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quinta-feira, março 31, 2016

AOS POUCOS. Charles Fonseca. Poesia

AOS POUCOS
Charles Fonseca

Aos poucos, deixo de sentir saudade
Pouco a pouco meu peito se esvazia
De esperar por algo que eu não via
E só agora vejo ao fim da tarde.

Aos poucos, o olhar encandeado
Por luzes reflexas da cor do ouro
Liberto fica do que foi desdouro
Do dito, do não dito, recalcado.

Aos poucos eis que já o dia finda,
Deixo de ver o sol já no poente.
Mas tantos sóis agora reluzentes
Cintilam no meu céu, na alma minha!

Não beijo as vestes da mulher de Putifar

A cruz amparada


SUPIMPA. Charles Fonseca. Poesia

SUPIMPA
Charles Fonseca

Eu nunca te vi tão linda
Nem quando em minha garupa
Tu criança eu em upa
Relinchava lembro ainda

Era eu o teu cavalo
Tu me eras doce sonho
De menina, 'stou tristonho,
Saudoso de ti só falo

De te ver já não menina
Agora tu és uma moça
Cuidar de criança é louça
Pediatra és supimpa.



Na água morna de Maceió.


Sogra, um doce. Enteada, como se filha fora. Sogro, partiu na frente.

OBRA DE ARTE

quarta-feira, março 30, 2016

VÔ. Charles Fonseca. Poesia


Charles Fonseca

Sonhei estavas chorando
No berço mãos gradeado
Que foi? perguntei eu, coitado
Tu me disseste dengando

Mamãe, quero mamãe,
- Saiu, volta mais tarde
Aqui tens papai meia idade,
- Não quero, tu só amanhã

Quando tu fores avô
Só quero bem a vovó,
- Não chore, pequeno, tão só
Então acordei, vô sonhou...

Irmã e seu dedicado marido.

O historiador católico Paul Johnson e a Inquisição protestante

Clique:
http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/idade-media/inquisicao/859-o-historiador-catolico-paul-johnson-e-a-inquisicao-protestante

ACARAJÉ. Charles Fonseca. Poesia

ACARAJÉ
Charles Fonseca

Do perfume tabuleiro
Cheiro a mim sobe, mulher,
Do teu sorriso matreiro
Dás um gosto pois que é

Um tanto apimentado
Mistura feijão fradinho
Azeite dendê não pouquinho
Carurú vens do quiabo

´Inda mais que tu lhe dás
Do aroma camarão
Que seco molhas ao pão
Ai, que cheiro vatapás

Do caju pões a castanha
Também leite sabor coco
Tu lhe dás pra muita chama
Amendoim em reforço.

Com irmã na Lagoa da Conceição. Florianópolis

Exibindo 2012-09-21 16.34.21-1.jpgExibindo 2012-09-21 16.34.21-1.jpg

terça-feira, março 29, 2016

Astrud Gilberto at Hollabrunn Festival 1985

O casal

Debret. Pintura

A mulher vaqueira no Marajó. Charles Fonseca. Fotografia


Clássicos : Shakespeare II

Clássicos : Shakespeare II
Hamlet não é boa peça para começar Shakespeare. Recomendaria Romeu e Julieta. A peça trata dos problemas da paixão. Foi escrita como uma advertência a quem segue o coração. Os pais tinham razão: não poderia dar certo. A paixão passa logo e pesa a tradição familiar. O príncipe de Verona entra em cena 3 vezes para impor a ordem e mostra o valor shakesperiano da estabilidade política. A peça é uma advertência CONTRA o amor impulsivo. A partir do XIX foi lida como um exemplo de amor romântico. Romeu chega, no domingo à noite, à festa na casa de Julieta. Está apaixonado por outra mulher. Vê Julieta e esquece a outra, Rosalind. Segunda de madrugada se declara para Julieta no balcão. Casam e conseguem somente uma relação sexal. Quinta morrem. O amor mais perfeito da literatura vai de domingo à noite até quinta e só com uma noite de sexo. A versão de 1968 é um clássico de uma era hippie. Gosto da versão australiana de Baz Luhrmann. O travestido amigo de Romeu canta, em versão disco-gay, a advertência do frei na peça: Young Hearts Run Free. A versão de Shakespeare in love é totalmente fantasiosa sobre a peça e sobre o bardo, mas recria bem um palco elizabethano. Vale a pena.

