçoando com as bênçãos de minha família e de Deus.

Bela lembrança do Google num dia especial.

sábado, abril 28, 2018

ROTAÇÃO. Cassiano Ricardo. Poesia.

ROTAÇÃO
Cassiano Ricardo

a esfera
em torno de si mesma
me ensina a espera
a espera me ensina
a esperança
a esperança me ensina
uma nova espera a nova
espera me ensina
de novo a esperança
na esfera

a esfera
em torno de si mesma
me ensina a espera
a espera me ensina
a esperança
a esperança me ensina
uma nova espera a nova
espera me ensina
uma nova esperança
na esfera

a esfera
em torno de si mesma
me ensina a espera
a espera me ensina
a esperança
a esperança me ensina
uma nova espera a nova
espera me ensina
uma nova esperança
na esfera

Chopin - Nocturno en si mayor Op 9 Nº 3

Evangelho segundo S. João 14,7-14.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes».
Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta».
Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?
Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim próprio; mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras.
Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim; acreditai ao menos pelas minhas obras.
Em verdade, em verdade vos digo: quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai».
E tudo quanto pedirdes em meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
Se pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu a farei».

Missa Tridentina legendada

sexta-feira, abril 27, 2018

Noite. Menotti Del Picchia. Poesia

Noite
Menotti Del Picchia

As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.

Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.

Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.

Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono em ensaio de morte.

No cemitério da treva
tudo morre provisoriamente.

Antonio Teixeira (1707 - 1759) - TE DEUM (2 de 7)

Evangelho segundo S. João 14,1-6.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim.

Em casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse, Eu vos teria dito que vou preparar-vos um lugar?
Quando eu for preparar-vos um lugar, virei novamente para vos levar comigo, para que, onde Eu estou, estejais vós também.

Para onde Eu vou, conheceis o caminho».

Disse-Lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais: como podemos conhecer o caminho?».

Respondeu-lhe Jesus: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim.

O mar. Suely Monteiro. Fotografia


Paisagem do Capibaribe I. João Cabral de Melo Neto. Poesia

Paisagem do Capibaribe I
João Cabral de Melo Neto

A cidade é passada pelo rio
como uma rua
é passada por um cachorro;
uma fruta
por uma espada.

O rio ora lembrava
a língua mansa de um cão,
ora o ventre triste de um cão,
ora o outro rio
de aquoso pano sujo
dos olhos de um cão.

Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.

Sabia dos caranguejos
de lodo e ferrugem.
Sabia da lama
como de uma mucosa.
Devia saber dos polvos.
Sabia seguramente
da mulher febril que habita as ostras.

Aquele rio
jamais se abre aos peixes,
ao brilho,
à inquietação de faca
que há nos peixes.
Jamais se abre em peixes.

Abre-se em flores
pobres e negras
como negros.
Abre-se numa flora
suja e mais mendiga
como são os mendigos negros.
Abre-se em mangues
de folhas duras e crespos
como um negro.

Liso como o ventre
de uma cadela fecunda,
o rio cresce
sem nunca explodir.
Tem, o rio,
um parto fluente e invertebrado
como o de uma cadela.

E jamais o vi ferver
(como ferve
o pão que fermenta).
Em silêncio,
o rio carrega sua fecundidade pobre,
grávido de terra negra.

Em silêncio se dá:
em capas de terra negra,
em botinas ou luvas de terra negra
para o pé ou a mão
que mergulha.

Como às vezes
passa com os cães,
parecia o rio estagnar-se.
Suas águas fluíam então
mais densas e mornas;
fluíam com as ondas
densas e mornas
de uma cobra.

Ele tinha algo, então,
da estagnação de um louco.
Algo da estagnação
do hospital, da penitenciária, dos asilos,
da vida suja e abafada
(de roupa suja e abafada)
por onde se veio arrastando.

Algo da estagnação
dos palácios cariados,
comidos
de mofo e erva-de-passarinho.
Algo da estagnação
das árvores obesas
pingando os mil açúcares
das salas de jantar pernambucanas,
por onde se veio arrastando.

