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terça-feira, junho 30, 2015

March of the Men of Harlech, performed by the Red Dragon Harp Ensemble

O criador da criatura, o babalorixá de Banânia, já caiu fora da mandioca da mulher sapiens. Charles Fonseca

Charles Aznavour - La Boheme. Música


   La  Bohème


Je vous parle d'un temps
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criait famine
Et toi qui posais nue

La bohème, la bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux

Dans les cafés voisins
Nous étions quelques-uns
Qui attendions la gloire
Et bien que miséreux
Avec le ventre creux
Nous ne cessions d'y croire
Et quand quelque bistro
Contre un bon repas chaud
Nous prenait une toile
Nous récitions des vers
Groupés autour du poêle
En oubliant l'hiver

La bohème, la bohème
Ça voulait dire tu es jolie
La bohème, la bohème
Et nous avions tous du génie

Souvent il m'arrivait
Devant mon chevalet
De passer des nuits blanches
Retouchant le dessin
De la ligne d'un sein
Du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin
Qu'on s'assayait enfin
Devant un café-crème
Epuisés mais ravis
Fallait-il que l'on s'aime
Et qu'on aime la vie

La bohème, la bohème
Ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, la bohème
Et nous vivions de l'air du temps

Quand au hasard des jours
Je m'en vais faire un tour
A mon ancienne adresse
Je ne reconnais plus
Ni les murs, ni les rues
Qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier
Je cherche l'atelier
Dont plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor
Montmartre semble triste
Et les lilas sont morts

La bohème, la bohème
On était jeunes, on était fous
La bohème, la bohème
Ça ne veut plus rien dire du tout
La Bohème (Tradução)

Eu lhes falo de um tempo
Que os menores de vinte anos
Não podem saber
Montmartre naquele tempo
Colocava seus lilás
Até sob nossas janelas
E se o humilde quarto mobiliado
Que nos serviu de ninho
Não tinha um boa cara
Foi lá que a gente se conheceu
Eu que chorava miséria
E você que posava nua

A boêmia, a boêmia,
Isso queria dizer: a gente é feliz
A boêmia, a boêmia,
Nós só comíamos um dia em dois

Nos cafés vizinhos
Nós éramos alguns
Que esperávamos a glória
E apesar da miséria
Com o estômago oco
Nós não deixamos de crer na glória
E quando, em alguma taverna
Com uma boa comida quente
Nós pegávamos uma tela
Nós recitávamos versos
Juntos ao redor do aquecedor
Esquecendo do inverno

A boêmia, a boêmia
Isso queria dizer: você é bonita
A boêmia, a boêmia
E nós tínhamos idéas geniais

Freqüentemente me acontecia
Diante do meu cavalete
Passar noites brancas
Retocando o desenho
Da linha de um seio
Da curva de um quadril
E isto só pela manhã
A gente se sentava finalmente
Antes de um café com creme
Esgotados mas deliciados
Era preciso que a gente se amasse
E que amasse a vida

A boêmia, a boêmia
Isso queria dizer: a gente tem vinte anos
A boêmia, a boêmia
E nós vivíamos do ar do tempo

Qualquer dia desses
Eu farei um passeio
Ao meu antigo endereço
Eu não o reconheço mais
Nem as paredes, nem as ruas
Que viram minha juventude
E do alto de um escadaria
Eu procuro o atelier
Que não existe mais
Em sua nova decoração
Montmartre parece triste
E os lilás morreram

A boêmia, a bêemia
A gente era jovem, a gente era louco
A boêmia, a boêmia
Isso não quer dizer absolutamente nada

VENDO CONSELHOS. Charles Fonseca

Cristo na cruz. Federico Barocci. Pintura

'Cristo en la cruz', 1604, óleo sobre lienzo, 374 x 246 cm. Museo del Prado. Obra de Federico Barocci

Na hora de ratificar. Millôr Fernandes. Fábula

Na hora de ratificar
Millôr Fernandes

Foi difícil, dado um individualismo inato, mas, afinal, depois de muitas parlamentações ocasionais e parciais, houve a grande reunião da rataria. Havia problemas graves, urgentes e coletivos a tratar. Um deles, claro, era como lidar com a prepotência cada vez maior do inimigo comum e maior: o Gato. Antes mesmo de aberta a sessão, alguém gritou: “Senta! Senta!, embora ninguém estivesse de pé, mas numa reunião dessas há sempre a necessidade de uma afirmação de personalidade. Iniciados os trabalhos, um dos ratos, pedante, colocou primeiro a questão filosófica do ratocentrismo, para combater a petulância do homem que faz do mundo uma coisa homocêntrica: “Vivem reclamando, irmãos, que estamos nos multiplicando demais, já existem
quatro ratos pra cada homem e esquecem nosso terror de saber que já existe um homem pra cada quatro ratos. Temos que lutar por um mundo ratocêntrico”. Outro ratão se ergueu e declarou que era preciso uma determinação da idade em que pintos podiam ser comidos, pois os ratos estavam sendo acusados de genocídio nos galinheiros, o que não era bom pra imagem dos roedores. Logo em seguida levantou-se uma rata e declarou que era necessário que todos se tratassem de camaradas e não falassem em ratos e roedores, palavras discriminatoriamente machistas. Ao que um dos machistas retrucou que quando se vê um rato grande todo mundo chama logo, discriminadamente, de ratazana, fazendo a aparteante calar o bico, i.e., o focinho. O moderador
da discussão disse que estavam se desviando do assunto, que era: como deter o avanço cada vez mais feroz do inimigo Gato. “Proponho uma solução clássica”, disse um camundongo. “Amarramos um guizo no pescoço do
Gato”. E antes que alguém o ridicularizasse ajuntou: “Sei que isso já foi ridicularizado nas fábulas, mas tenho uma solução comprometida: entrei em contacto com nosso velho aliado, o Cão, e ele está disposto a amarrar o guizo no gato pra nós, desde que ...” No momento exato em que ele dizia isso, o Cão e o Gato entraram no porão em que estavam os ratos e obstruíram as saídas com o corpo. O Cão latiu: “Bom, bom; eu disse que ajudava, desde que fosse uma decisão democrática. Mas vocês esqueceram justamente de nos
convidar, a mim e ao Gato, de modo que resolvi me filiar ao partido dele. Sugiro, dada inclusive a evidente minoria em que estamos, que se ouça pelo menos a proposta do Gato”. O Gato, modesto, propôs apenas que, antes de qualquer coisa, se chamasse uma firma especializada, e se fizesse uma desratização ali no porão. Os ratos então, vendo que não havia saída, votaram todos com o Gato.

Emile-Louis Picault - Perseus and Pegasus. E49. Escultura

Quem planta, colhe.

Nominalismo. Filosofia

Fonte wikipwdia

O nominalismo é a doutrina que não admite a existência do universal nem no mundo das coisas, nem no pensamento.1 Surgiu na sua forma mais radical no século XI por intermédio de Roscelino de Compiègne. Esse atribuía universalidade aos nomes, daí a origem do termo.2

Surge como uma possível solução à questão: o universal (conceito, idéia ou essência comum a todas as coisas que indicamos pelo mesmo nome) é algo de real ou não será antes um ato simples de nossa mente expresso por um nome? Os conceitos são realidade (res) ou palavras (vocis)?

Três soluções fundamentais desse problema são: o realismo, o conceitualismo e o nominalismo.

Para o nominalismo o universal é um puro nome, um flatus vocis (pura emissão fonética).
Para o realismo os universais existem objetivamente, seja na forma de realidades em si, transcendentes em relação aos particulares (como em Platão, universais ante rem), ou como imanentes encontrados nas coisas individuais (como para Aristóteles, universidade in re).
Para o conceitualismo, os universais são apenas conteúdos de nossa mente, inteligíveis ou conceitos, representações do intelecto que as deriva das coisas (universalia post rem) e dessas guarda alguma semelhança.
A questão dos universais, inicialmente lógico-gramatical, estendeu-se para os problemas teológicos e metafísicos, atingindo o conjunto de dogmas da igreja cristã. Por exemplo, João Roscelino (falecido em 1120), mestre de Abelardo, com seu conceitualismo coloca em dúvida o dogma trinitário de Deus: a única substância divina não passa de um nome, as três pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo) são três substâncias diversas, indicadas por um nome comum. Assim surgiu a heresia do triteísmo, condenada em 1092 pelo Concílio de Reims, no qual muitos temiam pelas verdades da fé.

Abelardo foi um dos principais promotores da lógica até o século XIII. Sua obra "Dialética" libertava a lógica da metafísica dando-lhe autonomia.

Vida de fé e sacramentos. Igreja. Cristianismo

História da Igreja Católica
16.

Quem vai a Roma atrás de atrações turísticas quase certamente vai querer conhecer as catacumbas, cemitérios subterrâneos na periferia da cidade antiga. Lá os cristãos enterravam seus mortos. Nessas galerias subterrâneas gerações de fiéis oraram pelos seus entes queridos. Nas suas paredes existem várias pinturas relembrando cenas bíblicas: Moisés batendo no rochedo, Daniel na cova dos leões, Jonas saindo das entranhas do peixe ou o Bom Pastor...

O rito de iniciação cristã, como já vimos, era o batismo, geralmente ministrado para adultos (só quando o cristianismo se tornar religião majoritária a prática do batismo de crianças será a praxe comum). Os conversos tinham um período de preparação, o catecumenato, durante o qual se preparavam para receber este sacramento.

Os que eram aprovados, recebiam o batismo nas correntezas de algum rio. Quando não houvesse rio, era utilizada uma piscina. E, na falta de uma piscina, batizava-se derramando a água sobre a fronte, como se faz hoje em dia em nossas igrejas.

Ao receber o batismo o fiel já pode se aproximar da eucaristia, a carne e o sangue de Jesus Cristo. Eucaristia é uma palavra grega que quer dizer "ação de graças". Todos os domingos os cristãos se reuniam na casa de alguém - podia ser a casa de um rico convertido - para celebrar a Santa Missa (o termo missa parece ser oriundo do latim - "ite missa est", "ide, é o fim", dizia o diácono, despedindo os fiéis - e é usado a partir do século IV). Em tempos de perseguição ou no aniversário de morte de um mártir, os fiéis se dirigiam às catacumbas, onde era mais seguro. Faziam-se leituras do Antigo Testamento ou das cartas dos apóstolos. Em seguida o presidente exortava a assembléia, com base na Palavra proclamada. Após esta "homilia", os fiéis faziam suas preces e ofertavam no altar o pão, o vinho e a água. O presidente então dizia preces e ações de graças, repetia as palavras de Jesus na última ceia (consagrando o pão e o vinho), e iniciava a distribuição da Eucaristia. Os diáconos levavam parte do alimento consagrado para os ausentes. Os fiéis mais generosos entregavam suas doações ao presidente, que as dividia entre os orfãos, as viúvas, os doentes, os estrangeiros e encarcerados.

Pouco a pouco começa a se organizar um ciclo litúrgico. No segundo século a festa da Páscoa era comemorada anualmente.

Jesus era o centro da fé. Orava-se várias vezes ao dia, erguendo-se as mãos e voltando-se para o Oriente, ajoelhando-se, prostrando-se. Orava-se antes das refeições, ao levantar, na hora de dormir, quando se fazia alguma ação especial, enquanto se trabalhava ou antes de sair para visitar alguém. Havia também o costume, herdado dos judeus, de rezar na hora terceira, na hora sexta e na nona. Rezava-se o Pai Nosso, salmos extraídos das Escrituras, hinos, como o Magnificat e o Benedictus, além de orações espontâneas.

