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quinta-feira, setembro 30, 2010

FILOSOFIA

Apologia de Sócrates
Resenha do livro de Platão.

Pois é, não é de hoje que vivemos mergulhados em dúvidas e incertezas. Bem lá atrás, antes de Cristo (exemplo de julgamento histórico), o homem já se dispunha a pensar a possibilidade do julgamento ao próximo, já havia a chama do fervor à justiça e ao suposto poder de condenar à persona non grata.
Pensando neste assunto, ao ler matéria em jornal, sobre detentos que já poderiam estar em liberdade tentando se reabilitar, mas que pela justiça morosa, apodrecem em celas como ratos, devaneios vieram povoar minha cabeça nesta manhã.
Bom, mas este é assunto contemporâneo, “todo-mundo-sabe-que-todo-mundo-sabe”. Então, numa vã expectativa de tentar entender um pouco mais a nós mesmos, seres humanos, me remeti à Sócrates e senti que falando de seu julgamento, eu poderia, ao menos, dividir com vocês minha aflição frente a tantas verdades confusas, tantos erros sociais, e tantas injustiças.
Quando Começou
Há 399 a.C., Sócrates, diante do tribunal popular, é acusado pelo poeta Meleto, pelo rico curtidor de peles, influente orador e político Ânito, e por Lícon, personagem de pouca importância.
A Acusação
A acusação era grave: não reconhecer os deuses do Estado, introduzir novas divindades e corromper a juventude. O relato do julgamento feito por Platão (428-348 a.C.), a Apologia de Sócrates , é geralmente tido como bastante fiel aos fatos. É dividido em três partes. Na primeira, Sócrates examina e refuta as acusações que pairam sobre ele, retratando sua própria vida, procurando mostrar o verdadeiro significado de sua “missão”. Dirige aos homens palavras que contestam o enriquecimento sem virtude, afirmando que a riqueza deverá vir através da virtude.
Noutro momento de sua defesa, Sócrates dialoga com um de seus acusadores, deixando-o bem embaraçado quanto ao significado da acusação “corromper a juventude”. Demonstra que está sendo acusado por Meleto de algo que este mesmo não sabe ao certo o que significa.
Em nenhum momento de sua defesa - segundo o relato platônico - Sócrates apela para a bajulação ou tenta captar a misericórdia daqueles que o julgavam - linguagem de quem fala em nome da própria consciência e não reconhece em si mesmo nenhuma culpa.
“Parece-me não ser justo rogar ao juiz e fazer-se absolver por meio de súplicas; é preciso esclarecê-lo e convencê-lo.”
Talvez justamente por essas manifestações de altaneira independência de espírito, Sócrates foi condenado.
Como era de praxe, após o veredicto da condenação, Sócrates foi convidado a fixar sua pena.
Mas Sócrates, ignorando qualquer sugestão de pena mínima ou mesmo multas, se deixa condenar a morte.
Segunda parte da Apologia
“Ora, o homem (Meleto) propõe a sentença de morte… Que sentença corporal ou pecuniária mereço, eu que entendi de não levar uma vida quieta? Eu que negligenciei riquezas, negócios, postos militares, tribunas e funções públicas, conchavos e lutas que ocorrem na política…”
Então Sócrates não deixa saída para os juízes. Ou a pena de morte, pedida por Meleto, ou ser alimentado no Pritaneu, enquanto fosse vivo, como herói ou benemérito da cidade.
O Que Significa Morrer?
Essa é a terceira parte da Apologia que pretende ser a transcrição das últimas palavas de Sócrates dirigidas aos que o condenaram. Diz, gemendo e lamentando-se:
Não foi por falta de discursos que fui condenado, mas por falta de audácia e porque não quis que ouvísseis o que para vós teria sido mais agradável, coisas que considero indignas de mim, coisas que estás habituados a escutar de outros acusados.
Nesta altura, Sócrates começa a fazer comparações com a morte:
[...] Mais difícil que evitar a morte, é evitar o mal [...]
[...] A morte pode ser uma dessas duas coisas: “Ou aquele que morre é reduzido ao nada, e não tem mais qualquer consciência, ou então, conforme ao que diz, a morte é uma mudança, uma transmigração da alma do lugar onde nos encontramos para outro. Se a morte é a extinção de todo sentimento, assemelha-se a um desses sonos nos quais nada se vê, mesmo em sonho, então morrer é um ganho maravilhoso [...]”
[...] “Mas eis a hora de partimos, eu para a morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo, ninguém o sabe, exceto o deus.”
Mas o querido Sócrates teve de esperar trinta dias para sua execução, pois a cidade estaria em festa pela chegada de Teseu que vencera o Minotauro.
No livro Fédon, Platão descreve as conversações que, durante os dias de espera na prisão, Sócrates mantivera com seus discípulos e amigos.
Amigos lhe imploram que fuja em vésperas de sua execução, no que Sócrates responde:
“A única coisa que importa é viver honestamente, sem cometer injustiças, nem mesmo em retribuição a uma injustiça recebida.”
Que tal se nosso legislativo (todo político), tivesse como obrigação, ler e discutir “A Apologia de Sócrates”? Possivelmente eu não teria acordado hoje com pena dos encarcerados e injustiçados.
Fonte:http://www.lendo.org/a-apologia-de-socrates-o-julgamento-por-platao/

Meu neto Freud.

