sábado, fevereiro 28, 2015
Discurso de Carlos Lacerda. Oratória
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A "economia" sacramental. Igreja. Cristianismo
A «ECONOMIA» SACRAMENTAL
1076. No dia do Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo, a Igreja foi manifestada ao mundo(1). O dom do Espírito inaugura um tempo novo na «dispensação do mistério»: o tempo da Igreja, durante o qual Cristo manifesta, torna presente e comunica a sua obra de salvação pela liturgia da sua Igreja, «até que Ele venha» (1 Cor 11, 26). Durante este tempo da Igreja, Cristo vive e age, agora na sua Igreja e com ela, de um modo novo, próprio deste tempo novo. Age pelos sacramentos e é a isso que a Tradição comum do Oriente e do Ocidente chama «economia sacramental». Esta consiste na comunicação (ou «dispensação») dos frutos do mistério pascal de Cristo na celebração da liturgia «sacramental» da Igreja.
É por isso que importa, antes de mais, pôr em relevo esta «dispensação sacramental» (Capítulo primeiro). Assim, aparecerão mais claramente a natureza e os aspectos essenciais da celebração litúrgica (Capítulo segundo).
Catecismo
1076. No dia do Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo, a Igreja foi manifestada ao mundo(1). O dom do Espírito inaugura um tempo novo na «dispensação do mistério»: o tempo da Igreja, durante o qual Cristo manifesta, torna presente e comunica a sua obra de salvação pela liturgia da sua Igreja, «até que Ele venha» (1 Cor 11, 26). Durante este tempo da Igreja, Cristo vive e age, agora na sua Igreja e com ela, de um modo novo, próprio deste tempo novo. Age pelos sacramentos e é a isso que a Tradição comum do Oriente e do Ocidente chama «economia sacramental». Esta consiste na comunicação (ou «dispensação») dos frutos do mistério pascal de Cristo na celebração da liturgia «sacramental» da Igreja.
É por isso que importa, antes de mais, pôr em relevo esta «dispensação sacramental» (Capítulo primeiro). Assim, aparecerão mais claramente a natureza e os aspectos essenciais da celebração litúrgica (Capítulo segundo).
Catecismo
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Matisse. Pintura
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Elegia de Taormina. Murilo Mendes. Poesia
Elegia de Taormina
Murilo Mendes
A dupla profundidade do azul
Sonda o limite dos jardins
E descendo até à terra o transpõe.
Ao horizonte da mão ter o Etna
Considerado das ruínas do templo grego,
Descansa.
Ninguém recebe conscientemente
O carisma do azul.
Ninguém esgota o azul e seus enigmas.
Armados pela história, pelo século,
Aguardando o desenlace do azul, o desfecho da bomba,
Nunca mais distinguiremos
Beleza e morte limítrofes.
Nem mesmo debruçados sobre o mar de Taormina.
Ó intolerável beleza,
Ó pérfido diamante,
Ninguém, depois da iniciação, dura
No teu centro de luzes contrárias.
Sob o signo trágico vivemos,
Mesmo quando na alegria
O pão e o vinho se levantam.
Ó intolerável beleza
Que sem a morte se oculta.
Murilo Mendes
A dupla profundidade do azul
Sonda o limite dos jardins
E descendo até à terra o transpõe.
Ao horizonte da mão ter o Etna
Considerado das ruínas do templo grego,
Descansa.
Ninguém recebe conscientemente
O carisma do azul.
Ninguém esgota o azul e seus enigmas.
Armados pela história, pelo século,
Aguardando o desenlace do azul, o desfecho da bomba,
Nunca mais distinguiremos
Beleza e morte limítrofes.
Nem mesmo debruçados sobre o mar de Taormina.
Ó intolerável beleza,
Ó pérfido diamante,
Ninguém, depois da iniciação, dura
No teu centro de luzes contrárias.
Sob o signo trágico vivemos,
Mesmo quando na alegria
O pão e o vinho se levantam.
Ó intolerável beleza
Que sem a morte se oculta.
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Beth Carvalho - Água de Chuva No Mar. Música
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EÓLICA. Charles Fonseca. Poesia
EÓLICA
Charles Fonseca
Prefiro energia eólica
aquela que em ti gera
afagos mulher tão bela
nesta frase tão histórica
que é cheia de arrepios
de desejo que em mim passe
o vento que em disfarce
te lembre só beijos pios.
Charles Fonseca
Prefiro energia eólica
aquela que em ti gera
afagos mulher tão bela
nesta frase tão histórica
que é cheia de arrepios
de desejo que em mim passe
o vento que em disfarce
te lembre só beijos pios.
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OH, MINAS GERAIS! Fotografia
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O acendedor de lampiões de ruas. Jorge de Lima. Poesia
O ACENDEDOR DE LAMPIÕES DE RUAS
Jorge de Lima
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que à noite aos poucos se acentua
E a palidez do luar apenas se pressente.
Triste ironia atroz que ao senso humano irrita;
Ele que doma a noite e ilumina a cidade,
Talvez, não tenha luz na choupana em que habita...
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua!
Jorge de Lima
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que à noite aos poucos se acentua
E a palidez do luar apenas se pressente.
Triste ironia atroz que ao senso humano irrita;
Ele que doma a noite e ilumina a cidade,
Talvez, não tenha luz na choupana em que habita...
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua!
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MEU SUPEREGO 'stá maneiro. Balança o meu desejo. Charles Fonseca
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sexta-feira, fevereiro 27, 2015
Os principais ramos do Cristianismo. Igreja. Wikipedia
Os principais ramos do cristianismo
O grande Cisma entre aos católicos do Ocidente e os do Oriente, conhecidos como ortodoxos, acontece em 1054.
O racha com a igreja do Ocidente aconteceu por causa de um conflito sobre a autoridade suprema do papa.
Também havia divisões sobre uma cláusula presente no credo católico que estabelece que o Espírito Santo vem do filho de Deus como também de Deus.
No século 16, é a vez da Reforma que cria a igreja protestante liderada pelo monge alemão Martinho Lutero.
Estas foram as maiores divisões dentro do segmento judaico-cristão.
Mas nem tudo é marcado por diferenças. Tanto a igreja católica como a ortodoxa, por exemplo, reconhecem os sete sacramentos: batismo (visto como mandamento de Jesus, é aceito na infância ou vida adulta, simboliza morte para uma vida de pecado), confirmação, casamento, ordenação, penitência (sacramento da reconciliação), extrema unção e a missa.
Igrejas do Oriente
Este grupo se refere a igrejas ortodoxas e os que partilham das éticas cultural e espiritual que se originam no Império Bizantino.
Há mais de 214 milhões de cristãos ortodoxos atualmente. Quatro patriarcados desfrutam de autoridade e status especial: Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Constantinopla.
Estas igrejas se localizam no leste da Europa, em países eslavos e no leste do Mediterrâneo. A veneração de ícones é parte importante da adoração em particular e em público de ortodoxos.
Monastérios também têm função fundamental na história da igreja. O monte Athos, na Grécia, é o centro monástico desde o século 10.
A Igreja Católica Apostólica Romana
Com sede no Vaticano, a Igreja Católica Apostólica Romana se mantém como a maior das denominações cristãs, com aproximadamente 1 bilhão de fiéis.
Esse grupo tem origem na igreja ocidental da Idade Média. Os católicos crêem na primazia e autoridade do papa, que é tradicionalmente considerado representante de Cristo na Terra e sucessor de Pedro, um dos discípulos de Jesus e que se tornou o primeiro bispo de Roma.
Em matéria de fé e moral católicas, o que o papa diz é interpretado como obrigatório e correto para todos os seguidores. Mas isso é passível de muito debate entre outros cristãos não-católicos romanos.
A primazia da Igreja Católica, no entanto, foi alvo de reflexões no século 20 com a introdução do segundo Concílio do Vaticano (1962-1965), que elaborou grandes reformas e uma relação mais aberta com igrejas não-católicas.
Igrejas Protestantes
O grupo dos protestantes surgiu de um protesto contra a Igreja Católica no século 16 e congrega aproximadamente 500 milhões de pessoas.
As questões polêmicas na reforma foram o questionamento da autoridade do papa e sua infabilidade, a autoridade e acesso às escrituras e um significado preciso da eucaristia (o ritual da distribuição do pão e do vinho com estes elementos representando o sangue e o corpo de Cristo).
O ritual também é conhecido como Santa Ceia, em alusão à ceia tomada com os discípulos na véspera da crucificação de Jesus. A eucaristia é uma palavra grega que significa agradecimento e celebração.
A interpretação da eucaristia ou ceia, ou comunhão, é diferente em várias igrejas. Os católicos acreditam que o pão e o vinho são realmente o corpo e o sangue de Cristo em substância.
Para a maioria dos protestantes, trata-se apenas de um simbolismo, uma metáfora. A igreja protestante rejeita a supremacia do papa e de qualquer figura única representante de Cristo na terra.
Os protestantes enfatizam a autoridade da Bíblia e as tradições da igreja primitiva. Segundo protestantes, o crente é salvo pela graça de Deus.
Todos os que acreditam em Deus podem se tornar sacerdotes deste mesmo Deus.
Há quatro correntes principais da Igreja Protestante:
Anglicana ou Episcopal, Luterana, Renovada ou Presbiteriana e as igrejas livres, assim chamadas porque não são associadas aos Estados.
No Brasil, alguns exemplos de igrejas livres são: a igreja Batista, Metodista, Assembléia de Deus, Congregacional e Presbiteriana.
Na segunda metade do século 20, o Brasil experimentou o surgimento de igrejas neo-pentecostais, como Universal do Reino de Deus, Sara Nossa Terra, Comunidades Evangélicas, Igreja da Graça etc.
O grande Cisma entre aos católicos do Ocidente e os do Oriente, conhecidos como ortodoxos, acontece em 1054.
O racha com a igreja do Ocidente aconteceu por causa de um conflito sobre a autoridade suprema do papa.
Também havia divisões sobre uma cláusula presente no credo católico que estabelece que o Espírito Santo vem do filho de Deus como também de Deus.
No século 16, é a vez da Reforma que cria a igreja protestante liderada pelo monge alemão Martinho Lutero.
Estas foram as maiores divisões dentro do segmento judaico-cristão.
Mas nem tudo é marcado por diferenças. Tanto a igreja católica como a ortodoxa, por exemplo, reconhecem os sete sacramentos: batismo (visto como mandamento de Jesus, é aceito na infância ou vida adulta, simboliza morte para uma vida de pecado), confirmação, casamento, ordenação, penitência (sacramento da reconciliação), extrema unção e a missa.
Igrejas do Oriente
Este grupo se refere a igrejas ortodoxas e os que partilham das éticas cultural e espiritual que se originam no Império Bizantino.
Há mais de 214 milhões de cristãos ortodoxos atualmente. Quatro patriarcados desfrutam de autoridade e status especial: Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Constantinopla.
Estas igrejas se localizam no leste da Europa, em países eslavos e no leste do Mediterrâneo. A veneração de ícones é parte importante da adoração em particular e em público de ortodoxos.
Monastérios também têm função fundamental na história da igreja. O monte Athos, na Grécia, é o centro monástico desde o século 10.
A Igreja Católica Apostólica Romana
Com sede no Vaticano, a Igreja Católica Apostólica Romana se mantém como a maior das denominações cristãs, com aproximadamente 1 bilhão de fiéis.
Esse grupo tem origem na igreja ocidental da Idade Média. Os católicos crêem na primazia e autoridade do papa, que é tradicionalmente considerado representante de Cristo na Terra e sucessor de Pedro, um dos discípulos de Jesus e que se tornou o primeiro bispo de Roma.
Em matéria de fé e moral católicas, o que o papa diz é interpretado como obrigatório e correto para todos os seguidores. Mas isso é passível de muito debate entre outros cristãos não-católicos romanos.
A primazia da Igreja Católica, no entanto, foi alvo de reflexões no século 20 com a introdução do segundo Concílio do Vaticano (1962-1965), que elaborou grandes reformas e uma relação mais aberta com igrejas não-católicas.
Igrejas Protestantes
O grupo dos protestantes surgiu de um protesto contra a Igreja Católica no século 16 e congrega aproximadamente 500 milhões de pessoas.
As questões polêmicas na reforma foram o questionamento da autoridade do papa e sua infabilidade, a autoridade e acesso às escrituras e um significado preciso da eucaristia (o ritual da distribuição do pão e do vinho com estes elementos representando o sangue e o corpo de Cristo).
O ritual também é conhecido como Santa Ceia, em alusão à ceia tomada com os discípulos na véspera da crucificação de Jesus. A eucaristia é uma palavra grega que significa agradecimento e celebração.
A interpretação da eucaristia ou ceia, ou comunhão, é diferente em várias igrejas. Os católicos acreditam que o pão e o vinho são realmente o corpo e o sangue de Cristo em substância.
Para a maioria dos protestantes, trata-se apenas de um simbolismo, uma metáfora. A igreja protestante rejeita a supremacia do papa e de qualquer figura única representante de Cristo na terra.
Os protestantes enfatizam a autoridade da Bíblia e as tradições da igreja primitiva. Segundo protestantes, o crente é salvo pela graça de Deus.
Todos os que acreditam em Deus podem se tornar sacerdotes deste mesmo Deus.
Há quatro correntes principais da Igreja Protestante:
Anglicana ou Episcopal, Luterana, Renovada ou Presbiteriana e as igrejas livres, assim chamadas porque não são associadas aos Estados.
No Brasil, alguns exemplos de igrejas livres são: a igreja Batista, Metodista, Assembléia de Deus, Congregacional e Presbiteriana.
Na segunda metade do século 20, o Brasil experimentou o surgimento de igrejas neo-pentecostais, como Universal do Reino de Deus, Sara Nossa Terra, Comunidades Evangélicas, Igreja da Graça etc.
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APAIXONADAMENTE. Charles Fonseca. Poesia
APAIXONADAMENTE
Charles Fonseca
Quando a ti chegarem filhos
Como os que a outros vieram
Tão carentes ao desamparo
E tão fortes se fizeram
Que ancestrais os esperem
Que não os ponham em trilhos
Que os mostrem antiquários
Daqueles que te foram novos
Campanários que bimbalhem
De alegria fogosos
Que da vida os afastem
Das chaves dos claviculários
Com que fechastes as portas
Das janelas tirem trancas
Que circulem como os ventos
Pelas margens das barrancas
Dos rios que cata-ventos
Girem que movam comportas
Daquelas que prendem as águas
Que alagam os ribeirinhos
Que afugentam os bichos
De pêlo os cordeirinhos
Que te amem sem ter nichos
Que prendem teus pais, sem mágoas.
Charles Fonseca
Quando a ti chegarem filhos
Como os que a outros vieram
Tão carentes ao desamparo
E tão fortes se fizeram
Que ancestrais os esperem
Que não os ponham em trilhos
Que os mostrem antiquários
Daqueles que te foram novos
Campanários que bimbalhem
De alegria fogosos
Que da vida os afastem
Das chaves dos claviculários
Com que fechastes as portas
Das janelas tirem trancas
Que circulem como os ventos
Pelas margens das barrancas
Dos rios que cata-ventos
Girem que movam comportas
Daquelas que prendem as águas
Que alagam os ribeirinhos
Que afugentam os bichos
De pêlo os cordeirinhos
Que te amem sem ter nichos
Que prendem teus pais, sem mágoas.
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AeroMobil 3.0 - official video. Automobilismo. Aviação
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É AMOR quando se olham longamente e nada falam. Já está dito. Charles Fonseca
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quinta-feira, fevereiro 26, 2015
Fotografia erótica.
