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domingo, janeiro 31, 2016

Paz do Meu Amor, por Luiz Vieira

A demissão

O Diretor me disse: vou demitir o Joyce. De sacanagem colocaram o austero senhor como diretor da Associação Desportiva e Classista da empresa. Então eu lhe disse que não faria isso por ele ser um pioneiro desde 1969. Idos dos anos 90. Antes do plano Collor ele partiu para o Pai.

Comentário de São Cirilo de Alexandria

Cristo quis atrair a Si o mundo inteiro e conduzir para Deus Pai todos os habitantes da Terra. […] As gentes vindas do paganismo, enriquecidas pela fé em Cristo, beneficiaram do tesouro divino da proclamação que traz a salvação. Por ela, tornaram-se participantes do Reino dos Céus, companheiros dos santos e herdeiros das realidades inexprimíveis (Ef 2,19.3,6). […] Cristo promete a cura e o perdão dos pecados aos que têm o coração ferido, e dá a vista aos cegos. Pois são cegos os que não reconhecem Aquele que é o verdadeiro Deus, e o seu coração está privado da luz divina e espiritual. Mas o Pai envia-lhes a luz do verdadeiro conhecimento de Deus. Chamados pela fé, conheceram-No; mais ainda, foram conhecidos por Ele. Sendo filhos da noite e das trevas, tornaram-se filhos da luz (Ef 5,8), pois o dia iluminou-os, o Sol da Justiça ergueu-Se para eles (Mal 3,20), e a estrela da manhã apareceu-lhes em todo o seu esplendor.

E nada obsta a que apliquemos tudo o que acabamos de dizer aos filhos de Israel. Também eles, com efeito, tinham o coração ferido, eram pobres, e estavam como que prisioneiros e mergulhados nas trevas. […] Mas Cristo veio anunciar os benefícios do seu advento em primeiro lugar aos descendentes de Israel, proclamando o ano da graça do Senhor (Lc 4,19) e o dia da recompensa.

O ano da graça é aquele em que Cristo foi crucificado por nós. Foi então que nos tornámos agradáveis a Deus Pai. E damos fruto em Cristo, como Ele mesmo nos ensinou: «Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo deitado à terra não morrer, ficará só; mas, se morrer, dará fruto abundante» (Jo 12,24). E disse ainda: «Quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim» (Jo, 12,32). De facto, Ele retomou a vida ao terceiro dia, depois de ter calcado com os pés o poder da morte, após o que disse aos seus discípulos: «Foi-Me dado todo o poder no céu e na terra. Ide e fazei discípulos em todas as nações» (Mt 28,18-19).

Landscape with a Musician. Thomas van Apshoven. Pintura


Landscape with a Musician

APSHOVEN, Thomas van (c. 1622-c. 1665) Baroque Flemish painter (Antwerp)

sábado, janeiro 30, 2016

CAVALO ALAZÃO. Charles Fonseca. Poesia

CAVALO ALAZÃO
Charles Fonseca

Durmo, sonho, sorrio.
Um cavalo corcoveia
Cor canela vermelha,
Relinchando, está no cio.

Um cavalo corcoveia,
Malha em terreno baldio.
Nada o prende, ele é vadio,
A potranca ele deseja.

Em prado vazio malho
Ao instinto estou sujeito.
Acordo, bate-me o peito.
Sou razão, domo o cavalo.

Sou cavalo alazão,
Sou instinto arqueado.
Salto ao chão, solto, apeado,
Corcoveio na paixão.

quinta-feira, janeiro 28, 2016

Comentário de Santo Inácio de Antioquia

Cuidai de vos reunirdes com mais frequência para oferecer a Deus a vossa eucaristia, as vossas acções de graças e os vossos louvores. Por vos reunirdes frequentemente, enfraqueceis as forças de Satanás e o seu poder pernicioso dissipa-se perante a unanimidade da vossa fé. Haverá algo melhor do que a paz, esta paz que desarma todos os nossos inimigos espirituais e carnais?

Não ignorareis nenhuma destas verdades, se tiverdes por Jesus Cristo uma fé e uma caridade perfeitas. Estas duas virtudes são o princípio e o fim da vida: a fé é o seu princípio, a caridade, a sua perfeição; a união das duas, o próprio Deus; todas as outras virtudes as seguem em procissão para conduzir o homem à perfeição. A profissão da fé é incompatível com o pecado e a caridade com o ódio. «É pelos frutos que se conhece a árvore» (Mt 12,33); da mesma forma, é pelas suas obras que se reconhecem os que fazem profissão de pertencer a Cristo. Pois, neste momento, não basta fazermos profissão da nossa fé, mas temos efectivamente de a pôr em prática com perseverança, até ao fim.

Mais vale ser cristão sem o dizer, do que dizê-lo sem o ser. Fica muito bem ensinar, desde que se pratique o que se ensina. Nós temos, portanto, um só Mestre (Mt 23,8), Aquele que «disse, e tudo foi feito» (Sl 32,9). Mesmo as obras que realizou em silêncio são dignas do Pai. Aquele que compreende verdadeiramente a palavra de Jesus também é capaz de ouvir o seu silêncio; será então perfeito: agirá através de sua palavra e manifestar-se-á pelo seu silêncio. Nada escapa ao Senhor; até os nossos segredos estão na sua mão. Façamos portanto todas as nossas acções com o pensamento de que Ele habita em nós; desse modo, seremos templos seus, e Ele será o nosso Deus, que habitará em nós.

GUARDA NOTURNO. Charles Fonseca. Poesia

GUARDA NOTURNO
Charles Fonseca

Profissão guarda noturno
Vigia das horas caladas
Das falas destemperadas
Dos estultos ditos burros

Esta a minha profissão
De fé amor perdido
Ganhos outros sem olvidos
Uns morrem há outros sãos

Saudáveis não pestilentos
Dos ódios eu quero é mais
Viver longe de tais quais
Nunca mais ouvir lamentos

Dez ditos noves fora
Mentiras aleivosias
Não amar por teimosias
Nem odiar, deixem-me agora.

“Uma experiência que dá errado várias vezes deve ser repetida até dar certo”

Oitavas a Napoleão (Tradução do espanhol, de LOZANO). Castro Alves. Poesia

Oitavas a Napoleão
(Tradução do espanhol, de LOZANO)


Águia das solidões!... Ninho atrevido
Foram-te as borrascosas tempestades,
Flamígero cometa suspendido
Sobre o céu infinito das idades.
Tu que, no lago intérmino do olvido,
Lançaste tuas régias claridades...
Deus caído do trono dos mais deuses
Quem recebeu teus últimos adeuses?


Não foram as Pirâmides, que ouviram
De teus passos o som e se inclinaram...
Nem as águas do Nilo, que te viram,
E co'as ondas teu nome murmuraram...
Não foram as cidades, que brandiram
As torres como facho... te aclararam...
Quem foi? Silêncio!.. trêmulo de medo
Vejo apenas — um mar... vejo — um rochedo...


A terra, o mar, os céus... espaço estreito
Eram p'ra tua planta de gigante,
Para tecto dos paços teus foi feito
O firmamento colossal, flutuante
Como diadema — os sóis... E como leito
O antártico pólo de diamante...
Teu féretro qual foi?... Titão do Sena,
O penhasco fatal de Santa Helena...


Assassina do Encélado da guerra
Só tu foste, Albion... do mar senhora...
Por quê? Porque um pedaço aí de terra
Foi pedir-te o gigante em negra hora...
E lhe deste um penhasco... Oh! Lá s'encerra
Tua lenda mais hórrida... Traidora!
Lá seu espectro envolto, na mortalha
Aos quatro céus a maldição espalha...


Ao leão, que temias, enjaulaste;
E de longe escutando seu rugido,
Tu, senhora do mar... tu desmaiaste!
Pelo punhal traidor ele ferido
Caiu-te aos pés... Então tu respiraste,
Cobarde vencedora do vencido...
Nem mesmo todo o oceano poderia
Lavar este padrão de covardia...


Tu não és tão culpada!... Aonde estava
A França tão potente e tão temida?...
Oh! por que o não salvou?... se o contemplava
Lá dos gelos dos Alpes — soerguida!?...
E ele que a fez tão grande?... Ela folgava!...
Enquanto ao longe do colosso a vida,
Como um vulcão antigo e moribundo
Lento expirava nesse mar profundo.

Apollonio di Giovanni. Pintura


Front panel of a cassone
1450-55
APOLLONIO DI GIOVANNI (c. 1414-1465) Early Renaissance Italian painter (Florence)

Quem não sabe rezar xinga a Deus

Quem não sabe rezar xinga Deus

Ser fiel no casamento?