Meu neto Freud.
Evangelho
Lc:10,1-12

1. O Senhor escolheu outros setenta e dois e enviou-os, dois a dois, à sua frente, a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir.
2. E dizia-lhes: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua colheita.
3. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
4. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não vos demoreis para saudar ninguém pelo caminho!
5. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa! ’
6. Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; senão, ela retornará a vós.
7. Permanecei naquela mesma casa; comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador tem direito a seu salário. Não passeis de casa em casa.
8. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem,
9. curai os doentes que nela houver e dizei: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’.
10. Mas quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei:
11. ‘Até a poeira de vossa cidade que se grudou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo! ’
12. Eu vos digo: naquele dia, Sodoma receberá sentença menos dura do que aquela cidade.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Reações adversas aos fármacos

Reacções adversas aos fármacos

Um erro frequente é considerar que os efeitos farmacológicos se podem dividir claramente em dois grupos: efeitos desejados ou terapêuticos e não desejados ou secundários. Na realidade, a maioria dos fármacos produz efeitos vários. No entanto, o médico pretende que o doente experimente só um (ou alguns) deles. Os outros efeitos podem ser classificados como não desejados. Apesar de quase toda a gente, incluindo os médicos e o pessoal de saúde, se referir ao efeito secundário, o termo reacção adversa ao fármaco é mais apropriado para os efeitos não desejados, desagradáveis, ou potencialmente nocivos.
Não deve surpreender-nos o facto de as reacções adversas aos fármacos serem frequentes. Calcula-se que em alguns países cerca de 10 % das admissões nos hospitais são devidas a reacções adversas aos fármacos. Entre 15 % a 30 % dos doentes hospitalizados apresentam, no mínimo, uma reacção adversa a algum fármaco. Embora muitas destas reacções sejam relativamente leves e desapareçam ao suspender-se a sua administração ou ao modificar-se a dose, outras são mais graves e de maior duração.
http://www.manualmerck.net/?id=36&cn=573
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Gerard Dou. Pintura


Dou, Gerard - 1613/1675, Holanda.
Salmos
Capítulo 1

1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.
3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.
4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa.
5 Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos.
6 Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.
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terça-feira, setembro 28, 2010

Ao entardecer. Alberto Caeiro. Poesia

Ao entardecer
Alberto Caeiro

Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O livro de Cesário Verde.
Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
Mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas cousas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos ...
Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...
Evangelho
Jó:3,1-3; Jó:3,11-17; Jó:3,20-23

1. Havia alguém dentre os fariseus, chamado Nicodemos, um dos chefes dos judeus.
2. À noite, ele foi se encontrar com Jesus e lhe disse: “Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus, pois ninguém é capaz de fazer os sinais que tu fazes, se Deus não está com ele”.
3. Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer do alto, não poderá ver o Reino de Deus!”
11. Em verdade, em verdade, te digo: nós falamos do que conhecemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho.
12. Se não acreditais quando vos falo das coisas da terra, como ireis crer quando eu vos falar das coisas do céu?
13. Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu: o Filho do Homem.
14. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também será levantado o Filho do Homem,
15. a fim de que todo o que nele crer tenha vida eterna”.
16. De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
17. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele.
20. Pois todo o que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas.
21. Mas quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que suas ações sejam manifestadas, já que são praticadas em Deus.
22. Depois disso, Jesus e seus discípulos foram para a região da Judéia. Ele ficava lá com eles e batizava.
23. João também estava batizando, em Enon, perto de Salim, onde havia muita água. As pessoas iam lá para serem batizadas.

FOTOGRAFIA


Ao entardecer, upload feito originalmente por Charles Fonseca.

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segunda-feira, setembro 27, 2010

ENERGIA

Matéria não existe, tudo é energia

O título deste artigo diz uma obviedade para quem entendeu minimamente a teoria da relatividade de Einstein pela qual se afirma ser matéria e energia equivalentes. Matéria é energia altamente condensada que pode ser liberada como o mostrou, lamentavelmente, a bomba atômica.
O caminho da ciência percorreu, mais ou menos, o seguinte percurso: da matéria chegou ao átomo, do átomo, às partículas subatômicas, das partículas subatômicas, aos “pacotes de onda” energética, dos pacotes de onda, às supercordas vibratórias, em 11 dimensões ou mais, representadas como música e cor.
Assim um elétron vibra mais ou menos quinhentos trilhões de vezes por segundo. Vibração produz som e cor. O universo seria, pois, uma sinfonia de sons e cores. Das supercordas chegou-se, por fim, à energia de fundo, ao vácuo quântico.
Neste contexto, sempre lembro de uma frase dita por W.Heisenberg, um dos pais da mecânica quântica, num semestre que deu na Universidade de Munique em 1968, que me foi dado seguir e que ainda me soa aos ouvidos : “O universo não é feito por coisas mas por redes de energia vibracional, emergindo de algo ainda mais profundo e sutil”. Portanto, a matéria perdeu seu foco central em favor da energia que se organiza em campos e redes.
Que é esse”algo mais profundo e sutil” de onde tudo emerge?
Os físicos quânticos e astrofísicos chamaram de “energia de fundo” ou “vácuo quântico”, expressão inadequada porque diz o contrário do que a palavra “vazio” significa.
O vácuo representa a plenitude de todas as possíveis energias e suas eventuais densificações nos seres. Dai se preferir hoje a expressão pregnant void “o vácuo prenhe” ou a“fonte originária de todo o ser”
Não é algo que possa ser representado nas categorias convencionais de espaço-tempo, pois é algo anterior a tudo o que existe, anterior ao espaço-tempo e às quatro energias fundamentais, a gravitacional, a eletromagnética, a nuclear fraca e forte.
Astrofísicos imaginam-no como uma espécie de vasto oceano, sem margens, ilimitado, inefável, indescritível e misterioso no qual, como num útero infinito, estão hospedadas todas as possibilidades e virtualidades de ser.
De lá emergiu, sem que possamos saber porquê e como, aquele pontozinho extremamente prenhe de energia, inimaginavelmente quente que depois explodiu (big bang) dando origem ao nosso universo.
Nada impede que daquela energia de fundo tenham surgido outros pontos, gestando também outras singularidades e outros universos paralelos ou em outra dimensão.

