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sexta-feira, outubro 31, 2014

Adriana Calcanhotto- Seu Pensamento. Música

O Juízo final. Igreja. Cristianismo.

V. O Juízo final

1038. A ressurreição de todos os mortos, «justos e pecadores» (Act 24, 15), há-de preceder o Juízo final. Será «a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a sua voz e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida, e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação» (Jo 5, 28-29). Então Cristo virá «na sua glória, com todos os seus anjos [...]. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. [...] Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna» (Mt 25, 31-33.46).

1039. É perante Cristo, que é a Verdade, que será definitivamente posta descoberto a verdade da relação de cada homem com Deus (636). O Juízo final revelará, até às suas últimas consequências, o que cada um tiver feito ou deixado de fazer de bem durante a sua vida terrena:

«Todo o mal que os maus fazem é registado – e eles não o sabem. No dia em que "Deus virá e não se calará" (Sl 50, 3) [...]. Então, Ele Se voltará para os da sua esquerda: "Na terra, dir-lhes-á, Eu tinha posto para vós os meus pobrezinhos, Eu, Cabeça deles, estava no céu sentado à direita do Pai – mas na terra os meus membros tinham fome: o que vós tivésseis dado aos meus membros, teria chegado à Cabeça. Quando Eu coloquei os meus pobrezinhos na terra, constituí-os vossos portadores para trazerem as vossas boas obras ao meu tesouro. Vós nada depositastes nas mãos deles: por isso nada encontrais em Mim"» (637).

1040. O Juízo final terá lugar quando acontecer a vinda gloriosa de Cristo. Só o Pai sabe o dia e a hora, só Ele decide sobre a sua vinda. Pelo seu Filho Jesus Cristo. Ele pronunciará então a sua palavra definitiva sobre toda a história. Nós ficaremos a saber o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais a sua providência tudo terá conduzido para o seu fim último. O Juízo final revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas pelas suas criaturas e como o seu amor é mais forte do que a morte (638).

1041. A mensagem do Juízo final é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda aos homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6, 2). Ela inspira o santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e anuncia a «feliz esperança» (Tt 2, 13) do regresso do Senhor, que virá «para ser glorificado nos seus santos, e admirado em todos os que tiverem acreditado» (2 Ts 1, 10).

Catecismo

The Baker Arent Oostwaard and his Wife, Catharina Keizerswaard, Jan Havicksz. Steen, 1658. Pintura

quarta-feira, outubro 29, 2014

Olha-me! Olavo Bilac. Poesia

Olha-me!
Olavo Bilac

XX

Olha-me! O teu olhar sereno e brando
Entra-me o peito, como um largo rio
De ondas de ouro e de luz, límpido, entrando
O ermo de um bosque tenebroso e frio.

Fala-me! Em grupos doudejantes, quando
Falas, por noites cálidas de estio,
As estrelas acendem-se, radiando,
Altas, semeadas pelo céu sombrio.

Olha-me assim! Fala-me assim! De pranto
Agora, agora de ternura cheia,
Abre em chispas de fogo essa pupila...

E enquanto eu ardo em sua luz, enquanto
Em seu fulgor me abraso, uma sereia
Soluce e cante nessa voz tranqüila!

terça-feira, outubro 28, 2014

Sarcophagus, 250-260 AD - Hercules, The 12 Works of Hercules Sidamara, Turquia. E44. Escultura

Os sapos. Manuel Bandeira. Poesia

Os sapos
Manuel Bandeira

Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.


Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
— "Meu pai foi à guerra!"
— "Não foi!" — "Foi!" — "Não foi!".


O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: — "Meu cancioneiro
É bem martelado.


Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos!


O meu verso é bom
Frumento sem joio
Faço rimas com
Consoantes de apoio.


Vai por cinqüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma.


Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas . . ."


Urra o sapo-boi:
— "Meu pai foi rei" — "Foi!"
— "Não foi!" — "Foi!" — "Não foi!"


Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
— "A grande arte é como
Lavor de joalheiro.


Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo."


Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas:
— "Sei!" — "Não sabe!" — "Sabe!".


Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Verte a sombra imensa;


Lá, fugindo ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é


Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio

segunda-feira, outubro 27, 2014

André Rieu - Volare (Teaser)

A SAUDADE. Charles Fonseca. Poesia

A SAUDADE
Charles Fonseca

A saudade no meu peito
Já começa na aurora
Ela chega, vou embora,
Ela vai, fico sem jeito

De ficar, foi tudo sonho,
Foi cochilo, foi quimera,
Só cochicho, ai quem dera!
Põe-se o sol, fico tristonho.

Os dois Brasís. Política

Convivência. Charles Fonseca. Fotografia

Sem desânimo, pessoal, bola prá frente !! . Marcelo Ferreira Caixeta

Sem desânimo, pessoal, bola prá frente !! Continuamos felizes por podermos andar e trabalhar; o trabalho é nosso galardão e nossa felicidade !. Com ciência e com humanismo, nossa CAUSA é Infinita ! Isso ninguém irá conspurcar no nosso dia-a-dia. Nós somos médicos, somos FORTES, lidamos no dia-a-dia com o que há de mais triste na Existência Humana, a Dor, o Sofrimento e a Morte. Estamos em pé e trabalhando. Será uma "eleiçãozinha" que irá derrubar a nossa Força ?
10 motivos para acreditarmos em nossa força, nosso futuro e nossa causa:
1) No decorrer de nossa luta, nos unimos. Temos muito trabalho e muito valor pela frente. P.ex.,, quem melhor conhece o CAOS instalado na Medicina Pública do que nós ?? Vamos nos calar ? Ou vamos lutar e continuar DENUNCIANDO, dia-apos-dia ? Nos unindo e nos conscientizando , e a toda socieadade ?
2) Aprendemos a nos articular e agir, começamos a ser respeitados.
3) Fomos atacados pela imprensa nacional, várias vezes, sinal que fizemos barulho, incomodamos, mais até que muitas Entidades, “endinheiradas e articuladas”. Muito mais que muitos partidos políticos.
4) Fizeram até “propaganda do Dia dos Médicos” para nos agradarem, sinal que estávamos fazendo a diferença. O temor estava estampado em seus olhos.
5) Aécio estava com 14% dos votos, tivemos forte participação , a classe profissional que mais participou, para elevá-lo a quase 50% dos votos. O mesmo podemos dizer quanto a Padilha, que ajudamos enormemente a derrotar.
6) Somos a classe profissional que mais se articulou legitimamente ( não para pedir benesses e regalias como todas as outras, mas para pedir JUSTIÇA ) conhece os rincões deste país. Quando a pobreza bater, estaremos lá. Quando a doença escurecer , estaremos lá. Quando a inflação aumentar, quando o desemprego angustiar, quando a iniciativa privada secar, a economia travar de vez, seremos nós que estaremos lá, somos nós que poderemos reeducá-los para o que é diagnidade humana de verdade, e não esmolas.
Por isto não podemos parar.
7) fomos não só respeitados, mas também temidos. Tanto é que, por várias vezes, quiseram nos retirar do ar. Conseguimos elevar em muitos pontos um candidato e torná-lo competitivo. Conseguimos derrotar o inimigo número um da Medicina no Estado mais importante da Nação. Trabalho nosso !! Como a Fênix renasceremos em qualquer lugar, onde houver luta por Dignidade de uma Medicina Melhor !
Não há como fugirem de nós !! Nosso trabalho dedicado, humano, científico, é IMPRESCINDÍVEL. Temos o melhor prognóstico possível, pois com cubanos ou sem cubanos, com “mais especialistas” ou sem, quando a dor bate à porta é ao médico científico e humano a quem recorre. E para estes o farol nunca se apaga. Estaremos lá brilhando. Não temamos, não nos hipnotizemos pelo que “achamos que vai acontecer”. Nós médicos sabemos que 90% do sofrimento advem do “medo daquilo que vai acontecer, mas nunca acontece”. Não temamos, a Verdade está do nosso lado, a Caridade, o Humanismo, a Ciência, a Vontade de Servir e de Ajudar, com nossa Ciência e nossa Arte. Estaremos sempre a postos. E aí continuaremos fazendo a diferença !!
8 ) Quando todas as classes profissionais se calaram , hipnotizadas pelos contracheques, nós fomos a voz da verdade, o farol da razão. Nós somos,hoje, o retrato da Medicina do Brasil. Quantas das principais iniciativas de nossas principais entidades passaram antes por aqui ?
9 ) Quantas criticas ao Governo, às Entidades, à organização caótica da Medicina, foram aqui primeiro ouvidas ? Sem pedantismo ou orgulho balofo, podemos dizer, sim, que temos sido o “farol da raça”, o sal da terra, e este farol não irá apagar-se., a “luz não pode ficar sob a mesa”.
10 ) Lembremo-nos sempre que nossa luta não é por um partido, por um Governo, mas por uma Medicina DIGNA de ser exercida, DIGNA de ser oferecida. Estamos só no começo. A jornada é dura, mas 1.000 quilometros começam com o primeiro passo. Estamos dando estes primeiros passos. Não podemos agora abandonar todo capital político que amealhamos. Hoje somos ouvidos, somos respeitados. Até temidos, podem crer. Neste sentido, que é o mais importante, o mais duradouro, Fomos vitoriosos !! Nossa consciência iluminou-se de um modo que jamais apagará !!
Os inimigos da Medicina Digna querem o nosso desânimo, a nossa desunião, a nossa deserçao. Muitos ficarão “mortos” ou “exaustos” pela estrada, mas não estarei entre eles. Muitos de nós não estaremos.

Impeachment de Dilma Rousseff ?

Quanto vale uma Dilma de branco. Reinaldo Azevedo. Política

Quanto vale uma Dilma de branco. Reinaldo Azevedo.


Quanto vale uma Dilma de branco, no discurso da vitória, ao lado de Ciro Nogueira, citado no escândalo do petrolão? Ou: De terno branco, com alma vermelha. Ou: Ainda não será desta vez que Dilma vai sentir falta do meu mel

Dilma no discurso da vitória: terninho branco, alma rubra
Dilma Rousseff no discurso da vitória: terninho branco, alma rubra
A presidente reeleita, Dilma Rousseff, resolveu tirar o terninho vermelho de campanha e de debates. Em seu lugar, vestiu o branco. Há a hora do Falcão e a hora da pomba. No discurso da vitória, falou em nome da paz. Cumprimentou todos os parceiros de jornada, com salamaleques especiais a Lula — nem poderia ser diferente. Entre os presentes, Ciro Nogueira, o presidente do PP, citado no escândalo do petrolão. No discurso, aquela que, segundo Alberto Youssef, sabia das vigarices na Petrobras, prometeu combater a corrupção. Ciro Nogueira aplaudiu com entusiasmo.

Dilma negou que o país esteja dividido, rachado ao meio — embora ela saiba que está, mas esse é tema para outro comentário, que ainda farei aqui. Venceu a eleição com pouco mais da metade dos votos válidos, numa disputa em que 27,44% dos eleitores se negaram a sufragar um nome: 1,71% dos votantes decidiram pelo branco; 4,63%, pelos nulos, e 21,1% se ausentaram. De fato, ela é presidente por vontade de 38% dos eleitores aptos a participar do pleito. É bem menos do que a metade. É a reeleita legítima, mas isso não muda os números.