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Dalila. Castro Alves. Poesia
DALILA
Castro Alves
Foi desgraça, meu Deus!... Não!... Foi loucura
Pedir seiba de vida — à sepultura,
Em gelo — me abrasar,
Pedir amores — a Marco sem brio,
E a rebolcar-me em leito imundo e frio
— Aventura buscar.
Errado viajor — sentei-me à alfombra
E adormeci da mancenilha à sombra
Em berço de cetim...
Embalava-me a brisa no meu leito...
Tinha o veneno a lacerar-me o peito
— A morte dentro em mim...
Foi loucura!... No ocaso — tomba o astro;
A estátua branca e pura de alabastro
— Se mancha em lodo vil...
Quem rouba a estrela — à tumba do ocidente?
Que Jordão lava na lustral corrente
O marmóreo perfil?...
.......................................................................
Talvez!... Foi sonho!... Em noite nevoenta
Ela passou sozinha, macilenta,
Tremendo a soluçar...
Chorava — nenhum eco respondia...
Sorria — a tempestade além bramia...
E ela sempre a marchar.
E eu disse-lhe: Tens frio? — arde minha alma.
Tens os pés a sangrar? — podes em calma
Dormir no peito meu.
Pomba errante — é meu peito um ninho vago!
Estrela — tens minha alma — imenso lago —
Reflete o rosto teu!. . .
E amamos — Este amor foi um delírio...
Foi ela minha crença, foi meu lírio,
Minha estrela sem véu...
Seu nome era o meu canto de poesia,
Que com o sol — pena de ouro — eu escrevia
Nas lâminas do céu.
Em seu seio escondi-me... como à noite
Incauto colibri, temendo o açoite
Das iras do tufão,
A cabecinha esconde sob as asas,
Faz seu leito gentil por entre as gazas
Da rosa do Japão.
E depois... embalei-a com meus cantos
Seu passado esqueci... lavei com prantos
Seu lodo e maldição...
... Mas um dia acordei... E mal desperto
Olhei em torno a mim. . . — Tudo deserto...
Deserto o coração...
Ao vento, que gemia pelas franças
Por ela perguntei... de suas tranças
À flor que ela deixou...
Debalde... Seu lugar era vazio...
E meu lábio queimado e o peito frio,
Foi ela que o queimou...
Minha alma nodoou no ósculo imundo,
Bem como Satanás — beijando o mundo —
Manchou a criação,
Simum — crestou-me da esperança as flores...
Tormenta — ela afogou nos seus negrores
A luz da inspiração ...
Vai, Dalila!... É bem longa tua estrada...
É suave a descida — terminada
Em báratro cruel.
Tua vida — é um banho de ambrosia...
Mais tarde a morte e a lâmpada sombria
Pendente do bordel.
Hoje flores... A música soando...
As perlas do Champagne gotejando
Em taças de cristal.
A volúpia a escaldar na louca insônia...
Mas sufoca os festins de Babilônia
A legenda fatal.
Tens o seio de fogo e a alma fria.
O cetro empunhas lúbrico da orgia
Em que reinas tu só!...
Mas que finda o ranger de uma mortalha,
A enxada do coveiro que trabalha
A revolver o pó.
Não te maldigo, não!... Em vasto campo
Julguei-te — estrela, — e eras — pirilampo
Em meio à cerração...
Prometeu — quis dar luz à fria argila...
Não pude... Pede a Deus, louca Dalila,
A luz da redenção!! ...
Castro Alves
Foi desgraça, meu Deus!... Não!... Foi loucura
Pedir seiba de vida — à sepultura,
Em gelo — me abrasar,
Pedir amores — a Marco sem brio,
E a rebolcar-me em leito imundo e frio
— Aventura buscar.
Errado viajor — sentei-me à alfombra
E adormeci da mancenilha à sombra
Em berço de cetim...
Embalava-me a brisa no meu leito...
Tinha o veneno a lacerar-me o peito
— A morte dentro em mim...
Foi loucura!... No ocaso — tomba o astro;
A estátua branca e pura de alabastro
— Se mancha em lodo vil...
Quem rouba a estrela — à tumba do ocidente?
Que Jordão lava na lustral corrente
O marmóreo perfil?...
.......................................................................
Talvez!... Foi sonho!... Em noite nevoenta
Ela passou sozinha, macilenta,
Tremendo a soluçar...
Chorava — nenhum eco respondia...
Sorria — a tempestade além bramia...
E ela sempre a marchar.
E eu disse-lhe: Tens frio? — arde minha alma.
Tens os pés a sangrar? — podes em calma
Dormir no peito meu.
Pomba errante — é meu peito um ninho vago!
Estrela — tens minha alma — imenso lago —
Reflete o rosto teu!. . .
E amamos — Este amor foi um delírio...
Foi ela minha crença, foi meu lírio,
Minha estrela sem véu...
Seu nome era o meu canto de poesia,
Que com o sol — pena de ouro — eu escrevia
Nas lâminas do céu.
Em seu seio escondi-me... como à noite
Incauto colibri, temendo o açoite
Das iras do tufão,
A cabecinha esconde sob as asas,
Faz seu leito gentil por entre as gazas
Da rosa do Japão.
E depois... embalei-a com meus cantos
Seu passado esqueci... lavei com prantos
Seu lodo e maldição...
... Mas um dia acordei... E mal desperto
Olhei em torno a mim. . . — Tudo deserto...
Deserto o coração...
Ao vento, que gemia pelas franças
Por ela perguntei... de suas tranças
À flor que ela deixou...
Debalde... Seu lugar era vazio...
E meu lábio queimado e o peito frio,
Foi ela que o queimou...
Minha alma nodoou no ósculo imundo,
Bem como Satanás — beijando o mundo —
Manchou a criação,
Simum — crestou-me da esperança as flores...
Tormenta — ela afogou nos seus negrores
A luz da inspiração ...
Vai, Dalila!... É bem longa tua estrada...
É suave a descida — terminada
Em báratro cruel.
Tua vida — é um banho de ambrosia...
Mais tarde a morte e a lâmpada sombria
Pendente do bordel.
Hoje flores... A música soando...
As perlas do Champagne gotejando
Em taças de cristal.
A volúpia a escaldar na louca insônia...
Mas sufoca os festins de Babilônia
A legenda fatal.
Tens o seio de fogo e a alma fria.
O cetro empunhas lúbrico da orgia
Em que reinas tu só!...
Mas que finda o ranger de uma mortalha,
A enxada do coveiro que trabalha
A revolver o pó.
Não te maldigo, não!... Em vasto campo
Julguei-te — estrela, — e eras — pirilampo
Em meio à cerração...
Prometeu — quis dar luz à fria argila...
Não pude... Pede a Deus, louca Dalila,
A luz da redenção!! ...
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Maysa 1958 "Ouça"
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Tonto. Dostoievsky. Prosa
"É muito fácil viver fazendo-se de tonto. Se o tivesse sabido antes, ter-me-ia declarado idiota desde a minha juventude, e poderia ser que, por esta altura, até fosse mais inteligente. Porém, quis ter engenho demasiado depressa, e eis-me aqui agora, feito um imbecil".
Fiodor Dostoievski (1821-1881)
Fiodor Dostoievski (1821-1881)
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Salmos, 2. Igreja. Cristianismo
Salmos, 2
1. Por que tumultuam as nações? Por que tramam os povos vãs conspirações?
2. Erguem-se, juntos, os reis da terra, e os príncipes se unem para conspirar contra o Senhor e contra seu Cristo.
3. Quebremos seu jugo, disseram eles, e sacudamos para longe de nós as suas cadeias!
4. Aquele, porém, que mora nos céus, se ri, o Senhor os reduz ao ridículo.
5. Dirigindo-se a eles em cólera, ele os aterra com o seu furor:
6. Sou eu, diz, quem me sagrei um rei em Sião, minha montanha santa.
7. Vou publicar o decreto do Senhor. Disse-me o Senhor: Tu és meu filho, eu hoje te gerei.
8. Pede-me; dar-te-ei por herança todas as nações; tu possuirás os confins do mundo.
9. Tu as governarás com cetro de ferro, tu as pulverizarás como um vaso de argila.
10. Agora, ó reis, compreendei isto; instruí-vos, ó juízes da terra.
11. Servi ao Senhor com respeito e exultai em sua presença; prestai-lhe homenagem com tremor, para que não se irrite e não pereçais quando, em breve, se acender sua cólera. Felizes, entretanto, todos os que nele confiam.
1. Por que tumultuam as nações? Por que tramam os povos vãs conspirações?
2. Erguem-se, juntos, os reis da terra, e os príncipes se unem para conspirar contra o Senhor e contra seu Cristo.
3. Quebremos seu jugo, disseram eles, e sacudamos para longe de nós as suas cadeias!
4. Aquele, porém, que mora nos céus, se ri, o Senhor os reduz ao ridículo.
5. Dirigindo-se a eles em cólera, ele os aterra com o seu furor:
6. Sou eu, diz, quem me sagrei um rei em Sião, minha montanha santa.
7. Vou publicar o decreto do Senhor. Disse-me o Senhor: Tu és meu filho, eu hoje te gerei.
8. Pede-me; dar-te-ei por herança todas as nações; tu possuirás os confins do mundo.
9. Tu as governarás com cetro de ferro, tu as pulverizarás como um vaso de argila.
10. Agora, ó reis, compreendei isto; instruí-vos, ó juízes da terra.
11. Servi ao Senhor com respeito e exultai em sua presença; prestai-lhe homenagem com tremor, para que não se irrite e não pereçais quando, em breve, se acender sua cólera. Felizes, entretanto, todos os que nele confiam.
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A Rosa Púrpura do Cairo. Cinema
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13. Perseguições do 2º século - a gesta dos mártires. História da Igreja Católica. Cristianismo
História da Igreja Católica
13. Perseguições do 2º século - a gesta dos mártires
Os Antoninos, Adriano (117-138), Antonino Pio (138-161) e Marco Aurélio (161-180) não fizeram mudanças na legislação anticristã. Esporadicamente eclodiam novas perseguições e a Igreja ganhava novos mártires. Muitas vezes era a turba que, fanatizada, levada pela inveja ou pelo patriotismo, denunciava e entregava os cristãos ao poder público.
Na Gália temos os mártires de Lyon, em 177. Uma revolta popular arrastou para a morte cinqüenta cristãos, entre eles Potino, o bispo, que contava na ocasião 90 anos, o diácono Sanctus e a escrava Blandina. Esta última suportou com incrível coragem inúmeros tormentos antes de entrar no repouso de Cristo. Depois de queimarem os corpos dos mártires, lançaram suas cinzas no Ródano. Os algozes comentavam, em tom de zombaria: "Vejamos se agora o seu Deus os ressuscita".
Em Roma temos a pequena Cecília. Jovem, de família nobre, quis consagrar-se a Cristo e fez voto de virgindade. O cutelo do carrasco precisou ser usado várias vezes antes de conseguir tirar-lhe a vida. Também muitos papas morreram mártires ao longo do século II.
Em Scili, na África, doze fiéis foram presos. O interrogatório ao qual foram submetidos ficou registrado para a História. Todos receberam a coroa do martírio.
Não se deve imaginar, no entanto, que os mártires não tinham medo das torturas e da morte. Muitos cristãos preferiram renegar a própria fé, caindo na apostasia, a morrer por Cristo.
Porém, "o sangue dos mártires é semente de cristãos" (Tertuliano). A coragem dos que preferiam o Senhor à própria vida ajudava na propagação da fé.
13. Perseguições do 2º século - a gesta dos mártires
Os Antoninos, Adriano (117-138), Antonino Pio (138-161) e Marco Aurélio (161-180) não fizeram mudanças na legislação anticristã. Esporadicamente eclodiam novas perseguições e a Igreja ganhava novos mártires. Muitas vezes era a turba que, fanatizada, levada pela inveja ou pelo patriotismo, denunciava e entregava os cristãos ao poder público.
Na Gália temos os mártires de Lyon, em 177. Uma revolta popular arrastou para a morte cinqüenta cristãos, entre eles Potino, o bispo, que contava na ocasião 90 anos, o diácono Sanctus e a escrava Blandina. Esta última suportou com incrível coragem inúmeros tormentos antes de entrar no repouso de Cristo. Depois de queimarem os corpos dos mártires, lançaram suas cinzas no Ródano. Os algozes comentavam, em tom de zombaria: "Vejamos se agora o seu Deus os ressuscita".
Em Roma temos a pequena Cecília. Jovem, de família nobre, quis consagrar-se a Cristo e fez voto de virgindade. O cutelo do carrasco precisou ser usado várias vezes antes de conseguir tirar-lhe a vida. Também muitos papas morreram mártires ao longo do século II.
Em Scili, na África, doze fiéis foram presos. O interrogatório ao qual foram submetidos ficou registrado para a História. Todos receberam a coroa do martírio.
Não se deve imaginar, no entanto, que os mártires não tinham medo das torturas e da morte. Muitos cristãos preferiram renegar a própria fé, caindo na apostasia, a morrer por Cristo.
Porém, "o sangue dos mártires é semente de cristãos" (Tertuliano). A coragem dos que preferiam o Senhor à própria vida ajudava na propagação da fé.
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A noite do meu bem. Dolores Duran. Música
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quarta-feira, fevereiro 25, 2015
BEIRA MAR. Charles Fonseca. Poesia
BEIRA MAR
Charles Fonseca
Onde fumega o desejo
também crepita a paixão
então brindemos sem pejo
não há pois o que negar
uma tesão bem sadia
mais muito mais se um dia
ela cresceu beira mar.
Charles Fonseca
Onde fumega o desejo
também crepita a paixão
então brindemos sem pejo
não há pois o que negar
uma tesão bem sadia
mais muito mais se um dia
ela cresceu beira mar.
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O Brasil Quebrou. E Agora? Economia
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Tim Maia - Gostava Tanto de Você Música
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Colbie Caillat - Try
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terça-feira, fevereiro 24, 2015
BOLHA DE SABÃO. Charles Fonseca. Poesia
BOLHA DE SABÃO
Charles Fonseca
Agora só sobra
Bolha de sabão
Ficou sem razão
O tempo que obra.
Não mais a riqueza
que nunca existiu
sobrou só tristeza
amante partiu.
Não ha de voltar
quem nunca se foi
agora que pôs
em outra o olhar.
Charles Fonseca
Agora só sobra
Bolha de sabão
Ficou sem razão
O tempo que obra.
Não mais a riqueza
que nunca existiu
sobrou só tristeza
amante partiu.
Não ha de voltar
quem nunca se foi
agora que pôs
em outra o olhar.
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O Tempo. Olavo Bilac. Poesia
O Tempo
Olavo Bilac
Sou o tempo que passa, que passa
Sem princípio, sem fim, sem medida
Vou levando a Ventura e a Desgraça,
Vou levando as vaidades da Vida
A correr, de segundo em segundo
Vou formando os minutos que correm...
Formo as horas que passam no mundo,
Formo os anos que nascem e morrem.
Ninguém pode evitar os meus danos...
Vou correndo sereno e constante:
Desse modo, de cem em cem anos,
Formo um século e passo adiante.
Trabalhai, porque a vida é pequena
E não há para o tempo demora!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!
Olavo Bilac
Sou o tempo que passa, que passa
Sem princípio, sem fim, sem medida
Vou levando a Ventura e a Desgraça,
Vou levando as vaidades da Vida
A correr, de segundo em segundo
Vou formando os minutos que correm...
Formo as horas que passam no mundo,
Formo os anos que nascem e morrem.
Ninguém pode evitar os meus danos...
Vou correndo sereno e constante:
Desse modo, de cem em cem anos,
Formo um século e passo adiante.
Trabalhai, porque a vida é pequena
E não há para o tempo demora!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!