À medida que o cristianismo crescia em número, aumentavam os casos de fiéis que cediam às tentações da cobiça, da luxúria, da apostasia...

A penitência era algo levado muito a sério. Quem pecasse gravemente depois do batismo podia não mais voltar para a comunhão da Igreja. No século II duas correntes se enfrentam: uma mais rigorista e outra mais tolerante. A primeira recusava o perdão em todos os casos, deixando os fiéis em pecado grave entregues à própria sorte. O poder de perdoar, concedido a Pedro e aos demais apóstolos, era usado com muito critério naqueles tempos.

No fim do século II, o cristão em pecado grave era obrigado a oferecer algum tipo de reparação para a Igreja. Durante algum tempo era excluído da liturgia eucarística e precisava fazer jejuns, dar esmolas, submeter-se a severas mortificações até o dia em que o bispo lhe concederia a absolvição.

O casamento era vivido pelos cristãos com um sentido inteiramente novo. Para eles a relação entre marido e mulher devia refletir a relação entre Cristo e a Igreja. O casamento era um sacramento no qual o mistério do amor humano era assumido e elevado pela graça. Apesar deste caráter sobrenatural, no entanto, não havia nenhuma cerimônia litúrgica especial para o casamento. "Os cristãos se casam como todo mundo", diz a epístola a Diogneto. O aborto e o abandono de crianças, práticas comuns entre os pagãos, eram totalmente condenados. O matrimônio, para os seguidores de Jesus, era indissolúvel.

Da maior parte dos papas deste século não restou senão o nome (Evaristo, Alexandre, Sixto, Telésforo, Higino, Pio, Aniceto, Sóter, Eleutério...). Mesmo assim, o primado da Igreja de Roma e do seu bispo, o Sucessor de Pedro, era amplamente reconhecido e aos poucos ia ganhando maior destaque.

Embora houvesse várias igrejas espalhadas pelo orbe, todos os fiéis tinham consciência de pertencerem à grande Igreja, a Igreja de Jesus Cristo.

FANTÁSTICO. Há décadas não assisto na TV o show do mesmo nome. E sou real. Charles Fonseca

Caravaggio - Death of the Virgin 1606. Pintura

Caravaggio - Death of the Virgin 1606

Arte de amar. Manuel Bandeira.

Arte de amar
Manuel Bandeira

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

segunda-feira, junho 29, 2015

Cinco cães pastores soltos caminham obedientes atrás do dono.

O Incrível Templo da Montanha de Borobudur. Indonésia. Turismo

Borobudur
A ilha de Java, na Indonésia, é o lar de uma montanha muito especial, que possui mais de 1.000 estátuas espalhadas. Borobudur é uma montanha de misticismo e mistério. Ela foi esquecida por muitos anos, até que, em 1814, um grupo de 200 homens decidiu procurar pela lendária montanha. Após seis semanas cortando seu caminho através da vegetação, cinzas vulcânicas e escombros, eles descobriram uma estranha estátua de pedra. E daí outra, e mais outra, e outras milhares!

http://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=3664&memberid=99492

domingo, junho 28, 2015

Yamandu Costa ao vivo - Full - Completo

Encomenda. Cecília Meireles. Poesia

Encomenda
Cecília Meireles

Desejo uma fotografia
como esta — o senhor vê? — como esta:
em que para sempre me ria
como um vestido de eterna festa.

Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.

Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.

Adoniran Barbosa [1975] - Completo full album

BRASIL. Charles Fonseca. Poesia

BRASIL
Charles Fonseca

- Caneco
- Tulipa
- Chaveco
- À vista

sábado, junho 27, 2015

Pavarotti La Donna e Mobile Moscow 1964. Música

Foto multicor, em faixas? Nem todos são gays... nem todos são apologistas... Mas há quem seja. Há quem tenha parentes que o são...Charles Fonseca

Sexólogos mirins (II). Olavo de Carvalho. Sexualidade.

Sexólogos mirins (II)
Olavo de Carvalho

Um exemplo especialmente deprimente de sexologia infantilizada nos é fornecido pelos “formadores de opinião” que definem a pedofilia como “uma forma de amor”
Todo animal cresce e se desenvolve no sentido de alcançar a realização das potencialidades máximas da sua espécie, não de qualquer outra. Esse auge é o que se chama "maturidade".
Uma vaca leiteira alcança a maturidade quando se torna capaz de produzir quarenta litros de leite por dia. Um urso, quando se torna grande, pesado, forte e feroz o bastante para matar outros ursos -- fêmeas e filhotes inclusive. Um bloodhound, quando se torna capaz de seguir uma pista por cem quilômetros.
A escala do desenvolvimento sexual que expus na primeira parte deste artigo (leia aqui) é própria e exclusiva do ser humano. Ela é a medida de aferição da maturidade humana. Quem não chegou à última etapa está abaixo da medida humana.
Pode estar evoluindo para alcançá-la ou pode estar fazendo o possível para estacionar nas primeiras etapas, tomadas fetichisticamente como se fossem a essência última do fenômeno sexual. Pode estar até se esforçando para que outros também estacionem. A característica fundamental do sociólogo mirim é o ódio à maturidade.

O que há de mais belo, nobre e elevado no ser humano é justamente o processo no qual, por transmutações sucessivas, o mais egoísta dos instintos se transfigura em bondade, generosidade, perdão e auto-sacrifício. Abdicar disso é renunciar à vocação humana e tentar competir com outras espécies animais naquilo que lhes é próprio.
Esse processo não deve ser confundido com algum pretenso “conflito entre matéria e espírito” – um chavão gnóstico que, nesta época de confusão mental estupenda, muitos tomam como cristão. O impulso evolutivo está dentro do próprio instinto sexual, que se compõe ao mesmo tempo de uma ânsia de auto-satisfação e de uma tendência incoercível à busca de um objeto.
O conflito permanente entre o centrípeto e o centrífugo, entre imanência e autotranscendência é inerente à própria força sexual, e é isso que faz dela, de maneira inteiramente natural, o motor do processo evolutivo que descrevi.
É patente que os sexólogos mirins não observaram suficientemente o fenômeno sobre o qual pontificam, já que nem mesmo chegam a notar a sua natureza contraditória e dialética, mas o tomam simploriamente como uma força unívoca voltada à busca de uma generalidade chamada “prazer”.
O Brasil não será um país adulto enquanto os sexólogos mirins não forem expulsos da vida pública.
O impulso sexual primário é uma pura agitação interna do organismo, uma mera urgência fisiológica que aparece sem a necessidade de nenhum excitante externo e pode ser satisfeita por mera fricção mecânica da genitália – masculina ou feminina.
Esse impulso – a libido -- é uma energia sem alvo: não vem com nenhum objeto definido, mas tem de encontrá-lo e fixar-se nele com a ajuda da emoção imaginativa, seja estética (níveis III e IV), seja moral (níveis V e VI).
O impulso sexual permanece mais ou menos o mesmo ao longo de toda a vida de um indivíduo. É como um motor que, por si, não determina o rumo do veículo, mas depende, para isso, de um piloto capaz de enxergar o terreno e escolher os trajetos.
A progressiva fixação do impulso nos sucessivos objetos não o modifica em nada, apenas o integra em funções diferentes conforme o objeto que a emoção imaginativa lhe oferece vai se tornando mais sutil, mais rico e mais complexo.
A escalada de seis níveis está, em princípio, ao alcance de todos os seres humanos, mas qualquer um está sujeito a voltar a uma fase anterior, sobretudo se não logra encontrar ou possuir o novo objeto que o atrai para um “salto evolutivo” da consciência e para um novo e mais elevado patamar da experiência erótica.
É evidente que só quem percorreu o trajeto inteiro está habilitado a formar uma visão abrangente e objetiva da experiência sexual, que os outros só enxergam de maneira parcial e subjetivista – não raro solipsista – determinada pela sua fixação numa etapa que se recusa a passar.
Infelizmente, este último é o caso da maioria dos “formadores de opinião”, universitários ou midiáticos, que se oferecem gentilmente para modelar a vida sexual alheia segundo a medida do seu próprio subdesenvolvimento existencial.

***
Um exemplo característico é a tendência ou vício de denominar “amor”, indiscriminadamente, toda e qualquer expressão do desejo sexual. Nessa perspectiva, é fácil condenar qualquer restrição às práticas sexuais mais grosseiras como um atentado contra o “amor”. Mas é evidente que o termo “amor” só é cabível quando se fala do terceiro nível para cima.
No primeiro estamos no reino da pura fisiologia, no segundo tudo não passa de reflexo condicionado. Num deles o objeto está ausente; no outro, é apenas o gatilho ocasional que dispara uma reação do organismo. Amor sem objeto é contradição de termos.
A característica mais fundamental do desejo sexual é a tensão permanente entre o impulso interno de auto-satisfação orgânica e a busca do objeto externo, o foco que o limita e ao mesmo tempo o intensifica.
No primeiro nível, a safisfação deve ser obtida da maneira mais rápida, material e direta possível. Mas o sexo é um impulso imanente que busca transcender-se. Do segundo nível em diante, a satisfação é adiada cada vez mais, em vista de um acréscimo de qualidade.
Nos dois primeiros níveis, é tudo fisiologia, nada mais. Nos niveis III e IV, o objeto é definido pela imaginação estética. Nos níveis V e VI o estético é transcendido pelo impulso moral: generosidade, proteção, compreensão, amparo, carinho etc.
Essa diferenciação de níveis é característica do ser humano, estando ausente em todas as demais espécies animais. Ela é a sexualidade propriamente humana. Nesse sentido, a escalada que vai desde a necessidade orgânica até as expressões mais elevadas do amor altruísta é a via normal e portanto normativa da vida sexual humana. Mesmo aqueles que não são capazes de diferenciar claramente os seis níveis têm uma vaga antevisão disso, como o prova o fato de que condenam as condutas sexuais egoístas – ao mesmo tempo que, paradoxalmente, chamam tudo de “amor”.
Um exemplo especialmente deprimente de sexologia infantilizada nos é fornecido pelos “formadores de opinião” que definem a pedofilia como “uma forma de amor”. Um professor de filosofia que diz que a pedofilia é "amor", como fazem os srs. Clovis de Barros e Paulo Ghiraldelli, está obviamente desqualificado para o exercício de tão séria atividade intelectual.
Não por ter dito uma imoralidade. Há imoralidades que são filosoficamente valiosas (as obras de Nietzsche estão repletas delas). Nem por ter feito apologia do crime. Ele pode ter dito o que disse com puro intuito teorizante, em tese, sem desejo de incentivar. Está desqualificado por manifesta incapacidade de fazer uma distinção fenomenológica elementar.
A pedofilia, pela sua estrutura mesma, nunca pode ser amor a uma pessoa, porque é fixação simbólica na sua imaturidade, isto é, numa situação cronológica passageira. As crianças crescem, tornam-se adultas e perdem interesse para o pedófilo, que tem de buscar novos objetos de prazer na mesma faixa etária dos anteriores.
Por definição, a fixação erótica numa circunstância externa não é amor a uma pessoa. Na nossa escala, a pedofilia, como o fetichismo ou o sadomasoquismo, está no nível II e não tem absolutamente nada a ver com o amor – embora a convivência entre o pedófilo e sua vítima possa despertar secundariamente algum tipo de emoção amorosa, pelo menos unilaterial, como o ativista homossexual Rudi van Dantzig documentou muito claramente no seu pungente depoimento For a Lost Soldier (The Gay Men's Press, 1996).
Qualquer primeiranista de filosofia, ou melhor, qualquer cidadão inteligente sem treino filosófico, tem de ser capaz de fazer essa distinção quase instintivamente. Outro exemplo de puerilismo é o clamor gayzista pela legalização do “casamento gay” sob a alegação de “igualdade de direitos”.
As leis do matrimônio civil ou religioso não foram feitas para proteger, exaltar e fomentar o sexo heterossexual, mas, bem ao contrário, para moderar e controlar a sua prática, às vezes drasticamente.
A proposta do “casamento gay”, ao contrário, visa a legitimar, a tornar respeitável e inatacável a homossexualidade em todas as suas formas e versões, inclusive grupais, obscenas, ofensivas e públicas como aquelas da Parada Gay.
O casamento tal como a sociedade o conhece há milênios é uma autolimitação voluntária do impulso heterossexual, em vista de valores mais altos.
O casamento gay, ao contrário, é um salvo conduto para que uma classe de pessoas tenha um direito ilimitado aos prazeres sexuais que bem deseje, da maneira e no local que bem entenda, livre das limitações legais e morais que pesam sobre o restante da espécie humana.
(Não deixa de ser deprimentemente irônico que, numa época em que tanto se discute “maioridade penal”, esta mesma noção tenha se reduzido a uma formalidade cronológica totalmente esvaziada de qualquer referência aos traços substantivos que constituem a maioridade psicológica e moral, sem os quais ela não faz o menor sentido.)
Se existe algo como a noção de “maioridade legal”, é porque obviamente o exercício de determinadas funções na sociedade – a começar pela mais geral e disseminada, a “cidadania” -- requer a maioridade substantiva, a maturidade da alma e do espírito, da qual a maioridade legal não é senão um sinal convencional de reconhecimento.
Não obstante, desaparecida do cenário mental a noção da maioridade substantiva, o exercício de altas funções sociais se tornou compatível com a mais rasteira imaturidade psicológica. Pessoas como os srs. Clovis de Barros, Paulo Ghiraldelli, Jean Willys, Gregório Duvivier e similares são aqueles que denomino “sexólogos mirins”: crianças crescidas que dão lições de moral aos adultos.
Um critério elementar e patente de maturidade é a atitude do cidadão para com seus próprios impulsos sexuais.

