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domingo, dezembro 31, 2017

Os anos de minha vida. 1945

Nasci. Com uma semana fui levado ao altar e apresentado à Igreja. O filho da promessa assim disseram meus pais. E todos pediram a Deus por mim. Nesse ano, fim da Segunda Guerra Mundial. Recebi antes dos sobrenomes dois nomes. Um homenageando o herói francês que lutou na expulsão dos nazistas da França. O outro por ter vencido os franceses na batalha de Waterloo. Barra pesada.




sábado, dezembro 30, 2017

Nina Simone


Que o brilho do fugaz não encandeie o eterno

Régua e compasso


O sol por testemunha. I


sexta-feira, dezembro 29, 2017

ELES SE FORAM. Charles Fonseca. Poesia.

ELES SE FORAM
Charles Fonseca

E ela em seu leito a fenecer
E eu a girar mundo aturdido.
E nós que ela gerou, de olhar perdido,
Sem mais poder até o adeus dizer.

Da vida que nos deu se despedia.
A morte em seu encalço e ela afundava
No sono eterno que a despertava
A estar com o Mestre amado, o seu guia.

Assim de nós se foi mãe Eroildes,
Órfãos ficamos nós com o sábio pai.
Dos filhos logo um lhe foi atrás,
De nome igual ao pai, foi-se Ataíde.




quinta-feira, dezembro 28, 2017

Johann Sebastian Bach ; Toccata

TREZE. Reynaldo Damazio

TREZE
Reynaldo Damazio

As lâminas da língua
talham balelas na pele-página

o corte agudo, exato, não
deixa cicatriz, mas tatuagens

que se movem ao revés
nas rugas da linguagem

o corpo escravo da fala
se verga, esgástulo, desapruma

e o verbo esgrima com a
víscera, infecundo de

tempo, espaço, gesto:
frase ou mera mímica?

anêmica a palavra míngua
à revelia do sentido

sem norte, ensimesmada,
arremedo de tatibitate,

ora engodo, ora miasma,
lance de dados viciados

rouca ou farpa a voz
perde o fio da meada

e adentra a selva obscura,
coisa mental no branco imenso

língua e voz, confrontadas,
se renegam. Ennui.

DORMIAS. Charles Fonseca. Poesia.

DORMIAS
Charles Fonseca

Lá no alto de Ondina
Com o vento a farfalhar
Coqueiros de beira mar
Onde a vista descortina

Em meu colo te velava
Tu sonhavas, eu sorria.
Ondas beijavam a praia,
Beijos te dava, dormias.

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O beijo



Ladeira do 27

Depois de 59 anos que saí de Jequié acho que a ladeira do 27 era mais íngreme. Aí vi pela última vez o primeiro amor de minha vida. Eu a amei de todo o meu coração. E não quero vê-la ainda que só restem cinzas. Sob elas não restem brasas. O vento sopra onde e quando quer. Até ele em lufadas pode atiçar brasas por ti, mulher!


quarta-feira, dezembro 27, 2017

DO FUNDO DO POÇO. Charles Fonseca. Poesia.

DO FUNDO DO POÇO
Charles Fonseca

Quando a vida foi ao fundo
Do poço ficou ao léu
Nada em volta só o céu
A ver só tantos mundos!

Tão imundo então só viu
Alguém a lhe dar a mão
No orbe só sim - não, não,
Tal qual lua lhe sorriu

Ela a musa tão linda
Enluarada tão pura
Ele em abjeta natura
Subiu de novo alma limpa

Não mais da vida o labéu
Nem mais na vida algo vil
Tão perto por ela viu
De novo o amor por seu céu.




CAQUI. Poesia. Charles Fonseca.

Escolho tomar café
Com uma que sempre foi
Que será pra mim depois
Mais que musa, que mulher!

Que morena, beira o jambo,
Que é doce qual caqui
Aí meu Deus, quando ela aqui,
Eu com ela quanto, quando?