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A Fistful of Dollars (1964) - Original Trailer HD 1080p. Cinema
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Noite morta. Manuel Bandeira. Poesia
Noite morta
Manuel Bandeira
Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.
Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado.
No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras.
Sombras de todos os que passaram.
Os que ainda vivem e os que já morreram.
O córrego chora.
A voz da noite . . .
(Não desta noite, mas de outra maior.)
Manuel Bandeira
Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.
Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado.
No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras.
Sombras de todos os que passaram.
Os que ainda vivem e os que já morreram.
O córrego chora.
A voz da noite . . .
(Não desta noite, mas de outra maior.)
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segunda-feira, fevereiro 23, 2015
Ao Deus de Abraão louvai. HA 11. Igreja. Cristianismo
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É BOM que a Polícia se faça mais atuante no Bairro do Garcia em Salvador.
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Na juventude a beleza é um acidente da natureza. Na velhice é uma obra de arte. Lin Yu Tang.
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domingo, fevereiro 22, 2015
Um Método Perigoso - Trailer Oficial Legendado Cinema. Psicanálise
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SÓ SOU JARDINEIRO, gari sou não, a terra dura, moleza não, poesia pura, tristeza não. Charles Fonseca
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sábado, fevereiro 21, 2015
QUEM NÃO PERDOA fica refém do solicitante quando há. Charles Fonseca
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Oração e liturgia. Catequese e liturgia. Igreja. Cristianismo
ORAÇÃO E LITURGIA
1073. A liturgia é também participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo. Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o seu termo. Pela liturgia, o homem interior lança raízes e alicerça-se no «grande amor com que o Pai nos amou» (Ef 2, 4), em seu Filho bem-amado. É a mesma «maravilha de Deus» que é vivida e interiorizada por toda a oração, «em todo o tempo, no Espírito» (Ef 6, 18).
CATEQUESE E LITURGIA
1074. «A liturgia é simultaneamente o cume para o qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde dimana toda a sua força» (13). É, portanto, o lugar privilegiado da catequese do Povo de Deus. «A catequese está intrinsecamente ligada a toda a acção litúrgica e sacramental, pois é nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia, que Jesus Cristo age em plenitude, em ordem à transformação dos homens» (14).
1075. A catequese litúrgica visa introduzir no mistério de Cristo (ela é «mistagogia»), partindo do visível para o invisível, do significante para o significado, dos «sacramentos» para os «mistérios». Tal catequese compete aos catecismos locais e regionais; o presente catecismo, que deseja colocar-se ao serviço de toda a Igreja na diversidade dos seus ritos e das suas culturas (15) apresentará o que é fundamental e comum a toda a Igreja a respeito da liturgia, enquanto mistério e enquanto celebração (Primeira Secção), e depois, dos sete sacramentos e sacramentais (Segunda Secção).
Catecismo
1073. A liturgia é também participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo. Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o seu termo. Pela liturgia, o homem interior lança raízes e alicerça-se no «grande amor com que o Pai nos amou» (Ef 2, 4), em seu Filho bem-amado. É a mesma «maravilha de Deus» que é vivida e interiorizada por toda a oração, «em todo o tempo, no Espírito» (Ef 6, 18).
CATEQUESE E LITURGIA
1074. «A liturgia é simultaneamente o cume para o qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde dimana toda a sua força» (13). É, portanto, o lugar privilegiado da catequese do Povo de Deus. «A catequese está intrinsecamente ligada a toda a acção litúrgica e sacramental, pois é nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia, que Jesus Cristo age em plenitude, em ordem à transformação dos homens» (14).
1075. A catequese litúrgica visa introduzir no mistério de Cristo (ela é «mistagogia»), partindo do visível para o invisível, do significante para o significado, dos «sacramentos» para os «mistérios». Tal catequese compete aos catecismos locais e regionais; o presente catecismo, que deseja colocar-se ao serviço de toda a Igreja na diversidade dos seus ritos e das suas culturas (15) apresentará o que é fundamental e comum a toda a Igreja a respeito da liturgia, enquanto mistério e enquanto celebração (Primeira Secção), e depois, dos sete sacramentos e sacramentais (Segunda Secção).
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GUANTANAMERA (Rumba). Música
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FHC REAGE. Política
Pois é, recebi de um colega: Dilma, hoje em Brasília, surta, e quer culpar FHC pelos desmandos de corrupção na PETROBRAS. De pronto pronto FHC, reagiu a tática da presidente e divulgou a seguinte nota:
Veja abaixo a íntegra da nota assinada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso:
"Até agora, salvo lamentar o caráter de tsunami que a corrupção tomou no caso do 'Petrolão', não adiantei opiniões sobre culpados ou responsáveis, à espera do resultado das investigações e da Justiça. Uma vez que a própria Presidenta entrou na campanha de propaganda defensiva, aceitando a tática infamante da velha anedota do punguista que mete a mão no bolso da vitima, rouba e sai gritando 'pega ladrão!' , sou forçado a reagir:
1. O delator a quem a Presidente se referiu foi explícito em suas declarações à Justiça. Disse que a propina recebida antes de 2004 foi obtida em acordo direto entre ele e seu corruptor; somente a partir do governo Lula a corrupção, diz ele, se tornou sistemática. Como alguém sério pode responsabilizar meu governo pela conduta imprópria individual de um funcionário se nenhuma denúncia foi feita na época?
2. do mesmo modo, a delação do empreiteiro da Setal Engenharia reafirma que o cartel só se efetivou a partir do governo Lula.
3. no caso do Petrolão não se trata de desvios de conduta individuais de funcionários da Petrobras, nem são eles, empregados, em sua maioria, os responsáveis. Trata-se de um processo sistemático que envolve os governos da Presidente Dilma (que ademais foi presidente do Conselho de Administração da empresa e Ministro de Minas e Energia) e do ex-presidente Lula. Foram eles ou seus representantes na Petrobras que nomearam os diretores da empresa ora acusados de se conluiarem com empreiteiras e, no caso do PT, com o tesoureiro do partido, com o propósito de desviarem recursos em benefício próprio ou partidários.
4. Diante disso a Excelentíssima Presidente da Republica deveria ter mais cuidado e, em vez tentar encobrir suas responsabilidades jogando-as em mim, que nada tenho a ver com o caso, fazer um exame de consciência. Poderia começar reconhecendo que foi no mínimo descuidada ao aprovar a compra da refinaria de Pasadena e aguardar com maior serenidade que se apurem as acusações que pesam sobre o seu governo e de seu antecessor."
Veja abaixo a íntegra da nota assinada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso:
"Até agora, salvo lamentar o caráter de tsunami que a corrupção tomou no caso do 'Petrolão', não adiantei opiniões sobre culpados ou responsáveis, à espera do resultado das investigações e da Justiça. Uma vez que a própria Presidenta entrou na campanha de propaganda defensiva, aceitando a tática infamante da velha anedota do punguista que mete a mão no bolso da vitima, rouba e sai gritando 'pega ladrão!' , sou forçado a reagir:
1. O delator a quem a Presidente se referiu foi explícito em suas declarações à Justiça. Disse que a propina recebida antes de 2004 foi obtida em acordo direto entre ele e seu corruptor; somente a partir do governo Lula a corrupção, diz ele, se tornou sistemática. Como alguém sério pode responsabilizar meu governo pela conduta imprópria individual de um funcionário se nenhuma denúncia foi feita na época?
2. do mesmo modo, a delação do empreiteiro da Setal Engenharia reafirma que o cartel só se efetivou a partir do governo Lula.
3. no caso do Petrolão não se trata de desvios de conduta individuais de funcionários da Petrobras, nem são eles, empregados, em sua maioria, os responsáveis. Trata-se de um processo sistemático que envolve os governos da Presidente Dilma (que ademais foi presidente do Conselho de Administração da empresa e Ministro de Minas e Energia) e do ex-presidente Lula. Foram eles ou seus representantes na Petrobras que nomearam os diretores da empresa ora acusados de se conluiarem com empreiteiras e, no caso do PT, com o tesoureiro do partido, com o propósito de desviarem recursos em benefício próprio ou partidários.
4. Diante disso a Excelentíssima Presidente da Republica deveria ter mais cuidado e, em vez tentar encobrir suas responsabilidades jogando-as em mim, que nada tenho a ver com o caso, fazer um exame de consciência. Poderia começar reconhecendo que foi no mínimo descuidada ao aprovar a compra da refinaria de Pasadena e aguardar com maior serenidade que se apurem as acusações que pesam sobre o seu governo e de seu antecessor."
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Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Zimbo Trio - Chão de estrelas. Música
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SINA. Charles Fonseca. Poesia
Estou já velho. Dito geronte. Subo em monte. Vênus prescreve. É minha sina. O meu prazer. Dar a valer. Corcovo em cima.
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O comprador de burros. Esopo. Fábula. Prosa
Um comprador de burros levou o jumento que lhe ofertaram e o deixou junto com os outros muares. Ficou observando. O novato logo se juntou com o mais comilão e vadio da sua tropa. Imediatamente pegou a peça e devolveu ao vendedor, dizendo-lhe: “Já sei como ele vai comportar-se, pelo asno ao qual ele se juntou”.
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sexta-feira, fevereiro 20, 2015
NÃO HÁ COMO SER AMIGO de quem é finíssimo no trato e pérfido. Charles Fonseca
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Vivem até 1500 anos. Fotografia
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Dilmais. Fotografia
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JURERÊ. A alma está na praia. Charles Fonseca. Fotografia
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O FOTÓGRAFO. Charles Fonseca. Poesia
Põe máquina fotográfica a fotografar paisagem, o céu, o mar, de raspão o vento que acaricia, que nela se delicia, e ela vai te olhar, como quem não quer mais nada, com atenção de uma pedra ou com olhar de pantera, ouço conchinhas do mar.
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Pierre Julien, 1783 - La Fontaine Musée du Louvre, Paris. E44. Escultura
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Gilda Murilo. Mendes. Poesia
Gilda
Murilo Mendes
Não ponha o nome de Gilda
na sua filha, coitada,
Se tem filha pra nascer
Ou filha pra batisar.
Minha mãe se chama Gilda,
Não se casou com meu pai.
Sempre lhe sobra desgraça,
Não tem tempo de escolher.
Também eu me chamo Gilda,
E, pra dizer a verdade
Sou pouco mais infeliz.
Sou menos do que mulher,
Sou uma mulher qualquer.
Ando à-toa pelo mundo.
Sem força pra me matar.
Minha filha é também Gilda,
Pro costume não perder
É casada com o espelho
E amigada com o José.
Qualquer dia Gilda foge
Ou se mata em Paquetá
Com José ou sem José.
Já comprei lenço de renda
Pra chorar com mais apuro
E aos jornais telefonei.
Se Gilda enfim não morrer,
Se Gilda tiver uma filha
Não põe o nome de Gilda,
Na menina, que não deixo.
Quem ganha o nome de Gilda
Vira Gilda sem querer.
Não ponha o nome de Gilda
No corpo de uma mulher.
Murilo Mendes
Não ponha o nome de Gilda
na sua filha, coitada,
Se tem filha pra nascer
Ou filha pra batisar.
Minha mãe se chama Gilda,
Não se casou com meu pai.
Sempre lhe sobra desgraça,
Não tem tempo de escolher.
Também eu me chamo Gilda,
E, pra dizer a verdade
Sou pouco mais infeliz.
Sou menos do que mulher,
Sou uma mulher qualquer.
Ando à-toa pelo mundo.
Sem força pra me matar.
Minha filha é também Gilda,
Pro costume não perder
É casada com o espelho
E amigada com o José.
Qualquer dia Gilda foge
Ou se mata em Paquetá
Com José ou sem José.
Já comprei lenço de renda
Pra chorar com mais apuro
E aos jornais telefonei.
Se Gilda enfim não morrer,
Se Gilda tiver uma filha
Não põe o nome de Gilda,
Na menina, que não deixo.
Quem ganha o nome de Gilda
Vira Gilda sem querer.
Não ponha o nome de Gilda
No corpo de uma mulher.
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Quem descobrir uma vacina contra a corrupção ficará rico em dinheiro e das bênçãos de Deus.
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quinta-feira, fevereiro 19, 2015
Ennio Morricone - Cinema Paradiso (In Concerto - Venezia 10.11.07). Música
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Coup d'étrier. Castro Alves. Poesia
Coup d'étrier
Castro Alves
É preciso partir! Já na calçada
Retinem as esporas do arrieiro;
Da mula a ferradura tacheada
Impaciente chama o cavaleiro;
A espaços ensaiando uma toada
Sincha as bestas o lépido tropeiro ...
Soa a celeuma alegre da partida,
O pajem firma o loro e empunha a brida.
Já do largo deserto o sopro quente
Mergulha perfumado em meus cabelos.
Ouço das selvas a canção cadente
Segredando-me incógnitos anelos.
A voz dos servos pitoresca, ardente
Fala de amores férvidos, singelos ...
Adeus! Na folha rota de meu fado
Traço ainda um — adeus — ao meu passado.
Um adeus! E depois morra no olvido
Minha história de luto e de martírio,
As horas que eu vaguei louco, perdido
Das cidades no tétrico delírio;
Onde em pântano turvo, apodrecido
D'íntimas flores não rebenta um lírio...
E no drama das noites do prostíbulo
É mártir — alma... a saturnal — patíbulo!
Onde o Gênio sucumbe na asfixia
Em meio à turba alvar e zombadora;
Onde Musset suicida-se na orgia,
E Chatterton na fome aterradora!
Onde, à luz de uma lâmpada sombria,
O Anjo-da-Guarda ajoelhado chora,
Enquanto a cortesã lhe apanha os prantos
P'ra realce dos lúbricos encantos! ...
Abre-me o seio, ó Madre Natureza!
Regaços da floresta americana,
Acalenta-me a mádida tristeza
Que da vaga das turbas espadana.
Troca dest'alma a fria morbideza
Nessa ubérrima seiva soberana! ...
O Pródigo ... do lar procura o trilho ...
Natureza! Eu voltei ... e eu sou teu filho!
Novo alento selvagem, grandioso
Trema nas cordas desta frouxa lira.
Dá-me um plectro bizarro e majestoso,
Alto como os ramais da sicupira.
Cante meu gênio o dédalo assombroso
Da floresta que ruge e que suspira,
Onde a víbora lambe a parasita ...
E a onça fula o dorso pardo agita!
Onde em cálix de flor imaginária
A cobra de coral rola no orvalho,
E o vento leva a um tempo o canto vário
D'araponga e da serpe de chocalho...
Onde a soidão é o magno estradivário
Onde há músc'los em fúria em cada galho,
E as raízes se torcem quais serpentes...
E os monstros jazem no ervaçal dormentes.
E se eu devo expirar... se a fibra morta
Reviver já não pode a tanto alento...
Companheiro! Uma cruz na selva corta
E planta-a no meu tosco monumento!...
Da chapada nos ermos... (o qu'importa?)
Melhor o inverno chora... e geme o vento.
E Deus para o poeta o céu desata
Semeado de lágrimas de prata!...
Castro Alves
É preciso partir! Já na calçada
Retinem as esporas do arrieiro;
Da mula a ferradura tacheada
Impaciente chama o cavaleiro;
A espaços ensaiando uma toada
Sincha as bestas o lépido tropeiro ...
Soa a celeuma alegre da partida,
O pajem firma o loro e empunha a brida.
Já do largo deserto o sopro quente
Mergulha perfumado em meus cabelos.
Ouço das selvas a canção cadente
Segredando-me incógnitos anelos.
A voz dos servos pitoresca, ardente
Fala de amores férvidos, singelos ...