Um ser humano maduro, equilibrado e saudável não hesitará em pensar, falar e agir contra os seus mais óbvios interesses sexuais, em nome de valores que lhe pareçam mais altos. Um homossexual pode fazer isso? Pode. Karol Eller e meu aluno Alexandre Seltz, homossexuais assumidos, deram exemplo disso, ao posicionar-se contra os excessos blasfematórios do movimento gayzista.
Mas a essência da ideologia gayzista consiste precisamente em colocar o desejo homoerótico acima de todos os valores reais, possíveis e imagináveis. Por isso é que digo: um homossexual pode ser uma pessoa madura, equilibrada e saudável. Um gayzista, nunca. E é por isso que os gayzistas não respeitam nada nem ninguém. Eles simplesmente não podem fazê-lo sem ter de abdicar do princípio mais básico da sua ideologia.

É quase impossível um gayzista entender isso, pois para tanto precisaria reconhecer que sua pretensão de mando é incomparavelmente maior que a dos mais empedernidos machistas conservadores e que o que ele deseja não é a “igualdade de direitos” e sim a mais cínica e prepotente desigualdade, que um adulto normalmente desenvolvido jamais exigiria.
Numa sociedade saudável, os adultos mal desenvolvidos e imaturos permanecem nas camadas mais baixas da hierarquia social, onde podem fazer relativamente pouco dano às demais pessoas. A principal característica de uma sociedade doente é a ascensão de almas imaturas e atrofiadas aos postos mais altos, de onde podem impor o seu subdesenvolvimento moral e emocional como padrão normativo para uma sociedade inteira.
Não é possível corrigir os males sociais mais graves sem devolver essas pessoas ao anonimato do qual jamais deveriam ter saído.

AI, VERDE QUE TE QUERO VERDE. Charles Fonseca. Fotografia

As novelas são comprovadamente utilizadas para moldar o comportamento social e destruir as famílias.

Orquestra Tabajara ao Vivo. Show Completo. Música

Salmo de Davi, quando fugia de Absalão, seu filho. Igreja. Cristianismo

1. Salmo de Davi, quando fugia de Absalão, seu filho.
2. Senhor, como são numerosos os meus perseguidores! É uma turba que se dirige contra mim.
3. Uma multidão inteira grita a meu respeito: Não, não há mais salvação para ele em seu Deus!
4. Mas vós sois, Senhor, para mim um escudo; vós sois minha glória, vós me levantais a cabeça.
5. Apenas elevei a voz para o Senhor, ele me responde de sua montanha santa.
6. Eu, que me tinha deitado e adormecido, levanto-me, porque o Senhor me sustenta.
7. Nada temo diante desta multidão de povo, que de todos os lados se dirige contra mim.
8. Levantai-vos, Senhor! Salvai-me, ó meu Deus! Feris no rosto todos os que me perseguem, quebrais os dentes dos pecadores.
9. Sim, Senhor, a salvação vem de vós. Desça a vossa bênção sobre vosso povo.

Ray Charles - I Got A Woman

Cidade dos livros e das flores. Avelina Maria Noronha de Almeida. Poesia

CIDADE DOS LIVROS E DAS FLORES
Avelina Maria Noronha de Almeida

Um “Anuário de Minas Gerais” do início do Século XX dizia que o povo de Queluz amava os livros e as flores.


Ó antiga aldeia dos Carijós,
a Queluz de tanta glória vivida!
Cada dia que passa, mais ouvida
e mais forte se torna a tua voz.

Cantas, pelos teus vales e colinas,
um hino esplendoroso de sucesso
nas rotas do crescer e do progresso
que, em vigorosos passos, tu dominas.

Não te alimenta apenas a lembrança
de um passado de glórias e fulgores:
teu povo nunca pára e não se cansa.

Ele trabalha, e escreve, e planta flores
num solo que viceja em esperança
e onde florescem livros e escritores.

Diz com quem andas, que eu te direi quem és

Noite carioca. Murilo Mendes. Poesia

Noite carioca
Murilo Mendes

Noite da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
tão gostosa.
que os estadistas europeus lamentam ter conhecido tão tarde.
Casais grudados nos portões de jasmineiros...
A baía de Guanabara, diferente das outras baías, é camarada,
recebe na sala de visita todos os navios do mundo
e não fecha a cara.
Tudo perde o equilíbrio nesta noite,
as estrelas não são mais constelações célebres,
são lamparinas com ares domingueiros,
as sonatas de Beethoven realejadas nos pianos dos bairros distintos
não são mais obras importantes do gênio imortal,
são valsas arrebentadas...
Perfume vira cheiro,
as mulatas de brutas ancas dançam o maxixe nos criouléus suarentos


O Pão de Açúcar é um cão de fila todo especial
que nunca se lembra de latir pros inimigos que transpõem a barra
e às 10 horas apaga os olhos pra dormir.

President Obama canta "Amazing Grace" at Rev. Pinckney Funeral

O QUE É, O QUE É? Charles Fonseca. Poesia

Em todos os lugares, em todos aos montes, em montes ou vales, quer jovens gerontes. Só tem ratazana, que coisa meu Deus, primeiros os meus, quero a dinheirama.

PÁTRIA DORIDA. Charles Fonseca. Poesia

PÁTRIA DORIDA
Charles Fonseca

Algo colorido
corre pelo país
arco iris por um triz
há duplo sentido.

Prefiro ver a saída
mandioca de raiz
prefiro os colibris
oh, pátria dolorida.

A água lava tudo. Emilinha Borba.1955. Música

A frente socialista dos palestrantes milionários. Guilherme Fiuza. Política

A frente socialista dos palestrantes milionários
A Petrobras é uma mãe, e se você não está na ninhada é porque não se filiou ao partido certo
Guilherme Fiuza


Enquanto a Polícia Federal descobre R$ 4,5 milhões pagos por uma empreiteira a Lula, o PT lança a candidatura presidencial do filho do Brasil com uma “guinada à esquerda”. Coerência total: o dinheiro da empreiteira, segundo o Instituto Lula, era para “erradicar a pobreza e a fome no mundo”. É um projeto ambicioso, mas pode-se dizer que já está dando resultado, com a erradicação da fome da esquerda por verbas e cargos. Uma fome de cada vez.

O discurso preparado pelo PT para seu Congresso em Salvador inicia a arrancada para dar ao Brasil o que ele merece: a volta de Lula da Silva em 2018. Com sua consciência social e convicção progressista, o Partido dos Trabalhadores salta na trincheira contra o neoliberalismo, assumindo sua vocação de governo de oposição – o único no mundo. O truque é simples, e vai colar de novo: a vida piorou e o desemprego voltou por causa “da crise global do capitalismo”, esse monstro que infiltrou Joaquim Levy no governo popular. Lula voltará à Presidência para enxotar novamente essa maldição capitalista (bancado pelo socialismo das empreiteiras amigas).

O gigante se remexe na cama, mas a armação dos companheiros definitivamente não atrapalha seu sono. ÉPOCA mostrou o ex-operário trabalhando duro pelo sucesso internacional da Odebrecht, a campeã de financiamentos externos do BNDES. Revelou que o Ministério Público investiga o ex-presidente por tráfico de influência. Vem a Polícia Federal e flagra as planilhas da Camargo Corrêa, investigada na Operação Lava Jato, com uma média anual superior a R$ 1 milhão em transferências para Lula (Instituto e empresa de palestras) desde que ele deixou a Presidência. E o gigante ronca.

O Brasil não se incomoda com a dinheirama entregue a Lula. É uma ajudinha ao grande líder para que ele combata a pobreza no planeta, qual o problema? Nenhum. A não ser para essa elite branca invejosa, que acha estranho o dinheiro vir de empreiteiras que têm como cliente o governo no qual Lula manda.

Os petistas, como se sabe, são exímios palestrantes e consultores. Destacam-se nessa arte estrelas como o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e o ex-­ministro Antonio Palocci, ambos consagrados por suas consultorias mediúnicas milionárias. Lula deve ter passado seus oito anos no Palácio do Planalto treinando duro, porque saiu de lá em ponto de bala. Não é qualquer um que chega a Moçambique, faz uma palestra e embolsa R$ 815 mil – pagos à vista por uma empreiteira brasileira. Deve ser isso o paraíso socialista: empresários pagando fortunas a iluminados por palestras em outro continente, para a construção de um mundo melhor.

Assim fica fácil salvar o Brasil da crise global do capitalismo, conforme a plataforma do PT no seu 5º Congresso Nacional. Com a assinatura da delação premiada de Júlio Faerman, ex-representante da empresa holandesa SBM, os brasileiros entenderão ainda melhor como o capital internacional elitista e malvado escorre docemente para o bolso dos defensores do povo – através das fantásticas operações socialistas envolvendo a maior estatal do país. A Petrobras é uma mãe – e se você não está na ninhada é porque não se filiou ao partido certo.