Este tal de Whatsapp

Uma vez que a vida não é só fotos e muito exibicionismo, decidi seguir a sugestão de uma pessoa e participar de uma brincadeira chamada "Uma reunião entre Amigos". A ideia é ver quem lê uma publicação sem foto. Se ninguém ler essa mensagem, será uma curta experiência... mas, se você ler, faça um comentário com uma palavra sobre mim. Só uma palavra... por ex.: Um lugar que te faz lembrar de mim, um objeto, um momento, um restaurante, café, filme... Manda uma mensagem pro meu WhatsApp.

terça-feira, dezembro 26, 2017

OSSOS. Charles Fonseca. Poesia.

OSSOS
Charles Fonseca

Os que me odiavam morreram
Os que me odeiam encolhem
Os que me amam recolhem
Os ossos que esqueceram


PRESENTINHO DE NATAL. Charles Fonseca. Poesia.

PRESENTINHO DE NATAL
Charles Fonseca

Quero de Papai Noel
Uma gostosa boneca
De carne e osso sapeca
Que eu coma a granel

Com ela coisa gostosa
Em mel açucarada
Eu todo nela arqueada
Ela só gozo, dengosa.

BATÉIA. Charles Fonseca. Poesia.

Aceito discutir qualquer tema à luz do luar, no negrume da noite, no raiar da manhã, na lerdeza do meio dia. Aceito só no olhar sem mais um tiquinho do muito carinho nós dois a sonhar. Digamos que sim que basta a idéia pepita batéia te quero assim.



segunda-feira, dezembro 25, 2017

Na noite de autógrafos do meu livro POEMAS

Ontem à noite no terraço do apartamento de minha sogra. Eu não sabia de nada. Estava por receber os livros dia 3 de janeiro em Floripa. A emoção foi tão grande que tive que pedir a concunhado para me auxiliar pois esqueci o nome de todos os parentes na hora de autografar.


NOITE DE AUTÓGRAFOS. Lançamento de POEMAS livro de minha autoria


domingo, dezembro 24, 2017

VADIA. Charles Fonseca. Poesia.

VADIA
Charles Fonseca

Quem és tu se não aquela pousada sobre o vermelho escarlate numa tarde de domingo?
Quem tu és se não aquela que de mim fez teu cavalo a relinchar feliz passado?
E quem mais se não aquela que embalei em sonhos os meus tão à janela?
Acaso esqueces que libertei aquela que tinha em si encarnada a alma do cão vadio e tu, vadia, alma em mim não sai?

Fotos me aprisionam e me libertam. Com fotos apreendo imagens, distâncias, instâncias, quimeras.




64 anos. Por que ris oh poeta em casamentos?


Mas é infâmia de mais! Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! Andrada! arranca esse pendão dos ares! Colombo! Fecha a porta dos teus mares!


sábado, dezembro 23, 2017

No Sul as distâncias e as reservas entre pessoas são maiores


DE LEITE. Charles Fonseca. Poesia.

DE LEITE
Charles Fonseca

Que linda cor é o negro
Das mulheres da mãe África
Retintas que chegam azuladas
Ao prata luar oh chamego

Por estas negras mulheres
Da praia do Chega Nego
Da Bahia do aconchego
Baixadas dos escaleres

Pra tisnar o branco o cobre
Dos lusitanos dos índios
Ai descaminhos ínvios
Das amas de leite nobre!

sexta-feira, dezembro 22, 2017

Cartier Bresson. Fotografia

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Lisboa ficou mais bela


Adormecido no vale. Rimbaud

ADORMECIDO NO VALE
Arthur Rimbaud

Tradução: Ferreira Gullar

É um vão de verdura onde um riacho canta
A espalhar pelas ervas farrapos de prata
Como se delirasse, e o sol da montanha
Num espumar de raios seu clarão desata.