segunda-feira, março 28, 2016

GLEIDE. Charles Fonseca. Poesia

GLEIDE
Charles Fonseca

Tão dura lhe foi a vida
Que em disfarce só ria
Choro na alma vazia
De afetos, agonias,

Agora casa sessenta
Casa montada por móveis
Imóveis carências se assenta
Medita, sorri, ignóbeis

Foram as vicissitudes
Grandes incompreensões
A elas dá mil perdões
Põe na conta do Cristo, virtudes.

Posto o sol uma estrela a luzir. Salvador. Bahia


domingo, março 27, 2016

O forro. Charles Fonseca.

O ancião foi internado. Paciente terminal. Na cabeceira do leito um crucifixo como em todos os apartamentos do hospital. Rápido, um filho que procurava crer em Deus através da Filosofia retirou a imagem por certo em respeito às visitas de iconoclastas que se sentiriam ofendidos. E o paciente nem aí. Lúcido. Dizia ao fim da vida que todas as divisões do cristianismo eram mera colcha de retalhos. O forro Jesus Cristo.

Meu amigo me alertou: essa não é uma companhia para seu nível

Amazônia


Incitatus. Mauro Barzotto.

E houve quem achasse que Roma chegou ao ápice quando Calígula nomeou Cônsul seu cavalo Incitatus.
No quesito insanidade o Brasil é absolutamente imbatível.

Democracia. Leandro Karnal

Voltava pela paulista e vi um grupo de manifestantes em frente à Fiesp. Eles se manifestavam pacificamente e com cartazes falando das suas convicções. Nada mais natural e próprio da democracia. Porém, grandes cartazes laterais pediam para que, se vc apoiasse determinado membro do judiciário federal, deveria buzinar. Muitos motoristas atendiam ao apelo e seguravam a mão nas suas buzinas por mais de 100 metros. O manifestantes aplaudiam. Vejam: não quero pensar se é certo ou errado apoiar membros do judiciário.Todo protesto é válido. Os cartazes teriam o mesmo problema se pedissem para apoiar o Boitatá, o Kmer Vermelho, a Cuca ou Donald Trump. Mas o curioso é pensar na nossa estrutura de pensamento: suponho que preciso defender a lei e peço para que se cometa uma ilegalidade em apoio à lei. Não é algo estranho? Vejam o que diz nosso código:
De acordo com o artigo 41 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) o uso da buzina só é permitido nas seguintes situações:
I – para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes;
II – fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo.
De novo, a causa não está em jogo. Mas o curioso é se pedir que os motoristas quebrem a lei porque alguém precisa ser apoiado para fazer cumprir a lei. Voltamos ao grande Millôr: democracia é quando eu mando...

Os arianos professam heresia que nega a divindade de Cristo.

Piero della Francesca. Pintura

Rembrandt. Pintura

sábado, março 26, 2016

SEIXOS ( I ). Charles Fonseca. Poesia

SEIXOS ( I )
Charles Fonseca

Só o céu por testemunha,
Eu e a amada, sós,
O vento a empurrar nós,
Só nós, a ancora afunda.

No mar de emoções, beijos,
Barquinha a balançar, céus,
Estrelas a brilhar, véus,
Conchas, beira mar, seixos

CANTO DO GALO. Charles Fonseca. Poesia

CANTO DO GALO
Charles Fonseca

Um dia quem sabe uma noite
o luar a sombra vadia
nos corações uma agonia
uma saudade um açoite.

Quem sabe uma madrugada
ao longe o cantar do galo
tu musa eu ao encalço
teus braços alma cansada.

71 anos. O vaqueiro manso e o touro bravo.


MEU NOME É PITTY. Charles Fonseca. Poesia

MEU NOME É PITTY
Charles Fonseca

Meu nome é Pitty, cadela,
Achada fui beira de estrada
Por Sil, agora mãe amada
Por mim, cadê ela?