Assim, cumpre que Dilma busque ganhar a confiança não apenas dos 51.041.155 que votaram em Aécio, mas também dos 32.277.085 que não quiseram votar em ninguém. Juntos, eles são 83.100.453, bem mais do que os 54.501.118 que a escolheram. Neste blog, eu adverti várias vezes para esse fato, não é mesmo? Critiquei severamente a campanha suja movida pelo PT porque ela acabaria deixando um rastro de ressentimentos, de rancor.

No discurso da vitória, leiam a íntegra abaixo, Dilma afirma, por exemplo:
“Toda eleição tem que ser vista como forma pacífica e segura. Toda eleição é uma forma de mudança. Principalmente para nós que vivemos em uma das maiores democracias do mundo.”

Pois é. Posso concordar em parte ao menos, embora, de fato, nas democracias, eleições signifiquem, antes de mais nada, conservação de um método: recorre-se às urnas para decidir quem governará o país. Mas sigamos. Quando o PT e Dilma transformaram os adversários em verdadeiros satãs, que fariam o país recuar nas conquistas sociais; quando os acusaram de representantes de “fantasmas do passado” — sim, essa expressão foi empregada; quando lhes atribuíram um passado que não tiveram e intenção que não teriam, será que a presidente e seu partido expressavam, de fato, fé na democracia?

Quando a chefe da nação, ainda que nas vestes da candidata, investe contra um veículo de comunicação que apenas cumpriu o seu dever, estimulando milicianos a atacar uma empresa jornalística, onde estava essa Dilma que agora veste o branco? Quando Lula comparou os opositores do PT a nazistas, acusando-os de golpistas, onde estava o PT da paz e do entendimento? “Ah, mas Aécio Neves não criticou Dilma?” É certo que sim! Mas nunca deixou de reconhecer avanços nas gestões petistas. Uma coisa é criticar a condução de políticas; outra, distinta, é acusar o adversário de articular, de forma deliberada, o mal do país.

A fala pacificadora de Dilma não me convence — até porque Gilberto Carvalho, seu secretário-geral da Presidência, quase ao mesmo atempo, falava uma linguagem de guerra. Tratarei dele em outra oportunidade. E não me convence por quê? Porque Dilma afirmou que a principal e mais urgente tarefa de seu governo é a reforma política. Ainda voltarei muitas vezes a esse assunto. Mas a tese é falaciosa. Diz a presidente reeleita que pretende conduzir o debate por meio de plebiscito — para que e com que pergunta? Em debates na TV, expressou o entendimento absurdo de que o mal essencial do nosso sistema está no financiamento de campanhas por empresas. Errado! O mal essencial no que diz respeito ao Estado está no aparelhamento do bem público em favor de partidos e camarilhas. Ou não vimos um agente do petismo, disfarçado de presidente da Agência Nacional de Águas, a fazer proselitismo eleitoral em São Paulo de maneira descarada?

Ignorar a crise de fundamentos — para ser genérico — que hoje assola a economia brasileira e que deixa o país sem perspectiva de futuro para brincar de plebiscito, constituinte exclusiva, como ela já defendeu, e reforma política corresponde a apagar incêndio com gasolina. Dilma não tenha a ilusão de que gozará de um período de lua de mel. Com ou sem razão, espero que sem (e também sobre isso falarei em outra ocasião), naquelas partes do Brasil em que pouco se olha quem sobe ou desce a rampa, desconfia-se até da inviolabilidade das urnas eleitorais.

Se a dita reforma política vai ser o seu “chamamento à união”, então, posso afirmar, com pouca chance de errar, que ela está é querendo provocar ainda mais conflitos. Não adianta vestir um terninho branco quando a alma segue vermelha, governanta.

Em seu discurso, Dilma insiste que o Brasil votou para mudar — é, talvez para que o governo mude os métodos. No que concerne às instituições, o voto crescente é para “conservar” — no caso, conservar instituições. Espero que também as oposições se deem conta disso e não tergiversem, como já fizeram no passado, na defesa dos fundamentos da democracia representativa.

No que me que diz respeito, é preciso bem mais do que um terninho branco para me comover. Ademais, sigo a máxima de que um indivíduo se dá a conhecer muito mais por seus atos do que por suas palavras.

As palavras recentes da presidente-candidata estimularam uma milícia de vagabundos a atacar uma empresa de comunicação. Por enquanto, não tem a minha simpatia nem meu voto pessoal de confiança — sei que é irrelevante para ela, mas é meu, e dele, cuido eu. E também não consigo imaginar que alguém que proponha constituinte exclusiva para fazer reforma política esteja com boa intenção. Bondade assim, já vi antes na Venezuela, no Equador e na Bolívia.

Ainda não será desta vez que Dilma vai sentir falta do meu mel.

Por Reinaldo Azevedo

Em dois pedaços. Política

domingo, outubro 26, 2014

Minha Pátria Para Cristo. Igreja. Cristianismo

Cantem outros a clara cor virente. Alphonsus de Guimaraens. Poesia

Cantem outros a clara cor virente
Alphonsus de Guimaraens

Cantem outros a clara cor virente
Do bosque em flor e a luz do dia eterno...
Envoltos nos clarões fulvos do oriente,
Cantem a primavera: eu canto o inverno.

Para muitos o imoto céu clemente
É um manto de carinho suave e terno:
Cantam a vida, e nenhum deles sente
Que decantando vai o próprio inferno.

Cantem esta mansão, onde entre prantos
Cada um espera o sepulcral punhado
De úmido pó que há de abafar-lhe os cantos...

Cada um de nós é a bússola sem norte.
Sempre o presente pior do que o passado.
Cantem outros a vida: eu canto a morte...

O futuro da democracia em suas mãos. Não aos corruptos

Candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB)

sexta-feira, outubro 24, 2014

JATIUCA. Charles Fonseca. Poesia

JATIUCA
Charles Fonseca

Na praia de Jatiuca
Uma criança insone
Diz ao mundo que consome
Facebook em sinuca
A noite me é criança
Vem o amor e logo some
‘Stou pra ficar maluca

Assim não dá quero é mais
Um abraço um chamego
Um ombro amigo um apego
Um gozar em mim a paz!

Soneto da intimidade. Vinicius de Moraes. Poesia

Soneto da intimidade
Vinicius de Moraes

Nas tardes de fazenda há muito azul demais.
Eu saio as vezes, sigo pelo pasto, agora
Mastigando um capim, o peito nu de fora
No pijama irreal de há três anos atrás.

Desço o rio no vau dos pequenos canais
Para ir beber na fonte a água fria e sonora
E se encontro no mato o rubro de uma amora
Vou cuspindo-lhe o sangue em torno dos currais.

Fico ali respirando o cheiro bom do estrume
Entre as vacas e os bois que me olham sem ciúme
E quando por acaso uma mijada ferve

Seguida de um olhar não sem malícia e verve
Nós todos, animais, sem comoção nenhuma
Mijamos em comum numa festa de espuma.

quinta-feira, outubro 23, 2014

Eles sabiam de tudo. Política

Balada feroz. Vinicius de Moraes. Poesia

Balada feroz
Vinicius de Moraes

Canta uma esperança desatinada para que enfureçam silenciosamente
os cadáveres dos afogados
Canta para que grasne sarcasticamente o corvo que tens pousado [sobre tua omoplata atlética
Canta como um louco enquanto teus pés vão penetrando a massa sequiosa de lesmas
Canta! para esse formoso pássaro azul que ainda uma vez sujaria sobre o teu êxtase.

Arranca do mais fundo a tua pureza e lança-a sobre o corpo felpudo [das aranhas
Ri dos touros selvagens carregando nos chifres virgens nuas para o [estupro nas montanhas
Pula sobre o leito cru dos sádicos, dos histéricos, dos masturbados e [dança!
Dança para a lua que está escorrendo lentamente pelo ventre das [menstruadas.

Lança teu poema inocente sobre o rio venéreo engolindo as cidades
Sobre os casebres onde os escorpiões se matam à visão dos amores [miseráveis
Deita a tua alma sobre a podridão das latrinas e das fossas
Por onde passou a miséria da condição dos escravos e dos gênios.

Dança, ó desvairado! Dança pelos campos aos rinchos dolorosos das [éguas parindo
Mergulha a algidez deste lago onde os nenúfares apodrecem
e onde a água floresce em miasmas
Fende o fundo viscoso e espreme com tuas fortes mãos a carne flácida [das medusas
E com teu sorriso inexcedível surge como um deus amarelo da imunda [pomada.

Amarra-te aos pés das garças e solta-as para que te levem
E quando a decomposição dos campos de guerra te ferir as narinas, [lança-te sobre a cidade mortuária
Cava a terra por entre as tumefações e se encontrares um velho [canhão soterrado, volta
E vem atirar sobre as borboletas cintilando cores que comem as fezes [verdes das estradas.

Salta como um fauno puro ou como um sapo de ouro por entre os raios [do sol frenético
Faz rugir com o teu calão o eco dos vales e das montanhas
Mija sobre o lugar dos mendigos nas escadarias sórdidas dos templos
E escarra sobre todos os que se proclamarem miseráveis.

Canta! canta demais! Nada há como o amor para matar a vida
Amor que é bem o amor da inocência primeira!
Canta! — o coração da donzela ficará queimando eternamente a cinza [morta
Para o horror dos monges, dos cortesãos, das prostitutas e dos [pederastas.

Transforma-te por um segundo num mosquito gigante e passeias de [noite
sobre as grandes cidades
Espalhando o terror por onde quer que pousem tuas antenas [impalpáveis.
Suga aos cínicos o cinismo, aos covardes o medo, aos avaros o ouro
E para que apodreçam como porcos, injeta-os de pureza!

E com todo esse pus, faz um poema puro
E deixa-o ir, armado cavaleiro, pela vida
E ri e canta dos que pasmados o abrigarem
E dos que por medo dele te derem em troca a mulher e o pão.

Canta! canta, porque cantar é a missão do poeta
E dança, porque dançar é o destino da pureza
Faz para os cemitérios e para os lares o teu grande gesto obsceno
Carne morta ou carne viva — toma! Agora falo eu que sou um!

quarta-feira, outubro 22, 2014

A deusa da minha rua. Cauby Peixoto. Música

VIRA-LATA. Charles Fonseca.

VIRA-LATA
Charles Fonseca

Não deixes ao abandono
Teu cãozinho vira-lata
De amor também se mata
Coitadinho, cão sem dono!

Cuida bem do teu cãozinho
Cachorrinho de balaio
Do amor ele é lacaio
Oh que dor sem teu carinho!

Tu já foste filhotinho
Hoje és cãozinho de porte.
Com amor, cãozinho forte,
Sem amor, cão coitadinho!