Ser fiel no casamento não significa ser fiel antes do casamento, antes de conhecer a sua alma gêmea. Este é o período de farra, de mostrar que você é um garanhão e tanto. Cada fase da vida tem o seu calor e seu desfecho. Sair aos 50 fazendo o que você fazia aos 30 é sinal de insegurança, imaturidade, e simplesmente ridículo.

O médico ruim e o ótimo

A mão que embala o berço governa o mundo

quarta-feira, janeiro 27, 2016

Jabuti não sobe em árvore

Comentário de Orígenes

Está escrito a propósito do maná que, quando a apanhavam nas condições prescritas por Deus, era alimentício; mas, quando queriam apanhá-lo contrariamente à maneira fixada por Deus, deixava de servir para manter a vida. […] O Verbo de Deus, a sua Palavra, é o nosso maná, e a Palavra de Deus que vem até nós traz a uns a salvação e a outros a condenação. Foi por isso que o nosso Senhor e Salvador, que é a Palavra de Deus «viva e perene» (1Ped 1,23), declarou: «Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam, e os que vêem fiquem cegos» (Jo 9,39). De tal maneira assim é que, para alguns, mais vale que não oiçam a Palavra de Deus do que a oiçam com más disposições ou com hipocrisia! […]

Aquilo que é verdadeiramente melhor em termos da perfeição é que o ouvinte da Palavra de Deus a oiça com um coração bom e simples, recto e bem preparado, para que ela frutifique e cresça como em terreno bom. […] E afirmo isto tanto para a minha conversão pessoal, como para a conversão dos meus ouvintes, porque também sou daqueles que ouvem a Palavra de Deus.

terça-feira, janeiro 26, 2016

O patinho feio

O patinho feio

Era uma vez uma mamã pata que teve 5 ovos. Ela esperava ansiosamente pelo dia em que os seus ovos quebrassem e deles nascessem os seus queridos filhos!

Quando esse dia chegou, os ovos da mamã pata começaram a abrir, um a um, e ela, alegremente, começou a saudar os seus novos patinhos. Mas o último ovo demorou mais a partir, e a mamã começou a ficar nervosa…

Finalmente, a casca quebrou e, para surpresa da mamã pata, de lá saiu um patinho muito diferente de todos os seus outros filhos.
- Este patinho feio não pode ser meu! Exclama a mamã pata.
- Alguém te pregou uma partida. Afirma a vizinha galinha.

Os dias passaram e, à medida que os patinhos cresciam, o patinho feio tornava-se cada vez mais diferente dos outros patinhos.
Cansado de ser gozado pelos seus irmãos e por todos os animais da quinta, o patinho feio decide partir.
Mesmo longe da quinta, o patinho não conseguiu paz, pois os seus irmãos perseguiam-no por todo o lago, gritando:
- És o pato mais feio que nós alguma vez vimos!
E, para onde quer que fosse, todos os animais que encontrava faziam troça dele.
- Que hei de eu fazer? Para onde hei de ir? O patinho sentia-se muito triste e abandonado.
Com a chegada do inverno, o patinho cansado e cheio de fome encontra uma casa e pensa:
- Talvez aqui encontre alguém que goste de mim! E assim foi.
O patinho passou o inverno aconchegadinho, numa casa quentinha e na companhia de quem gostava dele. Tudo teria corrido bem se não tivesse chegado a primavera e com ela, um gato malvado, que enganando os donos da casa, correu com o patinho para fora dali!
- Mais uma vez estou sozinho e infeliz… Suspirou o patinho feio.
O patinho feio descobre que é um cisneO patinho seguiu o seu caminho e, ao chegar a um grande lago, refugiou-se junto a uns juncos, e ali ficou durante vários dias.
Um dia, muito cedo, o patinho feio foi acordado por vozes de crianças.
- Olha! Um recém-chegado! Gritou uma das crianças. Todas as outras crianças davam gritos de alegria.
- E é tão bonito! Dizia outra.
Bonito?... De quem estarão a falar? Pensou o patinho feio.
De repente, o patinho feio viu que todos olhavam para ele e, ao ver o seu reflexo na água, viu um grande e elegante cisne.
- Oh!... Exclama o patinho admirado. Crianças e outros cisnes admiravam a sua beleza e cumprimentavam-no alegremente.
Afinal ele não era um patinho feio mas um belo e jovem cisne!
A partir desse dia, não houve mais tristezas, e o patinho feio que agora era um belo cisne, viveu feliz para sempre!


Comentário de Beato Paulo VI

Os leigos, que a sua vocação específica coloca no coração do mundo e à frente das mais variadas tarefas materiais, devem exercer por isso mesmo uma forma especial de evangelização. A sua primeira e mais direta tarefa não é a instituição e o desenvolvimento da comunidade eclesial – esse é o papel específico dos pastores -, mas é accionar todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já presentes e ativas, nas coisas do mundo. O campo concreto da sua atividade evangelizadora é o vasto e complicado mundo da política, do social, da economia, mas também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos «mass media», assim como algumas outras realidades abertas à evangelização, como o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional, o sofrimento.

Quanto mais houver leigos impregnados do Evangelho que sejam responsáveis por estas realidades e claramente comprometidos nelas, competentes para as promoverem e conscientes de que têm de desenvolver a sua plena capacidade cristã, tantas vezes enterrada e asfixiada, tanto mais estas realidades se encontrarão ao serviço da edificação do Reino de Deus e, portanto, da salvação em Jesus Cristo, sem nada perderem ou sacrificarem do seu coeficiente humano, mas manifestando uma dimensão transcendente muitas vezes desconhecida.

Um dia a arrogância chega ao túmulo

Rio Vermelho. Salvador. Bahia.

Poema tirado de uma notícia de jornal. Manuel Bandeira

Poema tirado de uma notícia de jornal
Manuel Bandeira

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

segunda-feira, janeiro 25, 2016

Quantos países caberiam dentro do Brasil


De que partido é?

Veja só: você subiu, sem ter a mínima noção de orientação!
Não sabe o que fazer, onde está e tampouco para onde ir!
Fez promessa e não tem a menor idéia de como conseguirá cumpri-la!
Espera que outra pessoa resolva o seu problema, continua perdido e acha que a culpa do seu problema passou a ser minha!

Aleksey Petrovich Antropov. Pintura


Portrait of Catherine II
before 1766
ANTROPOV, Aleksey Petrovich (1716-1795) Rococo Russian painter

Esqueça livro que você quer doar em local público

As esquerdas no Brasil

domingo, janeiro 24, 2016

Às vezes quem te combate só quer um afago

Nunca polemize com idiota

Canudos


Sua casa não é pouso para arribaçãs. Parentes e amigos só se convidados.

Não seja um cão raivoso

FANTASMAS ( I ). Charles Fonseca. Poesia

FANTASMAS
Charles Fonseca

Sou de fantasmas possesso,
Habitam inconsciente abissal.
Em sonho, não me fazem mal,
De dia me impedem progresso.

Quero ter deles algo mais:
Que deixem de agir em surdina.
A eles proponho combina:
Mutantes, repousem ancestrais.

sexta-feira, janeiro 22, 2016

Casas de Florianópolis

Alcides Gerardi - Cabecinha no ombro - Despedida - Paulo Borges

Comentário de Carta a Diogneto

Não digo nada de estranho, não procuro o paradoxo mas, dócil ao ensino dos apóstolos, quero também eu ensinar as nações. Quero transmitir exatamente a tradição aos que quiserem também tornar-se discípulos da Verdade. Quem […] não se apressaria a aprender tudo o que o Verbo de Deus claramente ensinou aos seus discípulos? Porque, ao manifestar-Se, esse Verbo, que não foi compreendido pelos que não acreditaram nele, manifestou a verdade aos seus discípulos; exprimindo-Se abertamente, disse tudo aos seus discípulos. Reconheceu-os como seus fiéis e eles receberam o conhecimento dos mistérios do Pai.

Foi para isso que o Verbo foi envido ao mundo. E, para ser manifestado ao mundo inteiro […], foi proclamado pelos apóstolos para que as nações acreditassem nele. Ele, que era desde o princípio (Jo 1,1), manifestou-Se na novidade e os discípulos reconheceram-No pela antiguidade. Ele renasce sempre jovem no coração dos santos. […] Por Ele, a Igreja é cumulada de riquezas; a graça desabrocha, multiplicando-se nos santos, conferindo a inteligência da fé, revelando os mistérios do Pai, fazendo compreender os tempos. […] Ela oferece-se aos que a procuram respeitando as regras da fé e guardando fielmente a tradição dos Padres da Igreja.