Jovem soldado, boca aberta, a testa nua,
Banhando a nuca em frescas águas azuis,
Dorme estendido e ali sobre a relva flutua,
Frágil, no leito verde onde chove luz.

Com os pés entre os lírios, sorri mansamente
Como sorri no sono um menino doente.
Embala-o, natureza, aquece-o, ele tem frio.

E já não sente o odor das flores, o macio
Da relva. Adormecido, a mão sobre o peito,
Tem dois furos vermelhos do lado direito.

Te querendo vou tentando me encontrar

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Somos o que quase fomos

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quinta-feira, dezembro 21, 2017

Claude Monet

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Os efeitos deste sacramento

1468. «Toda a eficácia da Penitência consiste em nos restituir à graça de Deus e em unir-nos a Ele numa amizade perfeita» (72). O fim e o efeito deste sacramento são, pois, a reconciliação com Deus. Naqueles que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e disposição religiosa, seguem-se-lhe «a paz e a tranquilidade da consciência, acompanhadas duma grande consolação espiritual» (73). Com efeito, o sacramento da reconciliação com Deus leva a uma verdadeira «ressurreição espiritual», à restituição da dignidade e dos bens próprios da vida dos filhos de Deus, o mais precioso dos quais é a amizade do mesmo Deus (74).

1469. Este sacramento reconcilia-nos com a Igreja. O pecado abala ou rompe a comunhão fraterna. O sacramento da Penitência repara-a ou restaura-a. Nesse sentido, não se limita apenas a curar aquele que é restabelecido na comunhão eclesial, mas também exerce um efeito vivificante sobre a vida da Igreja que sofreu com o pecado de um dos seus membros (75). Restabelecido ou confirmado na comunhão dos santos, o pecador é fortalecido pela permuta de bens espirituais entre todos os membros vivos do corpo de Cristo, quer vivam ainda em estado de peregrinos, quer já tenham atingido a pátria celeste (76):

«É de lembrar que a reconciliação com Deus tem como consequência, por assim dizer, outras reconciliações, que trarão remédio a outras rupturas produzidas pelo pecado: o penitente perdoado reconcilia-se consigo mesmo no mais profundo do seu ser, onde recupera a própria verdade interior: reconcilia-se com os irmãos, que de algum modo ofendeu e magoou: reconcilia-se com a Igreja; reconcilia-se com toda a criação» (77).

1470. Neste sacramento, o pecador, remetendo-se ao juízo misericordioso de Deus, de certo modo antecipa o julgamento a que será submetido no fim desta vida terrena. É aqui e agora, nesta vida, que nos é oferecida a opção entre a vida e a morte. Só pelo caminho da conversão é que podemos entrar no Reino de onde o pecado grave nos exclui. (78). Convertendo-se a Cristo pela penitência e pela fé, o pecador passa da morte à vida «e não é sujeito a julgamento» (Jo 5, 24).

catecismo

Impressionismo

Impressionismo - Coleção Folha O Mundo da Arte

Difícil no amor é saber renunciar

quarta-feira, dezembro 20, 2017

Tudo a ver

Muitas décadas já se passaram. Era noite. Alguém telefonou cerca de 20:30 hs. para conversar com o médico. De súbito, este interrompeu a conversa e agarrou alguém que já estava com metade da perna do lado de fora da janela num alto andar de edifício. Todos vivem até hoje e estão com boa saúde.


Pra não dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré (1968)

Quem pagará o entêrro e as flores?

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No Brasil a corrupção só incomoda quando a galinha não consegue voar

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Igreja Católica: Construtora da civilização ocidental Parte 1.1

domingo, dezembro 17, 2017

Disfarce

Está triste? Perguntou alegre. Não, respondeu triste. E cada qual foi para o seu lado.


Poeminho do Contra

CORROSÃO. Charles Fonseca. Poesia.