(É nelas,
mas de costas para o rio,
que "as grandes famílias espirituais" da cidade
chocam os ovos gordos
de sua prosa.
Na paz redonda das cozinhas,
ei-las a revolver viciosamente
seus caldeirões
de preguiça viscosa).

Seria a água daquele rio
fruta de alguma árvore?
Por que parecia aquela
uma água madura?
Por que sobre ela, sempre,
como que iam pousar moscas?

Aquele rio
saltou alegre em alguma parte?
Foi canção ou fonte
Em alguma parte?
Por que então seus olhos
vinham pintados de azul
nos mapas?

quinta-feira, abril 26, 2018

Qual a sua participação na desordem da qual se queixa?

Sebastião Salgado. Fotografia

Evangelho segundo S. João 13,16-20.

Naquele tempo, quando Jesus acabou de lavar os pés aos seus discípulos, disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: O servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.
Sabendo isto, sereis felizes se o puserdes em prática.
Não falo de todos vós: Eu conheço aqueles que escolhi; mas tem de cumprir-se a Escritura, que diz: ‘Quem come do meu pão levantou contra Mim o calcanhar’.
Desde já vo-lo digo antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu Sou.
Em verdade, em verdade vos digo: Quem recebe aquele que Eu enviar, a Mim recebe; e quem Me recebe a Mim, recebe Aquele que Me enviou».

Sarah Vaughan - Brazilian Romance (1987).

quarta-feira, abril 25, 2018

Evangelho segundo S. Marcos 16,15-20.

Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for batizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado.

Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus.

Eles partiram a pregar por toda a parte, e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.

O Massacre dos Inocentes, Peter Paul Rubens, óleo sobre madeira, 1636-1638, Alte Pinakothek, Munique, Alemanha.

O que foi a matança dos inocentes? É um fato histórico?

54 perguntas sobre Jesus

Clique:
http://opusdei.org/pt-br/article/54-perguntas-sobre-jesus/

terça-feira, abril 24, 2018

Cartola e seu Pai - O Mundo é um Moinho

És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus.

"Gaudete et Exsultate" - Nova exortação apostólica do Papa Francisco

Clique:
http://opusdei.org/pt-br/article/gaudete-et-exsultate-nova-exortacao-apostolica-do-papa-francisco/

A GRADE. Carl Sandburg. Poesia

A GRADE
Carl Sandburg

Tradução: Carlos Machado

Agora, a mansão à beira do lago já está
concluída, e os trabalhadores estão
começando a grade.
São barras de ferro com pontas de aço, capazes
de tirar a vida de qualquer um que se
arrisque sobre elas.
Como grade, é uma obra-prima e impedirá a
entrada de todos os famintos e vagabundos
e de todas as crianças vadias à procura de
um lugar para brincar.
Entre as barras e sobre as pontas de aço nada
passará, exceto a Morte, a Chuva e o Dia de
Amanhã.

O coração em pedra alguém mau te transformou

segunda-feira, abril 23, 2018

Maria Bethânia - "Reconvexo" (Ao Vivo) – Amor Festa Devoção

VEM! Charles Fonseca. Poesia

VEM!
Charles Fonseca

Quando te vejo feliz
Como por ti fui um dia
Alegre eu por um triz
'Inda sou, ave Maria!

Agora que já és pai
Adiante quando avô
Te lembrarás e em louvor
Rezarás também creio no Pai

No Filho Deus encarnado
Espírito Santo amém
Eu já no céu no além
Por ti a esperar, vem!


sábado, abril 21, 2018

As treze diferenças entre católicos e ortodoxos orientais

Clique:
https://pt.aleteia.org/2018/04/20/as-13-diferencas-entre-os-catolicos-e-os-orientais-ortodoxos/?utm_campaign=NL_pt&utm_source=daily_newsletter&utm_medium=mail&utm_content=NL_pt

O que significa o apostolado? Quem são os apóstolos de hoje?

Clique:
http://opusdei.org/pt-br/article/o-que-significa-o-apostolado-quem-sao-os-apostolos-de-hoje/

Milton Nascimento - "Canção da América" (1980)

De cada 100 pelo menos 12

No Brasil, 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental. Pelo menos 3% da população sofre transtornos mentais graves e persistentes.

sexta-feira, abril 20, 2018

Velasquez. Pintura

Portrait of Don Luis de Góngora

AULA DE DESENHO. Maria Esther Maciel. Poesia.