Adeus! Na folha rota de meu fado
Traço ainda um — adeus — ao meu passado.
Um adeus! E depois morra no olvido
Minha história de luto e de martírio,
As horas que eu vaguei louco, perdido
Das cidades no tétrico delírio;
Onde em pântano turvo, apodrecido
D'íntimas flores não rebenta um lírio...
E no drama das noites do prostíbulo
É mártir — alma... a saturnal — patíbulo!
Onde o Gênio sucumbe na asfixia
Em meio à turba alvar e zombadora;
Onde Musset suicida-se na orgia,
E Chatterton na fome aterradora!
Onde, à luz de uma lâmpada sombria,
O Anjo-da-Guarda ajoelhado chora,
Enquanto a cortesã lhe apanha os prantos
P'ra realce dos lúbricos encantos! ...
Abre-me o seio, ó Madre Natureza!
Regaços da floresta americana,
Acalenta-me a mádida tristeza
Que da vaga das turbas espadana.
Troca dest'alma a fria morbideza
Nessa ubérrima seiva soberana! ...
O Pródigo ... do lar procura o trilho ...
Natureza! Eu voltei ... e eu sou teu filho!
Novo alento selvagem, grandioso
Trema nas cordas desta frouxa lira.
Dá-me um plectro bizarro e majestoso,
Alto como os ramais da sicupira.
Cante meu gênio o dédalo assombroso
Da floresta que ruge e que suspira,
Onde a víbora lambe a parasita ...
E a onça fula o dorso pardo agita!
Onde em cálix de flor imaginária
A cobra de coral rola no orvalho,
E o vento leva a um tempo o canto vário
D'araponga e da serpe de chocalho...
Onde a soidão é o magno estradivário
Onde há músc'los em fúria em cada galho,
E as raízes se torcem quais serpentes...
E os monstros jazem no ervaçal dormentes.
E se eu devo expirar... se a fibra morta
Reviver já não pode a tanto alento...
Companheiro! Uma cruz na selva corta
E planta-a no meu tosco monumento!...
Da chapada nos ermos... (o qu'importa?)
Melhor o inverno chora... e geme o vento.
E Deus para o poeta o céu desata
Semeado de lágrimas de prata!...
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quarta-feira, fevereiro 18, 2015
O poeta pede a seu amor que lhe escreva. Garcia Lorca. Poesia
O POETA PEDE A SEU AMOR QUE LHE ESCREVA
Frederico Garcia Lorca
Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.
Frederico Garcia Lorca
Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.
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Don't Cry For Me Argentina sung by Suzan Erens New York. Música
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Oswaldo Montenegro - Bandolins. Música
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Oswaldo Montenegro
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Evangelho - Evangelho segundo São Mateus 6,1-6.16-18. Igreja. Cristianismo
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus.
Assim, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita,
para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando rezardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto,
para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas o teu Pai, que está presente em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa».
Assim, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita,
para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando rezardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto,
para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas o teu Pai, que está presente em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa».
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terça-feira, fevereiro 17, 2015
Louise Moillon - At the Market Stall. SV. Pintura
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FRENTE. Charles Fonseca. Poesia
FRENTE
Charles Fonseca
Por que ficas assim, por que choras
Perguntava ele ao só outro
Que nada disse e fez-se mouco
Pois tudo em si era má a hora
De falar de uma saudade prenhe
De dor paixão toda uma história
A lua cais de agonia olha
Os dois vela. Adiante, à frente!
Charles Fonseca
Por que ficas assim, por que choras
Perguntava ele ao só outro
Que nada disse e fez-se mouco
Pois tudo em si era má a hora
De falar de uma saudade prenhe
De dor paixão toda uma história
A lua cais de agonia olha
Os dois vela. Adiante, à frente!
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Fotografia 1937
As fotografias foram compartilhadas pelo site Imgur e retratam um indivíduo de lábios pronunciados e mãos curvadas. Elas foram publicadas originalmente pela revista holandesa Het Leven, em 1937, afirmando se tratar de um verdadeiro homem-macaco, encontrado em uma floresta brasileira. Apesar de seus traços faciais se assemelharem aos de um macaco, sua aparência limpa, sem barba e com o cabelo bem cortado, está em sintonia com a moda da época. Já o seu punho, que está curvado, seria o reflexo de uma necessidade ancestral do animal para poder caminhar com quatro patas.
É difícil saber se as fotos são verdadeiras ou não. Mais uma vez, e como costuma acontecer nesses casos, cada um deverá tirar suas próprias conclusões.http://seuhistory.com/noticias/fotografias-de-1937-retraram-suposto-homem-macaco-encontrado-no-brasil
É difícil saber se as fotos são verdadeiras ou não. Mais uma vez, e como costuma acontecer nesses casos, cada um deverá tirar suas próprias conclusões.http://seuhistory.com/noticias/fotografias-de-1937-retraram-suposto-homem-macaco-encontrado-no-brasil
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Balõezinhos. Manuel Bandeira. Poesia
Balõezinhos
Manuel Bandeira
Na feira do arrabaldezinho
Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor:
— "O melhor divertimento para as crianças!"
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,
Fitando com olhos muito redondos os grandes balõezinhos muito redondos.
No entanto a feira burburinha.
Vão chegando as burguesinhas pobres,
E as criadas das burguesinhas ricas,
E mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.
Nas bancas de peixe,
Nas barraquinhas de cereais,
Junto às cestas de hortaliças
O tostão é regateado com acrimônia.
Os meninos pobres não vêem as ervilhas tenras,
Os tomatinhos vermelhos,
Nem as frutas,
Nem nada.
Sente-se bem que para eles ali na feira os balõezinhos de cor são a única mercadoria útil e verdadeiramente indispensável.
O vendedor infatigável apregoa:
— "O melhor divertimento para as crianças!"
E em torno do homem loquaz os menininhos pobres fazem um círculo inamovível de desejo e espanto.
Manuel Bandeira
Na feira do arrabaldezinho
Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor:
— "O melhor divertimento para as crianças!"
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,
Fitando com olhos muito redondos os grandes balõezinhos muito redondos.
No entanto a feira burburinha.
Vão chegando as burguesinhas pobres,
E as criadas das burguesinhas ricas,
E mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.
Nas bancas de peixe,
Nas barraquinhas de cereais,
Junto às cestas de hortaliças
O tostão é regateado com acrimônia.
Os meninos pobres não vêem as ervilhas tenras,
Os tomatinhos vermelhos,
Nem as frutas,
Nem nada.
Sente-se bem que para eles ali na feira os balõezinhos de cor são a única mercadoria útil e verdadeiramente indispensável.
O vendedor infatigável apregoa:
— "O melhor divertimento para as crianças!"
E em torno do homem loquaz os menininhos pobres fazem um círculo inamovível de desejo e espanto.
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Pink Floyd - The Dogs of War | MusicOff Talent Show - Pink Noise
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Pink Floyd
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segunda-feira, fevereiro 16, 2015
"Na rua, o Pró-Furto", de J.R. Guzzo. Política
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Cabeças cortadas. Arnaldo Jabor. Política
Cabeças cortadas
Arnaldo Jabor
Como disse Stálin, que matou mais de 15 milhões: 'A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística'
A grande descoberta dos terroristas do Estado Islâmico foi a mídia. Diferentemente da Al-Qaeda e de outros grupos menores, eles não querem nos atacar, como fez Osama no 11 de setembro; eles querem nos corroer por dentro. Eles são pós-Osama. Estão testando nossos sentimentos — nós que nos pensamos civilizados. Sentimentos como compaixão, perdão, moral, respeito ao outro... Entre um holocausto e uma Hiroshima, entre Coreia e Vietnã, somos bons, somos sensatos amantes da liberdade, da fraternidade (igualdade, nem pensar).
Os pavorosos assassinos do EI jogam com isso, criando a internet de fogo, nos acostumando à novas formas de crueldade. Um dia, ficaremos entediados com o horror: “Porra, meu... outro incendiado? Esses caras têm de inventar novas torturas!”.
Porém, mais do que nos assustar com sua violência, eles tiveram uma ideia sinistramente genial: em vez de matar 5.000 desconhecidos como em Nova York, eles escolheram o indivíduo, o morto antes de morrer, o solitário no vídeo para a degola ou o fogo. Eles atacam nosso individualismo. Como disse Stálin, que matou mais de 15 milhões: “A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística”. Essa foi a grande sacada desses ratos, pois todo mundo se identifica com o pobre diabo diante da morte. Hiroshima nos leva a dizer: “Que horror!” Essas cenas do EI nos fazem pensar: “Já imaginou eu nessa situação?. Só choramos por nós mesmos.
Há alguns anos eu vi um homem sendo decapitado. Chegou um vídeo completo na TV e vi. Um bando de demônios de preto, gritando “Só Deus é grande!” agarram o pobre sujeito e lhe cortam o pescoço como o de um porco. Ele grita enquanto a cabeça lhe é arrancada, com grande profusão de sangue que suja as mãos dos carrascos que gargalham de felicidade porque sentem-se mais perto do céu, pois a cada cão infiel morto à faca, eles sobem de ranking para a salvação.
Essas cenas nos levam a um anti-islamismo inevitável, mas isso é o que eles querem: nos chamar a atacá-los com bombardeios ferozes e, assim, inibir os muçulmanos moderados e fazê-los mais rancorosos contra nós. Só os islâmicos podem limitar os terroristas, mas nunca o farão. Aqueles que se declaram contra o EI não se decidiram por uma reação concreta aos assassinos — não os apoiam, mas, no fundo, celebram uma vingança secreta. Cada vez mais nos governa a Lei de Murphy: “Tudo que pode piorar, piora”.
Além disso, eles testam a si mesmos, querendo atingir níveis inimagináveis de crueldade, crucificando crianças, enterrando-as vivas, como fazem também outros horrendos zumbis como o Boko Haram e o Talibã. Querem despertar em nós a violência recíproca, pois em nossa mente surge o vingador implacável, o desejo de arrancar da face da Terra esses espelhos de nossa própria animalidade. Não queremos contemplar nossa bruta agressividade — eles são como nós. “Ahh... se eu pudesse metralhar esses filhos da puta!” Desejamos exterminar esses assassinos do pobre jordaniano e do japa. Mas, eles escapam de nossas balas e de nosso ódio, porque não são “napoleônicos” no combate, mas dispersos demônios no deserto. O modo napoleônico de fazer a guerra não funciona contra forças irregulares. Napoleão procurava a destruição do exército adversário e queda do governo desse Estado. Contudo, num combate irregular — subversão — não há uma batalha decisiva.
Agora, a guerra virou loucura pura. Se um dos inimigos não tem medo de morrer, muda tudo, não há vitória.
De uma forma repugnante, a verdade do mundo atual apareceu. Estão irrompendo todas as misérias do planeta para além do circuito Helena Rubinstein: uma religião da vingança e da morte, formada pela ignorância milenar de desgraçados no deserto, com inveja das conquistas do Ocidente e o cultivo do martírio.
Os fanáticos do Oriente são a pulsão de morte recalcada, a morte que mandamos para debaixo do tapete. Agora a sujeira está voltando em nossa cara. Não temos a sólida estupidez dos islamistas; nossa violência tem sempre uma racionalização, mentiras sob o pretexto da busca de um “bem”. Mas estão ficando claras a fragilidade e a impotência do Ocidente, sob a capa de antiga competência invulnerável. E esta nova forma de horror se dá em pleno século XXI, quando foguetes americanos já viajam entre os anéis de Saturno e aterrissam em cometas. Alguns dirão: “Bem feito, pois o Ocidente gerou isso tudo com sua exploração colonial e imperialista”.
Não, agora os terroristas não são mais reativos; são inventivos, bem armados pela Rússia e pela China, além do armamento pilhado da “primavera árabe”. Não são mais “consequência” de nada; são a vanguarda de uma nova forma de morte, são a invenção de uma perversidade que nasceu deles mesmos, da estupidez fanática da “sharia”, de séculos de ignorância e atraso. Claro que o Ocidente já aprontou muito, mas nada disso é mais a causa de coisa alguma, agora que tiveram a ideia genial de usar as máquinas do Ocidente — aviões e mísseis contra os infiéis. E convocam malucos ingleses e americanos (mais de mil) para o EI, que voltam para infernizar seus países de origem. Eles estão pautando nossa agenda. Agora, só resta aos países ameaçados a defesa.
Subitamente, fomos arrojados de volta a uma era pré-política. Os nazistas queriam um milênio ariano, os comunas queriam construir um paraíso social, os fanáticos do Islã querem construir nada. Já estão prontos. Já chegaram lá. Já vivem na eternidade. Querem apenas destruir o demônio — que somos nós.
Tudo o que fazemos tem o alvo da finalidade, do progresso. O Islã não quer isso. Quer o imóvel, a verdade incontestável. O Islã transcendeu o político há muito tempo. Suas multidões jazem na miséria, conformadas, perfazendo o ritual obsessivo cotidiano do Corão que os libertou da dúvida e do medo.
A morte ocidental é diferente da morte oriental. Como uma vez disse o líder dos talibãs Muhammed Omar, com desdém: “Nós amamos a morte; vocês sempre gostaram de viver!”.
Arnaldo Jabor
Como disse Stálin, que matou mais de 15 milhões: 'A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística'
A grande descoberta dos terroristas do Estado Islâmico foi a mídia. Diferentemente da Al-Qaeda e de outros grupos menores, eles não querem nos atacar, como fez Osama no 11 de setembro; eles querem nos corroer por dentro. Eles são pós-Osama. Estão testando nossos sentimentos — nós que nos pensamos civilizados. Sentimentos como compaixão, perdão, moral, respeito ao outro... Entre um holocausto e uma Hiroshima, entre Coreia e Vietnã, somos bons, somos sensatos amantes da liberdade, da fraternidade (igualdade, nem pensar).
Os pavorosos assassinos do EI jogam com isso, criando a internet de fogo, nos acostumando à novas formas de crueldade. Um dia, ficaremos entediados com o horror: “Porra, meu... outro incendiado? Esses caras têm de inventar novas torturas!”.
Porém, mais do que nos assustar com sua violência, eles tiveram uma ideia sinistramente genial: em vez de matar 5.000 desconhecidos como em Nova York, eles escolheram o indivíduo, o morto antes de morrer, o solitário no vídeo para a degola ou o fogo. Eles atacam nosso individualismo. Como disse Stálin, que matou mais de 15 milhões: “A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística”. Essa foi a grande sacada desses ratos, pois todo mundo se identifica com o pobre diabo diante da morte. Hiroshima nos leva a dizer: “Que horror!” Essas cenas do EI nos fazem pensar: “Já imaginou eu nessa situação?. Só choramos por nós mesmos.
Há alguns anos eu vi um homem sendo decapitado. Chegou um vídeo completo na TV e vi. Um bando de demônios de preto, gritando “Só Deus é grande!” agarram o pobre sujeito e lhe cortam o pescoço como o de um porco. Ele grita enquanto a cabeça lhe é arrancada, com grande profusão de sangue que suja as mãos dos carrascos que gargalham de felicidade porque sentem-se mais perto do céu, pois a cada cão infiel morto à faca, eles sobem de ranking para a salvação.
Essas cenas nos levam a um anti-islamismo inevitável, mas isso é o que eles querem: nos chamar a atacá-los com bombardeios ferozes e, assim, inibir os muçulmanos moderados e fazê-los mais rancorosos contra nós. Só os islâmicos podem limitar os terroristas, mas nunca o farão. Aqueles que se declaram contra o EI não se decidiram por uma reação concreta aos assassinos — não os apoiam, mas, no fundo, celebram uma vingança secreta. Cada vez mais nos governa a Lei de Murphy: “Tudo que pode piorar, piora”.