Eis que o temor da Lei é cantado; eis que a graça dos profetas é reconhecida, a fé dos Evangelhos reforçada, a tradição dos apóstolos conservada; a graça da Igreja exulta de alegria. Não contristeis esta graça; assim, conhecereis os segredos que o Verbo de Deus revela por quem quer, quando Lhe apraz. Aproximai-vos, escutai e sabereis tudo o que Deus confia aos que O amam de verdade.

EGÍPCIA. Charles Fonseca. Poesia

EGÍPCIA
Charles Fonseca

És rainha do Cairo, és egípcia.
Sou hebreu, não quero ser teu Moisés
Criado menino junto aos teus pés.
José do Egito, seja teu guia.

Egípcia, comigo serás Israel
Rainha migrante a Canaã.
Atrás negra nuvem, adiante manhã,
Maná no deserto, Canaã leite e mel.

Desligue o celular ao encontrar-se com pessoa que julga importante na sua vida

Sentar ao lado e não dizer nada diz tudo

Carnaval da Bahia 1974

Antonio Veneziano. Pintura


Apostle James the Greater
c. 1384
ANTONIO VENEZIANO (active 1369-1419) Medieval Italian painter (Venice)

quinta-feira, janeiro 21, 2016

LÉU. Charles Fonseca. Poesia

LÉU
Charles Fonseca

Quando vejo esse trio
sorrindo à beira mar
uma saudade me dá
é qual uma noite de frio

quando o trio beira rio
sorri entre si mergulho
numa alegria orgulho
de avô pai genro pio

me comporto olho o céu
seu azul também no mar
nuvens garças a ruflar
asas arrebóis ao léu.

Leve a sério quem só anda rindo

Clara Nunes - A Deusa Dos Orixás


A Deusa Dos Orixás

Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar
Mas Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar
(3X)

Yansã penteia os seus cabelos macios
Quando a luz da lua cheia clareia as águas do rio
Ogum sonhava com a filha de Nanã
E pensava que as estrelas eram os olhos de Yansã

Mas Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar
Mas Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar
Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar
Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar

Na terra dos orixás, o amor se dividia
Entre um deus que era de paz
E outro deus que combatia
Como a luta só termina quando existe um vencedor
Yansã virou rainha da coroa de Xangô

mas Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar
Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar
mas Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar
Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar
Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar
mas Yansã, cadê Ogum? Foi pro mar

Seu pai, filho, genro, sogro, etc. são tão honestos quanto Lula?

Comentário de Santo Ireneu de Lyon

O próprio Verbo, a Palavra de Deus, diz pela boca do Profeta Isaías que Ele tinha de Se manifestar no meio de nós – com efeito, o Filho de Deus fez-Se filho de homem – e de Se deixar conhecer por nós, que anteriormente O não conhecíamos: «Eu estava à disposição dos que me consultavam, saía ao encontro dos que não me buscavam. Dizia: “Eis-me aqui, eis-me aqui” a um povo que não invocava o meu nome» (Is 65,1). […] É também este o sentido daquelas palavras de João Batista: «Deus pode suscitar, destas pedras, filhos de Abraão» (Mt 3,9). De facto, depois de terem sido arrancados pela fé ao culto das pedras, os nossos corações vêem Deus e tornam-se filhos de Abraão, que foi justificado pela fé. […]

O Verbo de Deus encarnou e habitou entre nós, como afirma São João (Jo 1,14), seu discípulo. Graças a Ele, o coração dos pagãos foi transformado por esta nova vocação, e a Igreja dá muitos frutos naqueles que se salvam; e já não é um intercessor como Moisés, nem um mensageiro como Elias, mas o próprio Senhor que nos salva, dando à Igreja mais filhos do que os anciãos davam à sinagoga, como havia previsto Isaías ao dizer: «Regozija-te, estéril, que não tinhas filhos» (Is 54,1; Gal 4,27). […] Deus tem a sua felicidade na concessão da sua herança às nações insensatas, àquelas que não pertencem à cidade de Deus. Agora pois que, graças a este apelo, a vida nos foi dada, e que em nós Deus levou à plenitude a fé de Abraão, não podemos voltar para trás, ou seja, não podemos regressar à primeira legislação, porque recebemos o Senhor da Lei, o Filho de Deus, e pela fé nele aprendemos a amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos.

Queixa. Caetano Veloso. Poesia

Queixa
Caetano Veloso

Um amos assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza
Dessa cousa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água,
Onda, desejos de vingança
Nessa desnatureza
Bate forte sem esperança
Contra a sua dureza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim delicado
Nem um homem daria
Talvez tenha sido pecado
Apostar na alegria
Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito essa queixa

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou

Antonio da Negroponte, Pintura


Madonna and Child Enthroned
c. 1455
ANTONIO DA NEGROPONTE (active 1450-1500) Early Renaissance Italian painter (Venice)

DE VOLTA PARA O FUTURO. Charles Fonseca. Poesia

DE VOLTA PARA O FUTURO
Charles Fonseca

O que me resta é só um gemido
O que te resta é só o enfado
Do mal sentido, do mal passado,
Olho o futuro de olhar erguido

Na tua dor só tu gemias
Alguns amigos aparvalhados
Uns solidários, uns apoucados,
Por tua dor minha dor remia

Alguns estavam á tua volta
Todos ganhastes com teu encanto
Os que não estavam a te enxugar pranto
Por fora agiam abrindo portas

Hoje minha dor tu mal suportas
Te incomoda meu estar doente
A dor moral que agora sentes
Abre-me os olhos pro que não volta

Estou de volta para o futuro
Tenho saudades dele, confesso.
Contigo estar é amargo regresso,
Estou indo embora, te esconjuro.

Zapzapeando. Charles Fonseca. Fotografia

Evite festividades de superiores hierárquicos fora do seu horário de trabalho

quarta-feira, janeiro 20, 2016

Charles Fonseca. Itacimirim. Fotografia


Relembrar. Ataide Andrade Fonseca

RELEMBRAR
Ataide Andrade Fonseca

Oh, primavera da vida
Pra mim nunca esquecida
Seria bom que eu falasse
Subindo nas laranjeiras
Colhendo nas macieiras
Ah! Se o passado voltasse

Aquela vida infantil
De modo bem pueril
Tudo que eu me lembrasse
Retrogradando a idade
Com toda a vivacidade
Ah! Se o passado voltasse

Brincando numa gangorra
Ou tocando uma piorra
Coisa que me deleitasse
Praticando a peraltice
Que a ninguém agredisse
Ah, se o passado voltasse

Já tendo então bom decôro
Enfrentando já namoro
Com alguém que me agradasse
Num pensamento comum
Os dois se tornando um
Ah! Se o passado voltasse!

A galinha dos ovos de ouro

A galinha dos ovos de ouro

Era uma vez um casal sem filhos que vivia numa pequena cidade do interior. Eles eram conhecidos por serem muito avarentos e nunca estarem satisfeitos com nada. Se estava sol, queixavam-se do calor; se estava frio e chuva queixavam-se de viver num sítio onde nem sequer podiam sair de casa…
Para além do mais, eram capazes de tudo por uma moeda de ouro!

Um dia, um duende brincalhão que por ali passava ouviu o que se comentava na cidade sobre esse casal, e decidiu provar se era verdade tudo aquilo que se dizia sobre eles.

Numa tarde em que o marido vinha da floresta carregado com lenha, o duende apareceu-lhe de dentro do tronco de uma árvore e disse-lhe: “Olá bom homem! Sentes-te bem? Pareces cansado e triste… Será que estás com fome ou doente?

O homem, um pouco assustado com a presença do duende, respondeu: “Não… não estou doente nem cansado, e também não tenho fome… nada de mal se passa comigo. Só estou triste porque eu e a minha mulher somos pobres e não conseguimos ter muitas coisas boas como gostaríamos de ter…

Então o duende respondeu: ”Se não tens fome nem frio nem estás doente, então alegra-te porque não és pobre!”.
Mas o homem insistiu: “Sou sim. Um homem que não tem ouro é pobre!”.

DuendeO duende riu-se e respondeu: “Olha que estás enganado. Eu se quiser posso ter todo o ouro do mundo, pois como sou duende sei onde se escondem todos os tesouros. Mas a mim o que me faz falta é a luz do dia, ter o que comer e uma casa quentinha onde possa dormir descansado. Além disso preciso de ter saúde e ser forte para poder caminhar e apreciar tudo o que me rodeia. E como tenho tudo isso sou muito rico e feliz!

“Disparate!” Disse o homem, e insistiu “Ser pobre quer dizer que não se tem ouro. E como eu não tenho ouro não posso ser feliz”.