AULA DE DESENHO
Maria Esther Maciel

Estou lá onde me invento e me faço:
De giz é meu traço. De aço, o papel.
Esboço uma face a régua e compasso:
É falsa. Desfaço o que fiz.
Retraço o retrato. Evoco o abstrato
Faço da sombra minha raiz.
Farta de mim, afasto-me
e constato: na arte ou na vida,
em carne, osso, lápis ou giz
onde estou não é sempre
e o que sou é por um triz.

José Nêumanne Pinto/STF inventa direitos humanitários para ricaços

Ingênua - Noel Rosa

Evangelho segundo S. João 6,52-59.

Naquele tempo, os judeus discutiam entre si: «Como pode Jesus dar-nos a sua carne a comer?».
E Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.
A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele.
Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim.
Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente».
Assim falou Jesus, ao ensinar numa sinagoga, em Cafarnaum.

quinta-feira, abril 19, 2018

Beba Coca Cola (1957). Décio Pignatari

O Som Brasileiro De Sarah Vaughan (1978)

Pobres são aqueles que precisam muito. Sêneca

Se só gosta de transgredir convém uma abordagem psicológica/psiquiátrica

Cartas - Fernando Sabino para Clarice

Clarice Lispector é uma coisa escondida sozinha num canto, esperando, esperando. Clarice Lispector só toma café com leite. Clarice Lispector saiu correndo correndo no vento na chuva, molhou o vestido perdeu o chapéu. Clarice Lispector é engraçada! Ela parece uma árvore. Todas as vezes que ela atravessa a rua bate uma ventania, um automóvel vem, passa por cima dela e ela morre. Me escreva uma carta de 7 páginas, Clarice.

*****

Porisso (sic) não te posso mandar nenhuma palavra animadora. Digo apenas que não concordo com você quando você diz que faz arte apenas porque “tem um temperamento infeliz e doidinho”. Tenho uma grande, uma enorme esperança em você e já te disse que você avançou na frente de nós todos, passou pela janela, na frente deles todos. Apenas desejo intensamente que você não avance demais para não cair do outro lado. Você tem de ser equilibrista até o fim da vida. E suando muito, apertando o cabo da sombrinha aberta, com medo de cair, olhando a distância do arame já percorrido e do arame a percorrer — e sempre tendo de exibir para o público um falso sorriso de calma e facilidade. Tem de fazer isso todos os dias, para os outros como se na vida não tivesse feito outra coisa, para você como se fosse sempre a primeira vez, e a mais perigosa. Do contrário seu número será um fracasso.

Livro recomendado

A Fé da Igreja – Em que Deve Crer o Cristão de Hoje

Evangelho segundo S. João 6,44-51.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia.
Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim.
Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai.
Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna.
Eu sou o pão da vida.
No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram.
Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer.
Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo

quarta-feira, abril 18, 2018

Qual foi o relacionamento entre Jesus e Maria Madalena?

Clique:
http://opusdei.org/pt-br/article/qual-foi-o-relacionamento-entre-jesus-e-maria-madalena/

O Viático, último sacramento do cristão

1524. Àqueles que vão deixar esta vida, a Igreja oferece-lhes, além da Unção dos Enfermos, a Eucaristia como viático. Recebida neste momento de passagem para o Pai, a comunhão do corpo ,e sangue de Cristo tem um significado e uma importância particulares. É semente de vida eterna e força de ressurreição, segundo as palavras do Senhor: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna: e Eu ressuscitá-lo‑ei no último dia» (Jo 6, 54). Sacramento de Cristo morto e ressuscitado, a Eucaristia é aqui sacramento da passagem da morte para a vida, deste mundo para o Pai (137).

1525. Assim, do mesmo modo que os sacramentos do Baptismo, da Confirmação e da Eucaristia constituem uma unidade chamada «os sacramentos da iniciação cristã», também pode dizer-se que a Penitência, a Santa Unção e a Eucaristia, como viático, constituem, quando a vida do cristão chega ao seu termo, «os sacramentos que preparam a entrada na Pátria» ou os sacramentos com que termina a peregrinação.