Além disso, eles testam a si mesmos, querendo atingir níveis inimagináveis de crueldade, crucificando crianças, enterrando-as vivas, como fazem também outros horrendos zumbis como o Boko Haram e o Talibã. Querem despertar em nós a violência recíproca, pois em nossa mente surge o vingador implacável, o desejo de arrancar da face da Terra esses espelhos de nossa própria animalidade. Não queremos contemplar nossa bruta agressividade — eles são como nós. “Ahh... se eu pudesse metralhar esses filhos da puta!” Desejamos exterminar esses assassinos do pobre jordaniano e do japa. Mas, eles escapam de nossas balas e de nosso ódio, porque não são “napoleônicos” no combate, mas dispersos demônios no deserto. O modo napoleônico de fazer a guerra não funciona contra forças irregulares. Napoleão procurava a destruição do exército adversário e queda do governo desse Estado. Contudo, num combate irregular — subversão — não há uma batalha decisiva.
Agora, a guerra virou loucura pura. Se um dos inimigos não tem medo de morrer, muda tudo, não há vitória.
De uma forma repugnante, a verdade do mundo atual apareceu. Estão irrompendo todas as misérias do planeta para além do circuito Helena Rubinstein: uma religião da vingança e da morte, formada pela ignorância milenar de desgraçados no deserto, com inveja das conquistas do Ocidente e o cultivo do martírio.
Os fanáticos do Oriente são a pulsão de morte recalcada, a morte que mandamos para debaixo do tapete. Agora a sujeira está voltando em nossa cara. Não temos a sólida estupidez dos islamistas; nossa violência tem sempre uma racionalização, mentiras sob o pretexto da busca de um “bem”. Mas estão ficando claras a fragilidade e a impotência do Ocidente, sob a capa de antiga competência invulnerável. E esta nova forma de horror se dá em pleno século XXI, quando foguetes americanos já viajam entre os anéis de Saturno e aterrissam em cometas. Alguns dirão: “Bem feito, pois o Ocidente gerou isso tudo com sua exploração colonial e imperialista”.
Não, agora os terroristas não são mais reativos; são inventivos, bem armados pela Rússia e pela China, além do armamento pilhado da “primavera árabe”. Não são mais “consequência” de nada; são a vanguarda de uma nova forma de morte, são a invenção de uma perversidade que nasceu deles mesmos, da estupidez fanática da “sharia”, de séculos de ignorância e atraso. Claro que o Ocidente já aprontou muito, mas nada disso é mais a causa de coisa alguma, agora que tiveram a ideia genial de usar as máquinas do Ocidente — aviões e mísseis contra os infiéis. E convocam malucos ingleses e americanos (mais de mil) para o EI, que voltam para infernizar seus países de origem. Eles estão pautando nossa agenda. Agora, só resta aos países ameaçados a defesa.
Subitamente, fomos arrojados de volta a uma era pré-política. Os nazistas queriam um milênio ariano, os comunas queriam construir um paraíso social, os fanáticos do Islã querem construir nada. Já estão prontos. Já chegaram lá. Já vivem na eternidade. Querem apenas destruir o demônio — que somos nós.
Tudo o que fazemos tem o alvo da finalidade, do progresso. O Islã não quer isso. Quer o imóvel, a verdade incontestável. O Islã transcendeu o político há muito tempo. Suas multidões jazem na miséria, conformadas, perfazendo o ritual obsessivo cotidiano do Corão que os libertou da dúvida e do medo.
A morte ocidental é diferente da morte oriental. Como uma vez disse o líder dos talibãs Muhammed Omar, com desdém: “Nós amamos a morte; vocês sempre gostaram de viver!”.
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Cadáveres nas ruínas de Canudos, 1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).. Fotografia
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domingo, fevereiro 15, 2015
HOMILIA. Charles Fonseca. Poesia
HOMILIA
Charles Fonseca
Que linda esta família
Cara da mãe outro do pai
Não permita Deus jamais
Eu me ir sem homilia
Aos pais que tanto eu quero
Avô eu cá tão distante
Vos velo a cada instante
Meus netos que tanto desvelo
A eles o que se puder
Transmitam amor por pendão
Bandeira da salvação
Dos homens filhos mulher.
Charles Fonseca
Que linda esta família
Cara da mãe outro do pai
Não permita Deus jamais
Eu me ir sem homilia
Aos pais que tanto eu quero
Avô eu cá tão distante
Vos velo a cada instante
Meus netos que tanto desvelo
A eles o que se puder
Transmitam amor por pendão
Bandeira da salvação
Dos homens filhos mulher.
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Tocando em Frente, por Almir Sater
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SANTA PUTA. Charles Fonseca. Poesia
SANTA PUTA
Charles Fonseca
A cara de santa puta
o corpo de odalisca
a mente vai da de isca
mentira verdade pura
Um sorriso amanteigado
um rasgo que lubrifica
um cajado cego trisca
um ai um oi mau passado.
Charles Fonseca
A cara de santa puta
o corpo de odalisca
a mente vai da de isca
mentira verdade pura
Um sorriso amanteigado
um rasgo que lubrifica
um cajado cego trisca
um ai um oi mau passado.
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Matthias Rauchmiler, c.1675 - Tomb of Karl von Metternick Frauenkirche, Trier, Germany. E44. Escultura
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sábado, fevereiro 14, 2015
Os suspeitos de sempre. Fernando Gabeira. Política
Escolheram mais um suspeito de sempre. Essa frase, de um jornalista americano, sobre o novo presidente da Petrobras é precisa.
Certamente não se referia à trajetória pessoal de Aldemir Bendine. Ele ignora que o banqueiro guarda dinheiro no colchão ou que fez um empréstimo generoso à socialite Valdirene Aparecida Marchiori. Creio que queria apenas dizer que o governo arruinou a Petrobraas e dificilmente encontrará alguém, dentro dos seus quadros, capaz de reconstruí-la.
Era preciso um novo presidente com capacidade e autonomia. Se alguém com talento conseguisse sobreviver no governo, decerto seria alvejado pelos atiradores do PT ao revelar alguns vestígios de autonomia.
O PT completou 35 anos com festa. E de alguma forma lembrando a frase “cuidado com os idos de março”. É uma data do calendário, talvez o dia 15, lembrada pelo assassinato de César. Os idos de março sempre evocam momentos trágicos para um governo.
No caso brasileiro, o grande adversário do PT é sua própria visão de mundo. O partido considera manobra golpista a enxurrada de dados sobre corrupção na Petrobrás e outros órgãos do governo. Por exemplo, um ex-gerente, em delação premiada, disse que o PT recebeu mais ou menos US$ 200 milhões em propinas, na área de abastecimento. O partido nega.
Usando o senso comum, parece-me absurda a controvérsia em torno de meio bilhão de reais. Se esqueço de pagar uma água de coco no bar do Baiano, no Flamengo, ele é o primeiro a me lembrar que faltam R$ 5. Se tenho direito a troco de apenas R$ 1, reclamo prontamente. Como é possível que uma verba de R$ 500 milhões, oriunda de contratos reais da empresa, transite tão etereamente a ponto de uma intensa investigação não determinar sua trajetória?
A decisão do PT de negar todas as evidências é a manobra mais perigosa que o partido já engendrou nos últimos anos. Dizem os jornais que na festa de aniversário, em BH, o PT prometeu manifestações públicas para defender o governo e isolar o golpismo. Isso é mais animador, pois pode precipitar a realidade. Bandeiras e camisas vermelhas acusando a Lava Jato de manobra golpista podem revelar ao partido um pouco da realidade.
Ando muito pelas ruas. Mas pode ser que ande pelas ruas erradas e tenha uma falsa impressão. Mas a pesquisa Datafolha mostrando a queda na aceitação de Dilma confirma minhas intuições. Não será fácil de novo desfilar com macacões laranja defendendo uma Petrobrás que a maioria acredita ter sido saqueada pelo PT e aliados. Com que palavras de ordem sairão às ruas? “A Petrobrás é nossa” não é um refrão aconselhável para as circunstâncias. Resta talvez a resistência a um golpe hipotético.
E talvez nisso esteja a grande esperança do PT. Um golpe seria sua redenção, a condição de vítima talvez sepultasse o peso dos bilhões roubados da Petrobrás. Mas não há golpe no horizonte. As próprias condições de inserção internacional do Brasil já sepultaram qualquer solução fora da lei. Resta o desenrolar implacável de um processo de corrupção gigantesco que atrai a atenção mundial, porque ocorreu numa empresa globalizada.
A tática de negar sua responsabilidade neste processo histórico será um dado decisivo na história do PT. Muitos já denunciam o medo de Lula e Dilma de discutir abertamente o que se passou na Petrobrás. Pode ser que Lula, Dilma e o PT analisem como coragem sua disposição de enfrentar o processo afirmando que tudo o que o partido recebeu foi doação legal. Mas de onde veio o dinheiro senão do saque da Petrobrás?
No momento é possível reunir a coragem para negar. Mas com o avanço das evidências seria preciso uma coragem muito maior para negar também a lucidez das instituições jurídicas e da opinião pública nacional.
Pela experiência, o que acontece nesses casos é sempre muito doloroso. O PT ainda está um pouco escondido, mas pode observar, por exemplo, o que aconteceu com Graça Foster e Nestor Cerveró: tornaram-se máscaras de carnaval; os vizinhos ergueram faixas contra Graça.
O partido, contudo, escolheu o caminho mais espinhoso para enfrentar o processo. Como no passado, tentará convencer as pessoas de que estão erradas e foram manipuladas pela imprensa.
Outro dia, um homem na rua me disse: “Às vezes me arrependo de ser consciente. Se fosse apenas desligado do Brasil, não sofreria tanto. É muito duro para as pessoas, presenciando um processo com números, nomes de contratos, delatores premiados e tudo o mais, assistirem a alguém dizer que tudo isso é uma grande manobra. Querem me convencer de que sou maluco”. Disse ao homem que era um processo mais amplo e, no fundo, está em jogo isto mesmo: ou se pune a corrupção, prendem-se as pessoas e se obriga os partidos a pagarem um enorme preço político, ou então a tática do PT triunfou.
Será preciso enlouquecer todo um país. É uma jogada de alto risco. No mensalão, de punhos erguidos, descobriram a realidade dos presídios e trataram de sair fora, deixando nas grades as secretárias que fechavam envelopes.
Em caso de vitória, terão de governar um País enlouquecido. Em caso de derrota, as consequências são imprevisíveis. Desde a camisa de força até cumprir inversamente a profecia de Delúbio Soares de que o mensalão com o tempo será uma piada. É o próprio PT, com o tempo, que pode virar uma piada.
Se esse é o caminho escolhido, então que vengan los toros. Marqueteiros de todo o País, uni-vos em torno da grana que ainda está nos cofres e provem que essa montanha de dinheiro roubado é apenas miragem, que Pasadena foi um bom negócio e a Petrobrás vai bem, apenas ameaçada pelos inimigos externos.
Procurem fazer um bom trabalho. No mensalão, lembrem-se, sobrou para os marqueteiros. Milhões de dólares rolam pelos computadores num simples toque no teclado. Mas isso não significa que sejam invisíveis.
O empresário de Santa Catarina que tinha 500 relógios num cofre tem lá sua lógica. O tempo está contra a quadrilha, é preciso detê-lo de qualquer forma.
Certamente não se referia à trajetória pessoal de Aldemir Bendine. Ele ignora que o banqueiro guarda dinheiro no colchão ou que fez um empréstimo generoso à socialite Valdirene Aparecida Marchiori. Creio que queria apenas dizer que o governo arruinou a Petrobraas e dificilmente encontrará alguém, dentro dos seus quadros, capaz de reconstruí-la.
Era preciso um novo presidente com capacidade e autonomia. Se alguém com talento conseguisse sobreviver no governo, decerto seria alvejado pelos atiradores do PT ao revelar alguns vestígios de autonomia.
O PT completou 35 anos com festa. E de alguma forma lembrando a frase “cuidado com os idos de março”. É uma data do calendário, talvez o dia 15, lembrada pelo assassinato de César. Os idos de março sempre evocam momentos trágicos para um governo.
No caso brasileiro, o grande adversário do PT é sua própria visão de mundo. O partido considera manobra golpista a enxurrada de dados sobre corrupção na Petrobrás e outros órgãos do governo. Por exemplo, um ex-gerente, em delação premiada, disse que o PT recebeu mais ou menos US$ 200 milhões em propinas, na área de abastecimento. O partido nega.
Usando o senso comum, parece-me absurda a controvérsia em torno de meio bilhão de reais. Se esqueço de pagar uma água de coco no bar do Baiano, no Flamengo, ele é o primeiro a me lembrar que faltam R$ 5. Se tenho direito a troco de apenas R$ 1, reclamo prontamente. Como é possível que uma verba de R$ 500 milhões, oriunda de contratos reais da empresa, transite tão etereamente a ponto de uma intensa investigação não determinar sua trajetória?
A decisão do PT de negar todas as evidências é a manobra mais perigosa que o partido já engendrou nos últimos anos. Dizem os jornais que na festa de aniversário, em BH, o PT prometeu manifestações públicas para defender o governo e isolar o golpismo. Isso é mais animador, pois pode precipitar a realidade. Bandeiras e camisas vermelhas acusando a Lava Jato de manobra golpista podem revelar ao partido um pouco da realidade.
Ando muito pelas ruas. Mas pode ser que ande pelas ruas erradas e tenha uma falsa impressão. Mas a pesquisa Datafolha mostrando a queda na aceitação de Dilma confirma minhas intuições. Não será fácil de novo desfilar com macacões laranja defendendo uma Petrobrás que a maioria acredita ter sido saqueada pelo PT e aliados. Com que palavras de ordem sairão às ruas? “A Petrobrás é nossa” não é um refrão aconselhável para as circunstâncias. Resta talvez a resistência a um golpe hipotético.
E talvez nisso esteja a grande esperança do PT. Um golpe seria sua redenção, a condição de vítima talvez sepultasse o peso dos bilhões roubados da Petrobrás. Mas não há golpe no horizonte. As próprias condições de inserção internacional do Brasil já sepultaram qualquer solução fora da lei. Resta o desenrolar implacável de um processo de corrupção gigantesco que atrai a atenção mundial, porque ocorreu numa empresa globalizada.
A tática de negar sua responsabilidade neste processo histórico será um dado decisivo na história do PT. Muitos já denunciam o medo de Lula e Dilma de discutir abertamente o que se passou na Petrobrás. Pode ser que Lula, Dilma e o PT analisem como coragem sua disposição de enfrentar o processo afirmando que tudo o que o partido recebeu foi doação legal. Mas de onde veio o dinheiro senão do saque da Petrobrás?
No momento é possível reunir a coragem para negar. Mas com o avanço das evidências seria preciso uma coragem muito maior para negar também a lucidez das instituições jurídicas e da opinião pública nacional.
Pela experiência, o que acontece nesses casos é sempre muito doloroso. O PT ainda está um pouco escondido, mas pode observar, por exemplo, o que aconteceu com Graça Foster e Nestor Cerveró: tornaram-se máscaras de carnaval; os vizinhos ergueram faixas contra Graça.
O partido, contudo, escolheu o caminho mais espinhoso para enfrentar o processo. Como no passado, tentará convencer as pessoas de que estão erradas e foram manipuladas pela imprensa.
Outro dia, um homem na rua me disse: “Às vezes me arrependo de ser consciente. Se fosse apenas desligado do Brasil, não sofreria tanto. É muito duro para as pessoas, presenciando um processo com números, nomes de contratos, delatores premiados e tudo o mais, assistirem a alguém dizer que tudo isso é uma grande manobra. Querem me convencer de que sou maluco”. Disse ao homem que era um processo mais amplo e, no fundo, está em jogo isto mesmo: ou se pune a corrupção, prendem-se as pessoas e se obriga os partidos a pagarem um enorme preço político, ou então a tática do PT triunfou.