Com o surgimento do universo, irrompeu simultaneamente o espaço-tempo.
O tempo é o movimento da flutuação das energias e da expansão da matéria. O espaço não é o vazio estático dentro do qual tudo acontece mas aquele processo continuamente aberto que permite as redes de energia e os seres se manifestarem.
A estabilidade da matéria pressupõe a presença de uma poderosíssima energia subjacente que a mantém neste estado.
Na verdade, nós percebemos a matéria como algo sólido porque as vibrações da energia são tão rápidas que não alcançamos percebê-las com os sentidos corporais. Mas para isso nos ajuda a física quântica, exatamente porque se ocupa das partículas e das redes de energia, que nos rasgam esta visão diferente da realidade.
A energia é e está em tudo. Sem energia nada poderia subsistir. Como seres conscientes e espirituais, somos uma realização complexíssima, sutil e extremamente interativa de energia.
Que é essa energia de fundo que se manifesta sob tantas formas?
Não há nenhuma teoria científica que a defina. De mais a mais, precisamos da energia para definir a energia. Não há como escapar desta redundância, notada já por Max Planck.
Esta Energia talvez constitua a melhor metáfora daquilo que significa Deus, cujos nomes variam, mas que sinalizam sempre a mesma Energia subjacente.
Já o Tao Te Ching (§ 4) dizia o mesmo do Tao: ”o Tao é um vazio em turbilhão, sempre em ação e inexaurível. É um abismo insondável, origem de todas as coisas e unifica o mundo”.
A singularidade do ser humano é poder entrar em contacto consciente com esta Energia. Ele pode invocá-la, acolhê-la e percebê-la na forma de vida, de irradiação e de entusiasmo.

Leonardo Boff com Mark Hathaway é autor de The Tao of Liberation. N.York(2010)
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/
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ECONOMIA/POLÍTICA

O petróleo e o sangue
Memórias de luta
Mauro Santayana

Quando vejo a Petrobrás (com acento no á) transformada na segunda empresa petroleira do mundo, confesso meu orgulho. A empresa é profundamente associada ao meu destino humano, e ao destino de milhares de brasileiros. Foi a Petrobrás que promoveu o meu encontro com Wânia, minha mulher há mais de meio século. Filha de um ferroviário, militante na esquerda, Wânia, ainda adolescente, participava do movimento popular em defesa da Petrobrás. Embora criada em 1953, por Getúlio, a empresa estava sob o fogo de seus inimigos quatro anos depois, e procurava consolidar-se com dificuldades. Ainda havia os que defendessem, na imprensa subsidiada pela Standard Oil, a entrega do petróleo aos estrangeiros.

Por isso mesmo, o movimento popular em sua defesa se mantinha de pé. Wânia, aos 15 anos, participava do movimento, e entre outras de suas atividades estava a de vender torrinhas da Petrobrás, a fim de financiar a campanha. Era o ano de 1957, e eu, então repórter do Diário de Minas, de Belo Horizonte, regressara de uma reportagem no Vale do Jequitinhonha, e, como era de meu hábito, fui diretamente para a redação, a fim de revelar as fotos e redigir a matéria, que narrava a viagem com um grupo de tropeiros. Era um sábado, no início da tarde, a redação estava vazia, eu estava absolutamente só, quando eu vi a mocinha, indecisa, à porta, e lhe disse que entrasse. Ela conhecia um de meus colegas, e procurava por ele. O fato é que nos encontramos depois e, no ano seguinte, nos casamos. Naquele tempo casava-se cedo, e cedo se participava do processo político.

Desde a adolescência o problema do petróleo me interessava. Ainda menino, li um livro importante, A luta pelo petróleo, de Essad Bey, pseudônimo do aventureiro e escritor judeu ucraniano Lev Nussimbaum. Filho de um barão, que tinha negócios petrolíferos em Baku, e de mãe judia, que participara de movimentos de esquerda e suicidara, Nussimbaum assumiu nova identidade, a de um imaginário príncipe muçulmano, e se tornou excelente jornalista e escritor. Seu livro, publicado em 1935, é um clássico sobre a disputa pelas jazidas petrolíferas do Oriente Médio, com o envolvimento das grandes potências e das sete irmãs do óleo negro. O título de sua obra, em inglês, é mais instigante (e atualíssimo) do que o da tradução brasileira: Blood and Oil in Orient. Convertido ao Islã, Essad Bey não foi exatamente homem de esquerda; era anti-socialista e monarquista. Estreando com o livro sobre o petróleo, em 1930, aos 24 anos, o jornalista morreria aos 36, em 1942, deixando uma extensa obra, entre as quais romances, biografias e excitantes memórias pessoais. Sua verdadeira identidade só foi conhecida depois de morto, com a revelação dos arquivos oficiais de Kiev, onde nasceu.

O petróleo foi, e continua a ser, o sangue da civilização que o seu aproveitamento como fonte principal de energia iniciou. É uma maldição, da qual não podemos escapar tão cedo. Quem não dispõe de energia, e deve importá-la, como fazíamos até há pouco tempo, está sempre dependente dos outros. Os jovens não sabem que, até a metade do século passado, os pobres das grandes cidades brasileiras, e os moradores do campo, iluminavam suas casas com lamparinas a querosene, distribuídos em latas de vinte litros, com o desenho de uma Jacaré e, abaixo, o logotipo da Esso. Os pobres compravam o querosene aos litros, nos armazéns em que se abasteciam de feijão e arroz. Imaginem se Getúlio não houvesse criado a Petrobrás há 57 anos, o que seria hoje o Brasil?

A exploração do petróleo pelos brasileiros possibilitou encaminhar as parcas divisas que obtínhamos com a exportação de café, minério de ferro e madeira (que consumiu vastas parcelas da mata atlântica nativa), para a aquisição de máquinas e equipamentos industriais. O grande salto da economia brasileira se iniciou, assim, com a Petrobrás. Mais ainda: a economia na importação de combustíveis ajudou a financiar o fantástico parque hidrelétrico nacional.