Catecismo

sábado, abril 14, 2018

Evangelho do dia

Ao cair da tarde, os discípulos de Jesus desceram até junto do mar,
subiram para um barco e seguiram para a outra margem, em direção a Cafarnaum. Já fazia escuro e Jesus ainda não tinha ido ter com eles.
Como o vento soprava forte, o mar ia-se encrespando.
Tendo eles remado duas e meia a três milhas, viram Jesus aproximar-Se do barco, caminhando sobre o mar e tiveram medo.
Mas Jesus disse-lhes: «Sou Eu. Não temais».
Quiseram então recebê-l’O no barco mas logo o barco chegou à terra para onde se dirigiam.


quarta-feira, abril 11, 2018

É com esta que eu vou


Evangelho segundo S. João 3,16-21.

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita n’Ele já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus».
E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras.
Todo aquele que pratica más ações odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus».

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução.

Fica combinado assim


sábado, abril 07, 2018

O jovem Charles

Autor: Mentor Neto

O jovem Charles, que não me recordo o sobrenome, professor em Campinas, fez um comentário num dos meus posts sobre o Lula e infelizmente apagou.

Ele disse algo como:
"Agora todo os problemas do Brasil estão resolvidos, né?"

Pena que apagou.
Porque acho que esse comentário merece uma resposta mais elaborada.
Então aí vai.
Para quem tiver paciência de ler, é um texto enorme, para ele e para mim mesmo.
Uma remissão pessoal.
===

Charles, não está tudo resolvido, não.
Dá trabalho resolver tudo que está errado há 500 anos.
Mais trabalho ainda deu colocar o Brasil no trilho depois do Golpe Militar, provavelmente antes de você nascer.
Minha adolescência foi cheia de medo.
Não dos militares, mas da insegurança econômica.
Do futuro que eu poderia ter.
Aí veio o Tancredo, deu esperança e morreu.
Piorou com o Collor.
Aliviou no FHC com o fim da inflação.
E quando a gente achava que estava indo bem, no início do mandato do maior líder popular da História do país, sabe o que aconteceu?
Ele se vendeu.
Fez vista grossa para os companheiros que compravam apoio no Congresso.
Aí, Charles, foi ladeira abaixo.
Longos 13 anos de ladeira abaixo.
Gente como você, jovem e idealista, acreditou, porque o discurso de esquerda é mesmo sedutor.
Eu mesmo acreditei, na década de 70, 80 e 90.
Usei estrelinha no peito, votei várias vezes no Lula.
Para mim é fácil entender que você tenha sido seduzido.
E seria lindo se tivesse mesmo sido verdade.
Melhor distribuição de renda.
Educação para os que deram azar de nascer pobres.
Tudo isso e muito mais.
Você acreditou que alguma coisa estava mudando.
Eu parei de acreditar quando ele se vendeu.
Foi ali que parei de votar nele.
Abandonei o barco.
Ficou claro que nada estava mudando de verdade.
Era só uma bolha de mentiras, financiada pela corrupção.
Aí aconteceu a cisão.
Do partido e do país.
Boa parte dos que ainda acreditam em Lula e no PT, acham que tudo é um golpe das elites para tira-lo do poder.
Outros até admitem a corrupção e acham que os fins justificam os meios.
Você está em um desses dois grupos, aposto.
E realmente acredito que - na cabeça doentia de um sujeito que não soube lidar com o poder - lá no fundo existia (e talvez ainda exista) um plano de se perpetuar no poder e quem sabe um dia, cumprir o que prometeu.
Acredito mesmo nisso.
Diferente dessa direitada toda que quer ele morto, tenho uma visão diferente do Lula.
Ele é um símbolo. Uma lenda.
Ele decidiu ser essa lenda na década de 70.
E de lá pra cá, nunca se importou em pagar suas contas.
Lendas não pagam contas.
Assim, seus companheiros sempre cuidaram de prover o que ele precisava.
O Sitiozinho meia boca, o Triplex medíocre são isso.
Para Lula, isso era só a vida de uma Lenda.
E aos poucos, no poder, ele foi perdendo os limites do que podia ter, o que podia esperar de seu poder.
Embriagado, permitiu que a imoralidade superasse a Lenda.
E o Governo PT desandou.
O seu e o meu sonho da esquerda foram para o ralo.
Lá atrás, no final do primeiro mandato.
E no segundo inteiro.
Corrupção, Charles, vicia.
Com o tempo e com Dilma, o PT e o Lula esqueceram de Governar.
Ou nunca souberam.
Afundaram o país.
Não só pela corrupção.
Corrupção sempre existiu em todos os governos.
Falo da incompetência em gerir o país.
Das mentiras das estatísticas.
Você sabia, por exemplo, que o responsável na ONU pelos estudos de fome no mundo era o mesmo que criou o projeto para acabar com a Fome no Governo Dilma?
Aí ele, na ONU, decidiu que não tinha mais fome no Brasil.
Ou seja, validou mundialmente na ONU o que ele mesmo fez no Brasil.
E sabe o que ele fez?
Incluiu a coxinha de bar como uma refeição.
Olha que lindo.
Acabou com a fome, ironicamente com coxinhas.
Percebe, Charles?
Esse é só um dos milhares de exemplos da farsa que você comprou.
E você continuou acreditando em mentiras que afundaram o país numa enorme recessão.
Com 12 milhões de desempregados.
Você, aí na sua Faculdade, dando aulas e transmitindo essas asneiras e desinformação para seus alunos, talvez não se de conta de como tudo isso é grave.
Eu, aqui na iniciativa privada, emprego 200 profissionais há 30 anos.
Passei por todos esses governos. Inflação de 4 dígitos e o cacete.
Nada se compara ao que foi o desastre do segundo governo Dilma.
E tremo cada vez que escuto idealistas como você sugerirem que está acontecendo uma injustiça com o Lula.
Não está.
Isso que você chama de injustiça é só o país tentando resolver alguns de nossos milhões de problemas.
E se você, não é parte dessa solução, é parte do problema.
Então anota aí: é por causa de gente como você é que não está tudo resolvido no Brasil.