Escultura

O cometa. Olavo Bilac. Poesia

O cometa
Olavo Bilac

Um cometa passava... Em luz, na penedia,
Na erva, no inseto, em tudo uma alma rebrilhava;
Entregava-se ao sol a terra, como escrava;
Ferviam sangue e seiva. E o cometa fugia...

Assolavam a terra o terremoto, a lava,
A água, o ciclone, a guerra, a fome, a epidemia;
Mas renascia o amor, o orgulho revivia,
Passavam religiões... E o cometa passava.

E fugia, riçando a ígnea cauda flava...
Fenecia uma raça; a solidão bravia
Povoava-se outra vez. E o cometa voltava...

Escoava-se o tropel das eras, dia a dia:
E tudo, desde a pedra ao homem, proclamava
A sua eternidade ! E o cometa sorria...

terça-feira, outubro 21, 2014

Freud, perfil. Charles Fonseca. Fotografia

Freud, meu cão pastor. Charles Fonseca. Fotografia

Exibindo 20141021_105633-1.jpg

Enquanto a chuva cai. Manuel Bandeira. Poesia

Enquanto a chuva cai
Manuel Bandeira

A chuva cai. O ar fica mole . . .
Indistinto . . . ambarino . . . gris . . .
E no monótono matiz
Da névoa enovelada bole
A folhagem como o bailar.

Torvelinhai, torrentes do ar!

Cantai, ó bátega chorosa,
As velhas árias funerais.
Minh'alma sofre e sonha e goza
À cantilena dos beirais.

Meu coração está sedento
De tão ardido pelo pranto.
Dai um brando acompanhamento
À canção do meu desencanto.

Volúpia dos abandonados . . .
Dos sós . . . — ouvir a água escorrer,
Lavando o tédio dos telhados
Que se sentem envelhecer . . .

Ó caro ruído embalador,
Terno como a canção das amas!
Canta as baladas que mais amas,
Para embalar a minha dor!

A chuva cai. A chuva aumenta.
Cai, benfazeja, a bom cair!
Contenta as árvores! Contenta
As sementes que vão abrir!

Eu te bendigo, água que inundas!
Ó água amiga das raízes,
Que na mudez das terras fundas
Às vezes são tão infelizes!

E eu te amo! Quer quando fustigas
Ao sopro mau dos vendavais
As grandes árvores antigas,
Quer quando mansamente cais.

É que na tua voz selvagem,
Voz de cortante, álgida mágoa,
Aprendi na cidade a ouvir
Como um eco que vem na aragem
A estrugir, rugir e mugir,
O lamento das quedas-d'água!

O Brasil está em estado terminal, tornando-se um tipo de Venezuela. E vo...

segunda-feira, outubro 20, 2014

domingo, outubro 19, 2014

Encolhendo. Política

Cão pastor alemão Freud. Um amigo

Adolf and Catharina Croeser, Known as ‘The Burgomaster of Delft and his Daughter’, Jan Havicksz. Steen, 1655. Pintura

EMBORA. Charles Fonseca. Poesia

EMBORA
Charles Fonseca

Agora dá-me tua mão
Chega atroz o cansaço
De tanto esperar abraço,
Por ora desejo vão.

Agora fraco dos passos
A alma em agonia
Meu corpo por ar ansia,
Por ora dá-me um abraço.

Agora dou-te meu beijo
Aquele que sempre foi teu
Do amor que nunca morreu,
Por ora em dor, arquejo.

Dá-me um abraço agora
A ceifadeira espia
Minha alma ao céu aspira
Já vou meu amor, embora.

sábado, outubro 18, 2014

Noite de Paz. Igreja. Cristianismo

O Inferno. Igreja. Cristianismo

IV. O Inferno

1033. Não podemos estar em união com Deus se não escolhermos livremente amá-Lo. Mas não podemos amar a Deus se pecarmos gravemente contra Ele, contra o nosso próximo ou contra nós mesmos: «Quem não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia o seu irmão é um homicida: ora vós sabeis que nenhum homicida tem em si a vida eterna» (1 Jo 3, 14-15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados d'Ele, se descurarmos as necessidades graves dos pobres e dos pequeninos seus irmãos (629). Morrer em pecado mortal sem arrependimento e sem dar acolhimento ao amor misericordioso de Deus, significa permanecer separado d'Ele para sempre, por nossa própria livre escolha. E é este estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa pela palavra «Inferno».

1034. Jesus fala muitas vezes da «gehena» do «fogo que não se apaga» (630) reservada aos que recusam, até ao fim da vida, acreditar e converter-se, e na qual podem perder-se, ao mesmo tempo, a alma e o corpo (631). Jesus anuncia, em termos muitos severos, que «enviará os seus anjos que tirarão do seu Reino [...] todos os que praticaram a iniquidade, e hão-de lançá-los na fornalha ardente»(Mt 13, 41-42), e sobre eles pronunciará a sentença: «afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno» (Mt 25, 41).

1035. A doutrina da Igreja afirma a existência do Inferno e a sua eternidade. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente, após a morte, aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, «o fogo eterno» (632). A principal pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em Quem o homem pode ter a vida e a felicidade para que foi criado e a que aspira.

1036. As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do Inferno são um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar da sua liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo, um apelo urgente à conversão: «Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e espaçoso o caminho que levam à perdição e muitos são os que seguem por eles. Que estreita é a porta e apertado o caminho que levam à vida e como são poucos aqueles que os encontram!» (Mt 7, 13-14):

«Como não sabemos o dia nem a hora, é preciso que, segundo a recomendação do Senhor, vigiemos continuamente, a fim de que, no termo da nossa vida terrena, que é só uma, mereçamos entrar com Ele para o banquete de núpcias e ser contados entre os benditos, e não sejamos lançados, como servos maus e preguiçosos, no fogo eterno, nas trevas exteriores, onde "haverá choro e ranger de dentes"» (633).

1037. Deus não predestina ninguém para o Inferno (634). Para ter semelhante destino, é preciso haver uma aversão voluntária a Deus (pecado mortal) e persistir nela até ao fim. Na liturgia eucarística e nas orações quotidianas dos seus fiéis, a Igreja implora a misericórdia de Deus, «que não quer que ninguém pereça, mas que todos se convertam» (2 Pe 3, 9):

«Aceitai benignamente, Senhor, a oblação que nós, vossos servos, com toda a vossa família, Vos apresentamos. Dai a paz aos nossos dias livrai-nos da condenação eterna e contai-nos entre os vossos eleitos» (635).

Catecismo

sexta-feira, outubro 17, 2014

Guerra de Canudos. Fotografia 1/15.Bahia. História. Política

O PT. Política

A legião dos Úrias. Vinicius de Moraes. Poesia

A legião dos Úrias
Vinicius de Moraes

Quando a meia-noite surge nas estradas vertiginosas das montanhas
Uns após os outros, beirando os grotões enluarados sobre cavalos lívidos
Passam os olhos brilhantes de rostos invisíveis na noite
Que fixam o vento gelado sem estremecimento.

São os prisioneiros da Lua. Às vezes, se a tempestade
Apaga no céu a languidez imóvel da grande princesa
Dizem os camponeses ouvir os uivos tétricos e distantes
Dos Cavaleiros Úrias que pingam sangue das partes amaldiçoadas.

São os escravos da Lua. Vieram também de ventos brancos e puros
Tiveram também olhos azuis e cachos louros sobre a fronte . . .
Mas um dia a grande princesa os fez enlouquecidos, e eles foram escurecendo
Em muitos ventres que eram também brancos mas que eram impuros.

E desde então nas noites claras eles aparecem
Sobre os cavalos lívidos que conhecem todos os caminhos
E vão pelas fazendas arrancando o sexo das meninas e das mães sozinhas
E das éguas e das vacas que dormem afastadas dos machos fortes.

Aos olhos das velhas paralíticas murchadas que esperam a morte noturna
Eles descobrem solenemente as netas e as filhas deliqüescentes
E com garras fortes arrancam do último pano os nervos flácidos e abertos
Que em suas unhas agudas vivem ainda longas palpitações de sangue.

Depois amontoam a presa sangrenta sob a luz pálida da deusa
E acendem fogueiras brancas de onde se erguem chamas desconhecidas e [fumos
Que vão ferir as narinas trêmulas dos adolescentes adormecidos
Que acordam inquietos nas cidades sentindo náuseas e convulsões mornas.

E então, após colherem as vibrações de leitos fremindo distantes
E os rinchos de animais seminando no solo endurecido
Eles erguem cantos à grande princesa crispada no alto
E voltam silenciosos para as regiões selvagens onde vagam.

Volta a Legião dos Úrias pelos caminhos enluarados
Uns após os outros, somente os olhos negros sobre cavalos lívidos
Deles foge o abutre que conhece todas as carniças
E a hiena que já provou de todos os cadáveres.

São eles que deixam dentro do espaço emocionado
O estranho fluido todo feito de plácidas lembranças
Que traz às donzelas imagens suaves de outras donzelas
Que traz aos meninos figuras formosas de outros meninos.

São eles que fazem penetrar nos lares adormecidos
Onde o novilúnio tomba como um olhar desatinado
O incenso perturbador das rubras vísceras queimadas
Que traz à irmã o corpo mais forte da outra irmã.

São eles que abrem os olhos inexperientes e inquietos
Das crianças apenas lançadas no regaço do mundo
Para o sangue misterioso esquecido em panos amontoados
Onde ainda brilha o rubro olhar implacável da grande princesa.

Não há anátema para a Legião dos Cavaleiros Úrias
Passa o inevitável onde passam os Cavaleiros Úrias
Por que a fatalidade dos Cavaleiros Úrias?
Por que, por que os Cavaleiros Úrias?

Oh, se a tempestade boiasse eternamente no céu trágico
Oh, se fossem apagados os raios da louca estéril
Oh, se o sangue pingado do desespero dos Cavaleiros Úrias
Afogasse toda a região amaldiçoada!

Seria talvez belo — seria apenas o sofrimento do amor puro
Seria o pranto correndo dos olhos de todos os jovens
Mas a legião dos Úrias está espiando a altura imóvel
Fechai as portas, fechai as janelas, fechai-vos meninas!

Eles virão, uns após os outros, os olhos brilhando no escuro
Fixando a lua gelada sem estremecimento
Chegarão os Úrias, beirando os grotões enluarados sobre cavalos lívidos
Quando a meia-noite surgir nas estradas vertiginosas das montanhas.

quarta-feira, outubro 15, 2014

Debate BAND: Considerações finais de Aécio Neves

Debate BAND: Aécio zomba da pergunta confusa de Dilma

Debate BAND: Aécio detona Dilma por não ter feito em seu mandato o que p...

Debate BAND: Aécio detona Dilma sobre financiamento de porto em Cuba

Debate BAND: Aécio detona Dilma sobre salário dos médicos cubanos

Debate BAND: Aécio educa Dilma: FHC reduziu inflação de 916% para 7%

Aécio educa Dilma no Debate BAND: Plano Real foi o maior programa de tra...

Debate BAND: Aécio expõe cinismo de Dilma sobre Armínio Fraga: PT queria...