A inflação bate 8,5%, e o milagre brasileiro (da miopia) permite que a presidente da República assegure, tranquilamente, o respeito à meta – que é de 4,5%. Quem quiser chamá-la de mentirosa assegurando o respeito ao que ela diz, portanto, estará dentro da margem de erro. Mas ninguém fará isso, porque o Brasil adormeceu de novo, em bloco. A recessão iminente, a escalada do desemprego e o consequente aumento da violência urbana – com tiros e facadas democraticamente distribuídos nas capitais do país – são problemas que a nova Frente Popular vai resolver em 2018, com Lula lá. Duvida? Então procure saber o tamanho do caixa que a frente de palestrantes e consultores formou nos últimos 12 anos, com o mais sórdido dos cúmplices: a opinião pública brasileira.

A reeleição de Lula após o mensalão permitiu a ascensão de Dilma. A reeleição de Dilma após o petrolão permitirá a volta de Lula. A divertida gangorra prova que o crime compensa. A não ser que... Melhor não falar, para não perturbar o sono do gigante.

Carlo Crivelli. Pintura

Carlo Crivelli; Madonna and Child, 1470

DESDÉM. Charles Fonseca. Poesia

DESDÉM
Charles Fonseca

Aceito as caixas presente
Não os passados embrulhos
Os que me foram entulhos
Agora só sol nascente.

Também quero os futuros
Que ficaram no passado
Quero o bem ao meu lado
Cercado rosas, antúrios.

Pode ser rosa botão
Um malmequer bemmequer
Assim que escrevo mulher
Quero paixão em roldão.

Embrulhado sei que tens
Coração envolto em fita
Fita bem és tão catita
Não faças pro amar desdém...

sexta-feira, junho 26, 2015

Tenho amigo que para fazer pensar com lógica não é nem fácil nem difícil. É inútil. Charles Fonseca

Mother and Child - Pierre-Auguste Renoir. Pintura

Mother and Child - Pierre-Auguste Renoir

Nenhuma ideologia pode cancelar do espírito humano a certeza de que só existe matrimônio entre duas pessoas de sexo diferente

À sombra do delator. Política

Arte - Capa lista do delator

Gustav Klimt - Bildnis der Marie Breunig 1894. Pintura

Gustav Klimt - Bildnis der Marie Breunig 1894

Como desmascarar a petista Erika Kokay, com Malafaia e Bolsonaro. Família. Sexualidade.

A morte de madrugada. Vinicius de Moraes. Poesia

A morte de madrugada
Vinicius de Moraes

Uma certa madrugada
Eu por um caminho andava
Não sei bem se estava bêbedo
Ou se tinha a morte n’alma
Não sei também se o caminho
Me perdia ou encaminhava
Só sei que a sede queimava-me
A boca desidratada.
Era uma terra estrangeira
Que me recordava algo
Com sua argila cor de sangue
E seu ar desesperado.
Lembro que havia uma estrela
Morrendo no céu vazio
De uma outra coisa me lembro:
... Un horizonte de perros
Ladra muy lejos del río...

De repente reconheço:
Eram campos de Granada!
Estava em terras de Espanha
Em sua terra ensangüentada
Por que estranha providência
Não sei... não sabia nada...
Só sei da nuvem de pó
Caminhando sobre a estrada
E um duro passo de marcha
Que eu meu sentido avançava.
Como uma mancha de sangue
Abria-se a madrugada
Enquanto a estrela morria
Numa tremura de lágrima
Sobre as colinas vermelhas
Os galhos também choravam
Aumentando a fria angústia
Que de mim transverberava.

Era um grupo de soldados
Que pela estrada marchava
Trazendo fuzis ao ombro
E impiedade na cara
Entre eles andava um moço
De face morena e cálida
Cabelos soltos ao vento
Camisa desabotoada.
Diante de um velho muro
O tenente gritou: Alto!
E à frente conduz o moço
De fisionomia pálida.
Sem ser visto me aproximo
Daquela cena macabra
Ao tempo em que o pelotão
Se punha horizontal.

Súbito um raio de sol
Ao moço ilumina a face
E eu à boca levo as mãos
Para evitar que gritasse.
Era ele, era Federico
O poeta meu muito amado
A um muro de pedra-seca
Colado, como um fantasma.
Chamei-o: Garcia Lorca!
Mas já não ouvia nada
O horror da morte imatura
Sobre a expressão estampada...
Mas que me via, me via
Porque eu seus olhos havia
Uma luz mal-disfarçada.

Com o peito de dor rompido
Me quedei, paralisado
Enquanto os soldados miram
A cabeça delicada.

Assim vi a Federico
Entre dois canos de arma
A fitar-me estranhamente
Como querendo falar-me
Hoje sei que teve medo
Diante do inesperado
E foi maior seu martírio
Do que a tortura da carne.
Hoje sei que teve medo
Mas sei que não foi covarde
Pela curiosa maneira
Com que de longe me olhava
Como quem me diz: a morte
É sempre desagradável
Mas antes morrer ciente
Do que viver enganado.

Atiraram-lhe na cara
Os vendilhões de sua pátria
Nos seus olhos andaluzes
Em sua boca de palavras.
Muerto cayó Federico
Sobre a terra de Granada
La tierra del inocente
No la tierra del culpable.
Nos olhos que tinha abertos
Numa infinita mirada
Em meio a flores de sangue
A expressão se conservava
Como a segredar-me: A morte
É simples, de madrugada...

Jorg Petel, 1633 - Bust of Rubens Koninklijk Museum voor Schone Kunsten, Antwerp, Belgium. E48. Escultura

Você acha que o Estado odeia o indivíduo e que pra ele só existe o sistema?

Elogio da Loucura. Erasmo de Roterdão. Prosa

O que é a vida se suprimis seus prazeres? Merece ela então o nome de vida?... Vós me aplaudis, meus amigos! Ah! eu sabia o quanto éreis todos muito loucos, isto é, muito sábios, para não compartilhar meu pensamento[...]Mas, por todos os deuses! que eles digam então qual instante da vida não é triste, tedioso, desagradável, insípido, insuportável, se não for temperado pelo prazer, isto é, pela loucura!

O que seria de nossas vidas sem essa atitude, sem essa querida amiga a loucura, maioria das coisas que fazemos é movida pela loucura, não a vida sem a Loucura, uma atitude tomada que mudou sua vida hoje foi incentivada por quem ? então não restrinja a loucura, apenas a utilize moderadamente, pois uma vida sem loucura não é uma vida, é apenas algo que passa e não fica ...
Erasmo de Rotterdam - "Elogio da Loucura.”

quinta-feira, junho 25, 2015

Roy Rogers. Fotografia

My Pal Trigger

Sinais e símbolos. Igreja. Cristianismo

SINAIS E SÍMBOLOS

1145. Uma celebração sacramental é tecida de sinais e de símbolos. Segundo a pedagogia divina da salvação, a sua significação radica na obra da criação e na cultura humana, determina-se nos acontecimentos da Antiga Aliança e revela-se plenamente na pessoa e na obra de Cristo.

1146. Sinais do mundo dos homens. Os sinais e os símbolos ocupam um lugar importante na vida humana. Sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais através de sinais e símbolos materiais. Como ser social, o homem tem necessidade de sinais e de símbolos para comunicar com o seu semelhante através da linguagem. dos gestos e de acções. O mesmo acontece nas suas relações com Deus.

1147. Deus fala ao homem através da criação visível. O cosmos material apresenta-se à inteligência do homem para que leia nele os traços do seu Criador (20). A luz e a noite, o vento e o fogo, a água e a terra, a árvore e os frutos, tudo fala de Deus e simboliza, ao mesmo tempo, a sua grandeza e a sua proximidade.

1148. Enquanto criaturas, estas realidades sensíveis podem tornar-se o lugar de expressão da acção de Deus que santifica os homens e da acção dos homens que prestam a Deus o seu culto. O mesmo acontece com os sinais e símbolos da vida social dos homens: lavar e ungir, partir o pão e beber do mesmo copo podem exprimir a presença santificante de Deus e a gratidão do homem para com o seu Criador.

1149. As grandes religiões da humanidade dão testemunho, muitas vezes de modo impressionante, deste sentido cósmico e simbólico dos ritos religiosos. A liturgia da Igreja pressupõe, integra e santifica elementos da criação e da cultura humana, conferindo-lhes a dignidade de sinais da graça, da nova criação em Cristo Jesus.

1150. Sinais da Aliança. O povo eleito recebe de Deus sinais e símbolos distintivos, que marcam a sua vida litúrgica: já não são unicamente celebrações de ciclos cósmicos e práticas sociais, mas sinais da Aliança, símbolos das proezas operadas por Deus em favor do seu povo. Entre estes sinais litúrgicos da Antiga Aliança, podem citar-se a circuncisão, a unção e a sagração dos reis e dos sacerdotes, a imposição das mãos, os sacrifícios e sobretudo a Páscoa. A Igreja vê nestes sinais uma prefiguração dos sacramentos da Nova Aliança.

1151. Sinais assumidos por Cristo. Na sua pregação, o Senhor Jesus serve-Se muitas vezes dos sinais da criação para dar a conhecer os mistérios do Reino de Deus (21). Realiza as suas curas ou sublinha a sua pregação com sinais materiais ou gestos simbólicos (22). Dá um sentido novo aos factos e sinais da Antiga Aliança, sobretudo ao Êxodo e à Páscoa (23), porque Ele próprio é o sentido de todos esses sinais.

1152. Sinais sacramentais. Depois do Pentecostes, é através dos sinais sacramentais da sua Igreja que o Espírito Santo opera a santificação. Os sacramentos da Igreja não vêm abolir, mas purificar e assumir, toda a riqueza dos sinais e símbolos do cosmos e da vida social. Além disso, realizam os tipos e figuras da Antiga Aliança, significam e realizam a salvação operada por Cristo, e prefiguram e antecipam a glória do céu.

catecismo

Transtorno Alimentar na Adolescência. Medicina. Psiquiatria

SEDIMENTOS. Charles Fonseca. Prosa

Voltei à minha infância onde cantávamos em coro numa igreja cristã e nas preces diárias antes do café da manhã. Meu pai lia um livro sagrado, fazia um breve explicação do texto lido e uma prece rápida. De vez em quando eu primogênito era designado para o epílogo do ritual. Quanto que ficou sedimentado!

Processamento da Mandioca. O orgulho da governanta.

Luciano Pavarotti - Nessun Dorma (1080pHD)

Peixe cara. Fundo do mar. Meio ambiente.

animais, marinhos

Trio Nagô. Moça Bonita. Música

O coração. Castro Alves. Poesia

O coração
Castro Alves

O coração é o colibri dourado
Das veigas puras do jardim do céu.
Um — tem o mel da granadilha agreste,
Bebe os perfumes, que a bonina deu.

O outro — voa em mais virentes balças,
Pousa de um riso na rubente flor.
Vive do mel — a que se chama — crenças —,
Vive do aroma — que se diz — amor. —

Tchaikovsky : Overture 1812 (Full, Choral) (Sure, best version ever) - A...

quarta-feira, junho 24, 2015

Andrea Bocelli- Con te Partiro. Música

QUE TAL VOCÊ SE PERDOAR?

Landscapes of Malta 4K

A borboleta. Olavo Bilac. Poesia

A borboleta
Olavo Bilac

Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.

Tonta, nas mãos da criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fuguir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.

Contente, o menino grita:
"É a primeira que apanho,
"Mamãe! vê como é bonita!
"Que cores e que tamanho!

"Como voava no mato!
"Vou sem demora pregá-la
"Por baixo do meu retrato,
"Numa parede da sala".

Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: "Que mal te fazia,
"Meu filho, esse animalzinho,
"Que livre e alegre vivia?

"Solta essa pobre coitada!
"Larga-lhe as asas, Alfredo!
"Vê com treme assustada . . .
"Vê como treme de medo . . .

"Para sem pena espetá-la
"Numa parede, menino,
"É necessário matá-la:
"Queres ser um assassino?"

Pensa Alfredo . . . E, de repente,
Solta a borboleta . . . E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.

"Assim, meu filho! perdeste
"A borboleta dourada,
"Porém na estima cresceste
"De tua mãe adorada . . .

"Que cada um cumpra sua sorte
"Das mãos de Deus recebida:
"Pois só pode dar a Morte
"Aquele que dá a Vida!"

Chimène, qui l'êut dit? Rodrigue, qui l'êut cru? Machado de Assis. Prosa

Chimène, qui l'êut dit? Rodrigue, qui l'êut cru?
Machado de Assis

Vejo-a assomar à porta da alcova, pálida, comovida, trajada de preto, e ali ficar durante um minuto, sem ânimo de entrar ou detida pela presença de um homem que estava comigo. Da cama, onde jazia, contemplei-a durante esse tempo, esquecido de lhe dizer nada ou de fazer nenhum gesto. Havia já dous anos que nos não víamos, e eu via-a agora não qual era, mas qual fora, quais fôramos ambos, porque um Ezequias misterioso fizera recuar o sol até os dias juvenis. Recuou o sol, sacudi todas as misérias, e este punhado de pó, que a morte ia espalhar na eternidade do nada, pôde mais do que o tempo, que é o ministro da morte. Nenhuma água de Juventa igualaria ali a simples saudade.
Creiam-me, o menos mau é recordar; ninguém se fie da felicidade presente; há nela uma gota da baba de Caim. Corrido o tempo e cessado o espasmo, então sim, então talvez se pode gozar deveras, porque entre uma e outra dessas duas ilusões, melhor é a que se gosta sem doer.

Não durou muito a evocação; a realidade dominou logo; o presente expeliu o passado. Talvez eu exponha ao leitor, em algum canto deste livro, a minha teoria das edições humanas. O que por agora importa saber é que Virgília -- chamava-se Virgília -- entrou na alcova, firme, com a gravidade que lhe davam as roupas e os anos, e veio até o meu leito. O estranho levantou-se e saiu. Era um sujeito, que me visitava todos os dias para falar do câmbio, da colonização e da necessidade de desenvolver a viação férrea; nada mais interessante para um moribundo. Saiu; Virgília deixou-se estar de pé; durante algum tempo ficámos a olhar um para o outro, sem articular palavra. Quem diria? De dous grandes namorados, de duas paixões sem freio, nada mais havia ali, vinte anos depois; havia apenas dous corações murchos, devastados pela vida e saciados dela, não sei se em igual dose, mas enfim saciados. Virgília tinha agora a beleza da velhice, um ar austero e maternal; estava menos magra do que quando a vi, pela última vez, numa festa de São João, na Tijuca; e porque era das que resistem muito, só agora começavam os cabelos escuros a intercalar-se de alguns fios de prata.

-- Anda visitando os defuntos? disse-lhe eu. -- Ora, defuntos! respondeu Virgília com um muxoxo. E depois de me apertar as mãos: -- Ando a ver se ponho os vadios para a rua.

Não tinha a carícia lacrimosa de outro tempo; mas a voz era amiga e doce. Sentou-se. Eu estava só, em casa, com um simples enfermeiro; podíamos falar um ao outro, sem perigo. Virgília deu-me longas notícias de fora, narrando-as com graça, com um certo travo de má língua, que era o sal da palestra; eu, prestes a deixar o mundo, sentia um prazer satânico em mofar dele, em persuadir-me que não deixava nada.

-- Que idéas essas! interrompeu-me Virgília um tanto zangada. Olhe que eu não volto mais. Morrer! Todos nós havemos de morrer; basta estarmos vivos.

E vendo o relógio:

-- Jesus! são três horas. Vou-me embora.

-- Já?

-- Já; virei amanhã ou depois.

-- Não sei se faz bem, retorqui; o doente é um solteirão e a casa não tem senhoras...

-- Sua mana?

-- Há de vir cá passar uns dias, mas não pode ser antes de sábado.

Virgília reflectiu um instante, levantou os ombros e disse com gravidade:

-- Estou velha! Ninguém mais repara em mim. Mas, para cortar dúvidas, virei com o Nhonhô.

Nhonhô era um bacharel, único filho de seu casamento, que, na edade de cinco anos, fora cúmplice inconsciente de nossos amores. Vieram juntos, dous dias depois, e confesso que, ao vê-los ali, na minha alcova, fui tomado de um acanhamento que nem me permitiu corresponder logo às palavras afáveis do rapaz. Virgília adivinhou-me e disse ao filho:

-- Nhonhô, não repares nesse grande manhoso que aí está; não quer falar para fazer crer que está à morte.

Sorriu o filho, eu creio que também sorri, e tudo acabou em pura galhofa. Virgília estava serena e risonha, tinha o aspecto das vidas imaculadas. Nenhum olhar suspeito, nenhum gesto que pudesse denunciar nada; uma igualdade de palavra e de espírito, uma dominação sobre si mesma, que pareciam e talvez fossem raras. Como tocássemos, casualmente, nuns amores ilegítimos, meio secretos, meio divulgados, via-a falar com desdém e um pouco de indignação da mulher de que se tratava, aliás sua amiga. O filho sentia-se satisfeito, ouvindo aquela palavra digna e forte, e eu perguntava a mim mesmo o que diriam de nós os gaviões, se Buffon tivesse nascido gavião...

Era o meu delírio que começava.

Almir Sater & Renato Borghetti - Felicidade (Lupicinio Rodrigues)

terça-feira, junho 23, 2015

CARINHO. Charles Fonseca. Prosa

É preciso sentimento de carinho com pessoas que oferecem resposta questionadora a conceitos ou idéias não inquiridoras que lhes foram apresentadas.

Imigração para o Canadá

http://www.canadaparabrasileiros.com/blog/2014/11/como-triplicar-suas-chances-de-imigracao-para-o-canada/

Johannes Vermeer. Pintura

Johannes Vermeer

O plano de Hitler para sequestrar o papa Pio XII

CLIQUE:
http://www.aleteia.org/pt/mundo/conteudo-agregado/o-plano-de-hitler-para-sequestrar-o-papa-pio-xii-5797147295350784

Fundo do mar e seus mistérios jamais vistos antes.

CANADÁ. Família 1. Charles Fonseca

No Canadá logo após o desmame os filhos são colocados em creches e as mães voltam ao mercado de trabalho em busca de salário.

Tocando em Frente. Almir Sater. Poesia

Tocando em Frente
Almir Sater

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei
Ou nada sei

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as matas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

CATARATAS. Charles Fonseca. Fotografia

Canadá

Quem é educadora é a família

AINDA estamos numa democracia. 23.06.2015

LÍRIO. Charles Fonseca. Poesia

LÍRIO
Charles Fonseca

A noite ainda é criança
o manto da noite cobre
teu corpo tão belo e nobre
de resto uma esperança

Que volte a ti a aurora
que sonhos em ti delírio
acordem tu és flor lírio
eu vate vário embora.

O LGBT vai denunciar os milhares de homossexuais fuzilados em Cuba?

Pintura.

The Soup, 1865 William Adolphe Bouguereau

O dever de educar os filhos é dos pais e não do Estado. A escola deve ser implemento.

Céus. Charles Fonseca. Fotografia

Canadá

De grão a grão a galinha enche o papo

HÁ UM DIREITO NATURAL anterior ao Estado, o da família.

O ENVELHECER. Charles Fonseca. Fotografia

Canadá

Destruindo os estados totalitários: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus"

ARANHA. Charles Fonseca. Poesia

ARANHA
Charles Fonseca

A aranha desfaz-se em teia,
O poeta refaz-se em versos
De desejo, de novos amplexos
Na amada que enlaça e beija.

A teia da amada lhe é cama
Seu corpo centra o que é real.
Versos tateia, palpa ao final,
Enroscam-se a sós, crepitam chamas.

A IGREJA É VISÍVEL

Einstein e Chaplin

O bicho. Manuel Bandeira. Poesia

O bicho
Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Cidade Santa. Feliciano Amaral. Igreja. Cristianismo

segunda-feira, junho 22, 2015

Garotas de Ipanema. Arnaldo Jabor. Prosa

Ela pegou o cigarro e queimou a mão. Eu corri para impedir, mas ela fugiu e continuou a queimar a mão... Dizia que isso era para ela sofrer mais na pele o que estava doendo dentro de si. Seu ciúme era desmesurado, assustador, sem motivo real, mas ela me olhava como se eu estivesse arruinando a sua vida. E não adiantava falar, porque ela dizia que eu estava comendo todo mundo porque as mulheres não mais tinham medo de engravidar e ficavam rondando os homens. E ameaçou me jogar um elefante de louça de cima da prateleira.

É verdade. As mulheres não mais tinham medo de engravidar porque a pílula anticoncepcional tinha chegado.

A liberdade sexual foi uma revolução dos sentidos. Mas com a liberdade veio também a angústia que ela traz. Nada mais confuso do que ser livre para as meninas da época. Mesmo depois da pílula, persistia o terror de uma liberdade inesperada; havia ainda um forte apego a vestidos de debutantes, ao organdi branco, aos buquês e véus de noiva esvoaçando nas almas virgens. Os rapazes tinham uma experiência sexual mais aberta, com a benção dos bordéis, mágicos redutos dos pecados – pequenas “revoltas conformistas”. As relações amorosas ficaram complicadas principalmente para as mulheres, enquanto nós contemplávamos sua desorientação como se tivéssemos um harém. Não sabíamos direito quais eram os limites, e aí surgiram tentativas de amores experimentais, poligamia assumida, sexo a quatro, surubas desastrosas. Um amigo meu bem cínico sentenciou: “Suruba tem de ser ímpar”. O sexo dos 60 era um comício; queria acabar com a culpa, com o proibido. Falo de Ipanema, claro. Todas as sacanagens foram testadas, mas chegou-se ao outro lado com uma vaga insatisfação. O que faltava? Faltava o pecado. O desejo sempre precisou da lei. Hoje, as relações não têm mais o caráter de uma mutação histórica, quando sexo era político. Eu me lembro de mim mesmo tentando convencer (sordidamente) uma moça a entrar no apartamento: “Meu bem, nosso amor também é uma luta contra o imperialismo norte-americano”. E, mesmo assim, ela (talvez uma “neoliberal” prematura) não entrou.

Na época, a liberdade criou um mercado novo: os motéis, decisivos para a vida sexual daqueles tempos. Lembro-me quando surgiu o Kings, luxuoso, com neon e fachada greco-romana, diferente dos secretos e pulguentos hoteizinhos tolerantes.

Na universidade, as moças se sentiam na obrigação de “dar”. E era tudo muito desastrado; as transas não davam certo – gozos frios, broxadas irreversíveis. Como ser livre sem ser “fácil”, as chamadas “galinhas”?

As meninas foram divididas em dois grupos: as “inatingíveis” e as “sem-vergonha”. Eu, pessoalmente, desenvolvi um covarde romantismo: de longe, eu era um fauno e, de perto, um pierrô. As meninas que eu amava não “existiam”; elas flutuavam diante de mim como “dulcinéias” impossíveis. A pílula também me libertou, e parti para as neo-garotas de Ipanema. E comecei a conhecer mais as dores de amor da vida real.