domingo, abril 01, 2018

Eu sou Diógenes, o cão

Eu sou Diógenes, o cão

Diógenes, uma das figuras mais pitorescas da história da filosofia, é reconhecido como o filósofo que desprezou ostensivamente os poderosos e as convenções sociais. Nasceu em Sínope e, exilado de sua terra natal, em Atenas foi discípulo de Antístenes (c.444-365 a.C.), um antigo pupilo de Sócrates, fundador da filosofia cínica. Contam que a sua iniciação como discípulo foi graças a sua obstinação. Logo ao chegar a Atenas, Diógenes deparou-se com Antístenes que não queria acolher a mais ninguém como aluno, rejeitando, assim, o insistente Diógenes que, por sua vez, não deu-se por vencido. Chegando ao extremo da persistência, Antístenes irritado estendeu o seu bastão contra Diógenes que lhe ofereceu a cabeça, acrescentando: “Pode golpear, pois não encontrarás um bastão tão duro que possa me fazer desistir de obter que me digas algo, como a mim parece que devas”. A partir daí tornou-se seu ouvinte e discípulo.

Diógenes levou ao extremo os preceitos cínicos de seu mestre Antístenes. Foi o exemplo vivo que perpetuou a indiferença cínica perante os valores da sociedade da qual fazia parte. Desprezava a opinião pública e parece ter vivido em uma pipa ou barril. Reza a lenda que seus únicos bens eram um alforje, um bastão e uma tigela (que simbolizavam o desapego e autossuficiência perante o mundo), sendo ele conhecido também, como Diógenes o cão. Alexandre, o Grande, certa vez o encontrou e lhe disse: “Eu sou Alexandre, o grande rei”. Diógenes, por sua vez: “E eu sou Diógenes, o cão”.

Diógenes acreditava que os humanos viviam artificialmente de maneira hipócrita e poderiam fazer bem ao estudar o cão. Afinal o cão é capaz de realizar suas funções corporais naturais em público sem constrangimento, um cachorro comerá qualquer coisa, e não fará estardalhaço sobre que lugar dormir. Cachorros vivem o presente sem ansiedade, e não possuem as pretensões da filosofia abstrata. Somando-se ainda a estas virtudes, cachorros aprendem instintivamente quem é amigo e quem é inimigo. Diferente dos humanos que enganam e são enganados uns pelos outros, cães reagem com honestidade frente à verdade.

