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sexta-feira, agosto 19, 2016

São Marcos, 4

1.Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.

2.E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na sua doutrina:

3.Ouvi: Saiu o semeador a semear.

4.Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.

5.Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda;

6.mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou.

7.Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto.

8.Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem.

9.E dizia: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

10.Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola.

11.Ele disse-lhes: A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.

12.Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado.

13.E acrescentou: Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras?

14.O semeador semeia a palavra.

15.Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada.

16.Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria;

17.mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam.

18.Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra,

19.mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera.

20.Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um.

21.Dizia-lhes ainda: Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?

22.Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado.

23.Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça.

24.Ele prosseguiu: Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.

25.Pois, ao que tem, se lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que tem.

26.Dizia também: O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra.

27.Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber.

28.Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga.

29.Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita.

30.Dizia ele: A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos?

31.É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes.

32.Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra.

33.Era por meio de numerosas parábolas desse gênero que ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender.

34.E não lhes falava, a não ser em parábolas; a sós, porém, explicava tudo a seus discípulos.

35.À tarde daquele dia, disse-lhes: Passemos para o outro lado.

36.Deixando o povo, levaram-no consigo na barca, assim como ele estava. Outras embarcações o escoltavam.

37.Nisto surgiu uma grande tormenta e lançava as ondas dentro da barca, de modo que ela já se enchia de água.

38.Jesus achava-se na popa, dormindo sobre um travesseiro. Eles acordaram-no e disseram-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos?

39.E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Silêncio! Cala-te! E cessou o vento e seguiu-se grande bonança.

40.Ele disse-lhes: Como sois medrosos! Ainda não tendes fé?

41.Eles ficaram penetrados de grande temor e cochichavam entre si: Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?

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