Debate BAND: Aécio detona fim "melancólico" do governo Dilma

Debate BAND: Aécio aponta as mentiras de Dilma na campanha

Debate BAND: Aécio cita Lula admitindo que Bolsa-Família foi ideia tucan...

Debate Presidencial 2014 - 2º Turno - TV BAND - Completo - 14/10/2014 - HD

The Merry Family, Jan Havicksz. Steen, 1668. Pintura

terça-feira, outubro 14, 2014

Os filhos dos divorciados são mais fragilizados que seus pais. Família

“Escandaliza-me que no discurso eclesial se fale sempre da questão da misericórdia para com os divorciados que casaram novamente, mas antes vem a misericórdia pelos filhos! Não esqueçamos aqueles que são ainda mais pobres que os divorciados que casaram novamente: os filhos deles, que sofreram pelo divórcio dos pais".
Cardeal Christoph Schönborn

Aécio responde carta lida por João Campos em PE

O inútil luar. Manuel Bandeira. Poesia

O inútil luar
Manuel Bandeira

É noite. A Lua, ardente e terna,
Verte na solidão sombria
A sua imensa, a sua eterna
Melancolia . . .
Dormem as sombras na alameda
Ao longo do ermo Piabanha.
E dele um ruído vem de seda
Que se amarfanha . . .

No largo, sob os jambolanos,
Procuro a sombra embalsamada.
(Noite, consolo dos humanos!
Sombra sagrada!)

Um velho senta-se ao meu lado.
Medita. Há no seu rosto uma ânsia . . .
Talvez se lembre aqui, coitado!
De sua infância.

Ei-lo que saca de um papel . . .
Dobra-o direito, ajusta as pontas,
E pensativo, a olhar o anel,
Faz umas contas . . .

Com outro moço que se cala,
Fala um de compleição raquítica.
Presto atenção ao que ele fala:
— É de política.

Adiante uma senhora magra,
Em ampla charpa que a modela,
Lembra uma estátua de Tanagra.
E, junto dela,

Outra a entretém, a conversar:
— "Mamãe não avisou se vinha.
Se ela vier, mando matar
Uma galinha."

E embalde a Lua, ardente e terna,
Verte na solidão sombria
A sua imensa, a sua eterna
Melancolia . . .

Matthias Rauchmiler, c.1675 - Tomb of Karl von Metternick Frauenkirche, Trier, Germany. E44. Escultura

891 poemas e crônicas. Charles Fonseca

Tenho 891 poemas e crônicas a serem lidas e divulgadas via WathsApp. Se fizer leitura de uma a cada dia levarei mais de 2 anos. Se a cada 3 dias demorarei 7 anos... Quem haverá de me esperar este tempo todo sem se cansar?

segunda-feira, outubro 13, 2014

Raiz amarga. Henriqueta Lisboa. Poesia

RAIZ AMARGA
Henriqueta Lisboa

Sinto que sou raiz amarga.
Terra gretada é minha sede.
Núcleo de sombras é meu cárcere.

Lá fora - ao sol, à chuva,
ao frio -rastejarei à flor do chão?
Estarei no ar em clorofila?...

Não sei se há a graça do tronco,
pássaros abrigados nas franças,
escaravelhos zumbindo nos brotos.

Não sei se há doçura de pétalas,
nem aconchego de folhagem
dormindo sobre espelhos d'água.

Seja de ouro o pólen ao vento,
de ouro o mel a escorrer do cerne,
de ouro a flama em torno da lenha!

Sonho a paisagem do meu quadro:
vale seivoso entre montanhas e
o céu - acima de minha fronde.

Porém meus gestos precingidos
como os nós cegos das amarras
furtam-me a toda revelação.

Talvez - condenada ao deserto -
eu realize apenas miragem
na imaginação dos homens.

Freud e sua proprietária. Charles Fonseca. Fotografia

Pe. António Vieira - Fragmento do Sermão do Espírito Santo. Prosa. Igreja. Cristianismo

“Os que andastes pelo mundo, e entrastes em casas de prazer de príncipes, veríeis naqueles quadros e naquelas ruas dos jardins dois gêneros de estátuas muito diferentes, umas de mármore, outras de murta. A estátua de mármore custa muito a fazer, pela dureza e resistência da matéria; mas, depois de feita uma vez, não é necessário que lhe ponham mais a mão: sempre conserva e sustenta a mesma figura; a estátua de murta é mais fácil de formar, pela facilidade com que se dobram os ramos, mas é necessário andar sempre reformando e trabalhando nela, para que se conserve. Se deixa o jardineiro de assistir, em quatro dias sai um ramo que lhe atravessa os olhos, sai outro que lhe descompõe as orelhas, saem dois que de cinco dedos lhe fazem sete, e o que pouco antes era homem, já é uma confusão verde de murtas. Eis aqui a diferença que há entre umas nações e outras na doutrina da fé. Há umas nações naturalmente duras, tenazes e constantes, as quais dificultosamente recebem a fé e deixam os erros de seus antepassados; resistem com as armas, duvidam com o entendimento, repugnam com a vontade, cerram-se, teimam, argumentam, replicam, dão grande trabalho até se renderem; mas, uma vez rendidos, uma vez que receberam a fé, ficam nela firmes e constantes, como estátuas de mármore: não é necessário trabalhar mais com elas. Há outras nações, pelo contrário — e estas são as do Brasil —, que recebem tudo o que lhes ensinam, com grande docilidade e facilidade, sem argumentar, sem replicar, sem duvidar, sem resistir; mas são estátuas de murta que, em levantando a mão e a tesoura o jardineiro, logo perdem a nova figura, e tornam à bruteza antiga e natural, e a ser mato como dantes eram. É necessário que assista sempre a estas estátuas o mestre delas: uma vez, que lhes corte o que vicejam os olhos, para que creiam o que não vêem; outra vez, que lhes cerceie o que vicejam as orelhas, para que não dêem ouvidos às fábulas de seus antepassados; outra vez, que lhes decepe o que vicejam as mãos e os pés, para que se abstenham das ações e costumes bárbaros da gentilidade. E só desta maneira, trabalhando sempre contra a natureza do tronco e humor das raízes, se pode conservar nestas plantas rudes a forma não natural, e compostura dos ramos”.
Pe. António Vieira - Fragmento do Sermão do Espírito Santo, capítulo III (1657)

Evangelho Lc:15,1-3; Lc:15,11-32. Igreja Cristianismo

Evangelho
Lc:15,1-3; Lc:15,11-32

1. Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar.

2. Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele. “Este homem acolhe os pecadores e come com eles”.

3. Então ele contou-lhes esta parábola:

11. E Jesus continuou. “Um homem tinha dois filhos.

12. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles.

13. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada.

14. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade.

15. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos.

16. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam.

17. Então caiu em si e disse: “Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome.

18. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti;

19. já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.

20. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos.

21. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’.

22. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.

23. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos.

24. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa.

25. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança.

26. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo.

27. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’.

28. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele.

29. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos.

30. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’.

31. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.

32. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado”.

Cabo San Lucas Flamenco Dancing Música

Uma análise psiquiátrica da atual condição mental de Lula. Marcelo Caixeta. Política

Uma análise psiquiátrica da atual condição mental de Lula
Marcelo Caixeta

Com mais de 50% de intenções de voto, muitos se perguntam por que Lula não concorre à Presidência? Do ponto de vista médico, há possíveis sinais de alguma encefalopatia hipertensiva - o paciente teve “desmaios” hipertensivos há alguns meses, sobrepeso, descontrole dietético ( hiper-dis-lipidemia ), mostra crescente irritabilidade, episódios de boca-rota e boca-suja, instabilidade e inquietação, tem inequívoca aterosclerose pós-tabágica, indícios de aumento da ansiedade. Além disto, depressão e apatia são comuns sinais de comprometimento cerebrovascular subcortical, por acometimento leucoencefalopático do centro oval. Etilismo sub-clínico pode vir a piorar isto tudo aí acima.

A mente de Lula vive também grandes conflitos psicológico-familiares. Vejamos: Lula valoriza o caráter de sua mãe, que nordestina retirante, cuidou sozinha de muitos filhos; enquanto o pai de Lula, “homem sem escrúpulos afetivos”, mulherengo, abandonou a família e foi correr atrás de outros rabos-de-saia). A mãe, segundo Lula, era um exemplo e uma influência virtuosa, pregando sempre a honestidade, justiça, retidão de caráter. A mãe de Lula, mulher, pobre, sozinha, trabalhadora, nordestina, analfabeta, representa o nicho de “marginalidade”, “minorias oprimidas”, que ele optou por “defender”. O “esquerdismo” é, além de coitadista, feminino - não é difícil entender. E esta política, hoje em dia, nestes tempos de anti-autoridade, é a política vencedora, não só no Brasil, mas no mundo todo. O pai de Lula já representa toda a “maldade” do “homem capitalista”, opressivo, “patrão”, frio, distante, egoísta, auto-provedor (“nunca se preocupou em colocar uma rapadura dentro de casa”), materialista, “violento”, antiassistencialista (“nos deixou passando fome”). A “luta de Lula” é uma analogia da "vingança de sua mãe contra seu pai". Quando entrou na “selva” da luta política, é claro, Lula foi-se transformando cada vez mais no que era o pai dele, inclusive com amantes. No entanto, ele sempre tinha uma “justificativa materna” na cabeça que aplacava sua consciência: “não é que estou virando um “tubarão capitalista frio” (como meu pai), é que tenho de lutar com tubarões, como um tubarão, tudo para melhorar a vida deste povo sofrido (a “vida desta minha mãe sofrida”)”. Com o tempo, no entanto, a consciência foi pesando e ele foi vendo, com certo horror, que, de fato, sem subterfúgios, estava mesmo é se afastando da mãe e se aproximando cada vez mais do que o pai fora.