Interrogado certa feita sobre de qual raça de cão seria, respondeu: “Quando tenho fome, um maltês, quando estou saciado, um molosso, aquela espécie que as pessoas mais elogiam, mas com a qual todavia não têm coragem de sair para caçar por causa da fadiga. Assim, não podeis conviver comigo, porque tendes medo de sofrer”.

Diógenes é tido como um dos primeiros homens (antecedido por Sócrates com a sua célebre frase "Não sou nem ateniense nem grego, mas sim um cidadão do mundo.") a afirmar, "Sou uma criatura do mundo, e não de um estado ou uma cidade particular", manifestando assim um cosmopolitismo relativamente raro em seu tempo.

Provavelmente, Diógenes foi o mais folclórico dos filósofos. São inúmeras as histórias que se contavam sobre ele já na Antigüidade. É famosa, por exemplo, a história de que ele saía em plena luz do dia com uma lanterna acesa procurando por homens verdadeiros (ou seja, homens auto-suficientes e virtuosos).

Igualmente famosa é sua história com Alexandre, o Grande, que, ao encontrá-lo, ter-lhe-ia perguntado o que poderia fazer por ele. Acontece que devido à posição em que se encontrava, Alexandre fazia-lhe sombra. Diógenes, então, olhando para a Alexandre, disse: "Não me tires o que não me podes dar!" (variante: "deixe-me ao meu sol"). Essa resposta impressionou vivamente Alexandre, que, na volta, ouvindo seus oficiais zombarem de Diógenes, disse: "Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes."

Outra história famosa é a de que, tendo sido repreendido por estar se masturbando em público, simplesmente exclamou: "Oh! Mas que pena que não se possa viver apenas esfregando a barriga!"

Outra história ainda é a de que um dia Diógenes foi visto pedindo esmola a uma estátua. Quando lhe perguntaram o motivo de tal conduta ele respondeu "por dois motivos: primeiro é que ela é cega e não me vê, e segundo é que eu me acostumo a não receber algo de alguém e nem depender de alguém."



http://culturadetravesseiro.blogspot.com.br/2011/07/diogeneslanternafilosofiadocao.html

Encontros e partidas. Charles Fonseca. Prosa

Encontros e partidas
Charles Fonseca

Não era o 7 de setembro. Era o 8. Um mês antes do 8 de outubro, aniversário de um dos meus irmãos, o segundo. Cinco da manhã. Recebo um telefonema de um outro meu irmão, daqui de Salvador. Anunciava que recebeu um telefonema de minha irmã do Rio de Janeiro, dizendo que houvera um acidente com o futuro aniversariante, o de outubro, na entrada da cidade, aqui mesmo. E eu querendo saber da pessoa e ele me dizendo que iria buscar o corpo. Cambaleando, voltei para a cama ante a sensação de desmaio.
Fui ao Instituto Médico Legal, querendo não acreditar, reconhecer o corpo. Com a fratura da mandíbula que lhe antecedeu outras que lhe ceifaram a vida, parecia um passarinho. Um tico-tico. Ele que tanto tinha recitado em criança: “tico-tico rasteirinho, tira o galho do caminho, que eu quero passear, tenho medo do espinho!”. Não tiraram o galho do caminho.
Já na casa da viúva, o mesmo meu irmão anunciante, logo após um telefonema do irmão desta, surpreendentemente, pediu a todos os amigos que aguardassem em suas casas pois que ela deveria ficar só naqueles primeiros momentos. Estaria eu ouvindo o que ouvi? Silentes, um a um, todos os que já haviam chegado se retiraram. Eu também.
No Jardim da Saudade, a viúva, na cabeceira do caixão, virando-se para minha então mulher disse apenas: “Me desculpe”. Não havia de que. Por que haveria?
O celebrante religioso começou a fala, a da estação de trem que é a vida, uns chegando, outros partindo. Pai e irmãos, sangue do meu sangue derramado, juntos e de mãos dadas ouviram a oração final. Menos um, o que me anunciou o evento, que, à distância, tudo observava e que acompanhou conosco o levar do meu irmão até seu retorno ao pó. Que se passava naquela alma atormentada e sozinha?