Será preciso enlouquecer todo um país. É uma jogada de alto risco. No mensalão, de punhos erguidos, descobriram a realidade dos presídios e trataram de sair fora, deixando nas grades as secretárias que fechavam envelopes.
Em caso de vitória, terão de governar um País enlouquecido. Em caso de derrota, as consequências são imprevisíveis. Desde a camisa de força até cumprir inversamente a profecia de Delúbio Soares de que o mensalão com o tempo será uma piada. É o próprio PT, com o tempo, que pode virar uma piada.
Se esse é o caminho escolhido, então que vengan los toros. Marqueteiros de todo o País, uni-vos em torno da grana que ainda está nos cofres e provem que essa montanha de dinheiro roubado é apenas miragem, que Pasadena foi um bom negócio e a Petrobrás vai bem, apenas ameaçada pelos inimigos externos.
Procurem fazer um bom trabalho. No mensalão, lembrem-se, sobrou para os marqueteiros. Milhões de dólares rolam pelos computadores num simples toque no teclado. Mas isso não significa que sejam invisíveis.
O empresário de Santa Catarina que tinha 500 relógios num cofre tem lá sua lógica. O tempo está contra a quadrilha, é preciso detê-lo de qualquer forma.
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Evangelho - Evangelho segundo São Lucas 10,1-9.. Igreja. Cristianismo
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
E dizia-lhes: “A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’.
E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’.
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Alessandro Grandi: Dixit Dominus; Venetian Christmas Vespers, Voices ofm Music. Música.
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Reflexão n°.1. Murilo Mendes. Poesia
Reflexão n°.1
Murilo Mendes
Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
E a circulação e o movimento infinito.
Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido.
Murilo Mendes
Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
E a circulação e o movimento infinito.
Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido.
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Paulinho da Viola - Foi um Rio que passou em minha vida. Música
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Paulinho da Viola
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POEMA DO CARNAVAL. Charles Fonseca. Poesia
Nesta cidade florida montanha praia lagoa estou eu aqui à toa com só a alma remida. Quão grande fique o carvalho quão lembre do mel do aroma vivo o fel tão à sombra de não montar a cavalo numa doce cavalgada num quero mais me açoite de manhã até de noite chegue tarde a madrugada.
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.....POEMA DE CARNAVAL
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sexta-feira, fevereiro 13, 2015
Joos de Momper - Helicon or Minerva's Visit to the Muses. SV. Pintura
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Pintura
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A liturgia como fonte de vida. Igreja. Cristianismo
A LITURGIA COMO FONTE DE VIDA
1071. Obra de Cristo, a Liturgia é também uma acção da sua Igreja. Ela realiza e manifesta a Igreja como sinal visível da comunhão de Deus e dos homens por Cristo; empenha os fiéis na vida nova da comunidade, e implica uma participação «consciente, activa e frutuosa» de todos (10).
1072. «A liturgia não esgota toda a acção da Igreja» (11). Deve ser precedida pela evangelização, pela fé e pela conversão, e só então pode produzir os seus frutos na vida dos fiéis: a vida nova segundo o Espírito, o empenhamento na missão da Igreja e o serviço da sua unidade.
Catecismo
1071. Obra de Cristo, a Liturgia é também uma acção da sua Igreja. Ela realiza e manifesta a Igreja como sinal visível da comunhão de Deus e dos homens por Cristo; empenha os fiéis na vida nova da comunidade, e implica uma participação «consciente, activa e frutuosa» de todos (10).
1072. «A liturgia não esgota toda a acção da Igreja» (11). Deve ser precedida pela evangelização, pela fé e pela conversão, e só então pode produzir os seus frutos na vida dos fiéis: a vida nova segundo o Espírito, o empenhamento na missão da Igreja e o serviço da sua unidade.
Catecismo
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HÁ UMA burguesia petista do capital alheio.
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Alessandro Victoria, 1565 - St. Jerome Santa Maria Gloriosa dei Frari, Venice, Italy. E44. Escultura
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Elementos de identificação da alienação parental. Priscila Maria Pereira Corrêa da Fonseca. Família
5. Elementos de identificação da alienação parental
Priscila Maria Pereira Corrêa da Fonseca1
1Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica, Doutora em Direito Processual Civil pela Universidade de São Paulo e Professora de Direito Comercial na Faculdade de Direito da USP
Tendo em vista o casuísmo das situações que levam
à identificação da síndrome de alienação parental,
a melhor forma de reconhecê-las encontra-se no padrão
de conduta do genitor alienante, o qual se mostra
caracterizado quando este, dentre outras atitudes: a)
denigre a imagem da pessoa do outro genitor; b) organiza
diversas atividades para o dia de visitas, de modo
a torná-las desinteressantes ou mesmo inibí-las; c) não
comunica ao outro genitor fatos importantes relacionados
à vida dos filhos (rendimento escolar, agendamento
de consultas médicas, ocorrência de doenças, etc.) d)
toma decisões importantes sobre a vida dos filhos, sem
prévia consulta ao outro cônjuge (por exemplo: escolha
ou mudança de escola, de pediatra, etc.); e) viaja
e deixa os filhos com terceiros sem comunicar o outro
genitor; f) apresenta o novo companheiro à criança
como sendo seu novo pai ou mãe; g) faz comentários
desairosos sobre presentes ou roupas compradas pelo
outro genitor ou mesmo sobre o gênero do lazer que ele
oferece ao filho; h) critica a competência profissional e
a situação financeira do ex-cônjuge; i) obriga a criança
a optar entre a mãe ou o pai, ameaçando-a das conseqüências,
caso a escolha recaia sobre o outro genitor; j)
transmite seu desagrado diante da manifestação de contentamento
externada pela criança em estar com o outro
genitor; k) controla excessivamente os horários de visita;
l) recorda à criança, com insistência, motivos ou fatos
ocorridos pelos quais deverá ficar aborrecida com
o outro genitor; m) transforma a criança em espiã
da vida do ex-cônjuge; n) sugere à criança que o
outro genitor é pessoa perigosa; o) emite falsas imputações
de abuso sexual, uso de drogas e álcool;
p) dá em dobro ou triplo o número de presentes que a
criança recebe do outro genitor; q) quebra, esconde ou
cuida mal dos presentes que o genitor alienado dá ao
filho; r) não autoriza que a criança leve para a casa do
genitor alienado os brinquedos e as roupas de que mais
gosta; s) ignora em encontros casuais, quando junto com
o filho, a presença do outro progenitor, levando a criança
a também desconhecê-la; t) não permite que a criança
esteja com o progenitor alienado em ocasiões outras que
não aquelas prévia e expressamente estipuladas12,13.
http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1174.pdf
Priscila Maria Pereira Corrêa da Fonseca1
1Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica, Doutora em Direito Processual Civil pela Universidade de São Paulo e Professora de Direito Comercial na Faculdade de Direito da USP
Tendo em vista o casuísmo das situações que levam
à identificação da síndrome de alienação parental,
a melhor forma de reconhecê-las encontra-se no padrão
de conduta do genitor alienante, o qual se mostra
caracterizado quando este, dentre outras atitudes: a)
denigre a imagem da pessoa do outro genitor; b) organiza
diversas atividades para o dia de visitas, de modo
a torná-las desinteressantes ou mesmo inibí-las; c) não
comunica ao outro genitor fatos importantes relacionados
à vida dos filhos (rendimento escolar, agendamento
de consultas médicas, ocorrência de doenças, etc.) d)
toma decisões importantes sobre a vida dos filhos, sem
prévia consulta ao outro cônjuge (por exemplo: escolha
ou mudança de escola, de pediatra, etc.); e) viaja
e deixa os filhos com terceiros sem comunicar o outro
genitor; f) apresenta o novo companheiro à criança
como sendo seu novo pai ou mãe; g) faz comentários
desairosos sobre presentes ou roupas compradas pelo
outro genitor ou mesmo sobre o gênero do lazer que ele
oferece ao filho; h) critica a competência profissional e
a situação financeira do ex-cônjuge; i) obriga a criança
a optar entre a mãe ou o pai, ameaçando-a das conseqüências,
caso a escolha recaia sobre o outro genitor; j)
transmite seu desagrado diante da manifestação de contentamento
externada pela criança em estar com o outro
genitor; k) controla excessivamente os horários de visita;
l) recorda à criança, com insistência, motivos ou fatos
ocorridos pelos quais deverá ficar aborrecida com
o outro genitor; m) transforma a criança em espiã
da vida do ex-cônjuge; n) sugere à criança que o
outro genitor é pessoa perigosa; o) emite falsas imputações
de abuso sexual, uso de drogas e álcool;
p) dá em dobro ou triplo o número de presentes que a
criança recebe do outro genitor; q) quebra, esconde ou
cuida mal dos presentes que o genitor alienado dá ao
filho; r) não autoriza que a criança leve para a casa do
genitor alienado os brinquedos e as roupas de que mais
gosta; s) ignora em encontros casuais, quando junto com
o filho, a presença do outro progenitor, levando a criança
a também desconhecê-la; t) não permite que a criança
esteja com o progenitor alienado em ocasiões outras que
não aquelas prévia e expressamente estipuladas12,13.
http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1174.pdf
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quinta-feira, fevereiro 12, 2015
Maravilhas Divinas - Luiz de Carvalho. Igreja. Cristiansimo
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AMADO. Charles Fonseca. Poesia
AMADO
Charles Fonseca
Fico a te olhar, meu neto,
olhar perdido, absorto,
o teu sorriso maroto
tez rosa claro um afeto
A mim envolve um passado
que tive agora é teu
o meu presente, oh Deus,
pra todo o sempre um amado.
Charles Fonseca
Fico a te olhar, meu neto,
olhar perdido, absorto,
o teu sorriso maroto
tez rosa claro um afeto
A mim envolve um passado
que tive agora é teu
o meu presente, oh Deus,
pra todo o sempre um amado.
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Poesia
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MEU TRABALHO hoje. 10 abdominais para encher cada saco. 25 em ordem unida
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Tango. Uma hora. Instrumental
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quarta-feira, fevereiro 11, 2015
A avó. Olavo Bilac. Poesia
A avó
Olavo Blac
A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha! . . .
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.
Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,
E cochila a noite inteira.
Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala . . .
Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando . . .
A velha acorda sorrindo,
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.
Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos, doirados.
Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
"Ó vovó! conte uma história!
Conte uma história bonita!"
Então, com frases pausadas,
Conta historias de quimeras,
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas . . .
E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
— Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem . . .
Olavo Blac
A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha! . . .
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.
Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,
E cochila a noite inteira.
Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala . . .
Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando . . .
A velha acorda sorrindo,
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.
Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos, doirados.
Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
"Ó vovó! conte uma história!
Conte uma história bonita!"
Então, com frases pausadas,
Conta historias de quimeras,
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas . . .
E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
— Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem . . .
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Olavo Bilac,
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Karl Marx e os Governos Comunistas
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TENHO UM LIVRO para ser lido e doado; "Os dez amigos de Freud". Interessados deverão mandar mensagem no Facebook in box ou e-mail. Exclusivamente. Frete a ser pago pelo destinatário na agencia dos correios mais próxima quando lhe será entregue. Necessário informar CPF.
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Psicanálise
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terça-feira, fevereiro 10, 2015
Ensino da vida. Guimarães Rosa
Mire e veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou.
João Guimarães Rosa
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Guimarães Rosa,
prosa
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VÁ PRA PORTO RICO. Fico por aqui mesmo. Lá é bom mas está uma merda. Aqui está uma merda mas vai voltar a ser bom.
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prosa
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Polícia usa psicologia para que suspeito confesse crime
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Psicologia
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QUANDO ALGUÉM LHE FALA com muita raiva olhe com ar de paisagem e ouça com a atenção de uma pedra. Charles Fonseca
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Prosa.
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ESTE LIVRO TEM O FIM de ser lido e doado". Assim escrevo no que faço doação.
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Prosa.
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O QUE IMPORTA não é tanto recordar o passado mas o que você faz dele, como o reconstrói. Charles Fonseca
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Psicanálise
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DESTINO. Charles Fonseca. Poesia
DESTINO
Charles Fonseca
O destino desfolhou
um amar no corpo físico
querer bem na alma tísico
o poeta em sua dor
ficou só a ver navios
ancorado beira cais
da tristeza e quer mais
uma chama mil pavios
mantenham a luz seu olhar
na noite escura chama
beijá-la ao pé da cama
cobri-la beijos sem par
Charles Fonseca
O destino desfolhou
um amar no corpo físico
querer bem na alma tísico
o poeta em sua dor
ficou só a ver navios
ancorado beira cais
da tristeza e quer mais
uma chama mil pavios
mantenham a luz seu olhar
na noite escura chama
beijá-la ao pé da cama
cobri-la beijos sem par
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segunda-feira, fevereiro 09, 2015
DIFÍCIL não haver numa família extendida um ser sem caráter. Charles Fonseca
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Prosa.
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Achei um grande amigo. Igreja. Cristianismo.
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...Achei um grande amigo,
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Igreja
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Os tristes descaminhos. Vinicius de Moraes. Prosa
OS TRISTES DESCAMINHOS
Vinicius de Moraes
Quanto tempo, meu Deus, vai-se passar ainda até que um homem, rodando por essas estradas brasileiras de conservação tão precária, mas assim mesmo tão lindas, possa-se dizer, como se diz um americano, um alemão, um russo, um holandês, um canadense, um sueco - e pelo menos isto: não há fome? Até quando essas faces terrosas, esses olhos opacos, esses braços finos, essa pasmaceira filha de uma longa indigência sem remédio? Quando virá o dia em que, ao se parar num botequim para um café, não nos chegará de mão estendida uma criança imunda e endefluxada a nos exigir uma esmola com um duro olhar adulto? Ou um idiota de boca torta, os braços ainda saudosos da posição fetal, para nos dizer de sua angústia em sons afásicos, fazendo-nos olhar para outro lado como se não o estivéssemos vendo? Sim, porque o que é que adianta ver?
São seres humanos, patrícios nossos, que tiveram a desgraça de ser concebidos na miséria, de semente já enfraquecida por endemias e carências - e isto numa terra vasta e generosa, em que se plantando, tudo dá. Ficam parados à porta dos casebres e das tendinhas, ou estão sempre em marcha ao longo das rodovias, transportando suas avitaminoses, seus vermes intestinais, sua dor de dentes crônica, para ir trabalhar num roçado cinco léguas adiante. E à noitinha voltam, silenciosos e apressados, pelas mesmas estradas, para o prato sem proteínas que lhes serve urna velha mulher jovem, a quem faltam os incisivos, enquanto no chão de terra batida choraminga sobre os próprios excrementos o último fruto de sua triste condição. Porque, sim! Constituem, em sua sórdida pobreza, um casal: a célula da criação; um casal que, um amparado no outro, segue em frente, na direção onde o levam a vida e a necessidade, repartindo o trabalho, a comida, o sonho. Sonho? - que sonho? Um casal capaz de criar, produzir, vender, ganhar, ter uma casinha com uma cama, uma mesa, um fogão a lenha e uma privada. Capaz de comprar uma merendeira para a filhinha que vai à escola. Escola? - que esperança!
Não, não são seres humanos. São bichos. É um verme humano, uma lombriga de calça e suspensórios, um ascarídeo que leva outro dentro. Cobrem o teto e a cabeça com palha, fumam palha, dormem sobre palha, são palha eles próprios - palha seca que se desfaz à simples fricção dos dedos.