A Petrobrás concluiu a sua volumosa capitalização, que é um recorde na história do capitalismo. A empresa só obteve esses êxitos, graças à intervenção decisiva do Estado na atividade econômica, ao criá-la, sustentá-la e administrá-la, ao longo destas quase seis décadas. Foi assim que a Petrobrás pôde desenvolver tecnologia de exploração e refino das mais avançadas do mundo. Como resumiu o presidente Lula, não há empresas privadas fortes quando o Estado é fraco.

Ao acompanhar, anteontem, o noticiário sobre a grande vitória da empresa fui obrigado a controlar a emoção. Nunca trabalhei para a Petrobrás, jamais visitei suas instalações ou seus escritórios. Tenho alguns amigos que nela trabalharam e aos quais me uni, no esforço para impedir que a privatizassem totalmente, na onda neoliberal, temerária e irresponsável do governo anterior. Mas sempre a defendi, e, mais; desde que possuo automóvel, jamais o abasteci em postos de outra bandeira, embora saiba que toda gasolina nacional procede de seus poços. É uma forma de manter a coerência de minha mocidade.

Na defesa do monopólio estatal do petróleo, que foi decisivo para o desenvolvimento da grande empresa, muitos morreram, foram espancados pela polícia de alguns estados, presos e torturados. Os sobreviventes desses tempos duros têm o direito de comemorar a grande vitória de nosso povo – e de seu patriotismo.

Daví. Michelangelo. Escultura


Davi, Michelangelo.
Evangelho
Jó:1,6-22

6. Veio um homem, enviado por Deus; seu nome era João.
7. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos pudessem crer, por meio dele.
8. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9. Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina.
10. Ela estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu.
11. Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram.
12. A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que crêem no seu nome.
13. Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
14. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de graça e de verdade.
15. João dá testemunho dele e proclama: “Foi dele que eu disse: ‘Aquele que vem depois de mim passou à minha frente, porque antes de mim ele já existia’”.
16. De sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça.
17. Pois a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
18. Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer.
19. Este é o testemunho de João, quando os judeus enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas para lhe perguntar: “Quem és tu?”
20. Ele confessou e não negou; ele confessou: “Eu não sou o Cristo”.
21. Perguntaram: “Quem és, então? Tu és Elias?” Respondeu: “Não sou”. — “Tu és o profeta?” — “Não”, respondeu ele.
22. Perguntaram-lhe: “Quem és, afinal? Precisamos dar uma resposta àqueles que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?”

domingo, setembro 26, 2010

CINOFILIA


Pastor alemão salva o dono em sua casa num incêndio afinal extinto

FOTOGRAFIA

www.andrepaiva.com.brfotografias fine art
Lagoa da Conceição, Florianópolis

POLÍTICA

O trem-bala do PT irá do Oiapoque ao Chuí
Elio Gaspari

O projeto do trem-bala tornou-se um monumento à empulhação. Tratando-se de uma obra que desde o primeiro momento foi acompanhada pela ministra Dilma Rousseff, ele permite viajar num típico de sua qualificação técnica e administrativa.
Em 2007, o trem faria a rota Rio-São Paulo, ficaria pronto antes da Copa de 2014, custaria R$ 18 bilhões, cobraria R$ 80 pela viagem e nada custaria à viúva. Seria bancado pelos concessionários. O bólide não o pararia no caminho, mas ninguém sabia dizer por quê.
Felizmente, o Tribunal de Contas travou a proposta, apontando inconsistências na estimativa da demanda. O TCU encontrou uma tabela com números absurdos. Feita a denúncia, o consórcio italiano que encaminhou o estudo disse que aquela planilha não tinha sido posta lá por ele.
Em 2008, decidiu-se que o governo entraria no negócio e o trem-bala tornou-se uma das joias da coroa do PAC. A essa altura o preço foi estimado em mais R$ 18 bilhões, com diversas paradas, estendendo-se até Campinas, uma decisão que deveria ter sido tomada no primeiro momento.
A ministra Dilma Rousseff defendia o projeto italiano mas ele foi moído no BNDES. Em maio daquele ano, a comissária confirmava o custo previsto na literatura do PAC. O BNDES trabalhava com uma conta de R$ 22 bilhões.
Em 2009, aquilo que seria um projeto privado ainda não atarraxara um só parafuso, mas começou-se a falar na criação de uma empresa estatal para a obra. Quanto ao custo, pulou para R$ 33 bilhões e as paradas seriam oito. O velho e bom BNDES deveria pingar R$ 20 bilhões.
Todos os prazos e custos do projeto estouraram. A tarifa Rio-São Paulo de R$ 80,00 está estimada em R$ 200. Ofereceram-se isenção tributárias de ICMS, PIS/Pasep e Cofins aos interessados. (Coisa de R$ 500 milhões.) Os consórcios internacionais querem que o governo garanta a demanda e tudo indica que serão atendidos, apesar de um deles já ter dito que não precisa disso. (Com garantia de demanda, Eremildo, o Idiota, inaugura uma linha de ônibus para a Lua.)
Com a proximidade da eleição, o embuste ganhou uma nova dimensão. Em maio, renasceu uma ideia de 2008 para estender o percurso do trem-bala a Belo Horizonte e Curitiba. No trajeto Rio-Campinas, ele percorreria 518 quilômetros. Com essas duas linhas, seriam mais 895 quilômetros.
Em julho, o senador Aloizio Mercadante prometeu trabalhar para levar o trem a Bauru, Sorocaba e Ribeirão Preto. Mais 400 quilômetros, pelo menos. Os 518 quilômetros iniciais ainda estão no papel e já prometeram mais 1.300 quilômetros.
Se o dia 3 de outubro demorar mais um pouco, os candidatos do governo oferecerão o Expresso Oiapoque-Chuí.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