Cadê minha mãe extremosa
E o meu pai, onde ele está?
Foi-se para o lado de lá,
Será que ainda me olha?

sexta-feira, março 25, 2016

"A Bela e a Fera", por Chico Buarque


Ouve a declaração, oh bela
De um sonhador titã
Um que dá nó em paralela
E almoça rolimã
O homem mais forte do planeta
Tórax de Superman
Tórax de Superman
E coração de poeta

Não brilharia a estrela, oh bela
Sem noite por detrás
Tua beleza de gazela
Sob o meu corpo é mais
Uma centelha num graveto
Queima canaviais
Queima canaviais
Quase que eu fiz um soneto

Mais que na lua ou no cometa
Ou na constelação
O sangue impresso na gazeta
Tem mais inspiração
No bucho do analfabeto
Letras de macarrão
Letras de macarrão
Fazem poema concreto

Oh bela, gera a primavera
Aciona o teu condão
Oh bela, faz da besta fera
Um príncipe cristão
Recebe o teu poeta, oh bela
Abre teu coração
Abre teu coração
Ou eu arrombo a janela

BEIJA FLOR. Charles Fonseca. Poesia

BEIJA FLOR
Charles Fonseca

Um beija flor vai partir
Pra quem fica um beija mão
Um talvez sim um talvez não
Quem sabe um dia porvir.

Sexta Feira Santa. Camaçari. Bahia


Via Sacra de Juventude. Camaçari. Bahia

Ion Andreescu. Pintura


Edge of the Forest
ANDREESCU, Ion (1850-1882) Impressionism Other painter (Bucharest)

MEIO PAU. Charles Fonseca. Poesia

MEIO PAU
Charles Fonseca

Erijo aos céu minha prece
A bandeira a meio pau
Recolho velas do mau
Distância delas acontece

Vez em quando a alma pia
Esquece corpo se enternece
Até ateu mortalha veste
Eu de novo ela em agonia.


Pascha Nostrum (Easter, Communion)

Na Amazônia


Se é da família, próximo, confiável, amigo, ofereça hospedagem

quinta-feira, março 24, 2016

No curral. Charles Fonseca. Fotografia


ELES SE FORAM. Charles Fonseca. Poesia


LAMPEJOS. Charles Fonseca. Poesia.

LAMPEJOS
Charles Fonseca

Numa noite morna nos encontramos
Junto ao mar azul, cheiro de jasmim
O amor então nos envolveu enfim,
Cheiro de mar, lufadas de ar, vamos

A caminhar nós de mãos dadas beijos
Da lua no mar nós a olhar, sonhos,
As ondas do mar a balançar como
Nós, ao luar chamas do amor lampejos.

Comentário de São João Paulo II

O mesmo clima de silêncio, que acompanha tudo aquilo que se refere à figura de José, estende-se também ao seu trabalho de carpinteiro na casa de Nazaré. Trata-se de um silêncio que desvenda de maneira especial o perfil interior desta figura. Os Evangelhos falam exclusivamente daquilo que José «fez»; no entanto, permitem-nos auscultar nas suas «acções», envolvidas pelo silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava quotidianamente em contacto com o mistério «escondido desde todos os séculos», que «estabeleceu a sua morada» sob o tecto da sua casa. Isto explica, por exemplo, a razão por que Santa Teresa de Jesus, a grande reformadora do Carmelo contemplativo, se tornou promotora da renovação do culto de São José na cristandade ocidental.

O sacrifício total, que José fez da sua existência inteira, às exigências da vinda do Messias à sua própria casa, encontra a motivação adequada na «sua insondável vida interior, da qual provêm ordens e consolações singularíssimas; dela decorrem também a lógica e a força, própria das almas simples e límpidas, das grandes decisões, como foi a de colocar imediatamente à disposição dos desígnios divinos a própria liberdade, a sua legítima vocação humana e a felicidade conjugal, aceitando a condição, a responsabilidade e o peso da família e renunciando, por um incomparável amor virginal, ao natural amor conjugal que constitui e alimenta a mesma família» (Paulo VI, alocução 19 de Março de 1969).