Por que me apiedo deles? O que posso eu fazer por eles quando acima, muito acima de mim, muito acima do meu país, erguem-se forças cujo fragílimo equilíbrio reside em sua própria capacidade de destruição; forças cuja agressividade já independe, porque ultrapassaram todos os limites do cognoscível, forças que se podem desencadear num átimo por excesso de tensão?
No entanto, corta-me o peito vê-los em exposição como figuras de barro de um mau artista folclórico, acocorados onde os larga sua imemorial fadiga, pitando e cuspindo a saliva grossa do fumo de rolo, portadores, quase sempre, de conjuntivite crônica, às vezes rindo um riso matreiro com as gengivas desdentadas. Matreiro, por quê? Que espécie de inteligência podem ter senão a do instinto aguçado pela necessidade de sobrevivência, que lhes faz preciso o machado, rápida a foice, fulminante a faca que mata para não morrer?
São patrícios nossos, que não têm voz e não têm vez. Em suas vísceras carcomidas se gera lentamente o câncer, alimentado, também, por uma progressiva indiferença. Que adianta lutar? A única coisa a fazer é o gesto de cortar ou ceifar, levar a mão à boca e virar de um golpe a pinga ruim, onde fermenta a cólera assassina, deslocar os ossos da companheira esquálida num breve ato de prazer animal. Prazer? - que prazer? E conformar-se ao ver-lhe o ventre, já inchado de farinha, inchar mais, inchar mais, até, numa primeira lua nova, expelir um feto natimorto, ou destinado a morrer no primeiro ano de vida, quando não vinga por milagre para repetir, anos mais tarde, aquela mesma miserável mímica.
Que tristeza! E aí estão eles, pelas estradas do Brasil adentro, pobres imagens de cerâmica barata toscamente esculpidas. Às vezes, à porta do barraco, ponteiam sem emoção sons de viola e cantam toadas trêmulas, que falam da mesmice de sua vida, ou amores trágicos e valentias justiceiras, tendo como únicos ouvintes uma lua, no céu, um mocho num galho, uma aranha em sua teia, um vira-lata amigo, com as costelas à mostra.
Um dia, amanhecem mortos. Morreram de nó na tripa, transnominação eufemística para o câncer, a ruptura de hérnia, o vôlvulo, a úlcera gástrica, a cirrose hepática. E são enterrados em cova rasa, no cemiteriozinho mais próximo: primeira e última generosidade do dono de terra para quem trabalham; senão, é abrir um buraco por ali mesmo e jogar o defunto dentro. Deixam para trás uma nova meretriz, que vende a pele frouxa e os seios deflatados para sustentar a prole. São gente sem história.
Meu amor, acorda, não me deixes, só, nesta sala noturna, a escrever estas tristezas. Não me deixes mais recordar esses casebres pobres de beira-estrada onde dormem e morrem irmãos meus em quem se descoloriu o sangue. Eu os estou vendo agora, dentro da noite negra a mugir inaudivelmente sua indiferença, os magros corpos magoados pela tábua dura das enxergas. Eles não sabem por que vieram, não sabem por que permanecem, não sabem para onde vão. Eles só sabem de uma coisa: ninguém se lembra deles, e eu também não quero lembrar mais. Vem, amiga, me serve um uísque, dose dupla, muito gelo. E põe depressa um disco dos Beatles na vitrola.
Vinicius de Moraes
Quanto tempo, meu Deus, vai-se passar ainda até que um homem, rodando por essas estradas brasileiras de conservação tão precária, mas assim mesmo tão lindas, possa-se dizer, como se diz um americano, um alemão, um russo, um holandês, um canadense, um sueco - e pelo menos isto: não há fome? Até quando essas faces terrosas, esses olhos opacos, esses braços finos, essa pasmaceira filha de uma longa indigência sem remédio? Quando virá o dia em que, ao se parar num botequim para um café, não nos chegará de mão estendida uma criança imunda e endefluxada a nos exigir uma esmola com um duro olhar adulto? Ou um idiota de boca torta, os braços ainda saudosos da posição fetal, para nos dizer de sua angústia em sons afásicos, fazendo-nos olhar para outro lado como se não o estivéssemos vendo? Sim, porque o que é que adianta ver?
São seres humanos, patrícios nossos, que tiveram a desgraça de ser concebidos na miséria, de semente já enfraquecida por endemias e carências - e isto numa terra vasta e generosa, em que se plantando, tudo dá. Ficam parados à porta dos casebres e das tendinhas, ou estão sempre em marcha ao longo das rodovias, transportando suas avitaminoses, seus vermes intestinais, sua dor de dentes crônica, para ir trabalhar num roçado cinco léguas adiante. E à noitinha voltam, silenciosos e apressados, pelas mesmas estradas, para o prato sem proteínas que lhes serve urna velha mulher jovem, a quem faltam os incisivos, enquanto no chão de terra batida choraminga sobre os próprios excrementos o último fruto de sua triste condição. Porque, sim! Constituem, em sua sórdida pobreza, um casal: a célula da criação; um casal que, um amparado no outro, segue em frente, na direção onde o levam a vida e a necessidade, repartindo o trabalho, a comida, o sonho. Sonho? - que sonho? Um casal capaz de criar, produzir, vender, ganhar, ter uma casinha com uma cama, uma mesa, um fogão a lenha e uma privada. Capaz de comprar uma merendeira para a filhinha que vai à escola. Escola? - que esperança!
Não, não são seres humanos. São bichos. É um verme humano, uma lombriga de calça e suspensórios, um ascarídeo que leva outro dentro. Cobrem o teto e a cabeça com palha, fumam palha, dormem sobre palha, são palha eles próprios - palha seca que se desfaz à simples fricção dos dedos.
Por que me apiedo deles? O que posso eu fazer por eles quando acima, muito acima de mim, muito acima do meu país, erguem-se forças cujo fragílimo equilíbrio reside em sua própria capacidade de destruição; forças cuja agressividade já independe, porque ultrapassaram todos os limites do cognoscível, forças que se podem desencadear num átimo por excesso de tensão?
No entanto, corta-me o peito vê-los em exposição como figuras de barro de um mau artista folclórico, acocorados onde os larga sua imemorial fadiga, pitando e cuspindo a saliva grossa do fumo de rolo, portadores, quase sempre, de conjuntivite crônica, às vezes rindo um riso matreiro com as gengivas desdentadas. Matreiro, por quê? Que espécie de inteligência podem ter senão a do instinto aguçado pela necessidade de sobrevivência, que lhes faz preciso o machado, rápida a foice, fulminante a faca que mata para não morrer?
São patrícios nossos, que não têm voz e não têm vez. Em suas vísceras carcomidas se gera lentamente o câncer, alimentado, também, por uma progressiva indiferença. Que adianta lutar? A única coisa a fazer é o gesto de cortar ou ceifar, levar a mão à boca e virar de um golpe a pinga ruim, onde fermenta a cólera assassina, deslocar os ossos da companheira esquálida num breve ato de prazer animal. Prazer? - que prazer? E conformar-se ao ver-lhe o ventre, já inchado de farinha, inchar mais, inchar mais, até, numa primeira lua nova, expelir um feto natimorto, ou destinado a morrer no primeiro ano de vida, quando não vinga por milagre para repetir, anos mais tarde, aquela mesma miserável mímica.
Que tristeza! E aí estão eles, pelas estradas do Brasil adentro, pobres imagens de cerâmica barata toscamente esculpidas. Às vezes, à porta do barraco, ponteiam sem emoção sons de viola e cantam toadas trêmulas, que falam da mesmice de sua vida, ou amores trágicos e valentias justiceiras, tendo como únicos ouvintes uma lua, no céu, um mocho num galho, uma aranha em sua teia, um vira-lata amigo, com as costelas à mostra.
Um dia, amanhecem mortos. Morreram de nó na tripa, transnominação eufemística para o câncer, a ruptura de hérnia, o vôlvulo, a úlcera gástrica, a cirrose hepática. E são enterrados em cova rasa, no cemiteriozinho mais próximo: primeira e última generosidade do dono de terra para quem trabalham; senão, é abrir um buraco por ali mesmo e jogar o defunto dentro. Deixam para trás uma nova meretriz, que vende a pele frouxa e os seios deflatados para sustentar a prole. São gente sem história.
Meu amor, acorda, não me deixes, só, nesta sala noturna, a escrever estas tristezas. Não me deixes mais recordar esses casebres pobres de beira-estrada onde dormem e morrem irmãos meus em quem se descoloriu o sangue. Eu os estou vendo agora, dentro da noite negra a mugir inaudivelmente sua indiferença, os magros corpos magoados pela tábua dura das enxergas. Eles não sabem por que vieram, não sabem por que permanecem, não sabem para onde vão. Eles só sabem de uma coisa: ninguém se lembra deles, e eu também não quero lembrar mais. Vem, amiga, me serve um uísque, dose dupla, muito gelo. E põe depressa um disco dos Beatles na vitrola.
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Vinicius de Moraes
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TURBILHÃO. Charles Fonseca. Fotografia
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É PÃO. É circo. Carnaval. É o lixo. É o lixo. Charles Fonseca
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Poesia
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Museu do Louvre. Monumentos. Arquitetura
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Arquitetura
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Repouso. Adalgisa Nery. Poesia
Repouso
Adalgisa Nery
Dá-me tua mão
E eu te levarei aos campos musicados pela
canção das colheitas
Cheguemos antes que os pássaros nos disputem
os frutos,
Antes que os insetos se alimentem das folhas
entreabertas.
Dá-me tua mão
E eu te levarei a gozar a alegria do solo
agradecido,
Te darei por leito a terra amiga
E repousarei tua cabeça envelhecida
Na relva silenciosa dos campos.
Nada te perguntarei,
Apenas ouvirás o cantar das águas adolescentes
E as palavras do meu olhar sobre tua face muito
amada.
Adalgisa Nery
Dá-me tua mão
E eu te levarei aos campos musicados pela
canção das colheitas
Cheguemos antes que os pássaros nos disputem
os frutos,
Antes que os insetos se alimentem das folhas
entreabertas.
Dá-me tua mão
E eu te levarei a gozar a alegria do solo
agradecido,
Te darei por leito a terra amiga
E repousarei tua cabeça envelhecida
Na relva silenciosa dos campos.
Nada te perguntarei,
Apenas ouvirás o cantar das águas adolescentes
E as palavras do meu olhar sobre tua face muito
amada.
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domingo, fevereiro 08, 2015
O SOLITÁRIO que ouve música muito alta pode estar sofrendo muito psiquicamente. Charles Fonseca
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prosa
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Bruegel. Babel Tower. Pintura
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Pintura
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Idiota. (Autor desconhecido)
Às vezes, é melhor ficar quieto e deixar que pensem que você é um idiota, do que escrever e não deixar nenhuma dúvida.'
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ditado
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Justo é o Senhor. Igreja. Cristianismo
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Igreja
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Qual o significado da palavra liturgia? Igreja. Cristianismo
QUAL O SIGNIFICADO DA PALAVRA LITURGIA?
1069. Originariamente, a palavra «liturgia» significa «obra pública», «serviço por parte dele em favor do povo». Na tradição cristã, quer dizer que o povo de Deus toma parte na «obra de Deus» (4). Pela liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo-Sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção.
1070. No Novo Testamento, a palavra «liturgia» é empregada para designar, não somente a celebração do culto divino mas também o anúncio do Evangelho (6) e a caridade em acto (7). Em todas estas situações, trata-se do serviço de Deus e dos homens. Na celebração litúrgica, a Igreja é serva, à imagem do seu Senhor, o único « Liturgo» (8), participando no seu sacerdócio (culto) profético (anúncio) e real (serviço da caridade):
«Com razão se considera a liturgia como o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo. Nela, mediante sinais sensíveis e no modo próprio de cada qual, significa-se e realiza-se a santificação dos homens e é exercido o culto público integral pelo corpo Místico de Jesus Cristo, isto é, pela cabeça e pelos membros. Portanto, qualquer celebração litúrgica, enquanto obra de Cristo Sacerdote e do seu corpo que é a Igreja, é acção sagrada por excelência e nenhuma outra acção da Igreja a iguala em eficácia com o mesmo título e no mesmo grau» (9).
Catecismo
1069. Originariamente, a palavra «liturgia» significa «obra pública», «serviço por parte dele em favor do povo». Na tradição cristã, quer dizer que o povo de Deus toma parte na «obra de Deus» (4). Pela liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo-Sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção.
1070. No Novo Testamento, a palavra «liturgia» é empregada para designar, não somente a celebração do culto divino mas também o anúncio do Evangelho (6) e a caridade em acto (7). Em todas estas situações, trata-se do serviço de Deus e dos homens. Na celebração litúrgica, a Igreja é serva, à imagem do seu Senhor, o único « Liturgo» (8), participando no seu sacerdócio (culto) profético (anúncio) e real (serviço da caridade):
«Com razão se considera a liturgia como o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo. Nela, mediante sinais sensíveis e no modo próprio de cada qual, significa-se e realiza-se a santificação dos homens e é exercido o culto público integral pelo corpo Místico de Jesus Cristo, isto é, pela cabeça e pelos membros. Portanto, qualquer celebração litúrgica, enquanto obra de Cristo Sacerdote e do seu corpo que é a Igreja, é acção sagrada por excelência e nenhuma outra acção da Igreja a iguala em eficácia com o mesmo título e no mesmo grau» (9).
Catecismo
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Carlos Gardel. Uma hora de sucessos. Música
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sábado, fevereiro 07, 2015
RINDO. Charles Fonseca. Poesia
RINDO
Charles Fonseca
A Deus subo em oratório
e o subir é como escada
ou então é como água
desce rio mágoas molhos
Trago aos céus tantos não sonhos
fartas ilusões tão frouxas
certezas correndo soltas
não dão conta dos tristonhos
Raios de um sol já findo
muitos foram os da aurora
perdidos no mundo afora
tristes ais no entanto eu rindo.
Charles Fonseca
A Deus subo em oratório
e o subir é como escada
ou então é como água
desce rio mágoas molhos
Trago aos céus tantos não sonhos
fartas ilusões tão frouxas
certezas correndo soltas
não dão conta dos tristonhos
Raios de um sol já findo
muitos foram os da aurora
perdidos no mundo afora
tristes ais no entanto eu rindo.
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Antífona. Música. Igreja. Cristianismo
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sexta-feira, fevereiro 06, 2015
Degenerado. Reinaldo Azevedo. Política
"É preciso distinguir a ilegalidade como desvio da norma –por obra de salafrários agindo sozinhos ou em bando– daquela outra, sistêmica, que se revela como forma de conquista do Estado, com a constituição de um governo paralelo, gerenciado por um ente de razão degenerado."
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quinta-feira, fevereiro 05, 2015
Elvira escuta. Juscelino Kubistcheck e grupo de seresta de Ciamantina. Música
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Eu sou Diógenes, o cão. Filosofia. História
Eu sou Diógenes, o cão.
Fonte: cultura de travesseiro
Diógenes, uma das figuras mais pitorescas da história da filosofia, é reconhecido como o filósofo que desprezou ostensivamente os poderosos e as convenções sociais. Nasceu em Sínope e, exilado de sua terra natal, em Atenas foi discípulo de Antístenes (c.444-365 a.C.), um antigo pupilo de Sócrates, fundador da filosofia cínica. Contam que a sua iniciação como discípulo foi graças a sua obstinação. Logo ao chegar a Atenas, Diógenes deparou-se com Antístenes que não queria acolher a mais ninguém como aluno, rejeitando, assim, o insistente Diógenes que, por sua vez, não deu-se por vencido. Chegando ao extremo da persistência, Antístenes irritado estendeu o seu bastão contra Diógenes que lhe ofereceu a cabeça, acrescentando: “Pode golpear, pois não encontrarás um bastão tão duro que possa me fazer desistir de obter que me digas algo, como a mim parece que devas”. A partir daí tornou-se seu ouvinte e discípulo.