CORROSÃO
Charles Fonseca

Estão se indo meus melhores anos
De ti distante presente passado
Laço de fita futuro escavado
No fundo da alma já noutro plano

Da indiferença o melhor remédio
Pra dor passada a limpo foi sujo
O jugo, o joio, o jogo obtuso,
Antes distante que o amor tédio

De esperar de ti a gratidão
De me doar tanto a ti doendo
Correndo tu de mim me corroendo
Este amor refém de ti, na solidão.

Doces e amargos momentos.

Já tive na rua a minha mulher de roxo. Lendária.Todos os baianos tiveram. Rua Chile anos sessenta. Já tive mulher de luto. Mal assombrada. Também mulher estampada. Dei queixa na polícia. Hoje tenho mulher amada. Jóia rara. Deixei saudades e desalentos. Doces e amargos momentos.

sábado, dezembro 16, 2017

O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas a de uma vela que queima.

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A ação persuasiva do demônio. Jaime Francisco

A ação persuasiva do demônio
Jaime Francisco

“O demônio não força; ele propõe, sugere, persuade, alicia”. O demônio não tem o poder de obrigar os homens a fazer ou deixarem de fazer algo; por isso procura persuadi- los para que se deixem conduzir pelo seu mal. “Ele não os força: ele propõe, sugere, persuade, alicia” escreve o Pe. J. de Tonquédec S.J., exorcista e demonólogo francês. E acrescenta: “No Éden, ele deu a Eva razões para ela transgredir a ordem divina (Gen 3, 4-5, 13); no deserto, solicitou Nosso Senhor pela atração de uma dominação universal (Mt 4, 26-27)”. (J. de TONQUÉDEC S.J., Quelques aspects de l´ation de Satan en ce monde, p. 495.)

São Tomás também se refere a essa obra de persuasão do demônio, explicando que a vontade humana só se move internamente por ação do próprio homem ou de Deus; externamente ela pode ser solicitada pelo objeto que, entretanto, não força o homem a escolher o que não quer. (Suma Teológico, 1-2, q. 80, a. 1.)

O Pe. Cândido Lumbreras O.P., assim comenta essa passagem do Doutor Angélico: “Que influência pode exercer o demônio nos pecados dos homens? ... O demônio pode oferecer aos sentidos seu objeto, falar à razão, seja interiormente, seja exteriormente; alterar os humores e produzir imagens perigosas, excitar enfim as paixões que podem mover a vontade e assenhorear-se do entendimento” .(C. LUMBRERAS O.P., Tratado de los vicios y los pecados — Introducción. p. 766.)

Em comentário a outra passagem de São Tomás, explica Pe. Jesus Valbuena O.P.: “Que os anjos possam iluminar e de fato iluminem o entendimento humano, é uma verdade que se atesta por uma multidão lugares nas Sagradas Escrituras ... Também os anjos maus são capazes de produzir, com sua virtude natural, falsas iluminações no entendimento dos homens, conforme nos admoesta São Paulo para que estejamos alerta ´pois o próprio Satanás se disfarça em luz’ (2 Cor 11, 14). “Afirma São Tomás que nos sentidos do homem, sejam internos, sejam externos, os anjos podem influir e agir a partir de fora e a partir de dentro dos mesmos, quer dizer, extrínseca e intrisecamente; mas, em relação ao entendimento e à vontade humanas, só os podem mover e influir indireta e exteriormente, quer dizer propondo a estas potências espirituais de uma maneira acomodada a elas seus objetos, que são a verdade e o bem e influindo nelas indiretamente mediante os sentidos, as paixões, as alterações corporais sensíveis, etc., embora não possam nunca chegar a dobrar ou completamente a vontade do homem, se este se acha em estado normal” (J. VALBUENA O.P., Tratado del Gobierno del Mundo— Introduccion, p. 898.)

Nos casos de Eva e de Nosso Senhor, o demônio “apresentou suas razões” tomando uma forma corpórea, produzindo sons e articulando as palavras oralmente; no geral dos casos, entretanto, o demônio, para persuadir o homem a pecar, conjuga sua ação sensibilidade, a memória e a imaginação.

