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terça-feira, novembro 01, 2016

Colibris. Charles Fonseca. Prosa

COLIBRIS
Charles Fonseca

Agora crio colibris. Como gostaria de tê-los criado tão soltos quanto agora estou, mais leve, mais sereno, mais doce como o néctar que meus passarinhos têm! Hoje até um deles entrou em casa, fez uma inspeção geral e foi embora. Como desejo que meus colibris cheguem em minha casa e se sintam como sendo naquela que sempre sonharam e que também haverão de sonhar para seus filhotes que terão sonhos outros pelo ar!
Cerquei a casa de palmeiras em suas dobras. São contrafortes da frágil esperança do verde que farfalha à viração nas esquinas do vir a ser. Plantei vários ibiscos multicores e em série. Uma cerca viva acima da terra que só assim será quando subirem aos céus. A cada passada, um passado refloresce: as brancas do puro amar, rosas do bem querer, vermelhas do vem me ver, as amarelas do vindouro a dar, a folhagem verde esperança de não me ir antes que as sombras azulem as penas que só quero as do meu colibri que trouxe em revoada outros verde esperança.

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