Esta submissão a Deus, que é prontidão de vontade para se dedicar às coisas que dizem respeito ao seu serviço, não é mais do que o exercício da devoção, que constitui uma das expressões da virtude da religião.

terça-feira, março 22, 2016

QUE SOPREM AS CINZAS. Charles Fonseca. Poesia


O invejoso e desleal e o ingênuo. Charles Fonseca

Disse o invejoso e desleal Esaú ao ver o ingênuo Jacó com uma mulher: não sei até quando ele vai aguentar esta transparência. Dois anos depois Jacó deu queixa da transgressora na delegacia do Rio Vermelho.

segunda-feira, março 21, 2016

A alegria de minha amada


Rorate Caeli (Fourth Sunday of Advent, Introit)

Amazônia


ESPELHO ( II ). Charles Fonseca. Poesia

ESPELHO
Charles Fonseca

Além, muito além das estrelas,
Por trás do oculto infinito,
Do espelho quebrado, negrito,
Está minha alma a querê-la.

Além, muito além do profundo
Dos mares, dos ares, estás
Aqui, minha amada, aliás,
Em mim, eu em ti, nosso mundo.

Aert Anthonisz. Pintura


Sea Battle between Dutch and Spanish Boats
1604
ANTHONISZ, Aert (1579/80-1620) Baroque Dutch painter

domingo, março 20, 2016

Búfalo do Marajó. Charles Fonseca. Fotografia


Comentário de São Clemente de Alexandria



Meditação - Comentário de São Clemente de Alexandria
Quando Tu, Senhor Jesus, me conduzes à luz, e encontro a Deus graças a Ti, ou recebo de Ti o Pai, torno-me teu co-herdeiro (Rom 8,17), pois não Te envergonhaste de me ter por irmão (Heb 2,11). Acabemos portanto com o esquecimento da verdade, acabemos com a ignorância; e, tendo-se dissipado as trevas que nos envolvem como uma nuvem diante dos olhos, contemplemos o verdadeiro Deus, proclamando: «Salve, luz verdadeira»!».

A luz elevou-se, pois, sobre nós que estávamos mergulhados nas trevas e encerrados na sombra da morte (Lc 1,79), luz mais pura que o sol, e mais bela que esta vida cá de baixo. Esta luz é a vida eterna, e todos os que nela participam estão vivos. A noite evita a luz e, escondendo-se com medo, cede lugar ao dia do Senhor. A luz que não pode ser extinta espalhou-se por toda a Terra e o Ocidente juntou-se ao Oriente. É isto que significa a «nova criação». Com efeito, o sol da justiça (Mal 3,20), que ilumina todas as coisas, resplandece sobre toda a espécie humana, a exemplo de seu Pai, que faz nascer o sol sobre todos os homens (Mt 5,45) e os asperge com o orvalho da verdade.

ARDORES. Charles Fonseca. Poesia

ARDORES
Charles Fonseca

Chegando aos sessenta com tantos enganos,
Com poucas certezas incertas em mente,
Por certo ainda vou por entre torrentes
Minha nau aportar além dos antanhos.

Aquém as procelas, as dores dormitem,
Amores também que me prepararam
Pra outro, maior, os menores fincaram
Bases pra que novos ardores crepitem.

sábado, março 19, 2016

Vaqueiro do Marajó. Charles Fonseca. Fotografia


Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.

Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.
Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.

quarta-feira, março 16, 2016

Capítulo 22. História da Igreja Católica

Capítulo 22 - História da Igreja Católica - Os sacramentos no século III

Do Nascimento ao Triunfo


Sobre a liturgia deste período, temos várias fontes. Hipólito, em sua Tradição Apostólica, fala sobre o batismo, a eucaristia, a ordenação... Vejamos como era:

Batismo - Atestação claríssima do batismo de crianças. Logo ao amanhecer, ora-se sobre a água que vai ser usada no batismo. O sacerdote ordena a cada um dos catecúmenos que renuncie a Satanás. Os que renunciam são ungidos com o óleo do exorcismo, consagrado pelo bispo. Depois, na água, aquele que batiza pergunta ao catecúmeno se este crê no Pai, no Filho e no Espírito Santo (profissão de fé já parecida com o símbolo apostólico atual), mergulhando-o a cada resposta afirmativa. Quando saem da água, os neófitos são ungidos com o óleo de ação de graças. Todos se vestem e se dirigem para a igreja, onde recebem a imposição de mãos do bispo e são ungidos (Crisma). Depois de marcar o neófito na testa, o bispo lhe dá um beijo e diz: "O Senhor esteja contigo". O que foi marcado responde: "E com o teu espírito". Todos tomam parte na assembléia depois que recebem o sacramento da Confirmação.