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sexta-feira, dezembro 15, 2017

Chapada Diamantina


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MONTREAL 20 de março. Charles Fonseca. Poesia

Aqui no Canadá a primavera começou em 20 de março. Hoje estamos a 9 graus C. Saudade das coxas morenas de Itapoã. Dos arrebóis dourados do Porto da Barra. Das negras reentrâncias e das saliências do Pelourinho. Dos vermelhos corados das faces erguidas pelo pescoço marfim das doces sereias. Dos arrebitados bicos das suas pombinhas.

Adelson do Prado. Pintura

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Se também aí não for possível um acordo nacional, que nossa geração de políticos, cujo ciclo se encerra, ao menos reconheça o fracasso retumbante num tema: o saneamento básico. Esquerda, direita, centro, estamos todos na mesma m...

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Mulher


Quem é Deus?. Jaime Francisco de Moura

Quem é Deus?
Jaime Francisco de Moura

Certo dia uma pessoa perdeu a fé quando uma criança lhe perguntou: “Quem fez Deus?”, e percebeu subitamente que não tinha a resposta. Custa-me a crer nisso, porque me parece que alguém com suficiente inteligência teria que saber que a resposta é: “Ninguém”.

A principal prova da existência de Deus está no fato de que nada sucede a não ser que alguma coisa o cause. Os biscoitos não desaparecem da embalagem a não ser que os dedos de alguém os levem. Uma nogueira não brota no solo sem antes cair ali uma noz. Os filósofos enunciam este princípio dizendo que “cada efeito deve ter uma causa”.

Assim, se recuarmos até as origens da evolução do universo físico (um milhão de anos, ou um bilhão, ou o que os cientistas queiram), chegaremos por fim a um ponto em que precisaremos perguntar: “Ótimo, mas quem o pôs em movimento? Alguém teve que pôr as coisas a andar, ou não haveria universo. Do nada, nada vêm”. Os bebês vêm de seus pais e as flores vêm das sementes, mas tem que haver um ponto de partida. Há de haver alguém não feito por outro, há de haver alguém que tenha existido sempre, alguém que não teve começo. Há de haver alguém com poder e inteligência sem limites, cuja própria natureza seja existir.

Esse alguém existe e é exatamente aquele a quem chamamos Deus. Deus é aquele que existe por natureza própria. A única descrição exata que podemos dar de Deus é dizer que é “Aquele que é”. Por isso, a resposta ao menino perguntador seria simplesmente: “Ninguém fez Deus. Deus existiu sempre e sempre existirá. Ele não teve começo e não terá fim.” Homens e Anjos podem ser qualificados de eternos, já que nunca morrerão, mas tiveram princípio e estão sujeitos a mudanças. Só Deus é eterno em sentido absoluto; não só jamais morrerá, como também jamais houve um tempo em que não existisse. Ele será como sempre foi – sem mudança alguma.

Expressamos o conceito de Deus, como a origem de todo ser, acima e mais além de tudo o que existe, dizendo que Ele é o Ser Supremo. Daí resulta que não pode haver senão um Deus. Falar de dois (ou mais) Seres Supremos seria uma contradição. A própria palavra “supremo” significa “acima dos demais”. Se houvesse dois deuses igualmente poderosos, um ao lado do outro, nenhum deles seria supremo. “Imaginemos, por exemplo, que Deus tivesse pai”. Se isso fosse verdade, Deus não seria mais supremo e o seu pai também não seria supremo, pois teria também um pai e assim sucessivamente. Nenhum teria o infinito poder que o verdadeiro Deus deve ter por natureza. O “infinito” poder de um anularia o “infinito” poder do outro. Cada um seria limitado pelo outro.

