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quinta-feira, janeiro 05, 2017

Proscenio. Charles Fonseca. Prosa

PROSCÊNIO
Charles Fonseca

O golpe foi o contra golpe. Avisado soletrado imposto desgosto amargo. O ganho sempre, tu pro exílio, és espartilho, tu és demente. Agora vai atrás vem gente sai docemente me deixa em paz. Ele se foi, por entre brumas, tomou escuna, ninguém por oi. O mar bravio, a nau que geme, vento semente, noite de estio. E foi à forra, ele já forro, vem meu vindouro, vem logo agora. Não era a hora muito a penar, nalgum lugar muita história. Aqui tá fundo, aqui tá raso, quanto atraso, que mar profundo. Ele esconde o bem querer eu quero ver mas onde, onde? Quem sabe um dia, talvez à noite, azar um coice, uma arrelia. Café com pão, manteiga sim, tem dó de mim, fuja mais não. Não vou embora, todo em silêncio, a vida é palco, há um procênio, saio sem algo, mas deixo história. Aqui que jaz, este que foi, viria a ser, tantos os ois, em paz, as pás.

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