Não bastassem esses motivos médicos, psicológicos, para sua desistência, há também motivos psicossociais: há o medo de perder as eleições, e com isto o enorme capital narcísico que amealhou como um “grande presidente do Brasil”. A mãe, como toda boa mãe, aliás, insuflou-lhe um molde de moralidade (que ele conspurcou, como vimos), mas também uma dose de narcisismo: “você não deve ser como os demais”, “você é queridinho da mamãe”. Este narcisismo faz com que Lula tenha medo de entrar na “canoa furada” em que ele e o PT colocaram o Brasil. O modelo petista esgotou-se: a) falta de composição com a Sociedade Civil. A sociedade civil, hoje, quer, mais que nunca, participar dos processos decisórios-governamentais, e o PT totalitarista-estatizante vai no sentido contrário a isto. O PT não só não acredita na Sociedade Civil , ele é contra ela, nomeia-a de “elite”. b) O modelo estatizante, que paralisa o país, enferruja a máquina administrativa. Os 12 anos do poder encastelaram o comunismo estatizante no poder, paralisando a máquina. c) o modelo assistencialista esgotou-se por vários motivos: c.1 - a sociedade já vislumbrou que o PT suga seu trabalho para angariar votos (bolsas, cotas, benesses, casas, tablets, móveis, etc) c.2. a sociedade já não suporta mais aumentos de impostos. c.3. altos índices de inadimplência. d) o que é pior para o PT e Lula: os assistidos agora , ingratos, se insuflam contra eles: querem mais. e) Querem mais e o governo não tem como lhes dar, pois não criou empregos, não ensinou-lhes que é o trabalho que gera riqueza, desacostumou-os a trabalhar, açulou-os para só pedir e reivindicar, não melhorou o nível educacional, não melhorou a produtividade, vem acabando com a indústria, vem acabando pouco-a-pouca com o espírito da Iniciativa Privada. f) então, o PT/Lula estão com insatisfeitos dos dois lados : dos assistidos (os coitadinhos) e dos assistentes (os tubarões). g) por conta de sua política comunista, ou seja, anti-iniciativa-privada, a economia vem estagnando-se, ninguém quer investir, ninguém quer empreender. O único ambiente de segurança é para o funcionário publico. A massa crítica que poderia mudar o país só pensa em fazer concurso e virar funcionário público, o país perde a juventude empreendedora. Neste ambiente inseguro, os mais equilibrados querem virar funcionário público e só vão se lançar no empreendimento os picaretas e os aventureiros e isto não constrói um país. Lula, como gênio político que é, já vislumbrou este beco sem saída em que se meteu e, nestas circunstâncias, que perca a Dilma mesmo.

(Marcelo Caixeta, médico psiquiatra)

The Feast of St Nicholas, Jan Havicksz. Steen, 1665 - 1668

domingo, outubro 12, 2014

Minha posição. Marina Silva. Política

Minha posição
12 de outubro de 2014

Ontem, em Recife, o candidato Aécio Neves apresentou o documento “Juntos pela Democracia, pela Inclusão Social e pelo Desenvolvimento Sustentável”.

Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como uma carta compromisso com os brasileiros, com a nação.

Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio.

Seria um amesquinhamento dos propósitos manifestados por Aécio imaginar que eles se dirigem a uma pessoa e não aos cidadãos e cidadãs brasileiros.

E seria um equívoco absoluto e uma ofensa imaginar que me tomo por detentora de poderes que são do povo ou que poderia vir a ser individualmente destinatária de promessas ou compromissos.

Os compromissos explicitados e assinados por Aécio tem como única destinatária a nação e a ela deve ser dada satisfação sobre seu cumprimento.

E é apenas nessa condição que os avaliei para orientar minha posição neste segundo turno das eleições presidenciais.

Estamos vivendo nestas eleições uma experiência intensa dos desafios da política.

Para mim eles começaram há um ano, quando fiz com Eduardo Campos a aliança que nos trouxe até aqui.

Pela primeira vez, a coligação de partidos se dava exclusivamente por meio de um programa, colocando as soluções para o país acima dos interesses específicos de cada um.

Em curto espaço de tempo, e sofrendo os ataques destrutivos de uma política patrimonialista, atrasada e movida por projetos de poder pelo poder, mantivemos nosso rumo, amadurecemos, fizemos a nova política na prática.

Os partidos de nossa aliança tomaram suas decisões e as anunciaram.

Hoje estou diante de minha decisão como cidadã e como parte do debate que está estabelecido na sociedade brasileira.

Me posicionarei.

Prefiro ser criticada lutando por aquilo que acredito ser o melhor para o Brasil do que me tornar prisioneira do labirinto da defesa do meu interesse próprio, onde todos os caminhos e portas que percorresse e passasse só me levariam ao abismo de meus interesses pessoais.

A política para mim não pode ser apenas, como diz Bauman, a arte de prometer as mesmas coisas.

Parodiando-o, eu digo que não pode ser a arte de fazer as mesmas coisas.

Ou seja, as velhas alianças pragmáticas, desqualificadas, sem o suporte de um programa a partir do qual dialogar com a nação.

Vejo no documento assinado por Aécio mais um elo no encadeamento de momentos históricos que fizeram bem ao Brasil e construíram a plataforma sobre a qual nos erguemos nas últimas décadas.

Ao final da Presidência de Fernando Henrique Cardoso, a sociedade brasileira demonstrou que queria a alternância de poder, mas não a perda da estabilidade econômica.

E isso foi inequivocamente acatado pelo então candidato da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, num reconhecimento do mérito de seu antecessor e de que precisaria dessas conquistas para levar adiante o seu projeto de governo.

Agora, novamente, temos um momento em que a alternância de poder fará bem ao Brasil, e o que precisa ser reafirmado é o caminho dos avanços sociais, mas com gestão competente do Estado e com estabilidade econômica, agora abalada com a volta da inflação e a insegurança trazida pelo desmantelamento de importantes instituições públicas.

Aécio retoma o fio da meada virtuoso e corretamente manifesta-se na forma de um compromisso forte, a exemplo de Lula em 2002, que assumiu compromissos com a manutenção do Plano Real, abrindo diálogo com os setores produtivos.

Doze anos depois, temos um passo adiante, uma segunda carta aos brasileiros, intitulada: “Juntos pela democracia, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável”.

Destaco os compromissos que me parecem cruciais na carta de Aécio:



O respeito aos valores democráticos, a ampliação dos espaços de exercício da democracia e o resgate das instituições de Estado.


A valorização da diversidade sociocultural brasileira e o combate a toda forma de discriminação.


A reforma política, a começar pelo fim da reeleição para cargos executivos, que tem sido fonte de corrupção e mau uso das instituições de Estado.


Sermos capazes de entender que, no mundo atual, a ampliação da participação popular no processo deliberativo, através da utilização das redes sociais, de conselhos e das audiências públicas sobre temas importantes, não se choca com os princípios da democracia representativa, que têm que ser preservados.


Compromissos sociais avançados com a Educação, a Saúde, a Reforma Agrária.


Prevenção frente a vulnerabilidade da juventude, rejeitando a prevalência da ótica da punição.


Lei para o Bolsa Família, transformando-o em programa de Estado


Compromissos socioambientais de desmatamento zero, políticas corretas de Unidades de Conservação, trato adequado da questão energética, com diversificação de fontes e geração distribuída.


Inédita determinação de preparar o país para enfrentar as mudanças climáticas e fazer a transição para uma economia de baixo carbono, assumindo protagonismo global nessa área.


Manutenção das conquistas e compromisso de assegurar os direitos indígenas, de comunidades quilombolas e outras populações tradicionais. Manutenção da prerrogativa do Poder Executivo na demarcação de Terras indígenas


Compromissos com as bases constitucionais da federação, fortalecendo Estados e municípios e colocando o desenvolvimento regional como eixo central da discussão do Pacto Federativo.


Finalmente, destaco e apoio o apelo à união do Brasil e à busca de consenso para construir uma sociedade mais justa, democrática, decente e sustentável.

Entendo que os compromissos assumidos por Aécio são a base sobre a qual o pais pode dialogar de maneira saudável sobre seu presente e seu futuro.

É preciso, e faço um apelo enfático nesse sentido, que saiamos do território da política destrutiva para conseguir ver com clareza os temas estratégicos para o desenvolvimento do país e com tranquilidade para debatê-los tendo como horizonte o bem comum.

Não podemos mais continuar apostando no ódio, na calúnia e na desconstrução de pessoas e propostas apenas pela disputa de poder que dividem o Brasil.

O preço a pagar por isso é muito caro: é a estagnação do Brasil, com a retirada da ética das relações políticas.

É a substituição da diversidade pelo estigma, é a substituição da identidade nacional pela identidade partidária raivosa e vingativa.

É ferir de morte nossa democracia.

Chegou o momento de interromper esse caminho suicida e apostar, mais uma vez, na alternância de poder sob a batuta da sociedade, dos interesses do país e do bem comum.

É com esse sentimento que, tendo em vista os compromissos assumidos por Aécio Neves, declaro meu voto e meu apoio neste segundo turno.

Votarei em Aécio e o apoiarei, votando nesses compromissos, dando um crédito de confiança à sinceridade de propósitos do candidato e de seu partido e, principalmente, entregando à sociedade brasileira a tarefa de exigir que sejam cumpridos.

Faço esta declaração como cidadã brasileira independente que continuará livre e coerentemente, suas lutas e batalhas no caminho que escolheu.

Não estou com isso fazendo nenhum acordo ou aliança para governar.

O que me move é minha consciência e assumo a responsabilidade pelas minhas escolhas.

Soneto. Alphonsus de Guimaraens. Poesia

Soneto
Alphonsus de Guimaraens

Encontrei-te. Era o mês... Que importa o mês? Agosto,
Setembro, outubro, maio, abril, janeiro ou março,
Brilhasse o luar que importa? ou fosse o sol já posto,
No teu olhar todo o meu sonho andava esparso.

Que saudades de amor na aurora do teu rosto!
Que horizonte de fé, no olhar tranqüilo e garço!
Nunca mais me lembrei se era no mês de agosto,
Setembro, outubro, abril, maio, janeiro, ou março.

Encontrei-te. Depois... depois tudo se some
Desfaz-se o teu olhar em nuvens de ouro e poeira.
Era o dia... Que importa o dia, um simples nome?

Ou sábado sem luz, domingo sem conforto,
Segunda, terça ou quarta, ou quinta ou sexta-feira,
Brilhasse o sol que importa? ou fosse o luar já morto?

sábado, outubro 11, 2014

JC Debate sobre a Adultização de crianças - 10/10/2014

Bach - Brandenburg Concerto No. 4 in G Major BWV 1049, Voices of Music, ...

A purificação final ou Purgatório. Igreja. Cristianismo

III. A purificação final ou Purgatório

1030. Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu.

1031. A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao Purgatório sobretudo nos concílios de Florença (622) e de Trento (623). A Tradição da Igreja, referindo-se a certos textos da Escritura (624) fala dum fogo purificador:

«Pelo que diz respeito a certas faltas leves, deve crer-se que existe, antes do julgamento, um fogo purificador, conforme afirma Aquele que é a verdade, quando diz que, se alguém proferir uma blasfémia contra o Espírito Santo, isso não lhe será perdoado nem neste século nem no século futuro (Mt 12, 32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas neste mundo e outras no mundo que há-de vir» (625).

1032. Esta doutrina apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, de que já fala a Sagrada Escritura: «Por isso, [Judas Macabeu] pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres das suas faltas» (2 Mac 12, 46). Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos, oferecendo sufrágios em seu favor, particularmente o Sacrifício eucarístico para que, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também a esmola, as indulgências e as obras de penitência a favor dos defuntos:

«Socorramo-los e façamos comemoração deles. Se os filhos de Job foram purificados pelo sacrifício do seu pai (627) por que duvidar de que as nossas oferendas pelos defuntos lhes levam alguma consolação? [...] Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer por eles as nossas orações» (628).

quinta-feira, outubro 09, 2014

PETITÓRIO. Charles Fonseca. Poesia

PETITÓRIO
Charles Fonseca

Oh, céus, quantas as mágoas
trazidas do meu passado
cicatrizes mal pensadas
pós moinho inda são águas

no meu oceano de amores
são tantas as correntezas
em torvelinho que presas
ás virações, que são dores

em busca de um remanso
de parada em promontório,
a vós, peço em petitório,
dá-me a paz por descanso

a esta vida que é nau
singra mar em busca cais
quer só amar quer só paz,
dá-me o descanso do mau.