Diógenes levou ao extremo os preceitos cínicos de seu mestre Antístenes. Foi o exemplo vivo que perpetuou a indiferença cínica perante os valores da sociedade da qual fazia parte. Desprezava a opinião pública e parece ter vivido em uma pipa ou barril. Reza a lenda que seus únicos bens eram um alforje, um bastão e uma tigela (que simbolizavam o desapego e autossuficiência perante o mundo), sendo ele conhecido também, como Diógenes o cão. Alexandre, o Grande, certa vez o encontrou e lhe disse: “Eu sou Alexandre, o grande rei”. Diógenes, por sua vez: “E eu sou Diógenes, o cão”.
Diógenes acreditava que os humanos viviam artificialmente de maneira hipócrita e poderiam fazer bem ao estudar o cão. Afinal o cão é capaz de realizar suas funções corporais naturais em público sem constrangimento, um cachorro comerá qualquer coisa, e não fará estardalhaço sobre que lugar dormir. Cachorros vivem o presente sem ansiedade, e não possuem as pretensões da filosofia abstrata. Somando-se ainda a estas virtudes, cachorros aprendem instintivamente quem é amigo e quem é inimigo. Diferente dos humanos que enganam e são enganados uns pelos outros, cães reagem com honestidade frente à verdade.
Interrogado certa feita sobre de qual raça de cão seria, respondeu: “Quando tenho fome, um maltês, quando estou saciado, um molosso, aquela espécie que as pessoas mais elogiam, mas com a qual todavia não têm coragem de sair para caçar por causa da fadiga. Assim, não podeis conviver comigo, porque tendes medo de sofrer”.
Diógenes é tido como um dos primeiros homens (antecedido por Sócrates com a sua célebre frase "Não sou nem ateniense nem grego, mas sim um cidadão do mundo.") a afirmar, "Sou uma criatura do mundo, e não de um estado ou uma cidade particular", manifestando assim um cosmopolitismo relativamente raro em seu tempo.
Provavelmente, Diógenes foi o mais folclórico dos filósofos. São inúmeras as histórias que se contavam sobre ele já na Antigüidade. É famosa, por exemplo, a história de que ele saía em plena luz do dia com uma lanterna acesa procurando por homens verdadeiros (ou seja, homens auto-suficientes e virtuosos).
Igualmente famosa é sua história com Alexandre, o Grande, que, ao encontrá-lo, ter-lhe-ia perguntado o que poderia fazer por ele. Acontece que devido à posição em que se encontrava, Alexandre fazia-lhe sombra. Diógenes, então, olhando para a Alexandre, disse: "Não me tires o que não me podes dar!" (variante: "deixe-me ao meu sol"). Essa resposta impressionou vivamente Alexandre, que, na volta, ouvindo seus oficiais zombarem de Diógenes, disse: "Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes."
Outra história famosa é a de que, tendo sido repreendido por estar se masturbando em público, simplesmente exclamou: "Oh! Mas que pena que não se possa viver apenas esfregando a barriga!"
Outra história ainda é a de que um dia Diógenes foi visto pedindo esmola a uma estátua. Quando lhe perguntaram o motivo de tal conduta ele respondeu "por dois motivos: primeiro é que ela é cega e não me vê, e segundo é que eu me acostumo a não receber algo de alguém e nem depender de alguém."
Fonte: cultura de travesseiro
Diógenes, uma das figuras mais pitorescas da história da filosofia, é reconhecido como o filósofo que desprezou ostensivamente os poderosos e as convenções sociais. Nasceu em Sínope e, exilado de sua terra natal, em Atenas foi discípulo de Antístenes (c.444-365 a.C.), um antigo pupilo de Sócrates, fundador da filosofia cínica. Contam que a sua iniciação como discípulo foi graças a sua obstinação. Logo ao chegar a Atenas, Diógenes deparou-se com Antístenes que não queria acolher a mais ninguém como aluno, rejeitando, assim, o insistente Diógenes que, por sua vez, não deu-se por vencido. Chegando ao extremo da persistência, Antístenes irritado estendeu o seu bastão contra Diógenes que lhe ofereceu a cabeça, acrescentando: “Pode golpear, pois não encontrarás um bastão tão duro que possa me fazer desistir de obter que me digas algo, como a mim parece que devas”. A partir daí tornou-se seu ouvinte e discípulo.
Diógenes levou ao extremo os preceitos cínicos de seu mestre Antístenes. Foi o exemplo vivo que perpetuou a indiferença cínica perante os valores da sociedade da qual fazia parte. Desprezava a opinião pública e parece ter vivido em uma pipa ou barril. Reza a lenda que seus únicos bens eram um alforje, um bastão e uma tigela (que simbolizavam o desapego e autossuficiência perante o mundo), sendo ele conhecido também, como Diógenes o cão. Alexandre, o Grande, certa vez o encontrou e lhe disse: “Eu sou Alexandre, o grande rei”. Diógenes, por sua vez: “E eu sou Diógenes, o cão”.
Diógenes acreditava que os humanos viviam artificialmente de maneira hipócrita e poderiam fazer bem ao estudar o cão. Afinal o cão é capaz de realizar suas funções corporais naturais em público sem constrangimento, um cachorro comerá qualquer coisa, e não fará estardalhaço sobre que lugar dormir. Cachorros vivem o presente sem ansiedade, e não possuem as pretensões da filosofia abstrata. Somando-se ainda a estas virtudes, cachorros aprendem instintivamente quem é amigo e quem é inimigo. Diferente dos humanos que enganam e são enganados uns pelos outros, cães reagem com honestidade frente à verdade.
Interrogado certa feita sobre de qual raça de cão seria, respondeu: “Quando tenho fome, um maltês, quando estou saciado, um molosso, aquela espécie que as pessoas mais elogiam, mas com a qual todavia não têm coragem de sair para caçar por causa da fadiga. Assim, não podeis conviver comigo, porque tendes medo de sofrer”.
Diógenes é tido como um dos primeiros homens (antecedido por Sócrates com a sua célebre frase "Não sou nem ateniense nem grego, mas sim um cidadão do mundo.") a afirmar, "Sou uma criatura do mundo, e não de um estado ou uma cidade particular", manifestando assim um cosmopolitismo relativamente raro em seu tempo.
Provavelmente, Diógenes foi o mais folclórico dos filósofos. São inúmeras as histórias que se contavam sobre ele já na Antigüidade. É famosa, por exemplo, a história de que ele saía em plena luz do dia com uma lanterna acesa procurando por homens verdadeiros (ou seja, homens auto-suficientes e virtuosos).
Igualmente famosa é sua história com Alexandre, o Grande, que, ao encontrá-lo, ter-lhe-ia perguntado o que poderia fazer por ele. Acontece que devido à posição em que se encontrava, Alexandre fazia-lhe sombra. Diógenes, então, olhando para a Alexandre, disse: "Não me tires o que não me podes dar!" (variante: "deixe-me ao meu sol"). Essa resposta impressionou vivamente Alexandre, que, na volta, ouvindo seus oficiais zombarem de Diógenes, disse: "Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes."
Outra história famosa é a de que, tendo sido repreendido por estar se masturbando em público, simplesmente exclamou: "Oh! Mas que pena que não se possa viver apenas esfregando a barriga!"
Outra história ainda é a de que um dia Diógenes foi visto pedindo esmola a uma estátua. Quando lhe perguntaram o motivo de tal conduta ele respondeu "por dois motivos: primeiro é que ela é cega e não me vê, e segundo é que eu me acostumo a não receber algo de alguém e nem depender de alguém."
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Membros do 40º Batalhão de Infantaria na trincheira,1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República). Hisória. Fotografia
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Canção do boêmio. Castro Alves. Poesia
CANÇÃO DO BOÊMIO
Castro Alves
Que noite fria! Na deserta rua
Tremem de medo os lampiões sombrios.
Densa garoa faz fumar a lua,
Ladram de tédio vinte cães vadios.
Nini formosa! por que assim fugiste?
Embalde o tempo à tua espera conto.
Não vês, não vês?... Meu coração é triste
Como um calouro quando leva ponto.
A passos largos eu percorro a sala
Fumo um cigarro, que filei na escola...
Tudo no quarto de Nini me fala
Embalde fumo... tudo aqui me amola.
Diz-me o relógio cinicando a um canto
"onde está ela que não veio ainda?"
Diz-me a poltrona "por que tardas tanto?
Quero aquecer-te, rapariga linda."
Em vão a luz da crepitante vela
De Hugo clareia uma canção ardente;
Tens um idílio — em tua fronte bela...
Um ditirambo — no teu seio quente ...
Pego o compêndio... inspiração sublime
P'ra adormecer... inquietações tamanhas...
Violei à noite o domicílio, ó crime!
Onde dormia uma nação... de aranhas...
Morrer de frio quando o peito é brasa...
Quando a paixão no coração se aninha!?...
Vós todos, todos, que dormis em casa,
Dizei se há dor, que se compare à minha!...
Nini! o horror deste sofrer pungente
Só teu sorriso neste mundo acalma...
Vem aquecer-me em teu olhar ardente...
Nini! tu és o cache-nez dest'alma.
Deus do Boêmio!... São da mesma raça
As andorinhas e o meu anjo louro...
Fogem de mim se a primavera passa
Se já nos campos não há flores de ouro ...
E tu fugiste, pressentindo o inverno.
Mensal inverno do viver boêmio...
Sem te lembrar que por um riso terno
Mesmo eu tomara a primavera a prêmio...
No entanto ainda do Xerez fogoso
Duas garrafas guardo ali... Que minas!
Além de um lado o violão saudoso
Guarda no seio inspirações divinas ...
Se tu viesses... de meus lábios tristes
Rompera o canto... Que esperança inglória...
Ela esqueceu o que jurar lhe vistes
Ó Paulicéia, Ó Ponte-grande, ó Glória!...
—————
Batem!... que vejo! Ei-la afinal comigo...
Foram-se as trevas... fabricou-se a luz...
Nini! pequei... dá-me exemplar castigo!
Sejam teus braços... do martírio a cruz!...
Castro Alves
Que noite fria! Na deserta rua
Tremem de medo os lampiões sombrios.
Densa garoa faz fumar a lua,
Ladram de tédio vinte cães vadios.
Nini formosa! por que assim fugiste?
Embalde o tempo à tua espera conto.
Não vês, não vês?... Meu coração é triste
Como um calouro quando leva ponto.
A passos largos eu percorro a sala
Fumo um cigarro, que filei na escola...
Tudo no quarto de Nini me fala
Embalde fumo... tudo aqui me amola.
Diz-me o relógio cinicando a um canto
"onde está ela que não veio ainda?"
Diz-me a poltrona "por que tardas tanto?
Quero aquecer-te, rapariga linda."
Em vão a luz da crepitante vela
De Hugo clareia uma canção ardente;
Tens um idílio — em tua fronte bela...
Um ditirambo — no teu seio quente ...
Pego o compêndio... inspiração sublime
P'ra adormecer... inquietações tamanhas...
Violei à noite o domicílio, ó crime!
Onde dormia uma nação... de aranhas...
Morrer de frio quando o peito é brasa...
Quando a paixão no coração se aninha!?...
Vós todos, todos, que dormis em casa,
Dizei se há dor, que se compare à minha!...
Nini! o horror deste sofrer pungente
Só teu sorriso neste mundo acalma...
Vem aquecer-me em teu olhar ardente...
Nini! tu és o cache-nez dest'alma.
Deus do Boêmio!... São da mesma raça
As andorinhas e o meu anjo louro...
Fogem de mim se a primavera passa
Se já nos campos não há flores de ouro ...
E tu fugiste, pressentindo o inverno.
Mensal inverno do viver boêmio...
Sem te lembrar que por um riso terno
Mesmo eu tomara a primavera a prêmio...
No entanto ainda do Xerez fogoso
Duas garrafas guardo ali... Que minas!
Além de um lado o violão saudoso
Guarda no seio inspirações divinas ...
Se tu viesses... de meus lábios tristes
Rompera o canto... Que esperança inglória...
Ela esqueceu o que jurar lhe vistes
Ó Paulicéia, Ó Ponte-grande, ó Glória!...
—————
Batem!... que vejo! Ei-la afinal comigo...
Foram-se as trevas... fabricou-se a luz...
Nini! pequei... dá-me exemplar castigo!
Sejam teus braços... do martírio a cruz!...
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quarta-feira, fevereiro 04, 2015
Chauncey Bradley Yves, c. 1880-92 - Undine Rising from the Waters Yale University Art Gallery, New Haven. E43. Pintura
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Otto Maria Carpeaux
O Carpeaux esquerdista foi uma caricatura patética do Carpeaux de "Origens e Fins", "A Cinza do Purgatório" e "História da Literatura Ocidental".
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Olavo de Carvalho
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terça-feira, fevereiro 03, 2015
ÁGUA. Charles Fonseca. Meio ambiente
Água para os pássaros livres, água para o cão pastor alemão, água do ar condicionado, água de jardinagem, água para lavar os ladrilhos em volta da casa: água de chuva coletada iniciamente em baldes de 109 litros, plásticos, aparada de seis pontos a partir do teto da casa. Água de lavar pano de chão: água da torneira; de cada lavagem de 3 panos, 3 dos 4 baldes do enxague coletados para uso do vaso sanitário da área de serviço. Água de banho do aquecedor solar; até que chegue a água morna, água fria coletada em balde com destino próximo.
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segunda-feira, fevereiro 02, 2015
Johann König - The Death of Niobe's Children. SV. Pintura
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domingo, fevereiro 01, 2015
Guerra de Canudos. Bahia. Brasil
Membros do 40º Batalhão de Infantaria na trincheira,1897 (Flávio de Barros/Acervo Museu da República).
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AO VENTO. Charles Fonseca. Poesia
AO VENTO
Charles Fonseca
Por que eu faço versos
é mistério, é destino,
é chamado do divino
viés é do controverso
É catarse, é lamento,
também gesto de esperança,
verdade ponta de lança
mentira, folhas ao vento.
Charles Fonseca
Por que eu faço versos
é mistério, é destino,
é chamado do divino
viés é do controverso
É catarse, é lamento,
também gesto de esperança,
verdade ponta de lança
mentira, folhas ao vento.
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Chico Anysio no Jô Soares - Velhinha Profissional
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Chico Anysio,
Humor.,
Televisão.
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Evangelho segundo São Marcos 1,21-28.
Evangelho segundo São Marcos 1,21-28.
Jesus chegou a Cafarnaum e quando, no sábado seguinte, entrou na sinagoga e começou a ensinar,
todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque os ensinava com autoridade e não como os escribas.
Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro, que começou a gritar:
Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus.
Jesus repreendeu-o, dizendo: “Cala-te e sai desse homem”.
O espírito impuro, agitando-o violentamente, soltou um forte grito e saiu dele.
Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: “Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!”.
E logo a fama de Jesus se divulgou por toda a parte, em toda a região da Galileia.
Jesus chegou a Cafarnaum e quando, no sábado seguinte, entrou na sinagoga e começou a ensinar,
todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque os ensinava com autoridade e não como os escribas.
Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro, que começou a gritar:
Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus.
Jesus repreendeu-o, dizendo: “Cala-te e sai desse homem”.
O espírito impuro, agitando-o violentamente, soltou um forte grito e saiu dele.
Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: “Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!”.
E logo a fama de Jesus se divulgou por toda a parte, em toda a região da Galileia.
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