“Tenho muita pena de ti homem” disse-lhe o duende “E para que sejas feliz como achas que deves ser, vou dar-te uma galinha que todos os dias porá um ovo de ouro. Só terás de esperar e recolher todos os dias um ovo. Não tarda nada, terás todo o ouro que sempre desejaste ter e tu e a tua mulher serão felizes para sempre”.

Do tronco onde estava o duende saiu uma galinha que cacarejava alegremente. O homem, espantado, colocou-a rapidamente debaixo do braço e desatou a correr ladeira abaixo direitinho a casa, enquanto o duende ria às gargalhadas.
Assim que entrou em casa mostrou à sua esposa a galinha e contou-lhe tudo o que tinha acontecido.

Marido e mulher ficaram toda a noite à espera que a galinha pusesse o tão desejado ovo de ouro. De manhã cedo, a galinha começou a cacarejar e, pouco depois, surgiu debaixo dela um enorme e brilhante ovo de ouro!

Ao verem o ovo, o casal ficou radiante mas, minutos depois, a mulher comentou: “Que chatice… teremos de esperar até amanhã para termos outro ovo de ouro!”. Ao que o marido respondeu: “Pois é… que azar. Terão de passar muitas semanas até termos ovos suficientes para sermos os mais ricos da cidade. Devia ser por isso que o duende se ria às gargalhadas quando me deu a galinha”.

Então a mulher lembrou-se: “Sempre ouvi dizer que as galinhas já têm dentro delas todos os ovos que vão pôr… Se isso é verdade, porque é que não matamos agora a galinha e tiramos todos os ovos de ouro de uma vez? Seremos bem mais espertos do que o duende pensa!”.

O homem concordou, e sem hesitar, pegaram na pobre galinha e abriram-na para assim poderem tirar todos os ovos.

Mas qual não foi o espanto do casal ao ver que dentro da galinha não havia nenhum ovo de ouro…
Marido e mulher começaram a praguejar e a chorar, lamentando-se da sua sorte, pois por ganância tinham perdido para sempre a galinha dos ovos de ouro.

Espreitando pela janela, o duende ria-se e abanava a cabeça, pensando que a verdadeira felicidade não está em ter ou não ouro mas está sim no coração de cada um.

terça-feira, janeiro 19, 2016

Comentário de Bento XVI

É particularmente urgente no nosso tempo lembrar que o dia do Senhor é também o dia de repouso do trabalho. Desejamos vivamente que isto mesmo seja reconhecido também pela sociedade civil, de modo que se possa ficar livre das obrigações laborais sem ser penalizado por isso. De facto, os cristãos — não sem relação com o significado do sábado na tradição hebraica — viram no dia do Senhor também o dia de repouso da fadiga quotidiana. Isto possui um significado bem preciso, ou seja, constitui uma relativização do trabalho, que tem por finalidade o homem: o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho.

É fácil intuir a tutela que isto oferece ao próprio homem, ficando assim emancipado duma possível forma de escravidão. Como já tive ocasião de afirmar, o trabalho reveste uma importância primária para a realização do homem e o progresso da sociedade; por isso torna-se necessário que aquele seja sempre organizado e realizado no pleno respeito da dignidade humana e ao serviço do bem comum. Ao mesmo tempo, é indispensável que o homem não se deixe escravizar pelo trabalho, que não o idolatre, pretendendo achar nele o sentido último e definitivo da vida. É no dia consagrado a Deus que o homem compreende o sentido da sua existência e também do trabalho.

Charles Fonseca. 19.01.2016. Fotografia


segunda-feira, janeiro 18, 2016

Salvador. Bahia. Fotografia

ESTOFO. Charles Fonseca. Poesia

ESTOFO
Charles Fonseca

No espaço espíritos levitam
Dele almas voam rumo ao céu
Homens e mulheres e eu ao léu
Em chamas, lenhos do amar crepitam.

Onde anda minha amada, diga,
Sonho tenho em minh’alma forra,
Estofo do divino se acaso fora,
De acolhê-la agora em mim nida.

O Espírito Santo habita em você?

A Banda - Chico Buarque e Nara Leão - 1966

Tatuagem. Carlos J. H. Gurgel

TATUAGEM*

Das feições apenas lembranças
O nome pra sempre marcado
No braço estava tatuado
De um amor já sem importância

No início um amor bandido
Depois apenas um querer
Não valia por ele sofrer
No final virou tempo perdido

Soubesse, nem tinha começado
Nenhuma gratidão, só desprezo
Nenhum carinho, nem um beijo
Tanto amor fora jogado

Uma dor que não se descreve
Como feridas sangrando abertas
Deixando as marcas eternas
Mais na alma do que na pele


* Carlos J. H. Gurgel

Hoje é dia de praia e a escolhida foi Guarda do Embaú. Eileen Davies. Fotografia

O beijo liga em cima e acende em baixo

O beijo. Munch


domingo, janeiro 17, 2016

O problema do Brasil é que a elite é corruptora e corrupta

Comentário de São Máximo de Turim

Ao transformar em vinho a água que enchia as talhas, o Salvador fez duas coisas: forneceu uma bebida aos convidados do casamento e quis dizer que, pelo baptismo, os homens ficariam cheios do Espírito Santo. Aliás, o próprio Senhor o declarou noutra altura ao dizer: «Deita-se o vinho novo em odres novos» (Mt 9,17). Os odres novos significam, com efeito, a pureza do baptismo, e o vinho, a graça do Espírito Santo.
Catecúmenos, prestai especial atenção. O vosso espírito, que ignora ainda a Trindade, assemelha-se à água fria. É preciso aquecê-la ao calor do sacramento do baptismo, como um vinho, para transformar esse líquido pobre e sem valor em graça preciosa e rica. Tal como o vinho, adquiramos bom paladar e aroma doce; então, poderemos dizer, com o apóstolo Paulo, que somos para Deus o «bom odor de Cristo» (2Cor 2,15). Antes do seu baptismo, o catecúmeno assemelha-se à água imóvel, fria, sem cor […], inútil, incapaz de restabelecer as forças. Conservada durante muito tempo, a água altera-se, fica estagnada, torna-se fétida. […] O Senhor disse: «Quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus» (Jo 3,5).

O fiel baptizado é semelhante ao vinho vigoroso e rubro. Todas as coisas da criação se estragam com o tempo, só o vinho melhora ao envelhecer. Ele perde todos os dias a sua aspereza, e adquire um «bouquet» macio, com um sabor rico. De igual modo o cristão, à medida que o tempo passa, perde a aspereza da sua vida pecadora, adquirindo a sabedoria e a benevolência da Trindade divina.

Pedagogo bom de gogo. Ewerton Mendonça

PEDAGOGO BOM DE GOGO
Ewerton Mendonca

Everton agora é formado
Numa nobre profissão
É Pedagogo requisitado
De crianças em formação
Ele bem adaptado
Trabalha nos horários vagos
Nos opostos ao estudado
Deixa todo mundo ocupado
Sem espaço pra confusão
Everton gosta do que faz
Sua programação foi aceita
Nenhuma correção foi feita
Provando que é capaz
Começando com a capoeira
Não há "sem eira nem beira"
Todos curtem brincadeiras
E sua disciplina tenaz
Mostrando que esse rapaz
Tem habilidades de sobra
Começou fazendo obra
Pro sograo desconfiado
Reformou todo um telhado
Da casa dos pais de Tommy
Esse menino virou homi
Está testado e provado
Pigmeu é arretado
Na Bahia foi formado
Hoje é muito disputado
Pelo povo da Suecia
Pois não deixou a inércia
Do seu corpo se apossar
Hoje vive na Helvecia
Com sua honrada mulher
Encontrada de bobeira
Na praia da Boca do Rio
Ela quase por um fio
Deixou de ser assaltada
Pois a molecada em desvario
Dela se aproximava
Mas Ruela pra Anne olhava
E não deixou a gurizada
Dela se aproximar
E foi assim que começou
Esse romance bonito
Que vive hoje sem atrito
Selado na beira da praia
Num dia bem iluminado
Por Deus foi aprovado
E pelas ondas do mar
Eu vi os dois se casar
Cena linda de arrepiar
Outro igual é pra empatar
Agora Ruela está
Cidadão internacioná

(Em 17-01-2016, inspirado na última conversa que tive com Everton Silva de Mendonca Falk)

Estou na planície

Muito barulho durante a noite. No céu arrastão de móveis. Faíscas douradas riscando o azul profundo.

Wiener Cello Ensemble 5+1: Bolero

sábado, janeiro 16, 2016

Evangelho segundo São Marcos 2,13-17.