Táxi Lunar - Elba Ramalho e Geraldo Azevedo - Som Brasil - 27.04.2012. Música

Nordeste: aqui é o meu lugar. Carlinhos Cordel. Poesia

Vou falar do meu lugar, terra de cabra da peste, Terra de homem valente, do sertão e do agreste, Terra do mandacaru, do nosso maracatu, meu lugar é o Nordeste!
Meu Nordeste tem riquezas, só encontradas aqui, Sua música, sua dança, sua gente que sorri, Nosso povo tem bravura, tem tradição, tem cultura da Bahia ao Piauí.
Piauí da Pré-História; Bahia do candomblé; Paraíba das cachaças
Em Sergipe eu boto fé; Pernambuco tem o frevo; Alagoas tem segredo, vá descobrir o que é!
Maranhão é o estado, pra dançar bumba-meu-boi, Ceará do “Padim Ciço”, só conhece quem já foi, no Rio Grande do Norte, A cultura é muito forte, vá! Não deixe pra depois!
(Trechos de "Nordeste: aqui é o meu lugar" - Carlinhos Cordel)

quarta-feira, outubro 08, 2014

Divulgado o vídeo da prova que é considerada a mais dificil do Circuito ...

Já superei tantas derrotas na vida que me considero um vitorioso. Charles Fonseca

Eu Sei em Quem Tenho Crido. Igreja. Cristianismo

Longe de ti. Olavo Bilac. Poesia

Longe de ti
Olavo Bilac

XXXI

Longe de ti, se escuto, porventura,
Teu nome, que uma boca indiferente
Entre outros nomes de mulher murmura,
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...

Tal aquele, que, mísero, a tortura
Sofre de amargo exílio, e tristemente
A linguagem natal, maviosa e pura,
Ouve falada por estranha gente...

Porque teu nome é para mim o nome
De uma pátria distante e idolatrada,
Cuja saudade ardente me consome:

E ouvi-lo é ver a eterna primavera
E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.

Alessandro Victoria, 1565 - St. Jerome Santa Maria Gloriosa dei Frari, Venice, Italy. E44. Escultura

terça-feira, outubro 07, 2014

Provérbios, 8 Salomão. Igreja. Cristianismo

Provérbios, 8
Salomão

1. Por ventura não clama a Sabedoria e a inteligência não eleva a sua voz?
2. No cume das montanhas posta-se ela, e nas encruzilhadas dos caminhos.
3. Alça sua voz na entrada das torres, junto às portas, nas proximidades da cidade.
4. É a vós, ó homens, que eu apelo; minha voz se dirige aos filhos dos homens.
5. Ó simples, aprendei a prudência, adquiri a inteligência, ó insensatos.
6. Prestai atenção, pois! Coisas magníficas vos anuncio, de meus lábios só sairá retidão,
7. porque minha boca proclama a verdade e meus lábios detestam a iniqüidade.
8. Todas as palavras de minha boca são justas, nelas nada há de falso nem de tortuoso.
9. São claras para os que as entendem e retas para o que chegou à ciência.
10. Recebei a instrução e não o dinheiro. Preferi a ciência ao fino ouro,
11. pois a Sabedoria vale mais que as pérolas e jóia alguma a pode igualar.
12. Eu, a Sabedoria, sou amiga da prudência, possuo uma ciência profunda.
13. O temor do Senhor é o ódio ao mal. Orgulho, arrogância, caminho perverso, boca mentirosa: eis o que eu detesto.
14. Meu é o conselho e o bom êxito, minha a inteligência, minha a força.
15. Por mim reinam os reis e os legisladores decretam a justiça;
16. por mim governam os magistrados e os magnatas regem a terra.
17. Amo os que me amam. Quem me procura, encontra-me.
18. Comigo estão a riqueza e a glória, os bens duráveis e a justiça.
19. Mais precioso que o mais fino ouro é o meu fruto, meu produto tem mais valor que a mais fina prata.
20. Sigo o caminho da justiça, no meio da senda da eqüidade.
21. Deixo os meus haveres para os que me amam e acumulo seus tesouros.
22. O Senhor me criou, como primícia de suas obras, desde o princípio, antes do começo da terra.
23. Desde a eternidade fui formada, antes de suas obras dos tempos antigos.
24. Ainda não havia abismo quando fui concebida, e ainda as fontes das águas não tinham brotado.
25. Antes que assentados fossem os montes, antes dos outeiros, fui dada à luz;
26. antes que fossem feitos a terra e os campos e os primeiros elementos da poeira do mundo.
27. Quando ele preparava os céus, ali estava eu; quando traçou o horizonte na superfície do abismo,
28. quando firmou as nuvens no alto, quando dominou as fontes do abismo,
29. quando impôs regras ao mar, para que suas águas não transpusessem os limites, quando assentou os fundamentos da terra,
30. junto a ele estava eu como artífice, brincando todo o tempo diante dele,
31. brincando sobre o globo de sua terra, achando as minhas delícias junto aos filhos dos homens.
32. E agora, meus filhos, escutai-me: felizes aqueles que guardam os meus caminhos.
33. Ouvi minha instrução para serdes sábios, não a rejeiteis.
34. Feliz o homem que me ouve e que vela todos os dias à minha porta e guarda os umbrais de minha casa!
35. Pois quem me acha encontra a vida e alcança o favor do Senhor.
36. Mas quem me ofende, prejudica-se a si mesmo; quem me odeia, ama a morte.

Mozart - Lacrimosa. Música

BAILE À FANTASIA. Charles Fonseca. Poesia

BAILE À FANTASIA
Charles Fonseca

Ela era uma coelhinha
Toda preto e vermelho
Ele palhaço pentelho
Eu pulando com peninha

Volteios pleno o salão
Num baile de carnaval
Filhos meus fui bem ou mal
Chacoalhei na ilusão.

Citações na internet.

Síndrome de alienação parental. Priscila Maria Pereira Corrêa da Fonseca. Medicina

Síndrome de alienação parental
http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1174.pdf
Priscila Maria Pereira Corrêa da Fonseca

1. Conceito
Uma vez consumada a separação do casal e outorgada a guarda dos filhos a um dos ex-consortes, assiste ao outro, como cediço, o direito-dever de com eles estar. É o chamado direito de visitas, o qual não
compreende, ao contrário do que possa parecer, apenas o contato físico e a comunicação entre ambos, mas o direito de o progenitor privado da custódia participar do crescimento e da educação do menor. Trata-se de uma forma de assegurar a continuidade da convivência entre o filho e o genitor não-guardião, ou seja, do vínculo familiar, minimizando, assim, a desagregação imposta pela dissolução do casamento. O regime de visitas estabelecido no acordo de separação ou determinado pelo juiz objetiva, desse modo, não apenas atender os interesses e as necessidades do genitor não-titular da guarda, mas principalmente aqueles referentes ao próprio menor. Por essa razão, o exercício do direito de visitas não pode ser embaraçado ou suprimido, a não ser que circunstâncias extremamente graves assim recomendem. Lamentavelmente, e com maior freqüência do que se supõe, reiteradas barreiras são postas pelo guardião à realização das visitas. Como se demonstrará mais adiante, não são poucos os artifícios e manobras de que se vale o titular da guarda para obstaculizar os encontros do ex-cônjuge com o filho: doenças inexistentes, compromissos de última hora, etc. E o que é pior e mais grave: tais impedimentos vêm ditados por inconcebível egoísmo, fruto exclusivo da animosidade que ainda reina entre os ex-consortes, sendo certo que, sem qualquer pejo, em nome de tais espúrios sentimentos, a criança é transformada em instrumento de vingança. Esquecem os genitores que a criança, desde o nascimento, tem direito ao afeto, à assistência moral e material e à educação1. E não é por outra razão que a Constituição Brasileira no art. 227 estabelece ser “dever da família (...) assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito (...) à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”2. Pois bem, o ex-consorte – geralmente o detentor da custódia, que intenta afastar o filho do relacionamento com o outro genitor –, promove aquilo que se denomina alienação parental. Essa situação pode dar ensejo ao aparecimento de uma síndrome, a qual exsurge do apego excessivo e exclusivo da criança com relação a um dos genitores e do afastamento total do outro. Apresenta-se como o resultado da conjugação de técnicas e/ou processos que, consciente ou inconscientemente, são utilizados pelo genitor que pretende alienar a criança, a que se alia a pouca vontade da criança em estar com o genitor não-titular da guarda. Nos EUA, denomina-se “alienador ingênuo” (naive alienator) aquele que procura, inconscientemente, afastar o outro genitor do convívio com o filho. A criança que padece do mal se nega terminante e obstinadamente a manter qualquer tipo de contato com um dos genitores, independentemente de qualquer razão ou motivo plausível3. Cuida-se, na verdade, de um sentimento de rejeição a um dos genitores, sempre incutido pelo outro genitor no infante, fato que, em um primeiro momento, leva o petiz a externar – sem justificativas e explicações plausíveis – apenas conceitos negativos sobre o progenitor do qual se intenta alienar e que evolui, com o tempo, para um completo e, via de regra, irreversível afastamento, não apenas do genitor alienado, como também de seus familiares e amigos. Essa alienação pode perdurar anos seguidos, com gravíssimas conseqüências de ordem comportamental e psíquica, e geralmente só é superada quando o filho consegue alcançar certa independência do genitorguardião, o que lhe permite entrever a irrazoabilidade do distanciamento a que foi induzido. A esse processo patológico dá-se o nome de síndrome de alienação parental, identificada em 1985 pelo professor de Psiquiatria Infantil da Universidade de Columbia (EUA), doutor Richard A. Gardener4. Do ponto de vista médico, relativamente à criança, a síndrome é uma forma de abuso emocional5, punidanos EUA, segundo o Family Court Act, com a perda da guarda e a supressão do direito de visitas por parte do genitor responsável pela alienação6. Àquele que busca arredar a presença do outro
genitor da esfera de relacionamento com o filho outorga-se o nome de “progenitor alienante” e ao outro, de cujo contato se subtrai a criança, de “progenitor alienado”. Geralmente o papel de progenitor alienante cabe à mãe, e o de alienado, ao pai. A síndrome da alienação parental não se confunde, portanto, com a mera alienação parental. Aquela geralmente é decorrente desta, ou seja, a alienação parental é o afastamento do filho de um dos genitores, provocado pelo outro, via de regra, o titular da custódia. A síndrome da alienação parental, por seu turno, diz respeito às seqüelas emocionais e comportamentais de que vem a padecer a criança vítima daquele alijamento. Assim, enquanto a síndrome refere-se à conduta do filho que se recusa terminante e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores, que já sofre as mazelas oriundas daquele rompimento, a alienação parental relaciona-se com o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor da vida do filho. Essa conduta alienante, quando ainda não deu lugar à instalação da síndrome, é reversível e permite – com o concurso de terapia e auxílio do Poder Judiciário – o restabelecimento das relações com o genitor preterido7. Já a síndrome, segundo as estatísticas divulgadas por Darnall, somente cede, durante a infância, em 5% dos casos7. Essa patologia afeta mais os meninos, pois são os que mais sofrem com a ausência paterna, em idade que varia entre oito e 11 anos. Crianças mais velhas tendem a opor maior resistência à pressão do genitor alienante, já que têm um pouco mais de independência e de vontade própria.