Eucaristia - Os diáconos apresentam a oblação ao bispo, que impõe as mãos sobre ela e diz, com o presbitério: "O Senhor esteja convosco". A assembléia responde: "E com teu espírito". "Elevai vossos corações. - Nós os temos voltados para o Senhor. - Demos graças ao Senhor. - É digno e justo". O bispo prossegue dando graças a Deus e lembrando os feitos da História da Salvação (oração eucarística). Invoca o Espírito Santo sobre a oblação e repete as palavras de Jesus na última ceia.

Ordenação - O bispo deve ser irrepreensível e é eleito pela comunidade. Feita a escolha, o povo se reúne com o presbitério e outros bispos presentes. Os bispos impõem as mãos sobre aquele que vai ser ordenado, enquanto o presbitério fica imóvel. Todos ficam em oração pedindo a descida do Espírito Santo. Um dos bispos, escolhido por todos, impõe as mãos sobre o que está sendo ordenado e faz uma oração, lembrando os sacerdotes da antiga Aliança e pedindo a vinda do Espírito Santo. Pede para o novo bispo o poder sacerdotal, o poder de oferecer a eucaristia, perdoar os pecados, dirigir a comunidade, ligar e desligar, pastorear com sabedoria e pureza o rebanho que lhe é confiado. O clero compreende sete classes: bispos, diáconos, subdiáconos, acólitos, leitores, exorcistas e ostiários. Esta divisão, porém, não é rígida, e não exclui a possibilidade de uma pessoa desempenhar mais de uma função.

Penitência - A penitência é pública, e a reparação depende da gravidade do pecado cometido.

A Didascália, documento dos primeiros decênios do século III prescreve um jejum de seis dias antes da Páscoa.

Luz. Fotografia


Senhores ladrões desta residência

Senhores ladrões desta residência: Desculpem se as câmaras de segurança registrarem a chegada de vossas excelências, os cachorros da vizinhança latirem festivamente, o meu cãozinho não se amofinar, as portas estiverem fechadas, o alarme fizer muito barulho, se receberem chumbo na bunda ou não conseguirem sair ante a recepção tão festiva.

terça-feira, março 15, 2016

Cartomante. Elis Regina

Cartomante
Elis Regina

Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje esteja tranqüilo
Haja o que houver pense nos seus filhos
Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida
Nos dias de hoje não lhes dê motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço
Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo dos búzios e nas profecias
Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus
Cai não fica nada.(6x)

LEMBRANÇAS DO SÃO JOÃO. Charles Fonseca. Poesia

LEMBRANÇAS DO SÃO JOÃO
Charles Fonseca.

Nas noites do São João
No quarto da lua nova
Há uma estrela que chora
Pendências do coração

Da virgem desenganada
Do promotor da paixão
Do douto em desilusão
Da que foi na enxurrada

Do que bebia nas águas
Ardentes paixões vazias
Ninguém sabe em que bacias
Boiavam as suas mágoas

Nas noites luares vazios
O velho Chico contava
Mil contos e provocava
Risos soltavam assobios

Eram assim os irmãos
De contas feito o balaio
Mil contas, adeus a Sampaio
A Zé, a Lelê, Chico então!

segunda-feira, março 14, 2016

Plano Collor. Charles Fonseca

Plano Collor. Charles Fonseca

Anos 90. Plano Collor. Saí da empresa que trabalhava desde 1969. Por duas vezes me encontrei com o Diretor que lá ficara. Extendi-lhe a mão e o abracei. Quatro anos depois fui reintegrado. Ainda lá o mesmo Diretor. Abracei de novo.