Naquele tempo, Jesus saiu de novo para a beira-mar. A multidão veio ao seu encontro, e Ele começou a ensinar a todos.
Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me». Ele levantou-se e seguiu Jesus.
Encontrando-Se Jesus à mesa em casa de Levi, muitos publicanos e pecadores estavam também à mesa com Jesus e os seus discípulos, pois eram muitos os que O seguiam.
Os escribas do partido dos fariseus, ao verem-n’O comer com os pecadores e os publicanos, diziam aos discípulos: «Por que motivo é que Ele come com publicanos e pecadores?».
Jesus ouviu e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores».

A Loba - Alcione. Música


A Loba
Alcione

Sou doce, dengosa, polida
Fiel como um cão
Sou capaz de te dar
Minha vida...

Mas olha
Não pise na bola
Se pular a cerca
Eu detono
Comigo não rola...

Sou de me entregar
De corpo e alma na paixão
Mas não tente nunca
Enganar meu coração
Amor pra mim
Só vale assim
Sem precisar pedir perdão...

Adoro sua mão atrevida
Seu toque, seu simples olhar
Já me deixa despida
Mas saiba que eu
Não sou boba
Debaixo da pele de gata
Eu escondo uma loba...

Quando estou amando
Eu sou mulher de um homem só
Desço do meu salto
Faço o que te der prazer
Mas, oh! meu rei
A minha lei
Você tem que saber...

Sou mulher de te deixar
Se você me trair
E arranjar um novo amor
Só pra me distrair...

Me balança mas não me destrói
Porque chumbo trocado não dói
Eu não como na mão
De quem brinca
Com a minha emoção...

Sou mulher capaz de tudo
Pra te ver feliz
Mas também sou de cortar
O mal pela raiz...

Não divido você com ninguém
Não nasci pra viver num harém
Não me deixe saber
Ou será bem melhor prá você
Me esquecer...

Adoro sua mão atrevida
Seu toque, seu simples olhar
Já me deixa despida
Mas saiba que eu
Não sou boba
Debaixo da pele de gata
Eu escondo uma loba

Quando estou amando
Eu sou mulher de um homem só
Desço do meu salto
Faço o que te der prazer
Mas, oh! meu rei
A minha lei
Você tem que saber...

Sou mulher de te deixar
Se você me trair
E arranjar um novo amor
Só pra me distrair...

Me balança mas não me destrói
Porque chumbo trocado não dói
Eu não como na mão
De quem brinca
Com a minha emoção...

Sou mulher capaz de tudo
Pra te ver feliz
Mas também sou de cortar
O mal pela raiz...

Não divido você com ninguém
Não nasci pra viver num harém
Não me deixe saber
Ou será bem melhor prá você...

Sou mulher capaz de tudo
Pra te ver feliz
Mas também sou de cortar
O mal pela raiz...

Não divido você com ninguém
Não nasci pra viver num harém
Não me deixe saber
Ou será bem melhor prá você
Me esquecer...

Vasco 5 x 2 Universitário PERU pela Sul Americana - MELHORES MOMENTOS 0...

Não dê direito a nenhum governo prejudicar o futuro de seus filhos e netos

sexta-feira, janeiro 15, 2016

Visita é como peixe. Complete a frase.

Comentário de São João Crisóstomo

«Trouxeram-Lhe um paralítico.» Os evangelistas contam que, depois de terem furado o tecto, aqueles homens desceram o doente e o depuseram diante de Cristo, sem nada pedir, deixando Jesus fazer o que quisesse. No início do seu ministério pela Judeia, era Ele quem dava os primeiros passos e não exigia uma fé tão grande; aqui, são os outros que vêm ter com Ele, e tiveram de ter uma fé corajosa e viva: «Ao ver a fé daquela gente», diz o evangelho – isto é, a fé dos que tinham transportado o paralítico. […] E o doente também teria uma grande fé, porque não se teria deixado transportar se não tivesse confiança em Jesus.
Perante tanta fé, Jesus mostra o seu poder e, com autoridade divina, perdoa os pecados ao doente, dando assim prova da sua igualdade com o Pai. Tinha já mostrado essa igualdade quando curou o leproso dizendo: «Quero, fica curado»; quando acalmou a tempestade no mar; e quando expulsou os demónios, que nele reconheceram o seu soberano e o seu juiz. […] Aqui, mostra-a primeiro sem espaventos, não Se apressando a curar exteriormente aquele que Lhe apresentaram. Começa por um milagre invisível: primeiro, cura a alma do homem, perdoando-lhe os pecados. É certo que esta cura era infinitamente mais vantajosa para aquele homem, mas trazia pouca glória a Cristo. Então alguns, levados pela malvadez, quiseram pô-Lo em causa; mas foram eles que, contra a sua própria vontade, tornaram o milagre mais deslumbrante.

Quando você casa lhe acompanha um histórico familiar

Alfred Stieglitz. Fotografia

quinta-feira, janeiro 14, 2016

Preciso conversar 30 minutos por dia com pessoa amiga


Trinity with Three Faces
c.1400
ANTONIO DA ATRI) (c. 1350-1433) Medieval Italian painter (Atri)

quarta-feira, janeiro 13, 2016

A prudência recomenda distinguir amigo de semelhante

MENINA. Charles Fonseca


MENINA
Charles Fonseca

Qual água que sob a roda d'água
de onde ela veio distante
aquele amor primeiro instante
agora ao mar as mágoas deságua

Assim meu coração oceano
abraça e envolve ligeiro
o meu amor que permeio
dissolve, experiência dos anos,

Por certo ela será qual neblina
que pousa que desce nos morros
será mais que filete de novo
te amo à distância, menina.

Depois da recessão virá a depressão econômica

Caetano Veloso, Maria Gadú - Trem Das Onze

A vida. Olavo Bilac

A vida
Olavo Bilac

Na água do rio que procura o mar;
No mar sem fim; na luz que nos encanta;
Na montanha que aos ares se levanta;
No céu sem raias que deslumbra o olhar;

No astro maior, na mais humilde planta;
Na voz do vento, no clarão solar;
No inseto vil, no tronco secular,
— A vida universal palpita e canta!

Vive até, no seu sono, a pedra bruta . . .
Tudo vive! E, alta noite, na mudez
De tudo, — essa harmonia que se escuta

Correndo os ares, na amplidão perdida,
Essa música doce, é a voz, talvez,
Da alma de tudo, celebrando a Vida!

Antonio da Firenze, Pintura


Crucifixion with Mary and St John the Evangelist
1400-50
ANTONIO DA FIRENZE (active first half 15th cent.) Early Renaissance Italian painter (Florence

Só nós dois é que sabemos o quanto nos queremos bem.

terça-feira, janeiro 12, 2016

Comentário de São Jerónimo

«Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro». Esse espírito não podia suportar a presença do Senhor; tratava-se do espírito impuro que tinha conduzido os homens à idolatria. […] «Que acordo pode existir entre Cristo e Satanás?» (2Cor 6,15); Cristo e Satanás não podem estar associados um ao outro. «Começou a gritar: “Que tens Tu a ver connosco?”» Aquele que assim grita é um indivíduo que se exprime em nome de várias pessoas; isto prova que tem consciência de ter sido vencido, ele e os seus.
«Começou a gritar: “Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus.”» Em pleno tormento, e apesar da intensidade do sofrimento que o faz gritar, não abandonou a hipocrisia. É forçado a dizer a verdade, o sofrimento a isso o obriga, mas a malícia impede-o de dizer toda a verdade: «Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno?» Porque não reconheces o Filho de Deus? Será de facto o Nazareno quem te tortura, e não o Filho de Deus? […]
Moisés era um santo de Deus. E Isaías e Jeremias também o foram. […] Porque não lhes dizes: «Sei quem Tu és: o Santo de Deus»? […] Não digas, pois: «Santo de Deus», mas «Deus Santo». Pensas que sabes, mas não sabes; ou, se sabes, calas-te por duplicidade. Porque Ele não é apenas o Santo de Deus, mas o Deus Santo.

Cana na fazenda dá pinga; pinga na cidade dá cana.

ARRULHOS ( I ). Charles Fonseca

ARRULHOS
Charles Fonseca

Sobre galhos as rolinhas,
Arrulham lembranças doces
Outras nem tanto, são dores,
Muitas outras ladainhas

Sobem qual peito de amantes
Soluços, suspiros vagos,
Sublimes, plenos, amargos,
Rolam lágrimas do instante.

Marc Chagall. Pintura.