Último Desejo - Roberta Miranda. Música

Temei, Penhas... Claudio Manoel da Costa. Poesia

Temei, Penhas...
Claudio Manoel da Costa

Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;

Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.

"Que a nossa mensagem seja a nossa própria vida." Gandhi. Prosa

Gal Costa. Vaca Profana. Caetano Veloso. Música

Você não sabe o que é a morte, então você não tem de ter medo da morte. Você tem de ter medo é da desonra, dela você tem de ter medo, isso mata você. José Alencar, ex-vice-presidente da República. Prosa

O douto Lula, segundo os portugueses... Fotografia

Degustação de vinho em Minas. Luiz Fernando Veríssimo

Degustação de vinho em Minas
Luiz Fernando Veríssimo

- Hummm...
- Hummm...
- Eca!!!
- Eca?! Quem falou Eca?
- Fui eu, sô! O senhor num acha que êsse vinho tá com um gostim estranho?
- Que é isso?! Ele lembra frutas secas adamascadas, com leve toque de trufas brancas, revelando um retrogosto persistente, mas sutil, que enevoa as papilas de lembranças tropicais atávicas...
- Putaquepariu sô! E o senhor cheirou isso tudo aí no copo?!
- Claro! Sou um enólogo laureado. E o senhor?
- Cebesta, eu não! Sou isso não senhor!! Mas que isso aqui tá me cheirando iguarzinho à minha egüinha Gertrudes depois da chuva, lá isso tá!
- Ai, que heresia! Valei-me São Mouton Rothschild!
- O senhor me desculpe, mas eu vi o senhor sacudindo o copo e enfiando o narigão lá dentro. O senhor tá gripado, é?
- Não, meu amigo, são técnicas internacionais de degustação entende? Caso queira, posso ser seu mestre na arte enológica. O senhor aprenderá como segurar a garrafa, sacar a rolha, escolher a taça, deitar o vinho e, então...
- E intão moiá o biscoito, né? Tô fora, seu frutinha adamascada!
- O querido não entendeu. O que eu quero é introduzi-lo no...
- Mais num vai introduzi mais é nunca! Desafasta, coisa ruim!
- Calma! O senhor precisa conhecer nosso grupo de degustação. Hoje, por exemplo, vamos apreciar uns franceses jovens...
- Hã-hã... Eu sabia que tinha francês nessa história lazarenta...
- O senhor poderia começar com um Beaujolais!
- Num beijo lê, nem beijo lá! Eu sô é home, safardana!
- Então, que tal um mais encorpado?
- Óia lá, ocê tá brincano com fogo...
- Ou, então, um suave fresco!
- Seu moço, tome tento, que a minha mão já tá coçando de vontade de meter um tapa na sua cara desavergonhada!
- Já sei: iniciemos com um brut, curto e duro. O senhor vai gostar!
- Num vô não, fio de um cão! Mas num vô, messs! Num é questão de tamanho e firmeza, não, seu fióte de brabuleta. Meu negócio é outro, qui inté rima com brabuleta...
- Então, vejamos, que tal um aveludado e escorregadio?
- E que tal a mão no pédovido, hein, seu fióte de Belzebu?
- Pra que esse nervosismo todo? Já sei, o senhor prefere um duro e macio, acertei?
- Eu é qui vô acertá um tapão nas suas venta, cão sarnento! Engulidô de rôia!
- Mole e redondo, com bouquet forte?
- Agora, ocê pulô o corguim! E é um... e é dois... e é treis! Num corre, não, fiodaputa! Vorta aqui que eu te arrebento, sua bicha fedorenta!...

BARÃO VERMELHO - "O Tempo Não Pára". Música. Política.

Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando uma agulha num palheiro

Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, de maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Link: http://www.vagalume.com.br/barao-vermelho/o-tempo-nao-para.html#ixzz3FRaBRkGj

Carta de um colega ao Ex Ministro da Saúde de Dilma. Medicina

Carta de um colega ao Ex Ministro da Saúde de Dilma

Ao caro (pseudo) colega Alexandre Padilha:

Eu desafio o sr, como o grande defensor do programa mais médicos que siga o seu caminho, mais natural agora que está desempregado, de ir trabalhar em uma prefeitura do interior do Brasil. No programa que o sr. mesmo ajudou a criar!
Já que segundo o PT nós médicos somos todos sem coração e mercenários? Que tal dar o exemplo?
Ir para uma prefeitura onde não se tem condições de trabalho, ver pacientes morrer na sua mão.
Ser processado por erro médico (quando na verdade não havia a mínima estrutura).
Ficar em dúvida se entra na ambulância para transferir o paciente (e abandona o plantão - o que é crime) ou se fica com paciente esperando ele morrer fingindo que está fazendo algo.
Ficar refém do prefeito local e ter que atender quantos pacientes ele quiser como se fosse seu empregado. Receber bilhete de vereadores para priorizar este ou aquele paciente (amigos, parentes e correligionários).
Fazer o papel de ouvidor geral do caos na saúde como se a culpa fosse sua (sim o médico é o cara do telemarketing que houve todas as reclamações como se tivesse culpa).
Mudar radicalmente seu projeto de vida e ganhar por mês uma bolsa de estudo (mesmo sendo formado) sem nenhum direito trabalhista, 13o, férias, FGTS, etc. E que pode ser demitido a qualquer minuto ao sabor das mudanças na conjuntura política.
Acho que o sr. será mais útil lá que em outro lugar e ainda ajuda nosso país a enviar menos dinheiro para ditatura cubana. Melhor um médico ruim como o sr. (consenso entre os que conhecem a sua competência técnica) do que um político péssimo.
E a população coitada ? Nosso povo é tão sofrido, que se o sr. for atencioso mesmo fazendo a coisa errada talvez eles gostem de você.
E se seu filho e ou alguém da sua família passar mal por lá fica tranquilo que alguém treinado na melhor medicina do mundo segundo o sr. estará lá pronto para atendê-lo.

Dr. Caio Nunes
Departamento de Radiologia
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

segunda-feira, outubro 06, 2014

II. O céu. Igreja. Cristianismo


II. O céu

1023. Os que morrerem na graça e na amizade de Deus e estiverem perfeitamente purificados, viverão para sempre com Cristo. Serão para sempre semelhantes a Deus, porque O verão «tal como Ele é» (1 Jo 3, 2), «face a face» (1 Cor 13, 12) (615):

«Com a nossa autoridade apostólica, definimos que, por geral disposição divina, as almas de todos os santos mortos antes da paixão de Cristo [...] e as de todos os outros fiéis que morreram depois de terem recebido o santo Baptismo de Cristo e nas quais nada havia a purificar no momento da morte, ou ainda daqueles que, se no momento da morte houve ou ainda há qualquer coisa a purificar, acabaram por o fazer [...] mesmo antes de ressuscitarem em seus corpos e do Juízo universal – e isto depois da Ascensão ao céu do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo –, estiveram, estão e estarão no céu, associadas ao Reino dos céus e no paraíso celeste, com Cristo, na companhia dos santos anjos. E depois da paixão e morte de nosso Senhor Jesus Cristo, essas almas viram e vêem a essência divina com uma visão intuitiva e face a face, sem a mediação de qualquer criatura» (616).

1024. Esta vida perfeita com a Santíssima Trindade, esta comunhão de vida e de amor com Ela, com a Virgem Maria, com os anjos e todos os bem-aventurados, chama-se «céu». O céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva.

1025. Viver no céu é «estar com Cristo» (617). Os eleitos vivem «n'Ele»; mas n'Ele conservam, ou melhor, encontram a sua verdadeira identidade, o seu nome próprio (618):

«Porque a vida consiste em estar com Cristo, onde está Cristo, aí está a vida, aí está o Reino» (619).

1026. Pela sua morte e ressurreição, Jesus Cristo «abriu-nos» o céu. A vida dos bem-aventurados consiste na posse em plenitude dos frutos da redenção operada por Cristo, que associa à sua glorificação celeste aqueles que n'Ele acreditaram e permaneceram fiéis à sua vontade. O céu é a comunidade bem-aventurada de todos os que estão perfeitamente incorporados n'Ele.

1027. Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo ultrapassa toda a compreensão e toda a representação. A Sagrada Escritura fala-nos dele por imagens: vida, luz, paz, banquete de núpcias, vinho do Reino, casa do Pai, Jerusalém celeste, paraíso: aquilo que «nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem jamais passou pelo pensamento do homem, Deus o preparou para aqueles que O amam» (1 Cor 2, 9).

1028. Em virtude da sua transcendência, Deus não pode ser visto tal como é, senão quando Ele próprio abrir o seu mistério à contemplação imediata do homem e lhe der capacidade para O contemplar. Esta contemplação de Deus na sua glória celeste é chamada pela Igreja «visão beatífica»:

«Qual não será a tua glória e a tua felicidade quando fores admitido a ver a Deus, a ter a honra de participar nas alegrias da salvação e da luz eterna, na companhia de Cristo Senhor teu Deus, [...] gozar no Reino dos céus, na companhia dos justos e dos amigos de Deus, das alegrias da imortalidade alcançada!» (620).

1029. Na glória do céu, os bem-aventurados continuam a cumprir com alegria a vontade de Deus, em relação aos outros homens e a toda a criação. Eles já reinam com Cristo. Com Ele «reinarão pelos séculos dos séculos» (Ap 22, 5) (621).

La Petite Bande - Bach Cantata, BWV27-5. Aria- Gute Nacht, du Weltgetümm..Música.

A velhice. Olavo Bilac. Poesia

A velhice
Olavo Bilac

O neto:

Vovó, por que não tem dentes?
Por que anda rezando só.
E treme, como os doentes
Quando têm febre, vovó?

Por que é branco o seu cabelo?
Por que se apóia a um bordão?
Vovó, porque, como o gelo,
É tão fria a sua mão?

Por que é tão triste o seu rosto?
Tão trêmula a sua voz?
Vovó, qual é seu desgosto?
Por que não ri como nós?

A Avó:

Meu neto, que és meu encanto,
Tu acabas de nascer...
E eu, tenho vivido tanto
Que estou farta de viver!

Os anos, que vão passando,
Vão nos matando sem dó:
Só tu consegues, falando,
Dar-me alegria, tu só!

O teu sorriso, criança,
Cai sobre os martírios meus,
Como um clarão de esperança,
Como uma benção de Deus!