MEDICINA

Fármacos e envelhecimento

Uma vez que as pessoas com mais idade são mais propensas a sofrer de doenças crónicas, elas tomam maior quantidade de remédios que os jovens. Uma pessoa em idade avançada toma, em média, quatro ou cinco fármacos com prescrição médica e dois sem receita. Estas pessoas são duas vezes mais propensas a reacções adversas ao fármaco, em comparação com os jovens. (Ver secção 2, capítulo 10) Além disso, as reacções tendem a ser bastante mais graves.
À medida que se envelhece diminui a quantidade de água do organismo. Os fármacos alcançam concentrações mais elevadas nas pessoas com mais idade. Muitos medicamentos, uma vez no corpo, dissolvem-se nos líquidos do organismo, mas nestas pessoas existe menos água para os diluir. Além disso os rins são menos eficazes na excreção de fármacos pela urina e o fígado tem menos capacidade para metabolizá-los.
Por essa razão, muitos fármacos permanecem mais tempo no organismo de um idoso do que no de um jovem. Como resultado, os médicos devem prescrever doses menores de muitos medicamentos às pessoas com mais idade ou inclusive um número reduzido de doses diárias. Além disso, o organismo destas pessoas é mais sensível aos efeitos de muitos fármacos. Por exemplo, podem sentir sonolência ou confusão se lhe forem administrados ansiolíticos ou hipnóticos. Os fármacos que reduzem a tensão arterial, dilatando as artérias e diminuindo o stress cardíaco, tendem a diminuir mais a pressão arterial nas pessoas mais idosas que nos jovens. O cérebro, os olhos, o coração, os vasos sanguíneos, a bexiga e os intestinos tornam-se mais sensíveis aos efeitos secundários anticolinérgicos de alguns dos fármacos mais utilizados. Os fármacos com efeitos anticolinérgicos bloqueiam a acção de uma parte do sistema nervoso, o denominado sistema nervoso colinérgico.
Alguns fármacos tendem a provocar reacções adversas, sendo estas frequentes e intensas nas pessoas de idade avançada.
Por isso, devem evitar-se determinados fármacos, uma vez que na maioria dos casos estão disponíveis alternativas mais seguras. Existem alguns riscos se não se seguem as indicações do médico em relação a um fármaco. No entanto, a falta de cumprimento das indicações do médico entre as pessoas mais velhas não é mais frequente que entre os jovens. (Ver secção 2, capítulo 11).
Não tomar um fármaco ou tomar mais ou menos doses que as indicadas pode causar problemas.
Por exemplo, podem aparecer os sintomas de uma doença, ou então o médico pode alterar o tratamento, pensando que o fármaco não foi eficaz.
Se uma pessoa mais velha não deseja seguir as indicações do médico, deve comentar isso e não agir por sua conta.
http://www.manualmerck.net/?id=35

PIADA

O psiquiatra incentiva o paciente:
- Pode me contar desde o princípio....
- Pois bem, doutor! No princípio eu criei o céu e a terra...

Santa Clara-a-Velha de Coimbra - Coro dos Antigos Orfeonistas
Evangelho
Lc:16,19-31

19. “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e dava festas esplêndidas todos os dias.
20. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, ficava sentado no chão junto à porta do rico.
21. Queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico, mas, em vez disso, os cães vinham lamber suas feridas.
22. Quando o pobre morreu, os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado.
23. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe Abraão, com Lázaro ao seu lado.
24. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado.
26. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda então Lázaro à casa de meu pai,
28. porque eu tenho cinco irmãos. Que ele os avise, para que não venham também eles para este lugar de tormento’.
29. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas! Que os escutem! ’
30. O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão. Mas se alguém dentre os mortos for até eles, certamente vão se converter’.
31. Abraão, porém, lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão’”.

PINTURA


Dubois, Ambroise - 1543/1614, Holanda.

sábado, setembro 25, 2010

POESIA

ESTRELA D’ALVA
Charles Fonseca

Pra mim não és mais que estrela
Cadente no negro universo.
Brilhas, mas és só um cometa
Fugindo tua luz do meu verso.

És como lágrima que rola.
Prefiro a estrela d’alva,
Bela, que no céu de minh’alma
Esmaece minha dor que chora.

O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim , afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.

Barão de Itararé
Eclesiastes
Ecle:11,9-10; Ecle:12,1-8

9. Alegra-te, pois, ó jovem, na tua adolescência, e teu coração esteja no bem durante a tua juventude; anda nos caminhos do teu coração e segundo o que vêem teus olhos. Fica sabendo, porém, que por todas essas coisas Deus te chamará a julgamento.
10. Tira a angústia do teu coração e afasta o mal do teu corpo, pois a adolescência e a juventude são vaidade.
1. Lembra-te do teu Criador nos dias da tua juventude, antes que venha o tempo da aflição e cheguem os anos dos quais dirás: “Não sinto prazer neles”.
2. Antes que se obscureçam o sol, a luz, a lua e as estrelas, e voltem as nuvens depois da chuva;
3. quando os guardas da casa começarem a tremer e cambalearem os homens robustos; quando, por serem poucas, as mulheres pararem de moer e a escuridão cair sobre as que olham pelas janelas;
4. quando se fecharem as portas na praça; quando enfraquecer o barulho do moinho e as pessoas se levantarem ao canto dos pássaros, silenciadas as vozes das canções;
5. quando tiverem medo das alturas e sentirem sobressaltos no caminho… então a amendoeira embranquecerá de flor, o gafanhoto se tornará pesado e a alcaparra perderá sua força. Pois o ser humano se encaminha para a morada eterna e os pranteadores já rondam pelas ruas.
6. Antes que se rompa o cordão de prata e se despedace a taça de ouro, a jarra se quebre na fonte e a roldana se arrebente no poço,
7. antes que volte o pó à terra, de onde veio, e o espírito retorne a Deus, que o concedeu…
8. vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, tudo é vaidade…