História da Igreja Católica 21

Capítulo 21 - História da Igreja Católica - Cisma em Roma

Do Nascimento ao Triunfo


Cisma em Roma

Hipólito nasceu antes de 170. Foi presbítero em Roma no pontificado de Vítor (c. de 189-198). Teve conflitos com o papa Zeferino e rompeu abertamente com seu sucessor, Calisto (217-222), acusando-o de sabelianismo (doutrina que ensinava serem o Filho e o Espírito Santo apenas "modalidades" do Pai, propagada por Sabélio) e de ser condescendente demais com os pecadores. Fez-se bispo de uma pequena comunidade cismática em Roma. Foi exilado juntamente com o papa Ponciano para a Sardenha em 235, onde morreu.

Hipólito não aceitava a reconciliação dos hereges e apóstatas (lapsi). Foi o primeiro antipapa da História da Igreja.

Escritos importantes de Hipólito: Refutação de todas as heresias (Philosophumena), Crônica, O Anticristo, Comentário de Daniel (onde diz que Jesus nasceu no dia 25 de dezembro do 42o. ano do reinado de Augusto e morreu no dia 25 de março do 18o. ano do reinado de Tibério), Ypér tou katà Ioannen evaggelíou kaì apokalúpseos (defende que João é o autor do quarto evangelho e do Apocalipse, contra os alogianos, que negavam a doutrina do Logos), Syntagma, A Tradição Apostólica.

Hipólito testemunha a doutrina da Igreja sobre as Escrituras, fala da eucaristia como sacrifício, seguindo a Didaqué na aplicação da profecia de Malaquias (Ml 1,10s). Como Justino, Atenágoras, Teófilo e Tertuliano, é subordinacionista (ou seja, crê que o Filho tornou-se uma pessoa divina subordinada ao Pai, Logos proferido "posteriormente" para ajudá-lo na criação e no governo do mundo).

A Tradição Apostólica é uma preciosa fonte de informações sobre a liturgia cristã em Roma, no começo do séc. II (ver a seção XXIX). Entre outras coisas, fala da existência de um jejum pascal de dois dias, ensina que a eucaristia deve ser tratada com muito cuidado e reverência, "pois ela é o Corpo de Cristo que deve ser comido pelos fiéis e não pode ser negligenciado" e exorta os fiéis a fazerem o sinal da cruz quando sobrevier a tentação "pois este é o sinal da Paixão reconhecidamente provado contra o demônio, desde que feito com fé e não para vos exibir diante dos homens..."

Hipólito queria uma igreja formada apenas por pessoas "puras" e "santas".

Depois dele temos Novaciano. Por volta de 250, Novaciano era um presbítero de prestígio em Roma, com boa formação retórica. Ficou à frente de um partido rigorista e se fez bispo da Cidade Eterna, opondo-se ao papa Cornélio. Pereceu durante a perseguição de Valeriano, provavelmente, enquanto o papa Cornélio foi exilado.

ESTRELA MATUTINA. Charles Fonseca. Poesia

ESTRELA MATUTINA
Charles Fonseca

Brilhavas n´outros orbes, distante.
Alumiavas em outro céu.
Sem meus olhos a te ver, amante,
Era eu errante e cego e incréu.

Fulgiste então em minha noite escura.
Vendo-te, te admiro e te quero.
Hoje celebro por ti ventura
Nada é noite, nada é mistério.

sábado, março 12, 2016

Mangal. Belém. Pará. Fotografia


RIO DAS ALMAS . Charles Fonseca. Poesia

RIO DAS ALMAS
Charles Fonseca

Manso o rio desliza em meandros
Sobre o leito profundo ao estuário
É o rio das almas pra sempre caudatário
Do sempre amar, destino ao oceano.

Já foi filete, riacho, cachoeira,
Encantou fontes, nelas chorou, fugiu
Por entre pedras, serpenteou, partiu
Manso o rio ao mar que abraça e beija

sexta-feira, março 11, 2016

quarta-feira, março 09, 2016

sábado, março 05, 2016

Comentário de Santo Ambrósio

Aproximaste-te, viste a pia batismal e viste também o bispo perto da pia. E terá certamente surgido na tua alma o mesmo pensamento que se insinuou na de Naaman, o sírio. Pois, embora tenha sido purificado, inicialmente ele duvidara. […] É possível que alguém tenha dito: «É só isto?» Sim, realmente é só isto; mas ali encontra-se toda a inocência, toda a piedade, toda a graça, toda a santidade. Viste o que conseguiste ver com os olhos do corpo […]; ora, aquilo que não se vê é muito maior […], porque aquilo que não se vê é eterno […]. Haverá coisa mais surpreendente do que a travessia do Mar Vermelho pelos israelitas, para não falarmos agora apenas do baptismo? E, no entanto, todos os que o atravessaram morreram no deserto. Pelo contrário, aquele que atravessa a pia baptismal, isto é, aquele que passa dos bens terrestres para os do céu […], não morre, mas ressuscita.