Caetano Veloso. Fotografia

Pirulitos. Carlos José Holanda Guedes

PIRULITOS
Carlos José Holanda Guedes

Todo perfurado, todo destruído
Não sangra, mas tão dolorido
Esse meu pobre peito sofrido
Parece até uma tábua de pirulito

Quem dera ilusão apenas fosse
Mas é a dura verdade da vida
De tantas batalhas perdidas
E para aliviar, nenhum doce

Amores perdidos, amizades desfeitas
Algumas, não nego, culpa minha
Quem sabe seja essa minha sina
Uma tragédia talvez me espreita

Só resta aguardar, perdão pedir
Por tantos pecados e desatinos
Quem sabe assim venha o destino
Com um mero doce me faça sorrir

segunda-feira, janeiro 11, 2016

É paranormal pretender ser só racional

Comentário do Concílio Vaticano II

Vaticano II
O homem atual está a caminho de um desenvolvimento mais pleno da própria personalidade e de uma maior descoberta e afirmação dos próprios direitos. Tendo a missão de manifestar o mistério de Deus, último fim do homem, a Igreja descobre ao mesmo tempo ao homem o sentido da sua existência, a verdade profunda acerca dele mesmo.
A Igreja sabe muito bem que só Deus, a Quem serve, pode responder às aspirações mais profundas do coração humano, que nunca se satisfaz plenamente com os alimentos terrenos. Sabe também que o homem, solicitado pelo Espírito de Deus, nunca será totalmente indiferente ao problema religioso, como confirmam, não só a experiência dos tempos passados, mas também inúmeros testemunhos do presente.
Com efeito, o homem sempre desejará saber, ao menos confusamente, qual é o significado da sua vida, da sua actividade e da sua morte. E a própria presença da Igreja lhe traz à mente estes problemas. Mas só Deus, que criou o homem à sua imagem e o remiu, dá plena resposta a estas perguntas, pela revelação em Cristo, seu Filho, feito homem. Aquele que segue Cristo, o Homem perfeito, torna-se mais homem. […]
Com efeito, o próprio Verbo de Deus, por Quem tudo foi feito, fez-Se homem para, Homem perfeito, a todos salvar e tudo recapitular. O Senhor é o fim da história humana, o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização, o centro do gênero humano, a alegria de todos os corações e a plenitude das suas aspirações.

Roda Viva - Chico Buarque e MPB4

Ainda causa espanto quanto o capital seduz, quão boba a pessoa que nele faz sua base.

Os anos vão passando e a felicidade continua.

A xenofobia também é errado. Viaje e a sentirá acoitada.

domingo, janeiro 10, 2016

É no domingo que a saudade aumenta.

Evangelho segundo São Lucas 3,15-16.21-22.

Naquele tempo, o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias.
João tomou a palavra e disse-lhes: «Eu batizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo».
Quando todo o povo recebeu o batismo, Jesus também foi batizado; e, enquanto orava, o céu abriu-se
e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal, como uma pomba. E do céu fez-se ouvir uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência».

Roberto Carlos - Emoções

PERDÃO. Charles Fonseca

PERDÃO
Charles Fonseca

Quando a mim chegar a hora do perdão
Virá a tua atrás um tanto tardia,
A dos teus filhos talvez lhe chegue a dia
Tomara não à noite, tudo em vão.

Então tu hás de ver, tempo esvaído,
O quanto foi perdido do amar a mais
Ainda que te reste além dos ais
Um tanto de saudade do não vivido.

Cornelis Anthonisz. Pintura


Banquet of Members of Amsterdam's Crossbow Civic Guard
1533
ANTHONISZ, Cornelis (c. 1499-c. 1555) Northern Renaissance Dutch graphic artist (Amsterdam)

Pretendo que meus amigos só compactuem com o honesto

O gigante de pedra. Gonçalves Dias

O gigante de pedra
Gonçalves Dias

I

Gigante orgulhoso, de fero semblante,
Num leito de pedra lá jaz a dormir!
Em duro granito repousa o gigante,
Que os raios somente puderam fundir.

Dormido atalaia no serro empinado
Devera cuidoso, sanhudo velar;
O raio passando o deixou fulminado,
E à aurora, que surge, não há de acordar!

Co'os braços no peito cruzados nervosos,
Mais alto que as nuvens, os céus a encarar,
Seu corpo se estende por montes fragosos,
Seus pés sobranceiros se elevam do mar!

De lavas ardentes seus membros fundidos
Avultam imensos: só Deus poderá
Rebelde lançá-lo dos montes erguidos,
Curvados ao peso, que sobre lhe 'stá.

E o céu, e as estrelas e os astros fulgentes
São velas, são tochas, são vivos brandões,
E o branco sudário são névoas algentes,
E o crepe, que o cobre, são negros bulcões.

Da noite, que surge, no manto fagueiro
Quis Deus que se erguesse, de junto a seus pés,
A cruz sempre viva do sol no cruzeiro,
Deitada nos braços do eterno Moisés.

Perfumam-no odores que as flores exalam,
Bafejam-no carmes de um hino de amor
Dos homens, dos brutos, das nuvens que estalam,
Dos ventos que rugem, do mar em furor.

E lá na montanha, deitado dormido
Campeia o gigante, — nem pode acordar!
Cruzados os braços de ferro fundido,
A fronte nas nuvens, os pés sobre o mar!


II

Banha o sol os horizontes,
Trepa os castelos dos céus,
Aclara serras e fontes,
Vigia os domínios seus:
Já descai p'ra o ocidente,
E em globo de fogo ardente
Vai-se no mar esconder;
E lá campeia o gigante,
Sem destorcer o semblante,
Imóvel, mudo, a jazer!

Vem a noite após o dia,
Vem o silêncio, o frescor,
E a brisa leve e macia,
Que lhe suspira ao redor;

E da noite entre os negrores,
Das estrelas os fulgores
Brilham na face do mar:
Brilha a lua cintilante,
E sempre mudo o gigante,
Imóvel, sem acordar!

Depois outro sol desponta,
E outra noite também,
Outra lua que aos céus monta,
Outro sol que após lhe vem:
Após um dia outro dia,
Noite após noite sombria,
Após a luz o bulcão,
E sempre o duro gigante,
Imóvel, mudo, constante
Na calma e na cerração!

Corre o tempo fugidio,
Vem das águas a estação,
Após ela o quente estio;
E na calma do verão
Crescem folhas, vingam flores,
Entre galas e verdores
Sazonam-se frutos mil;
Cobrem-se os prados de relva,
Murmura o vento na selva,
Azulam-se os céus de anil!

Tornam prados a despir-se,
Tornam flores a murchar,
Tornam de novo a vestir-se,
Tornam depois a secar;
E como gota filtrada
De uma abóbada escavada
Sempre, incessante a cair,
Tombam as horas e os dias,
Como fantasmas, sombrias,
Nos abismos do porvir!

E no féretro de montes
Inconcusso, imóvel, fito,
Escurece os horizontes
O gigante de granito.
Com soberba indiferença
Sente extinta a antiga crença
Dos Tamoios, dos Pajés;
Nem vê que duras desgraças,
Que lutas de novas raças
Se lhe atropelam aos pés!


III

E lá na montanha deitado dormido
Campeia o gigante! — nem pode acordar!
Cruzados os braços de ferro fundido,
A fronte nas nuvens, e os pés sobre o mar!...


IV

Viu primeiro os íncolas
Robustos, das florestas,
Batendo os arcos rígidos,
Traçando homéreas festas,
À luz dos fogos rútilos,
Aos sons do murmuré!
E em Guanabara esplêndida
As danças dos guerreiros,
E o guau cadente e vário
Dos moços prazenteiros,
E os cantos da vitória
Tangidos no boré.

E das igaras côncavas
A frota aparelhada,
Vistosa e formosíssima
Cortando a undosa estrada,
Sabendo, mas que frágeis,
Os ventos contrastar:
E a caça leda e rápida

Por serras, por devesas,
E os cantos da janúbia
Junto às lenhas acesas,
Quando o tapuia mísero
Seus feitos vai narrar!

E o germe da discórdia
Crescendo em duras brigas,
Ceifando os brios rústicos
Das tribos sempre amigas,
— Tamoi a raça antígua,
Feroz Tupinambá.
Lá vai a gente impróvida,
Nação vencida, imbele,
Buscando as matas ínvias,
Donde outra tribo a expele;
Jaz o pajé sem glória,
Sem glória o maracá.

Depois em naus flamívomas
Um troço ardido e forte,
Cobrindo os campos úmidos
De fumo, e sangue, e morte,
Traz dos reparos hórridos
D'altíssimo pavês:
E do sangrento pélago
Em míseras ruínas
Surgir galhardas, límpidas
As portuguesas quinas,
Murchos os lises cândidos
Do impróvido gaulês!


V

Mudaram-se os tempos e a face da terra,
Cidades alastram o antigo paul;
Mas inda o gigante, que dorme na serra,
Se abraça ao imenso cruzeiro do sul.