Há um só Deus, que é Espírito. Para entendê-lo precisamos saber que os filósofos distinguem duas espécies de substâncias: as espirituais e as físicas. Substância física é a que é feita de partes. O ar que respiramos, por exemplo, é composto de nitrogênio e oxigênio. Estes, por sua vez, de moléculas, e as moléculas, de átomos, de nêutrons e prótons e elétrons. Cada pequeno fragmento do universo material é feito de substâncias físicas. As substâncias físicas trazem em si os elementos da sua própria destruição, já que suas partes podem separar-se por corrupção ou destruição.

Pelo contrário, uma substância espiritual não tem partes. Não tem nada que possa quebrar-se, corromper-se, separar-se ou dividir-se. Isto se expressa em filosofia dizendo que uma substância espiritual é uma substância simples. Esta é a razão pela qual as substâncias espirituais são imortais. A não ser por um ato direto de Deus, jamais deixarão de existir.

Conhecemos três espécies de substâncias espirituais. Em primeiro lugar, a do próprio Deus, que é Espírito infinitamente perfeito. Depois, a dos Anjos, e por último, a das almas humanas. Nos três casos há uma inteligência que não depende de nenhuma substância física para atuar.

Se “espírito” é uma palavra difícil de compreender, “infinito” ainda o é mais. “Infinito” significa “não finito” ou o que não tem fim, e por sua vez, “finito” quer dizer “limitado”. Uma coisa é limitada quando tem um limite ou capacidade que não pode ultrapassar. Tem limites a água do Oceano, a energia do átomo de hidrogênio, mas em Deus não há limites de nenhum gênero; Deus não está limitado em nenhum sentido. O Catecismo da Igreja Católica nos diz que Deus é “Um Espírito infinitamente perfeito”. Se quiséssemos expressar-nos com perfeita exatidão, não diríamos que “Deus é bom”, mas sim que “Deus é a bondade”. Deus, falando com propriedade, “não é sábio”; é a “sabedoria”. Nada existe nem nada acontece que não tenha origem no poder infinito de Deus.

Outra perfeição de Deus é que não há limites à sua presença; dizemos que Ele que é Onipresente, pois está sempre em toda parte. Se algum dia uma aeronave chegar a Marte ou a Vênus, o astronauta não estará só, ao alcançar o planeta; Deus estará ali. Deus é Onipotente, porque o seu poder é infinito, sua perfeição é Divina e pode fazer tudo. Deus é também infinitamente Sábio. Foi Ele quem fez tudo, de tal modo que, evidentemente, sabe qual é a melhor maneira de usar as coisas que fez, e qual é o melhor plano para as suas criaturas. E Deus é Misericórdia, porque perdoa sempre quando nos arrependemos. Há um limite para a minha paciência e para a daquele outro, mas não para a infinita misericórdia de Deus. Mas Ele é também infinitamente Justo – embora Ele nos queira no céu, a sua misericórdia não anulará a sua justiça.


Fonte: “A Fé explicada” Leo J. Trese

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quinta-feira, dezembro 14, 2017

Por tanto amor que tem me dado Deus lhe pague


Bata um prego no tronco da sua árvore e veja o que pode acontecer!

CINZEL. Charles Fonseca. Poesia

CINZEL
Charles Fonseca

Olho a moça de vermelho
Rosto feito a cinzel
Não da terra mas do céu
Cinzelou-lhe por espelho

De seu pai a tez marmórea
E da mãe sua ternura
Ao seu modo em formosura
Ao meu modo nova história

Ela está lugar de filha
Que não me sai pensamento
Mais etérea que o vento
Que é celeste no céu brilha.

Livro "Lavagem cerebral e hipnose no meio protestante"

terça-feira, dezembro 12, 2017

USE COBERTURA MORTA no solo e tenha uma horta LINDA E VIVA!

Um dia ela escreveu: cai chuva de prata no meu sapatinho dourado. Um dia quero ainda vê-la poeta.