ESCULTURA


Buda

POESIA

Explicação
Carlos Drummond de Andrade

Meu verso é minha consolação.
Meu verso é minha cachaça. Todo mundo tem sua cachaça.
Para beber, copo de cristal, canequinha de folha-de-flandres,
folha de taioba, pouco importa: tudo serve.
Para louvar a Deus como para aliviar o peito,
queixar o desprezo da morena, cantar minha vida e trabalhos
é que faço meu verso. E meu verso me agrada.
Meu verso me agrada sempre...
Ele às vezes tem o ar sem-vergonha de quem vai dar uma cambalhota.
Eu bem me entendo.
Não sou alegre. Sou até muito triste.
A culpa é da sombra das baaneiras de meu país, esta sombra mole, preguiçosa.
Há dias em que ando na rua de olhos baixos
para que ninguém desconfie, ninguém perceba
que passei a noite inteira chorando.
Estou no cinema vendo fita de Hoot Gibson,
de repente ouço a voz de uma viola...
saio desanimado.
Ah, ser filho de fazendeiro!
À beira do São Francisco, do Paraíba ou de qualquer outro córrego vagabundo,
é sempre a mesma sen-si-bi-li-da-de.
E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria.
Aquela casa de nove andares comerciais
é muito interessante.
A casa colonial da fazenda também era...
No elevador penso na roça,
na roça penso no elevador.
Quem me fez assim foi minha gente e minha terra
e eu gosto bem de ter nascido com essa tara.
Para mim, de todas as burrices, a maior é suspirar pela Europa
A Europa é uma cidade muito velha onde só fazem caso de dinheiro
e tem umas atrizes de pernas adjetivas que passam a perna na gente.
O francês, o italiano, o judeu falam uma língua de farrapos.
Aqui ao menos a gente sabe que tudo é uma canalha só,
lê o seu jornal, mete a língua no governo,
queixa-se da vida (a vida está tão cara)
e no fim dá certo.
Se meu verso não deu certo, foi seu ouvido que entortou.
Eu não disse ao senhor que não sou senão poeta?

MÚSICA

sexta-feira, setembro 24, 2010

MEIO AMBIENTE

Qual o consumo médio mensal de água?
De acordo com dados mundiais o gasto médio de água, tratada e encanada, é em torno de 5,4 m³ (metros cúbicos) por pessoa/mês. Por exemplo, uma residência com quatro moradores terá seu consumo estimado em 22m³.

http://www.procon.sp.gov.br/texto.asp?id=681

Freud, 4 meses.



Eclesiastes
Ecle:3,1-11

1. Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu:
2. tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
3. tempo de matar e tempo de curar; tempo de destruir e tempo de construir;
4. tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de dançar;
5. tempo de espalhar pedras e tempo de as ajuntar; tempo de abraçar e tempo de se afastar dos abraços;
6. tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora;
7. tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar;
8. tempo do amor e tempo do ódio; tempo da guerra e tempo da paz.
9. Que proveito tira o trabalhador do seu esforço?
10. Observei a tarefa que Deus impôs aos humanos, para que nela se ocupassem.
11. As coisas que ele fez são todas boas a seu tempo. Além disso, entregou o mundo ao coração deles. No entanto, o ser humano jamais chega a conhecer o princípio e o fim da ação que Deus realiza.
.

PINTURA


Jules Dupré

quinta-feira, setembro 23, 2010

Evangelho
Lc:9,7-9

7. O rei Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou confuso, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos.
8. Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado.
9. Então Herodes disse: “Eu mandei cortar a cabeça de João… Quem será esse homem, sobre quem ouço falar estas coisas?” E procurava ver Jesus.

ESCULTURA

POESIA

Chuvas da infância
Aurea Domenech

Da vida que me deste restou, incomparável,
e de manhã de inverno como esta, o olor
de pães e de café com leite e dos jasmins
molhados pela chuva e alvos como os serafins.

Da vida que me deste restou, inabalável,
a lembrança dos bichos de pelúcia de Friburgo,
o som do piano das tardes declinantes e
os livros todos que conservo nas estantes.

Da vida que me deste restou, inconfundível,
em meu ar um pouco do teu ar contente,
as palavras que amo e teço como redes
e, em meus olhos, um pouco dos teus olhos verdes.

Da vida que me deste restou, imperecível,
o que brilhava tal cristal polido,
o que cegava os vidros, indecifráveis,
as chuvas da infância, intermináveis.

quarta-feira, setembro 22, 2010

MÚSICA

Proverbios
Prov:30,5-9

5. Toda palavra de Deus é comprovada: Ele é um escudo para os que nele se abrigam.
6. Não acrescentes coisa alguma às suas palavras, para que não sejas repreendido e passes por mentiroso!
7. Duas coisas tenho pedido, esperando que não as recuses, antes de eu morrer:
8. afasta de mim vaidade e mentira e não me dês indigência nem riqueza, mas concede-me apenas minha porção de alimento.
9. Isto para que, estando farto, eu não seja tentado a renegar-te e comece a dizer: “Quem é o SENHOR?” ou, tendo caído na indigência, me ponha a roubar e profane o nome do meu Deus.

terça-feira, setembro 21, 2010

FOTOGRAFIA


Na corda bamba, upload feito originalmente por Charles Fonseca.

Clique na imagem.


Gramado. 8 a 12 de setembro, 2010.

FÁBULA

A RÃ E O BOI
La Fontaine


Num prado uma rã
Um boi contemplou,
E ser maior que ele
Vaidosa intentou.

A pele enrugada
Inchando alargou,
E às leves irmãs
Assim perguntou:

- Maior que o Boi
Ó manas, já sou?
- Não és, lhe disseram,
E a rã lhes tornou,

- E agora inda não?
E mais ainda inchou;
Eis logo de todas
Um não escutou.

Inchar-se invejosa
De novo buscou,
Mas dando um estouro
A vida acabou.