O retrato. Gogol.

Uma curiosidade muito natural surgiu em
todos os rostos. O próprio leiloeiro parou,
o queixo caído, o martelo erguido, e prestou
atenção. No início de seu relato, muitos dos
ouvintes se voltaram involuntariamente na
direção do retrato, mas logo, com o interesse
crescente, os olhares não abandonaram mais
o homem que falava.

Carybé.

Nenhum texto alternativo automático disponível.

HISTÓRIA. Alexei Bueno. Poesia

HISTÓRIA
Alexei Bueno

Não é minha esta casa, aí entrarei no entanto.
Quebrarei o portão, marcharei entre as flores,
Encherei meu pulmão com os estranhos odores
Do jardim adubado a sêmen, sangue e pranto.

Porei a porta abaixo, enfrentarei o espanto
Dos vultos me fitando; e apesar dos bolores
Envergarei sem medo os trajes de idas cores,
Nas suas mãos beberei, entoarei seu canto!

Com os corpos rolarei de milhões de mulheres
Sem corpo. Ei-los que já me saúdam e me aclamam,
Meus perdidos avós, desamparados seres.

Estendem-me suas mãos como a um filho que os salva.
Deles vim, mas é a mim que eles agora clamam
A vida, como a um pai, um sol sonhando na alva.

Ave Maria - Luciano Pavarotti

IV. Os efeitos da celebração deste sacramento

1520. Um dom particular do Espírito Santo. A primeira graça deste sacramento é uma graça de reconforto, de paz e de coragem para vencer as dificuldades próprias do estado de doença grave ou da fragilidade da velhice. Esta graça é um dom do Espírito Santo, que renova a confiança e a fé em Deus, e dá força contra as tentações do Maligno, especialmente a tentação do desânimo e da angústia da morte (130). Esta assistência do Senhor pela força do seu Espírito visa levar o doente à cura da alma, mas também à do corpo, se tal for a vontade de Deus (131). Além disso, «se ele cometeu pecados, ser-lhe-ão perdoados» (Tg 5, 15) (132).

1521. A união à paixão de Cristo. Pela graça deste sacramento, o enfermo recebe a força e o dom de se unir mais intimamente à paixão de Cristo: ele é, de certo modo, consagrado para produzir frutos pela configuração com a paixão redentora do Salvador. O sofrimento, sequela do pecado original, recebe um sentido novo: transforma-se em participação na obra salvífica de Jesus.

1522. Uma graça eclesial. Os doentes que recebem este sacramento, «associando-se livremente à paixão e morte de Cristo, concorrem para o bem do povo de Deus» (133). Ao celebrar este sacramento, a Igreja, na comunhão dos santos, intercede pelo bem do doente. E o doente, por seu lado, pela graça deste sacramento, contribui para a santificação da Igreja e para o bem de todos os homens, pelos quais a Igreja sofre e se oferece, por Cristo, a Deus Pai.

1523. Uma preparação para a última passagem. Se o sacramento da Unção dos Enfermos é concedido a todos os que sofrem de doenças e enfermidades graves, com mais forte razão o é aos que estão prestes a deixar esta vida («in exitu vitae constituti (134)): de modo que também foi chamado «sacramentum exeuntium – sacramento dos que partem» (135). A Unção dos Enfermos completa a nossa conformação com a morte e ressurreição de Cristo, tal como o Baptismo a tinha começado. Leva à perfeição as unções santas que marcam toda a vida cristã: a do Baptismo selara em nós a vida nova: a da Confirmação robustecera-nos para o combate desta vida; esta última unção mune o fim da nossa vida terrena como que de um sólido escudo em vista das últimas batalhas, antes da entrada na Casa do Pai (136).


Catecismo,

Freud

Ressurreição do Senhor

Cristo ressurrecto, basílica dos Santos Pedro e Paulo, Malta. Fundo: rosácea catedral de Chartres, França.

A descida de Cristo aos infernos (Homilia Diária.809: Sábado Santo)