Isabela já tinha sido deflorada, mas se recusava a repetir a dose porque sonhava com um casamento feliz. Não adiantava implorar, pois ela não cedia: “Não dou mais para ninguém; quero ser virgem de novo!”

A Ciomara tinha três namorados (ela achava isso) e chorava na cama, num transe meio epiléptico, com olhos revirados em alvo, num sacrifício ritual de gritos, do qual acordava sem se lembrar de nada. Ela vivia culpada porque achava que estava traindo os outros dois; mal sabia que os três se revezavam em machismos secretos, narrando detalhes íntimos da cama.

Flavia ficou meio paranoica porque tinha uma bundinha linda e achava que os rapazes só a queriam por causa disso. E era verdade. Os rapazes se regalavam com o súbito aumento do mercado sexual. No entanto, com a liberdade, as paixões não tinham mais o paradigma dos namoros, noivados e casamentos. Sem projeto e sem linguagem, as ligações ficaram frágeis, e as rupturas, mais frequentes. Fui a uma festa em 1968 em que se separaram dezenas de casais, inclusive eu.

E, com sua independência proclamada, as mulheres se vingavam da arrogância dos machinhos. Assim, os homens sofreram com a multiplicação dos cornos. Mulheres mais livres fizeram seus preconceitos machistas aparecerem na “cornidão”. Creio mesmo que homem só vira homem quando ganha chifres didáticos. Aí, conhecem o vazio da solidão. E sujeitos onipotentes viram românticos chorosos. Também havia as tragédias. Um desses traídos que conheci, lindo, rico, por dor de corno meteu a cabeça no forno e abriu o gás, com as frestas da cozinha vedadas com fita isolante. E deixou um aviso na porta: “Cuidado. Não acendam fósforos”.

A mulher de um amigo meu era frígida como a neve. Sentia-se como uma aleijada indesejável. Cada vez que ia para a cama, era um calvário. Ele tentou tudo, nada rolou. Até que, em meio a uma discussão, ele falou que ia embora, e ela disse-lhe: “Tudo bem, você sai pela porta, e eu saio pela janela”. E se jogou do oitavo andar.

Meu drama foi diferente. Quando ela queimou a mão com o cigarro, confesso que me emocionei com aquela dor. Pareceu-me uma paixão sem limites. Ela era linda, corpaço, e às vezes saía da tristeza e ficava eufórica, rindo muito. Eu ficava nervoso com aquela louca instabilidade, mas sua beleza me aprisionava.

Até que um dia, depois de severa briga, ela me apareceu na porta do apartamento e, diante de mim, fez dois cortes no braço. “Passou a dor de dentro... Isto é um presente para você”, disse, ensanguentada. Em pânico, comecei a fugir dela. Tive de viajar por meses, e sumimos um do outro.
Talvez um ano depois, passava de carro pela avenida Atlântica de madrugada e, numa esquina do Posto Seis, eu a vi, em pé, linda, de saia de couro curta e cabelos alourados. Não parei, ainda com a dúvida se era ela mesma. Era, sim. Depois da dor dos cortes, entendi que ela queria conhecer os mistérios da prostituição.

Não confundir a história da Igreja com a história dos traidores da Igreja

Borbulhas de amor. Fagner. Música

Há um organismo histórico visível: a Igreja una, santa, católica e apostólica que é a continuidade da encarnação de Cristo.

Brechó. Charles Fonseca. Fotografia

Canadá

O RELATIVO é relativo a que?

Cesare Simioni. Fotografia

Carl Friedrich Abel: Allegro in D Minor WKO 208; Shirley Edith Hunt, vio...

Desconfie de homem que não fala e de cão que não ladra

Simbologia dos santos. Igreja. Cristianismo

Simbologia dos santos
Wikipédia

A Igreja Católica tem usado símbolos desde o seu início. Cada santo tem uma história e uma razão porque ele ou ela levou um vida exemplar. Os símbolos têm sido usados pela Igreja Católica para contar estas histórias dos santos. Muitos santos são tradicionalmente representados por símbolos ou ícones relacionados com as suas vidas, para mais facilmente identifica-los por intermédio de gravuras. Esta prática conhecida como iconografia, foi particularmente intencionada para que o analfabeto pudesse reconhecer uma cena. E em geral, ajuda aos cristãos a memorizar o santo e o seu exemplo de vida, simbolizado no ícone. Entretanto, estes símbolos não são necessariamente universais a todas as tradições cristãs que por ventura venha a venerar determinado santo.

As vidas da maioria dos santos estão além da ordinária vida dos ordinários cristãos. O uso do símbolo, com a estátua ou ícone de um santo, lembra ,ao povo crente, quem esta sendo mostrado e sua história.

Igrejas de Montreal. Cristianismo. Fotografia

Igreja.  Canadá

E o tsunami parou. Igreja. Cristianismo

tsunami
Clique:
http://www.aleteia.org/pt/mundo/artigo/a-bencao-do-santissimo-que-calou-um-tsunami-5900639536152576

Antonio del Pollaiulo,c. 1484-93 - Monument of Sixtus IV Basilica di San Pietro, Vatican, Vatican City State. E48

AZULADO. Charles Fonseca. Poesia

AZULADO
Charles Fonseca

Impacto azulado
uma garça alça voo
que beleza, quase estouro
e voo beira da praia

Que pena aqui distante
nessa terra de estranhos
ai quem dera eu num banho
nem que saiba num instante

Num marulhar vai e vem
num chega mais tambem quero
ai meu Deus, um quero quero
solta um pio, ai meu bem!

William Lawes & Robert Herrick: Gather ye rosebuds while ye may; Anna De...

domingo, junho 21, 2015

101 - Por que não sou protestante?

Quem sou eu para te julgar?

Pintura

Jesus Christ enthroned

O canto do guerreiro. Gonçalves Dias. Poesia

O canto do guerreiro
Gonçalves Dias

I

Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.


II

Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?


III

Quem guia nos ares
A frecha emplumada,
Ferindo uma presa,
Com tanta certeza,
Na altura arrojada
onde eu a mandar?
— Guerreiros, ouvi-me,
— Ouvi meu cantar.


IV

Quem tantos imigos
Em guerras preou?
Quem canta seus feitos
Com mais energia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me:
— Quem há, como eu sou?


V

Na caça ou na lide,
Quem há que me afronte?!
A onça raivosa
Meus passos conhece,
O imigo estremece,
E a ave medrosa
Se esconde no céu.
— Quem há mais valente,
— Mais destro que eu?


VI

Se as matas estrujo
Co’os sons do Boré,
Mil arcos se encurvam,
Mil setas lá voam,
Mil gritos reboam,
Mil homens de pé
Eis surgem, respondem
Aos sons do Boré!
— Quem é mais valente,
— Mais forte quem é?


VII

Lá vão pelas matas;
Não fazem ruído:
O vento gemendo
E as matas tremendo
E o triste carpido
Duma ave a cantar,
São eles — guerreiros,
Que faço avançar.


VIII

E o Piaga se ruge
No seu Maracá,
A morte lá paira
Nos ares frechados,
Os campos juncados
De mortos são já:
Mil homens viveram,
Mil homens são lá.


IX

E então se de novo
Eu toco o Boré;
Qual fonte que salta
De rocha empinada,
Que vai marulhosa,
Fremente e queixosa,
Que a raiva apagada
De todo não é,
Tal eles se escoam
Aos sons do Boré.
— Guerreiros, dizei-me,
— Tão forte quem é?

De noite todos os gatos são pardos

Carl Friedrich Abel: Allegro in D Minor WKO 208; Shirley Edith Hunt, vio...

Torre Kuchlbauer em Abensberg, Baviera, Alemanha. Arquitetura

edifícios
Este original edifício é uma torre de observação que fica na propriedade da Cervejaria Kuchlbauer. Dentro dessa torre, você pode aprender sobre o processo de fabricação de cerveja e admirar uma bela coleçao de 4.200 copos de Kuchlbauer Weissbier.

Retrato. Cecília Meireles. Poesia

Retrato
Cecília Meireles

Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Vladimir Horowitz; Arturo Toscanini: Tchaikovsky: Piano Concerto #1 1943...

sábado, junho 20, 2015

Devagar se vai ao longe

Pintura


Evangelho segundo São Mateus 6,24-34. Igreja. Cristianismo

Evangelho segundo São Mateus 6,24-34.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas?
Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura?
E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam;
mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?
Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’
Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso.
Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo.
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».

FREUD E O CHEIRINHO QUE ELA TEM. Charles Fonseca. Fotografia

Freud

DONO DO MEU CORAÇÃO. Charles Fonseca. Poesia

DONO DO MEU CORAÇÃO
Charles Fonseca

Do meu coração é dono
diz a mulher ao marido
por outras talvez querido
por ela em doce abandono

no ir e vir das aragens
no vem e vai das procelas
tão frágeis se tornam elas
Se em Juliana e Marco jazem

Os fundamentos do bem
do mal que estejam distantes
sejam sempre qual dantes
num só amar que convém.

NETOS SÃO CÓPIA AUTÊNTICA DOS PAIS no cartório da felicidade. Charles Fonseca

Viagem. Miguel Torga. Poesia

Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.

Miguel Torga

O Mar E Tu - Andrea Bocelli & Dulce Pontes

Protótipo #2 - Larissa Leite

Ai di la - Emilio Pericoli. Legendado

Dilma é instrumento de um projeto imoral de poder. Guilherme Fiuza. Política

Dilma é instrumento de um projeto imoral de poder. O país não tem o direito de linchá-la, mas tem o dever de investigá-la
Guilherme Fiuza
04/06/2015

O Ministério Público denunciou João Vaccari, tesoureiro afastado do PT e preso pela Operação Lava Jato, por lavagem de dinheiro. Entre outras manobras, Vaccari é acusado de orientar fornecedores da Petrobras a pagar propinas ao PT através de contratos falsos com a gráfica Atitude. Em São Paulo, o endereço da gráfica coincide com o do diretório do partido. De acordo com as investigações da Polícia Federal, Vaccari também é suspeito de injetar recursos do petrolão na campanha presidencial de Dilma Rousseff. O esquema de manutenção do PT na Presidência da República está revelado em toda a sua obscenidade. Mas Dilma é inocente.

O Brasil é um lugar realmente curioso. É como se uma seita extorquisse seus fiéis para montar um sistema de poder e ninguém desconfiasse do pastor que chefia a igreja – justamente a figura que centraliza o esquema. Vozes cultas e ponderadas sentenciam que Dilma Rousseff não pode ser investigada. E a manada baixa a cabeça.

Pergunta aos especialistas: os bilhões de reais desviados da Petrobras serviram essencialmente ao enriquecimento particular de uma quadrilha de espertos? Resposta especializada aos especialistas: não, o roubo serviu essencialmente ao grupo político que governa o país, para a compra de aliados e despesas gerais com a manutenção do poder – o petrolão. Outra pergunta aos jurisconsultos: seria possível um bando atuar no coração do governo, envolvendo altos diretores da maior estatal do país e altos quadros do partido da presidente, todos eles ungidos por nomeações políticas do poder central, e ali operar por uma década à revelia dos seus chefes e padrinhos? Resposta: sim, num conto de fadas escrito por João Santana.

