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domingo, setembro 11, 2016

Um modo de viver. Charles Fonseca. Prosa

UM MODO DE VIVER
Charles Fonseca

Moro com minha mulher e filha. Nos faz a guarda um belo cão pastor alemão muito bem cuidado. Outros apetrechos áudio visuais também fazem a guarda. Nunca faltam animal e um alarmezinho discreto que só faz acordar a vizinhança, se usado, nos 300 metros ao redor. Sempre em guarda, nunca foi preciso o doce tocar de sua sirene. Com isso não acordamos a vizinhança que curiosamente tem o mesmo costume de criar cãezinhos de dentes afiados. Uma paz, o condomínio que dispões de câmaras de segurança em pontos estratégicos, umas bisbilhoteiras. A nossa casa abriga uma família feliz. Hospeda umas gralhas azuis infiéis que gostam de visitar as árvores dos quintais e jardins vizinhos. Aves de arribação só as andorinhas. Bem-te-vis, esses olheiros indiscretos, a cantar. Só hospedamos os que ao longo dos anos nos são próximos e leais. A nossa casa não é hospedaria a não ser para salamandras que nos protegem de um ou outro pernilongo voador desavisado. Os que só fazem andar e mais escutam e olham do que falam não são bem vindos. Só familiares, só os que nos amam, só velhos amigos que gostam de, eventualmente, passar um final de semana emendado com um feriado e que prolongam por mais um ou dois dias o nosso prazer em tê-los conosco. Enfim, uma família nuclear feliz, de vez em quando estendida.

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