Seleção brasileira feminina de vôlei vence a Holanda na estreia da 2ª ro...

domingo, outubro 05, 2014

É CADA VEZ MAIS DIFÍCIL ARRANJAR MÉDICO QUE SE COMPROMETA COM SEU PACIENTE, NO CONSULTÓRIO, NO HOSPITAL. QUAIS AS CAUSAS ? Marcelo Caixeta. Medicina

É CADA VEZ MAIS DIFÍCIL ARRANJAR MÉDICO QUE SE COMPROMETA COM SEU PACIENTE, NO CONSULTÓRIO, NO HOSPITAL. QUAIS AS CAUSAS ?
Marcelo Caixeta

1) Afora ao já bem-divulgado " desaparecimento da pediatria" ( que é uma "medicina clínica", ou seja, baseada no consultório, na conversa, no exame físico e psíquico bem-feito do paciente, no conhecimento do paciente ao longo do tempo, acompanhamento longitudinal ), você já notou que dificilmente você ou alguém da sua família conseguem um médico que siga bem , no consultório, na "consultinha", ou numa enfermaria, sua doença ou a de seus familiares ? Já notou que acha muita gente para fazer exames, procedimentos médico-hospitalares-cirúrgicos-burocráticos mas não acha nenhum médico, de fato, para "segurar no chifre-do-boi" ?
2) Sabe por que acontece isto ? Os médicos estão mesmo "fugindo" da "consultinha", fugindo da enfermaria, buscando outras fontes de renda, entre elas a de te atender em pronto-socorros, ganhando por plantões hospitalares que estão virando a "solução" para as consultas e diárias baixíssimas das enfermarias . Os médicos estão abandonando o navio construído pelo Governo : preços de consulta lá embaixo, desvalorização da consulta, pois o modelo que se espalhou pelo Brasil é o de : a) "pagar consulta prá quê, se tenho de graça no SUS ( saúde pública)" ? b) ainda seguindo o "modelo do SUS" , diz o paciente : "consultinha" médica é algo banal, atendem você em 5 minutos, te dão uma receitinha ilegível, um punhado de exames, nem põem a mão em você, não querem nem saber do que aconteceu, nunca mais vão te ver pela frente, não tão nem aí".
3) Não adianta "fugir" do SUS para os convênios médicos : a destruição da Medicina no SUS já contaminou os planos de saúde : qualidade e preço da consultinha lá embaixo. O dono do Plano de Saúde pensa : "prá que pagar decentemente um procedimento tão banal, simples, fraudulento, ineficaz, como este ?"
4) Resultado desta "destruição da consultinha" : a) atendimentos hospitalares virando consultórios. b) enfermarias virando "leitos de observação". c) leitos de UTI virando leitos de enfermaria. d) já há a necessidade de "super-leitos-de-UTI" para cuidar do que deveria ser UTI.
5) Sem a “consultinha” todo problema médico vai desembocar no super-leito-da-UTI, do qual apenas 30% dos pacientes sairão vivos ( a “sobre-mortalidade” das UTIs brasileiras já foi objeto de vários artigos ).
6) Veja bem, a "falta da consultinha" em um caso real : a) o Governo, o Plano, a População, não quiseram pagar a "consultinha banal" de um médico psiquiatra para Allan, nome fictício, caso verdadeiro, garotinho hiperativo de 6 anos de idade. b) cresceu, sua hiperatividade virou distúrbio de conduta, personalidade anti-social. c) ainda não quiseram pagar consultinhas para ele. d) foi para a rua, para o crime, para a gangue, para as drogas. Ainda sem consultinha. e) por dívida de drogas levou tiro no abdomem, cirurgia, colostomia, necrose tubular aguda ( "rim secou" ), hemodiálise. Pela primeira vez o Governo "cuidou dele" = custo hospitalar, com diálise ambulatorial e tudo = 85 mil reais ( quantas consultinhas daria para pagar ?). f) não terminou por aí, mesmo com colostomia, diálise, etc, continuou "aprontando", drogas, orgias, etc, pegou AIDS ( mais quantas "consultinhas" o Governo poderia pagar ? g) ainda não acabou : subiu em uma moto, quebrou a coluna, espatifou 4 vértebras, quebrou as duas pernas, traumatismo crânio-encefálico, 3 meses de UTI, Hospital de Reablitação, ou seja, mais 200 mil reais. No total, uns MEIO MILHÃO de reais ( que por ser jovem chegará facilmente a UM MILHÃO de reais ) que o Governo gastou com este "ex-hiperativo-sem-consultinha-banal", atualmente poli-lesionado , vegetalizado, sendo cuidado em um leito de hospital para crônicos tetraplégicos.
7) Nem os médicos, em sua maioria, ou as Entidades Médicas não enxergam isto. Por que ? Além da falta de "profundidade" da alma intelectual brasileira, há fatores políticos : os médicos, como toda a classe média no Brasil, acostumou a mamar e a esperar tudo no Governo. Por exemplo, os médicos mais influentes e as Entidades que eles dirigem ainda pensam que a "saída" da Medicina está em mais boquinhas no Governo ( por isto batem na "tecla furada" de "Carreira de Médicos no Governo como a de Juízes, Promotores, etc ).
8 ) Com esta visão, ficam "esperando soluções do Governo" sem se darem conta ( ou sem querer enxergar ) que o Governo é justamente a CAUSA de todos estes problemas. Ao invés de atacarem a RAIZ do problema, restringem-se a, no plano coletivo, a : a) exigir "Carreira de Estado" para médicos. b) exigir "melhor pagamento dos Planos".
9 ) Sem atacar o problema na profundidade, ficam só arranhando a superfície, tomando medidas pontuais, medidas que nem arranham as poderosas Leis de Mercado ( os Planos continuarão pagando pouco ) nem as Leis de Governança ( o "Governo continua aumentando o Estado e esmagando cada vez mais o cidadão" ). Querer "Carreira de Estado", por exemplo, é simplesmente querer mais ingerência do Estado na vida do Médico, ingerência esta que, como se vê, só produz prejuízos, não só para o médico mas para o paciente.
10 ) A solução ? Muito simples : tirar o Governo de toda jogada estatal da Medicina. A única funçao que poderia lhe restar seria a de ressarcir atendimentos médico-hospitalares feitos ( à livre-escolha, por parte do paciente, de profissionais e instituições ) sobre pessoas REALMENTE POBRES. Só isto. No resto, o povo , a classe média, teriam de REAPRENDER a pagar e valorizar o médico e sua famigerada "consultinha".
.......................................................................
Marcelo Caixeta, médico psiquiatra.

Aquarela. Toquinho. Música

Histeria. Freud. Vol II. Pag. 42 b. Psicanálise

Exibindo 20141005_164156.jpg

Gilberto Gil - O Pato

"E preciso aprender com o vinho a envelhecer sem virar vinagre". (D. Helder Câmara)

O Grito Silencioso. Aborto: filme completo dublado. Medicina. Ética.

RIO ACIMA. Charles Fonseca. Poesia

RIO ACIMA
Charles Fonseca

Vai rio acima meu verso ligeiro
Nas margens ribeiras da ilusão
E diz pra ela que não desça não
Por essas vãs águas das cachoeiras.

Diz para a flor da verde campina
Que já não desça rio abaixo não
Não fique à margem desilusão
Da ribanceira, no rio acima.

Que no rio abaixo desce somente
Flores cadentes do que já se foi
Que novo sonho rebrote, pois,
Do rio à margem flor, fruto, semente.

Só ando em boa companhia. Charles Fonseca. Fotografia

sábado, outubro 04, 2014

FACEBOOK V: bloqueio terceiro que me bisbilhota através de segundo.

Rembrandt. Pintura

"Mentira é quem diz que não sabe que tinha roubo na Petrobras, mentira é quem diz que não sabe o que está acontecendo na corrupção desse país". Política

Parabéns Tilly, minha amada. Feliz aniversário. Fotografia


‘O Último Cine Drive-in’ resgata relação perdida entre pai e filho. Cinema

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FHC não perdoa Dilma por dossiê contra Ruth Cardoso. Política

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Lampião, o rei do cangaço. II. Fotografia

Lampião, o rei do cangaço. Fotografia

Justiça autoriza lançamento da biografia de Lampião

Quem ama o tanto que deseja?

Uma Análise Psiquiátrica da Mente de Dilma. Marcelo Caixeta, médico psiquiatra

Uma Análise Psiquiátrica da Mente de Dilma
Marcelo Caixeta, médico psiquiatra
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Em psiquiatria há uma classe de distúrbios pouco conhecida. Foi Dide, um médico francês que, no final do século XIX, chamou atenção para eles : "os passionais". Os passionais podem ser divididos, segundo Clérambault, um dos discípulos de Dide, nas seguintes classes : os "idealistas", os "fanáticos", os querelantes, os reivindicativos, os erotomaníacos ( perseguem objetos amados ), os regicidas ( "matadores de autoridades"). Marat, Danton, Robespierre, eram "bons homens" da Revolução. Dilma é uma "boa mulher" : é idealista, quer um Brasil melhor, quer interferir na "melhora do Brasil", quer "proteger os fracos". Um "ego forte" na defesa dos "fracos". Não quer "ficar rica", não quer "matar" ninguém, não quer "aproveitar-se sexualmente" de ninguém, não quer "escravizar" ninguém. É só uma "boa-gente" que quer tirar "um pouco" o poder dos ricos e dá-los para seus "amados pobres" : que gente-boa ela é ! É inclusive afetiva, ama seu netinho, sua única filha, é carente de apoio paterno ( daí tê-lo buscado em Lula e Brizola pois seu pai, esquerdista como seus padrinhos , não pôde dar-lhe muito amor ). Com eles ela chega ser, inclusive, subserviente, obediente, tudo como uma boa e carente “menina”. Que culpa tem ela de ter um "ego forte", um "coração bom" e , por isto, "querer ajudar o Brasil ?". Que culpa tem ela de, com sua bondade, contrariar os "interesses mesquinhos" daqueles que detêm a produtividade e a iniciativa privada do país ? [ é por isto que eles "pararam de trabalhar" , a boicotam, e levam a economia para o negativo, assim ela o vê com seus óculos idealistas-paranoides.... ]. Não há nada mais perigoso do que uma "boa ideia". Não há nada mais perigoso do que uma "pessoa moral". Não há nada mais perigoso do que uma "boa pessoa".
Em termos mais banais e prosaicos, a população antiga reconhece isto no seu ditado vetusto : “de boas intenções o inferno está cheio”, ou então, mais modernamente, aquela definição do filósofo J.P. Sartre : “ O diabo mora é nas entrelinhas”.
Dilma, ao querer “ser boa com o Brasil”, “levá-lo adiante como se leva uma criança de braço”, acabou por estourá-lo. Só os “não-estudados”, os “interessados-em-cabides-de-emprego” e os “dependentes-de-cotas-e-bolsas” não enxergam que o “modelo petista” de “sugar de quem produz até “ver onde dá” chegou ao fim. A Sociedade Civil não aguenta mais bancar um Estado deste tamanho, que apenas consome o que se lhe dá ( populismo para os pobres e funcionários públicos ) , não retorna praticamente nada em troca.