E eis que surge o mítico balanço da Petrobras, contabilizando a... corrupção! Não é denúncia, não é suspeita, não é lenda: o balanço auditado da maior empresa brasileira atesta, certifica e dá fé que R$ 6,2 bilhões foram roubados pela quadrilha do petrolão. Um momento: de onde saiu esse número oficial? Atenção, Brasil: ele saiu da Operação Lava Jato. Isto é, foi calculado a partir das revelações dos delatores do esquema às autoridades investigadoras. Ou seja: os mesmos dados, as mesmas informações que apontam uso de propinas para reeleger Dilma Rousseff.

E agora? Como as informações que são oficiais para o balanço da Petrobras podem ser inconsistentes para investigar a legitimidade do mandato presidencial?

Deixem de filigranas. O fato central é: os escândalos do mensalão e do petrolão flagraram o Partido dos Trabalhadores como protagonista de um esquema de desvio de dinheiro público para obter e manter seus mandatos presidenciais. Das duas, uma: ou o Brasil assina um pacto de tolerância com a corrupção ou está obrigado a investigar a legitimidade do mandato de Dilma Rousseff.

Como se não bastasse esse escândalo sem precedentes, ainda há a gestão de Dilma como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, com oito anos de soberania no palco onde se davam as tenebrosas transações. Novamente, das duas, uma: ou estamos diante de um caso de conivência ou o caso é de grave omissão. Como saber, sem investigar Dilma Rousseff?

Aí o Brasil se espanta com as pedaladas fiscais. Os escândalos por aqui precisam de apelido para ser notados. O truque de fazer o Tesouro atrasar repasses aos bancos públicos para amenizar o deficit é crime de responsabilidade – e é só um pedaço da grande operação de maquiagem das contas públicas montada pelo PT, a chamada contabilidade criativa (anotem o apelido). O partido do mensalão e do petrolão, que é tarado por truques e álibis, armou uma ciranda entre o Tesouro e o BNDES para o governo poder gastar mais escondendo o aumento da dívida. É um golpe mais grave que a pedalada fiscal, uma espécie de primo pobre do petrolão e do mensalão – com a mesma finalidade de torrar dinheiro público ilegalmente, nesse caso sem passar pelo partido. Aqui, pelo menos, o tesoureiro é inocente.

O Brasil está entrando na perigosa rota de execração à pessoa de Dilma Rousseff, o que sempre será uma covardia. Dilma é instrumento de um projeto imoral de poder, e este é o inimigo real. O país não tem o direito de linchá-la – mas tem a obrigação de investigá-la.

sexta-feira, junho 19, 2015

Contra fatos não há argumentos

Pintura

Η Κοιμησις της Θεοτοκου 15 Αυγ-DormitionTheotokos 15 Αug

Mestre Robson Miguel - Abismo das Rosas-Américo Jacomino-

ARREPIADA. Charles Fonseca. Poesia

ARREPIADA
Charles Fonseca

Ela toda arrepiada
Eu pra lá de Bagdá
Será que dá ou não dá
Será que ‘stá embriagada

Ou sou eu inebriado
com minha louca paixão
pelo sim ou pelo não
vou por Deus não com o diabo

Em frente aliso ela
ela parece que gosta
agora fecho a porta
do meu quarto e a janela.

John William Waterhouse. Pintura

John William Waterhouse

Não tenho bens de acontecimentos.

Com a abolição de marcos regulatórios firmes na medicina, pacientes correm riscos. Marcelo Caixeta. Medicina

Com a abolição de marcos regulatórios firmes na medicina, pacientes correm riscos
Marcelo Caixeta


Numa discussão com alunos de medicina e recém-formados eu lhes dei um conselho polêmico:

“Conselho simples para os que estão em início de carreira: trabalhe em coisa que “morre”. Onde não morre. a picaretagem já tá grande e vai ficar bem maior.”

Aí uma aluna X comentou: “É, mas onde ‘morre gente’ está pipocando de processos contra médicos e hospitais.”

Um aluno Y retrucou: Eu entendo o que o Marcelo quer dizer: onde morre gente, nenhum profissional não-médico tenta posar de médico. A coragem que eles têm para prescrever amoxicilina para resfriado, por exemplo, em farmácia ou posto/centro de saúde do Governo, desaparece. Não prescrevem nem paracetamol nos locais onde morre gente.

Um aluno Z perguntou: “Mas e em consultas particulares, não está tendo paciente não?”

Aí eu disse: tentando ser mais claro. Vamos pegar minha área, a psiquiatria. Hoje o paciente deprimido começa indo na Igreja (depois de ter ido muito à praia e, a conselhos, “ter descansado muito”), na comadre, no pai-de-santo, no centro espírita, na sessão de descarrego da Universal, etc. Depois passa pela psicóloga, vai para o clínico geral, é medicado pelo ginecologista, geriatra, neurologista, pediatra, ortopedista, cardiologista.

Ainda no meio disso tudo vai para os Caps, postinhos de saúde, “quase-médicos cubanos”, os Pronto Socorros da vida, vários, etc. Só chega no psiquiatra quando está na hora de internar, tentou morrer, tentou matar.

Só na hora que “ninguém” mais deu conta, só na hora que “precisa internar mesmo”, que o psiquiatra é valorizado de verdade. Mesmo assim ainda dizem: “Eu não queria estar aqui no hospital de doido, com medico de doido, fiz o possível para evitar isto.”

E o Governo comunga desta mesma opinião, desta mesma atitude, ou seja, faz “todo o possível” para evitar que o paciente seja atendido por um especialista, num hospital especializado (o objetivo dele é acabar com tais hospitais).

Só quando o “caldo entorna” prá valer é que eu, como psiquiatra, me sinto valorizado, meu hospital psiquiátrico se sente valorizado. Vejo inúmeros colegas com consultórios às moscas, justamente por causa do que eu disse acima. Enquanto isto, a procura de nosso hospital (que é o “lugar onde morre gente”) cresce exponencialmente.

Eventuais picaretagens que acontecem com o paciente antes dele chegar no hospital psiquiátrico, grave, não são descobertas pela família ou pelo “sistema”. Se são descobertas, não são denunciadas ; se são denunciadas, não dão em nada. Se não dão em nada, o sistema não melhora, não se auto-corrige. Não se auto-corrigindo, não há “saída para o médico ambulatorial”, médico de consultório ( estou dizendo da minha experiencia, na minha especialidade, na minha localidade, etc).

É como disse o aluno Y aí acima ; onde se está morrendo, enfermeiro, psicólogo, farmacêutico, cubano, médico não-especialista, recém-formado, etc, não dá nem um paracetamol… E o médico e o serviço são valorizados, infelizmente só nestas horas. É disto que estou falando.

Como bem disseram os amigos ai acima, há um grave efeito colateral: onde morre gente tem muito processo. Por isto é que minha cabeça fica quente o tempo todo. Mas isso sempre ficou, então é melhor ficar quente sendo valorizado, tendo pacientes e entrando um pouquinho de dinheiro para o hospital do que esquentar a cabeça sem nada disto.

É por causa dos “processos onde morre gente” que os médicos também estão abandonando a iniciativa privada e preferindo ficar sob a “tutela do Governo”, pois no âmbito do Governo, onde morre gente, a culpa “não é do médico” (ele pode esconder-se atrás do governo) e acaba não sendo de ninguém pois a burocracia estatal tem exatamente este objetivo: esconder culpas e responsabilidades.

Na medida em que os “marcos regulatórios da Medicina no Brasil” foram destruídos pelo governo (não-médicos fazendo medicina, cubanos, fim do Ato Médico, ataques a médicos, apoio aos “coitadinhos”, etc ) o único “regulador” será a morte, a sequela.

Para todo paciente que chega “sequelado ou quase morto” em nosso hospital, meu primeiro trabalho é de “psicologia médica”, ou seja, explicar que, caso ele morra, sequele, não é culpa nossa, faremos todo o possível para tentar remendar as cagadas que os outros fizeram até aquele momento (e enumero-as detalhadamente).

Isto já é um “preparo contra processo”, passando a bola para o governo, para os picaretas, eventualmente para a família, que não procurou ou não quis atendimento medico adequado até ali.

Com o fim dos “marcos regulatórios” da Medicina, vivemos uma época de “anomia”, completa falta de lei, de perplexidade , de “todo mundo metendo a mão”, de “todo mundo contra a prepotência do médico”. Isto vai durar muito tempo, sobretudo porque o Brasil não é acostumado com rigidez punitiva ou fiscalizatória.

Diante disto, o único “marcador eficaz” será a complexidade do atendimento. E complexidade, em medicina, implica em “perigo de vida”. Só aí é que a ciência médica transparece integralmente. Antes daí, é só na base da raizada e reza braba mesmo…

Em resumo: tudo o que eu disse é fruto de minha experiencia local atual: hospital cheio e consultórios vazios… E não é só em psiquiatria que tenho visto isto; colegas pediatras mesmo tem me dito que os hospitais , pronto-socorros, pediátricos viraram os “verdadeiros consultórios”, ou seja, onde está pipocando problemas. E alguns estão aproveitando o “desespero da hora da morte” para serem valorizados ou para poderem pelo menos ganhar um pouco mais dignamente do que a “consultinha ddo convenio lhes paga”.

Quanto às consultas em tempo de crise, o que tenho visto em psiquiatria? Muitos colegas me dizem; os clientes sumiram, estão todos indo repetir receitas em Caps, em postinhos de saúde, cubanos, Cais, etc. Ou então ficam seis meses sem aparecer, aparecem graves, quando eu fico sabendo estão internados. Alguns “suicidados”, outros já com discinesia tardia, outros em utis por causa de intoxicação por lítio, etc, e por aí vai… É o que eu disse acima, onde não “está morrendo gente”, o brasileiro, que tem pouca instrução, sabe que reclamar e denunciar não adianta, vai continuar tentando resolver na “meia boca”. É claro que pacientes ricos irão continuar pagando, indo em consultas particulares, etc, mas quantos hoje no brasil são “ricos”? (e a gente sabe que, nos próximos tempos, os “ricos” vão diminuir…)

Há uma semana mesmo, um paciente em delirium tremens alcoólico foi para um caps, grave, o caps horrorizou, mandou para um centro de saúde, este horrorizou, mandou para um pronto socorro psiquiátrico, este horrorizou, mandou para uma clínica psiquiátrica do sus, horrorizou, ninguém queria colocar a mão no paciente (convulsões, desequilíbrio hidroeletrolítico, etc). Resultado: a família, que é pobre, teve de “vender tudo que tinha” para tratar num hospital adequado. Depois de quatro dias, melhora do paciente, disse: agora vamos levar ele para o SUS.

Resumo da ópera: o destrambelhamento da Medicina, causado pelo Governo, vai enrolando, vai enrolando, até a “merda” acontecer na Medicina, que, infelizmente, chama-se morte. Nisto, nem o Governo nem paramédicos, nem cubanos, psicólogos, cartomantes, pastores, etc põem a mão. Aí é hora do médico sentir-se valorizado, ganhar seu suado dindim, sentir realização profissional, pois no resto ele só leva fumo.