Homilia Diária 11/12/2017 - Pe Paulo Ricardo

Beijo

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segunda-feira, dezembro 11, 2017

Pá da baleia. Charles Fonseca. Prosa

PÁ DA BALEIA
Charles Fonseca

Acho que conheci um tal de Mimiro. Tive um professor de urologia a quem chamava de Mestre. Sempre fui muito respeitoso o que lamento. Elas também. Certo sábado ele resolveu sair com um professor de cirurgia pediatrica e comigo. O objetivo era que eu prevaricasse. Tomando umas e outras comecei a ficar loquaz de mestre a professor depois doutor pereira pereirinha seu filho da puta. Quando chegou numa cabana recanteada no coqueiral da pá de baleia que existia eles me adentraram na alcova da experiente senhora. Confesso. Só consegui comer o mininico de carneiro preparado pelo Miro. Depois ele me trouxe até Nazaré. Saltei e cheio do mé fui até a casa de uma ex querendo vê-la. Dei de frente com o irmão dela. Diga a ela que eu estive aqui querendo me encontrar com ela. Nunca tive uma ejaculação espontânea intencional tão grande. Quando ela viu, na porta da casa dela, caiu na risada. No campo da pólvora usando uma calça azul clara lá fui eu no ônibus até a Vitória onde morava. Dormi. Muitos anos depois divorciado a vi com três filhos. Divorciada. Totalmente surda. Efeito adverso de antibiótico. Eu almoçava com meu pai e meu irmão num restaurante da Manuel Dias da Silva. Senti saudade.

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CERIMONIAL. Charles Fonseca. Poesia

CERIMONIAL
Charles Fonseca

Não estou certo se cerimônia do adeus
Ou se espero mais a dizer dos ais
Do teu silêncio que à minh’alma traz
Do teu olhar sem a emoção ateu

Do quanto o amor de Deus a mim perpassa
E que transborda a ti que longe espia
E que a mim saudade meus males expia
Cura a minh’alma ímpia e a ela vergasta

A hora da estrela

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A mulher de roxo. Salvador. Bahia

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domingo, dezembro 10, 2017

Poema do dia 10.12.2017

CAVALO ALAZÃO
Charles Fonseca

Durmo, sonho, sorrio.
Um cavalo corcoveia
Cor canela vermelha,
Relinchando, está no cio.

Um cavalo corcoveia,
Malha em terreno baldio.
Nada o prende, ele é vadio,
A potranca ele deseja.

Em prado vazio malho
Ao instinto estou sujeito.
Acordo, bate-me o peito.
Sou razão, domo o cavalo.

Sou cavalo alazão,
Sou instinto arqueado.
Salto ao chão, solto, apeado,
Corcoveio na paixão.

O mundo dá muitas voltas. Charles Fonseca. Prosa

Na campina verdejante um amigo perguntou: quando você vai tomar conta disto tudo? Acanhada veio a resposta: sei lá, daqui a uns dez anos ou mais. Os proprietário na oitiva. A partir daí a proprietária recrudesceu o combate diuturno ao mesmo. Anos depois já se dizendo empobrecida se queixava do alijado. Pasma, ouviu da filha: ele é uma boa pessoa e se não fosse por você não teria terminado meu casamento. O mundo dá muitas voltas.


sábado, dezembro 09, 2017

Carta a um pai

Você já venceu ou contornou tantas dificuldades que a chegada do seu filho foi um presente de Deus. E quem mais chegar.

Pés


Fila indiana. Nauro Machado

FILA INDIANA
Nauro Machado

Um atrás do outro, atrás um do outro,
ano após ano, ano após outros,
minuto após minuto, século
após séculos, continuam

(a conduzir seus madeiros
na perícia dos próprios dramas)

um atrás do outro, atrás um do outro,
ano após ano, ano após outros,
minuto após minuto, século
após séculos, e de novo

um atrás do outro, atrás um do outro,
até a surdez final do pó.

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