Naaman estava leproso. […] Ao vê-lo chegar, o profeta disse-lhe: «Vai banhar-te no Jordão e ficarás curado.» Ele pôs-se a reflectir e disse para consigo: «É só isto? Vim desde a Síria até à Judeia para ouvir dizerem-me: “Vai banhar-te no Jordão e ficarás curado”? Como se não houvesse rios melhores no meu país!» Os servos diziam-lhe: «Senhor, por que não fazes o que diz o profeta? Experimenta.» Então ele foi até ao Jordão, banhou-se e ficou curado.

Que significa isto? Tu viste a água; ora, nem toda a água cura, mas a água que contém em si a graça de Cristo cura. Há uma diferença entre o elemento e a santificação, entre o acto e a eficácia. O acto realiza-se com água, mas a eficácia vem do Espírito Santo. A água não cura se o Espírito Santo não tiver descido e a tiver consagrado. Quando nosso Senhor Jesus Cristo instituiu o rito do baptismo, foi ter com João e este disse-Lhe: «Eu é que tenho necessidade de ser baptizado por Ti. E Tu vens até mim?» (Mt 3,14). […] Cristo baixou-Se e João, a seu lado, baptizou-O; e eis que, como uma pomba, o Espírito Santo desceu. […] Por que foi que Cristo Se baixou primeiro e em seguida desceu o Espírito Santo? Porquê? Para que não parecesse que o Senhor tinha necessidade do sacramento da santificação. Pois é Ele que santifica; e é também o Espírito que santifica.

Pai coruja. Charles Fonseca. Poesia

PAI CORUJA
Charles Fonseca

A cortina em voil
Teu berço todo alvinho
O lençol todo arminho
Eu teu pai só bacurau

De noite te corujando
De dia eu tico-tico
Não sei se vou ou se fico
Ao teu lado só ninando

Será te verei já adulta
Tu já mãe e eu avô
Não, antes eu não me vou,
Oh Deus dá-me esta ventura!

71 anos. No Rio Negro brincando com botos. Fotografia


quinta-feira, março 03, 2016

PRIMÍCIAS DA PRIMA. Charles Fonseca. Poesia


PRIMÍCIAS DA PRIMA
Charles Fonseca

Por uma horrível censura
Passada mais de uma década
A flor abriu-se em pétala
Mas na cabeça a tonsura

Impediu gozo vicário
Da cabaça a flor do mel
Amargou o travo fel
O barrado vate vário

Que barra pesada aquela
A flor no peitoril
À janela céu anil
Só os dois a gemer ela

A flor toda orvalhada
Em cálice turgescente
O peito arfante à frente
O corpo em rebolado

E o poeta em carvalho
E a flor em junco tenra
Nele se encosta e esquenta
Pobre poeta espantalho

A cabeça mais a cima
Menos aquela de baixo
Oh tragédia baixa o facho
Vai-se o vate chora a prima.

A alegria de ter uma sogra. Charles Fonseca. Fotografia


quarta-feira, março 02, 2016

Giovanni Andréa Ansaldo. Pintura

ANSALDO, Giovanni Andrea

O amor. São Paulo

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia, saiba todos os mistérios e todo o conhecimento e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.
1 Coríntios 13:1-4, 6-7, 13

terça-feira, março 01, 2016

Vicissitudes. Charles Fonseca. Poesia

VICISSITUDES
Charles Fonseca

Foram anos de não ser
De querer o foram tantos
Que não sei por quantos prantos
Já passei tenho haver

Quero ter inda que poucos
Do que resta muito mais
Do que tive eu incapaz
Cego, surdo também mouco.

Louis Anquetin.Pintura