(Marcelo Caixeta, médico psiquiatra)

Os celebrantes da liturgia sacramental. Igreja. Cristianismo

OS CELEBRANTES DA LITURGIA SACRAMENTAL

1140. É toda a comunidade, o corpo de Cristo unido à sua Cabeça, que celebra. «As acções litúrgicas não são acções privadas, mas celebrações da Igreja, que é "o sacramento da unidade", isto é, povo santo reunido e ordenado sob a direcção dos bispos. Por isso, tais acções pertencem a todo o corpo da Igreja, manifestam-no e afectam-no, atingindo, porém, cada um dos membros de modo diverso, segundo a variedade de estados, funções e participação actual» (11). Também por isso, «sempre que os ritos comportam, segundo a natureza própria de cada qual, uma celebração comum, caracterizada pela presença e activa participação dos fiéis, inculque-se que esta deve preferir-se, na medida do possível, à celebração individual e como que privada» (12).

1141. A assembleia que celebra é a comunidade dos baptizados, que «pela regeneração e pela unção do Espírito Santo, são consagrados para ser uma casa espiritual e um sacerdócio santo, para oferecerem, mediante todas as obras do cristão, sacrifícios espirituais» (13). Este «sacerdócio comum» é o de Cristo, único Sacerdote, participado por todos os seus membros (14):

«É desejo ardente da Mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e activa participação nas celebrações litúrgicas que a própria natureza da liturgia exige e que é, por força do Baptismo, um direito e um dever do povo cristão, "raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido"(1 Pe 2, 9) (15)»(16).

1142. Mas «nem todos os membros têm a mesma função» (Rm 12, 4). Alguns deles são chamados por Deus, na Igreja e pela Igreja, a um serviço especial da comunidade. Estes servidores são escolhidos e consagrados pelo sacramento da Ordem, pelo qual o Espírito Santo os torna aptos para agirem na pessoa de Cristo-Cabeça ao serviço de todos os membros da Igreja (17). O ministro ordenado é como que o «ícone» de Cristo-Sacerdote. Por ser na Eucaristia que se manifesta plenamente o sacramento da Igreja, na presidência da Eucaristia aparece em primeiro lugar o ministério do bispo e, em comunhão com ele, o dos presbíteros e diáconos.

1143. Para o exercício das funções do sacerdócio comum dos fiéis, existem ainda outros ministérios particulares, não consagrados pelo sacramento da Ordem, e cuja função é determinada pelos bispos segundo as tradições litúrgicas e as necessidades pastorais. «Também os acólitos, os leitores, os comentadores e os membros do coro desempenham um verdadeiro ministério litúrgico» (18).

1144. Assim, na celebração dos sacramentos, toda a assembleia é « liturga», cada qual segundo a sua função, mas «na unidade do Espírito» que age em todos. «Nas celebrações litúrgicas, limite-se cada um, ministro ou simples fiel, ao exercer o seu ofício, a fazer tudo e só o que é da sua competência, segundo a natureza do rito e as leis litúrgicas» (19).

Catecismo

Hey Jude - Paul McCartney, Elton John, Eric Clapton, Sting, Mark Knopfle...

Freckled Sky America's Got Talent

quinta-feira, junho 18, 2015

ARANHA. Charles Fonseca. Poesia

ARANHA
Charles Fonseca

A aranha desfaz-se em teia,
O poeta refaz-se em versos
De desejo, de novos amplexos
Na amada que enlaça e beija.

A teia da amada lhe é cama
Seu corpo centra o que é real.
Versos tateia, palpa ao final,
Enroscam-se a sós, crepitam chamas.

Você está pronto agora para a sua morte?

A morte é um dia que vale a pena viver | Ana Claudia Quintana Arantes | ...

"O sofrimento terminal é uma sinfonia"

Retrato Quase Apagado em que se Pode Ver Perfeitamente Nada. Manoel de Barros. Poesia

Retrato Quase Apagado em que se Pode Ver Perfeitamente Nada
de "O Guardador de Águas"


I

Não tenho bens de acontecimentos.
O que não sei fazer desconto nas palavras.
Entesouro frases. Por exemplo:
- Imagens são palavras que nos faltaram.
- Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.
- Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser.
Ai frases de pensar!
Pensar é uma pedreira. Estou sendo.
Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo)
Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.
Outras de palavras.
Poetas e tontos se compõem com palavras.

II
Todos os caminhos - nenhum caminho
Muitos caminhos - nenhum caminho
Nenhum caminho - a maldição dos poetas.

III
Chove torto no vão das árvores.
Chove nos pássaros e nas pedras.
O rio ficou de pé e me olha pelos vidros.
Alcanço com as mãos o cheiro dos telhados.
Crianças fugindo das águas
Se esconderam na casa.

Baratas passeiam nas formas de bolo...

A casa tem um dono em letras.

Agora ele está pensando -

no silêncio Iíquido
com que as águas escurecem as pedras...

Um tordo avisou que é março.

IV
Alfama é uma palavra escura e de olhos baixos.
Ela pode ser o germe de uma apagada existência.
Só trolhas e andarilhos poderão achá-la.
Palavras têm espessuras várias: vou-lhes ao nu, ao
fóssil, ao ouro que trazem da boca do chão.
Andei nas pedras negras de Alfama.
Errante e preso por uma fonte recôndita.
Sob aqueles sobrados sujos vi os arcanos com flor!

V
Escrever nem uma coisa Nem outra -
A fim de dizer todas
Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar -
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.

VI
No que o homem se torne coisal,
corrompem-se nele os veios comuns do entendimento.
Um subtexto se aloja.
Instala-se uma agramaticalidade quase insana,
que empoema o sentido das palavras.
Aflora uma linguagem de defloramentos, um inauguramento de falas
Coisa tão velha como andar a pé
Esses vareios do dizer.

VII
O sentido normal das palavras não faz bem ao poema.
Há que se dar um gosto incasto aos termos.
Haver com eles um relacionamento voluptuoso.
Talvez corrompê-los até a quimera.
Escurecer as relações entre os termos em vez de aclará-los.
Não existir mais rei nem regências.
Uma certa luxúria com a liberdade convém.

VII
Nas Metamorfoses, em 240 fábulas,
Ovídio mostra seres humanos transformados
em pedras vegetais bichos coisas
Um novo estágio seria que os entes já transformados
falassem um dialeto coisal, larval,
pedral, etc.
Nasceria uma linguagem madruguenta, adâmica, edênica, inaugural
- Que os poetas aprenderiam -
desde que voltassem às crianças que foram
às rãs que foram
às pedras que foram.
Para voltar à infância, os poetas precisariam também de reaprender a errar
a língua.
Mas esse é um convite à ignorância? A enfiar o idioma nos mosquitos?
Seria uma demência peregrina.

IX
Eu sou o medo da lucidez
Choveu na palavra onde eu estava.
Eu via a natureza como quem a veste.
Eu me fechava com espumas.
Formigas vesúvias dormiam por baixo de trampas.
Peguei umas idéias com as mãos - como a peixes.
Nem era muito que eu me arrumasse por versos.
Aquele arame do horizonte
Que separava o morro do céu estava rubro.
Um rengo estacionou entre duas frases.
Uma descor
Quase uma ilação do branco.
Tinha um palor atormentado a hora.
O pato dejetava liquidamente ali.

Todo Seu - Musical: Salut Salon (06/04/15)

Quem conversa muito dá bom dia a cavalo

A bela Martha Rocha, Miss Brasil 1954, torna-se Vice Miss Universo.

História, fotos

Não açoite um cavalo morto

O SALÁRIO. Dylan Thomas.

Se em meu ofício, ou arte severa,
Vou labutando, na quietude
Da noite, enquanto, à luz cantante
De encapelada lua jazem
Tantos amantes que entre os braços
As próprias dores vão estreitando
— Não é por pão, nem por ambição,
Nem para em palcos de marfim
Pavonear-me, trocando encantos,
Mas pelo simples salário pago
Pelo secreto coração deles.

(Dylan Thomas)

Vaticino veremos vários vermes vivendo. Vái-te vaticínio! Vái-te verbo!

quarta-feira, junho 17, 2015

Great Chinese State Circus - Swan Lake

O que diz o Estatuto do Idoso.

Artigo 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Artigo 4º: Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

CASAMENTO DE FREUD. Charles Fonseca


Dia 16.06.2015

Amanhã às 10 hs terá início a cerimônia do casamento de Freud com uma pastora mais bela que ele. Soube que pode demorar até uns 2 dias. Algumas preferem uma corte demorada e às vezes um pouco agressiva. Espero que o noivo se impressione logo com a consorte e está não fique latindo papai não quer.


Duvidam de Freud. " Vai brochar. Nunca fez antes. Só se o dono mostrar a ele. Kkkkk". Vou entrar em orações contritas. Desejo que as preocupações de padrinho não me tirem o sono.


Um amigo do peito comenta: "Será que ele puxou o padrinho? kkkkk"


Um bem informado gorjeia: "O papai se tivesse puxado o padrinho pelo tempo já seria avô."


Uma amiga acrescenta... " Freud vai brocar! Kkkkk filho de Psi , Terapeuta, bem conduzido, vai ser pura sedução... sem dúvida!!!"


Dia 17.06.1915


O padrinho da noiva: Estamos aqui na sua casa assistintindo a dança do acasalamento. Freud foi com muita sede ao pote ela deu lhe um corretivo e agora está marcando o território estão se dando bem mas ela está comandando jogo. Você sabe a última palavra é nossa... Sim senhora....eheheheh

Siqueira Lima Guitar Duo Tico Tico MusicOff La grande comunità on...

Com papas e bolos se enganam os tolos

Sivuca e Orquestra Sinfônica da Paraíba - Feira de Mangaio

Quando cantas. Olavo Bilac. Poesia

Quando cantas
Olavo Bilac

Quando cantas, minh'alma desprezando
O invólucro do corpo, ascende às belas
Altas esferas de ouro, e, acima delas,
Ouve arcanjos as cítaras pulsando.

Corre os países longes, que revelas
Ao som divino do teu canto: e, quando
Baixas a voz, ela também, chorando,
Desce, entre os claros grupos das estrelas.

E expira a tua voz. Do paraíso,
A que subira ouvíndo-te, caído,
Fico a fitar-te pálido, indeciso...

E enquanto cismas, sorridente e casta,
A teus pés, como um pássaro ferido,

NA CACHOEIRA. Charles Fonseca. Fotografia

Só temos "o momento presente" para amar a Deus, e nada mais

terça-feira, junho 16, 2015

FREUD É ASSIM. Fotografia. Charles Fonseca

PUDUCÍCIA. Charles Fonseca. Poesia

Na minha pudicícia nada aspiro. Só inspiro. Sem malícia. Só falo. Todo falo. Todo afundo. Como galo.

LINDOS. Charles Fonseca. Poesia

LINDOS
Charles Fonseca

Tão lindos os meus netos
tão bela a minha filha
que minh'alma comovida
aos céus pede ao eterno

vida pra eles longa
plena muito felizes
poucos sejam os deslizes
que por eles Deus disponha.

Céu pra Mim - Feliciano Amaral. Igreja. Cristianismo

As muralhas da noite. João Maimona. Poesia

AS MURALHAS DA NOITE
João Maimona

A mão ia para as costas da madrugada.

As mulheres estendiam as janelas da alegria

nos ouvidos onde não se apagavam as alegrias.


Entre os dentes do mar acendiam-se braços.


Os dias namoravam sob a barca do espelho.

Havia uma chuva de barcos enquanto o dia tossia.

E da chuva de barcos chegavam colchões,

camas, cadeiras, manadas de estradas perdidas

onde cantavam soldados de capacetes

por pintar no coração da meia-noite.


Eram os barcos que guardavam as muralhas

da noite que a mão ouvia nas costas

da madrugada entre os dentes do mar.