Nas duras montanhas os membros gelados,
Talhados a golpes de ignoto buril,
Descansa, ó gigante, que encerras os fados,
Que os términos guardas do vasto Brasil.

Porém se algum dia fortuna inconstante
Puder-nos a crença e a pátria acabar,
Arroja-te às ondas, o duro gigante,
Inunda estes montes, desloca este mar!

Vivaldi: Winter (the Four Seasons), Largo; Cynthia Freivogel & Voices of...

Comentário de São Cirilo de Alexandria

Cristo recebeu o Espírito enquanto homem e enquanto convinha que o homem O recebesse. E, embora seja o Filho de Deus Pai, gerado da sua substância antes da encarnação, mais ainda, antes de todos os séculos, não Se dá por ofendido que Deus Pai Lhe diga, depois de Se fazer homem: «Tu és meu Filho; Eu hoje Te gerei.»

O Pai declara ter gerado hoje Aquele que era Deus, dele mesmo gerado antes de todos os séculos, para significar que nos recebia em Cristo como filhos adoptivos. Efectivamente, em Cristo, enquanto homem, está compendiada toda a natureza humana. No mesmo sentido se diz que o Pai comunica ao Filho o seu próprio Espírito, a fim de que em Cristo alcancemos a participação do mesmo Espírito. Cristo não recebe o Espírito Santo para Si mesmo, mas para nós em Si, pois é por Ele que recebemos todos os bens.

Minha esperança é que num discurso maluco a governanta renuncie sem querer

sábado, janeiro 09, 2016

Comentário de Santo Agostinho

Antes de João Batista, houve profetas santos em grande número, homens dignos de Deus, cheios do seu Espírito, que anunciavam o advento do Senhor e que testemunhavam a verdade. Porém, não se disse deles o que se disse de João Batista: «Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista» (Mt 11,11). Porquê então esta grandeza, enviada antes daquele que é a própria grandeza? Para testemunhar a profunda humildade do precursor.
Ele era tão grande, que o poderiam ter confundido com Cristo. Nada mais fácil […] porque, sem que ele o dissesse, era o que pensavam aqueles que o ouviam e o viam. […] Mas este humilde amigo do esposo, zelando pela honra do esposo, não pretende tomar o seu lugar como um adúltero. Ele dá testemunho do seu amigo, recomenda à esposa o verdadeiro esposo e tem horror a ser amado em seu lugar, porque apenas quer ser amado nele: «O amigo do esposo, que está a seu lado e o escuta, sente grande alegria com a voz do esposo.»
O discípulo escuta o mestre; permanece de pé porque o escuta, pois se se recusasse a ouvi-lo a sua queda era certa. O que se destaca a nossos olhos da grandeza de João é que ele podia ser tomado por Cristo e, no entanto, preferiu dar testemunho de Jesus Cristo, proclamar a sua grandeza e humilhar-se, a passar pelo Messias e enganar-se a si próprio, enganando os outros. É, pois, com toda a justiça que Jesus diz que ele era mais do que um profeta. […] João humilhou-se perante a grandeza do Senhor, para merecer que a sua humildade fosse levantada por esta grandeza. […] «Eu não sou digno», diz, «de Lhe desatar as correias das sandálias» (Mc 1,7)

O autoritário não sabe perder

Antonio da Fabriano. Pintura


Coronation of the Virgin
1452
ANTONIO DA FABRIANO) (active 1447-1489) Early Renaissance Italian painter

Lamento. Charles Fonseca

LAMENTO
Charles Fonseca

A parte que me coube neste amar profundo
Pequena quase nada minha alma teve
Muito mais eu almejei e, no entanto, crede,
Amar eu voltaria voltasse ao mundo.

E mais eu vos diria, amados meus amigos,
Depois de tanto adeus, velas ao vento,
Queria eu mais gozar, muito eu lamento
Do pouco que restou, meu coração partido.

quarta-feira, janeiro 06, 2016

Minha alma visível fez ontem 71 anos de idade

Comentário de Santo Hilário

«Jesus obrigou logo os seus discípulos a subirem para o barco e a irem à frente, para o outro lado, rumo a Betsaida, enquanto Ele próprio despedia a multidão. Depois de os ter despedido, foi orar para o monte. Era já noite, o barco estava no meio do mar e Ele sozinho em terra» (Mt 14, 22-23). Para dar a razão destes factos, é preciso distinguir os tempos. Se Ele está só à noite, isso mostra a sua solidão na hora da Paixão, quando o pânico dispersou todos os que O acompanhavam. Se ordena aos seus discípulos que entrem no barco e atravessem o mar, enquanto Ele próprio despede as multidões e, uma vez despedidas, sobe a um monte, é que lhes ordena que estejam na Igreja e naveguem no mar, quer dizer, neste mundo, até que, retornando no dia da sua vinda gloriosa, Ele dê a salvação a todo o povo, que será o resto de Israel (cf Rom 11,5) […], e que esse povo dê graças a Deus seu Pai e se estabeleça na sua glória e na sua majestade. […]
«Foi ter com eles na quarta vigília da noite.» Na expressão «quarta vigília da noite», encontram-se as marcas da sua solicitude. Com efeito, a primeira vigília foi a da Lei, a segunda a dos profetas, a terceira a da sua vinda corporal, a quarta coloca-se no seu regresso glorioso. Mas Ele encontrará a Igreja decadente e cercada pelo espírito do Anticristo e pela agitação deste mundo; pois Ele virá num momento de extrema ansiedade e de tormentos. […] Os discípulos estarão aterrorizados pela vinda do Senhor, temendo as imagens da realidade deformadas pelo Anticristo e pelas ficções que se insinuam no olhar. Mas o Senhor, que é bom, falar-lhes-á imediatamente, afastará o seu medo e dir-lhes-á: «Sou Eu», dissipando, pela fé na sua vinda, o temor do naufrágio ameaçador.

Antonello de Messina. Pintura


San Cassiano Altar
1475-76
ANTONELLO da Messina (1430-1479) Early Renaissance Italian painter

Desligue seu WhatsApp das 23 às 6 horas.

O amanhã

Após o falecimento do pai colocou a sua mãe num asilo, e a visitava de vez em quando.
Um dia, recebeu uma ligação do asilo, informando que ela estava morrendo.
Foi correndo para ver a sua mãe antes que ela falecesse.
Perguntou para ela: o que quer que eu faça por você mãe?
Disse a mãe: quero que você coloque ventiladores no asilo porque eles não tem e quero que você compre geladeiras também, para que a comida não estrague, mutas vezes dormi sem comer nada!
O filho disse surpreso: mas agora está pedindo essas coisas, enquanto está morrendo? Porque não reclamou antes?
A mãe respondeu triste: eu me acostumei com a fome e o calor, mas o meu medo é você não se acostumar quando seus filhos colocarem você aqui, quando estiver velho.
(autor desconhecido)

terça-feira, janeiro 05, 2016

Não pressione. Convença.

Evangelho segundo São Marcos 6,34-44.

Naquele tempo, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas.
A hora já ia muito adiantada, quando os discípulos se aproximaram e disseram: «O lugar é deserto e a hora vai adiantada.
Manda-os embora, para irem aos campos e aldeias comprar de comer.»
Jesus respondeu: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Eles disseram-lhe: «Vamos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?»
Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes? Ide ver.» Depois de se informarem, responderam: «Cinco pães e dois peixes.»
Ordenou-lhes que os mandassem sentar por grupos na erva verde.
E sentaram-se, por grupos de cem e cinquenta.
Jesus tomou, então, os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e dava-os aos seus discípulos, para que eles os repartissem. Dividiu também os dois peixes por todos.
Comeram até ficarem saciados.
E havia ainda doze cestos com os bocados de pão e os restos de peixe.
Ora os que tinham comido daqueles pães eram cinco mil homens.

domingo, janeiro 03, 2016

Tenho pena de pequenas grandezas mentirosas

Gosto de você de graça.

