PIRRO
Charles Fonseca
Certa vez recebi um tapa na cara, sem merecer. Jesus disse que se um inimigo batesse na face de alguém este deveria oferecer a outra face. Ao ver o sangue escorrer não me contive e terminei pondo meu pé sobre o peito da pessoa ofensora caída, dominada. Oh, quanto errei! Tendo a minha razão, ao revidar a perdi. Pois que mesmo avançado em anos, enquanto um filete descia da minha face muito sangue me subiu à cabeça. Houve um general na antiguidade chamado Pirro que numa batalha venceu a luta mas tantos dos seus caíram que quase ficou sem exército. Assim, ainda hoje, quando se diz ‘uma vitória de Pirro’ está a se dizer que não valeu a pena. Hoje, com pena da minha vitória digo que me derrotei. É que venci alguém e a perdi. Às vezes o perder é ganho. Se não tivesse revidado teria ficado com honra e a agressão sofrida seria até hoje um saldo credor à espera da hora do meu perdão que um dia pode ser que ocorra. É só ocorrer o pedido para que eu abrace e beije quem me faz tanta falta.
terça-feira, fevereiro 07, 2017
Pirro. Charles Fonseca. Prosa
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