Também, se em grandeza
Vencer procurou
O pobre ao potente
Por força estourou.
Salmo
Sal:119,1; Sal:119,27; Sal:119,30; Sal:119,34; Sal:119,35; Sal:119,44

1. Aleluia!
1. § Felizes os que procedem com retidão, os que caminham na lei do SENHOR.
27. Faze-me conhecer o caminho dos teus preceitos e meditarei nos teus prodígios.
30. Escolhi o caminho da verdade, ponho ante meus olhos tuas normas.
34. Dá-me inteligência, para que observe tua lei e a guarde de todo coração.
35. Dirige-me na senda dos teus mandamentos, porque nela está minha alegria.
44. Vou guardar tua lei para sempre, por todos os séculos.

Domenico Fetti. Pintura



segunda-feira, setembro 20, 2010

ESCULTURA


Moisés, Michelangelo.
Evangelho
Lc:8,16-18

16. “Ninguém acende uma lâmpada para escondê-la debaixo de uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ela é posta no candelabro, a fim de que os que entram vejam a claridade.
17. Ora, nada há de escondido que não venha a ser descoberto. Nada há de secreto que não venha a ser conhecido e se tornar público.
18. Olhai, portanto, a maneira como ouvis! Pois a quem tem será dado, e a quem não tem, até aquilo que julga ter lhe será tirado!”

domingo, setembro 19, 2010

FOTOGRAFIA

 

Freud, 4 meses e 18 kg.
Posted by Picasa

Restos e rastos da infância. Contardo Caligaris

Numa psicanálise, descobre-se que a vida adulta é sempre menos adulta do que parece: ela é pilotada por restos e rastos da infância. Ao longo da cura, espera-se que essa descoberta nos liberte e nos permita, por exemplo, renunciar à tutela dos pais e ao prazer (duvidoso) de encarnarmos para sempre a criança "maravilhosa" com a qual eles sonhavam e talvez ainda sonhem.
Contardo Caligaris.
Carta
1Tim:2,1-8

1. Antes de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões, ação de graças, por todas as pessoas,
2. pelos reis e pelas autoridades em geral, para que possam levar uma vida calma e tranqüila, com toda a piedade e dignidade.
3. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador.
4. Ele quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.
5. Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e a humanidade: o homem Cristo Jesus,
6. que se entregou como resgate por todos. Este foi o seu testemunho dado no tempo devido.
7. Digo a verdade e não minto: para servir a esse testemunho fui constituído arauto e apóstolo, mestre dos pagãos na fé e na verdade.
8. Quero, pois, que, em toda parte, os homens orem, erguendo mãos santas, sem ira nem contenda.

MÚSICA

The Beatles, in Hey Jude

Hey Jude
Hey, Jude, don't make it bad,
take a sad song and make it better
Remember, to let her into your heart,
then you can start, to make it better.

Hey, Jude, don't be afraid,
you were made to go out and get her,
the minute you let her under your skin,
then you begin to make it better.

And anytime you feel the pain,
Hey, Jude, refrain,
don't carry the world upon your shoulders.

For well you know that it's a fool,
who plays it cool,
by making his world a little colder.
Na na na na na na na na...

Hey, Jude, don't let me down,
you have found her now go and get her,
remember (Hey Jude) to let her into your heart,
then you can start to make it better.

So let it out and let it in,
Hey, Jude, begin,
you're waiting for someone to perform with.
And don't you know that is just you?
Hey, Jude, you'll do,
the movement you need is on your shoulder.
Na na na na na na na na...

Hey, Jude, don't make it bad,
take a sad song and make it better,
remember to let her under your skin,
then you'll begin to make it better (better, better, better,better, better, oh!)
Na, na na na na na, na na na, Hey Jude
Na, na na na na na, na na na, Hey Jude

Ei Jude
Ei, Jude, não fique mal,
Escolha uma música triste e torne-a melhor.
Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração,
Então você pode começar, a melhorá-la.

Ei, Jude, não tenha medo,
Você foi feito para sair e conquistá-la,
No minuto que você deixá-la entrar na sua pele,
Então você começará a melhorá-la.

E sempre que você sentir a dor,
Ei Jude, detenha-se,
Não carregue o mundo nos ombros.

Você bem sabe que é um tolo,
Que finge que está numa boa
Tornando seu mundo um poucoo mais frio.
Na na na na na na na na..

Ei, Jude, não me decepcione,
Você encontrou-a, agora vá e conquiste-a,
Lembre-se (Hey Jude) de deixá-la entrar em seu coração,
Então você pode começar a melhorá-la.

Então coloque prá fora e deixe entrar
Ei, Jude, comece,
Você está esperando por alguém com quem realizar a performance.
E não sabe que é somente você?
Ei Jude, você consegue
O movimento que você precisa está nos seus ombros
Na na na na na na na na..

Ei, Jude, não deixe mal
Escolha uma música triste e torne-a melhor,
Lembre-se de deixá-la debaixo da sua pele,
Então você começará a melhorar (Melhor, melhor, melhor, melhor, oh!)
Na, na na na na na, na na na, Ei Jude
Na, na na na na na, na na na, Ei Jude

sábado, setembro 18, 2010

ECONOMIA

18/09/2010 - 08h21
Modelo pós-privatização eleva valor da conta de luz

DE SÃO PAULO

Quinze anos após a privatização do setor elétrico, o Brasil tem hoje uma das contas de luz mais caras do mundo. A tese de que a única razão para isso está nos tributos e nos encargos começa a perder força, informa reportagem de Agnaldo Brito para a Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Trabalhos publicados por economistas do BNDES, técnicos do Dieese e especialistas do setor elétrico apontam que a explosão do preço da energia coincide com o período pós-privatização. O governo nega a tese.
Energia tornou-se problema no mundo, mas o que torna o caso brasileiro exótico é o fato de que mais de 80% da energia no país é hidrelétrica; perfeita, diz a literatura, para gerar tarifas módicas.
OUTRO LADO
O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, jogou para os Estados a maior parte da culpa pelo elevado custo da energia elétrica no Brasil (íntegra). Segundo ele, a tarifa na geração hidrelétrica é uma das mais baixas do mundo, embora não chegue barata aos consumidores devido aos encargos e aos tributos, sobretudo o ICMS.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/800871-modelo-pos-privatizacao-eleva-valor-da-conta-de-luz.shtml

PINTURA

E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer, dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava homem algum. Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva e ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E, por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?
Lucas 18:1-8
.