Comentário de São João Crisóstomo

Irmãos, sigamos os Magos, deixemos os nossos costumes pagãos. Partamos! Façamos uma longa viagem para ver a Cristo. Se os Magos não tivessem partido para longe do seu país, não teriam visto a Cristo. Abandonemos, nós também, os interesses deste mundo. Enquanto estavam no seu país, os Magos só viam a estrela; quando, porém, deixaram a sua pátria, viram o Sol da Justiça (Mal 3,20). Melhor dizendo: se não tivessem empreendido generosamente a sua viagem, nem sequer teriam visto a estrela. Levantemo-nos pois, também nós, e mesmo que todos se espantem em Jerusalém, corramos até ao local onde está o Menino.
Entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe; e, ajoelhando-se, prostraram-se diante dele; depois, abrindo os cofres, ofereceram-Lhe os seus presentes. Que motivo os levou a prostrarem-se diante desta criança? Nada havia de assinalável, nem na virgem, nem na casa; nem objecto algum capaz de ferir o olhar e de os atrair. E, contudo, não contentes com o facto de se terem prostrado, eles abriram os seus tesouros, presentes que não se oferecem a um homem, mas apenas a Deus, pois o incenso e a mirra simbolizam a divindade. Que razão os levou a agir dessa forma? A mesma que os levara a abandonar a sua pátria, a fazer essa longa viagem. Foi a estrela, quer dizer, a luz com que Deus enchera o seu coração, que os conduziu, pouco a pouco, a um conhecimento mais perfeito. Se não tivessem tido essa luz, como poderiam ter prestado tais homenagens, se aquilo que viam era tão pobre e tão humilde? Se ali não há grandeza material, mas apenas uma manjedoura, um estábulo, uma mulher que nada tem, é para que vejas mais nitidamente a sabedoria dos Magos, para que compreendas que eles não vieram ver um homem, mas adorar a Deus, seu benfeitor.

Roberto Carlos. A deusa da minha rua.1974

sábado, janeiro 02, 2016

Evangelho segundo São João 1,19-28.

Foi este o testemunho de João Batista, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: “Quem és tu?”
Ele confessou e não negou: “Eu não sou o Messias”.
Eles perguntaram-lhe: “Então, quem és tu? És Elias?” “Não sou”, respondeu ele. “És o Profeta?” Ele respondeu: “Não”.
Disseram-lhe então: “Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?”
Ele declarou: “Eu sou a voz que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías”.
Entre os enviados havia fariseus
que lhe perguntaram: “Então porque batizas, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?”
João respondeu-lhes: “Eu batizo na água; mas no meio de vós está Alguém que não conheceis:
Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias”.
Tudo isto se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava a batizar.

Lava Jato: só falta o livro de colorir. Guilherme Fiuza

Lava Jato: só falta o livro de colorir
Os criminosos procurados, investigados e presos fazem parte do grupo que governa o Brasil
Guilherme Fiuza

O bordão que sobrou ao PT é este: “As instituições estão funcionando”. Quer dizer com isso que não há razão para o impeachment. Quando declaram que as instituições estão funcionando, os companheiros estão aludindo, naturalmente, à Operação Lava Jato – cujo trabalho suas excelências petistas fazem o favor de permitir. Vamos então à correção. A mais alta instituição nacional não está funcionando, não: o governo federal está virtual­mente parado. E o que constrange seu funcionamento é justamente o trabalho da polícia – porque, coincidentemente, os criminosos investigados, procurados e presos fazem parte do grupo que governa o Brasil. E o gigante dorme com um barulho desses.

O empresário José Carlos Bumlai foi preso na Operação Passe Livre, mais uma etapa da Lava Jato. Passe Livre é o que o pecuarista tinha no reinado de Lula, com trânsito liberado dentro do Palácio. Esse homem, que o ex-­presidente classifica como “amigo de aniversários”, está na cadeia por ter recebido um empréstimo suspeito de R$ 12 milhões de outro “amigo” que acabou ganhando um contrato de R$ 1,6 bilhão com a Petrobras. Uma incrível rede de coincidências em torno de Lula. Detalhe: a investigação aponta que o suposto empréstimo foi “pago” com um contrato falso de venda de embriões de gado – isto é, foi embolsado. Segundo Salim Schahin, acionista do grupo que fez o “empréstimo”, foi embolsado pelo caixa de campanha de Lula.

O gigante não acordou com esse estrondo, e na manhã seguinte veio outro maior ainda: o líder do governo Dilma no Senado foi preso pela Lava Jato. O petista Delcídio do Amaral é o primeiro parlamentar na história da República preso em pleno exercício do mandato. Vamos repetir no ouvido do gigante: não é um dos 81 senadores, é o líder do governo Dilma. Pois bem: o líder do governo Dilma teve sua prisão decretada porque estava tentando comprar o silêncio de Nestor Cerveró, o ex-diretor da Petrobras que operou a compra escandalosa da refinaria de Pasadena sob a presidência de Dilma Rousseff no Conselho de Administração da estatal. Cerveró é um dos pivôs do petrolão, e o senador Delcídio do Amaral foi flagrado em gravação oferecendo a ele plano de fuga do país com tudo pago, mais mesada de R$ 50 mil a sua família. O líder de Dilma não queria de jeito nenhum que o réu falasse. Queria sumir com ele.

Além de liderar Dilma no Senado, Delcídio é liderado por Lula. Teria um encontro com o ex-presidente no dia seguinte, para atualizá-lo sobre o andamento da Lava Jato. Se a Polícia Federal executasse o mandado de prisão obtido pelo juiz Sergio Moro 24 horas depois, poderia ter encontrado o senador conversando com Lula sobre as coisas que Cerveró não pode falar de jeito nenhum.

Delcídio representa Dilma, que representa Lula, que lidera todos eles e mais um punhado de gente presa no mensalão e no petrolão – com destaque para Dirceu, Delúbio e Vaccari, pivôs de cirandas milionárias com dinheiro público sempre aterrissando nos cofres partidários, com o préstimo de despachantes amigos que entravam sem bater, como Valério, Youssef, Bumlai e grande elenco. Bumlai levou o presidente da empresa Sete Brasil para conversar com o ex-presidente Lula, a pedido do operador do petrolão Fernando Baiano. O amigo de Lula disse que nem prestou atenção à conversa e ficou folheando um livro do Corinthians. Depois recebeu R$ 1,5 milhão de Baiano (num suposto empréstimo que não sabe dizer por que foi feito, nem se foi pago).

A Sete Brasil foi para o centro do escândalo do petrolão e um de seus sócios, o banqueiro André Esteves, foi preso na mesma leva do líder de Dilma. Segundo a Polícia Federal, Esteves também estava na “operação cala a boca, Cerveró”. Esse entra e sai na sala de Lula está sendo mostrado em detalhes ao gigante, que até acorda com o falatório e as gargalhadas, mas vai direto folhear o livro do Corinthians. Talvez ele se interesse por um livro de colorir da Lava Jato.

O PT não pode continuar governando o Brasil porque está no poder com um projeto de sucção – já exaustivamente demonstrado. Não se trata de ranger dentes ou odiar ninguém, nem de guerra ideológica. O país precisa apenas se mancar e levar o Congresso ao processo político que o salvará do assalto.

Alexandre Antigna. Pintura


The Lightning 1848
ANTIGNA, Alexandre (1817-1878) Romanticism French painter (Paris)

Comentário de João Escoto Erígena

Como é lógico, é o evangelista João quem introduz João Baptista no seu discurso sobre Deus, «o abismo que atrai o abismo» à voz dos mistérios divinos (Sl 41, 8): o evangelista conta a história do precursor. Aquele que recebeu a graça de conhecer o Verbo no princípio (Jo 1, 1) dá-nos uma lição acerca daquele que recebeu a graça de vir à frente do Verbo encarnado. […] Ele não diz simplesmente que houve um enviado de Deus, mas que houve «um homem». Fala assim para distinguir o precursor, que apenas participa da humanidade, daquele Homem que, unindo estreitamente em Si a divindade e a humanidade, veio em seguida; para separar o voz que passa e o Verbo que permanece para sempre de maneira imutável; para sugerir que um é a estrela da manhã que aparece na aurora do Reino dos Céus e declarar que o Outro é o Sol da Justiça que lhe sucedeu (Ml 3, 20). João distingue a testemunha daquele que o envia, a lâmpada vacilante da luz esplêndida que enche o universo (cf Jo 5, 35) e que, para todo o género humano, dissipa as trevas da morte e do pecado. […]
Um homem foi enviado. Por quem? Pelo Deus Verbo que o precedeu. A sua missão era ser precursor. É num grito que ele envia a Palavra à sua frente: «no deserto, uma voz grita» (Mt 3, 3). O mensageiro prepara a vinda do Senhor. «O seu nome era João» (Jo 1, 6): foi-lhe dada a graça de ser o precursor do Rei dos reis, o revelador do Verbo desconhecido, o que baptiza em ordem ao nascimento espiritual, a testemunha da luz eterna, pela sua palavra e pelo seu martírio.

Pablo Picasso. Fotografia

Francisco Petrônio - Aniversário de casamento. Bodas de prata

Não tenho preço

sexta-feira, janeiro 01, 2016

Aert Anthonisz. Pintura


Sea Battle between Dutch and Spanish Boats
1604
ANTHONISSEN, Aert Anthonisz. (see ANTHONISZ, Aert) (1579/80-1620) Baroque Dutch painter