AMASSO
Charles Fonseca
Então ela me disse ter um amor sem objeto. Só um sujeito, um sujeitinho que não estava bem ai junto dela, nem ali na esquina do perigo, na praça fora de cena, na cidade desconexa, um nefelibata, a viver nas nuvens e seu olhar a só mirar os astros. E ela nos estros, nos fogosos desejos, no querer dar mas só a ele que lhe cativou, a quem se enrosca em suspiros os seus ais, os seus gemidos, um quero mais, de novo, agora. E eu lhe disse inaudito, o só pensado, aos céus rogado, só vejo um jeito. Espera-lhe no céu em outra órbita, outra galáxia, quem sabe tudo passa. Ela me olhou, deu-me um abraço apertado, um suspiro dobrado e chorou. Ali estava o seu amor e disse: amigo, este ao menos levo comigo.
quinta-feira, setembro 22, 2016
Amasso. Charles Fonseca. Prosa
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