FOTOGRAFIA


sexta-feira, setembro 17, 2010

LÍNGUA PORTUGUESA

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas,
paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar
panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder
progredir.


Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para
Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém,
pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém
posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas.

Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir
permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo,
portanto, Paris.



Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los.
Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos,
preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam
precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas
picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas
perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes
potrancas.

Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos,
procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria
percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro
Paulo precaver-se.

Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir
pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando
profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para
Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir para
Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais
portos portugueses. - Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo.

Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir.
Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, papai
Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente,
pois precisava pedir permissão para papai Procópio para prosseguir
praticando pinturas.

Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo
permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, papai Procópio
puxando-o pelo pescoço proferiu: Pediste permissão para praticar
pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou
perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias? Papai - proferiu
Pedro Paulo - pinto porque permitiste, porém, preferindo, poderei
procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois
pretendo permanecer por Portugal.

Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos
pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para
praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram
pescar para poderem prosseguir peregrinando.

Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram
pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois
pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro.
Pisando por pedras pontudas, papai Procópio procurou Péricles, primo
próximo, pedreiro profissional perfeito.

Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para
Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava
pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava
pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar
prédios.

Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas
paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo pereceu pintando...

Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para
pensar... Para parar preciso pensar.

Pensei. Portanto, pronto pararei.

ESCULTURA

POLÍTICA

Manifesto de Gandhi sobre os judeus na Palestina
M. K. Gandhi
Harijan, 26 de novembro de 1938

In M.K.Gandhi, My Non-Violence
Editado por Sailesh K. Bandopadhaya
Navajivan Publishing House
Ahmedabad, 1960

Recebi muitas cartas solicitando a minha opinião sobre a questão judaico-palestina e sobre a perseguição aos judeus na Alemanha. Não é sem hesitação que ouso expor o meu ponto-de-vista.

Na Alemanha as minhas simpatias estão todas com os judeus. Eu os conheci intimamente na África do Sul. Alguns deles se tornaram grandes amigos. Através destes amigos aprendi muito sobre as perseguições que sofreram. Eles têm sido os "intocáveis" do cristianismo; há um paralelo entre eles, e os "intocáveis" dos hindus. Sanções religiosas foram invocadas nos dois casos para justificar o tratamento dispensado a eles. Afora as amizades, há a mais universal razão para a minha simpatia pelos judeus. No entanto, a minha simpatia não me cega para a necessidade de Justiça.

O pedido por um lar nacional para os judeus não me convence.

Por quê eles não fazem, como qualquer outro dos povos do planeta, que vivem no país onde nasceram e fizeram dele o seu lar?

A Palestina pertence aos palestinos, da mesma forma que a Inglaterra pertence aos ingleses, ou a França aos franceses.

É errado e desumano impor os judeus aos árabes. O que está acontecendo na Palestina não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética. Os mandatos não têm valor. Certamente, seria um crime contra a humanidade reduzir o orgulho árabe para que a Palestina fosse entregue aos judeus parcialmente ou totalmente como o lar nacional judaico.

O caminho mais nobre seria insistir num tratamento justo para os judeus em qualquer parte do mundo em que eles nascessem ou vivessem. Os judeus nascidos na França são franceses, da mesma forma que os cristãos nascidos na França são franceses.

Se os judeus não têm um lar senão a Palestina, eles apreciariam a idéia de serem forçados a deixar as outras partes do mundo onde estão assentados? Ou eles querem um lar duplo onde possam ficar à vontade?

Este pedido por um lar nacional oferece várias justificativas para a expulsão dos judeus da Alemanha. Mas a perseguição dos alemães aos judeus parece não ter paralelo na História. Os antigos tiranos nunca foram tão loucos quanto Hitler parece ser.

E ele está fazendo isso com zelo religioso. Ele está propondo uma nova religião de exclusivo e militante nacionalismo em nome do qual, qualquer atrocidade se transforma em um ato de humanidade a ser recompensado aqui e no futuro. Os crimes de um homem desorientado e intrépido, estão sendo observados sob o olhar da sua raça, com uma ferocidade inacreditável.

Se houver sempre uma guerra justificável em nome da humanidade, a guerra contra a Alemanha para prevenir a perseguição desumana contra uma raça inteira seria totalmente justificável. Mas eu não acredito em guerra nenhuma. A discussão sobre a conveniência ou inconveniência de uma guerra está, portanto, fora do meu horizonte. Mas se não pode haver guerra contra a Alemanha, mesmo por crimes que estão sendo cometidos contra os judeus, certamente não pode haver aliança com a Alemanha. Como pode haver aliança entre duas nações que clamam por justiça e democracia e uma se declara inimiga da outra? Ou a Inglaterra está se inclinando para uma ditadura armada, e o que isso significa?

A Alemanha está mostrando ao mundo como a violência pode ser eficientemente trabalhada quando não é dissimulada por nenhuma hipocrisia ou fraqueza mascarada de humanitarismo; está mostrando como é hediondo, terrível e assustador quando isso aparece às claras, sem disfarces. Os judeus podem resistir a esta organizada e desavergonhada perseguição? Existe uma maneira de preservar a sua auto-estima e não se sentirem indefesos, abandonados e infelizes? Eu acredito que sim. Ninguém que tenha fé em Deus precisa se sentir indefeso, ou infeliz. O Jeová dos judeus é um Deus mais pessoal que o Deus dos cristãos, muçulmanos ou hindus, embora realmente, em sua essência, Ele seja comum a todos. Mas como os judeus atribuem personalidade a Deus e acreditam que Ele regula cada ação deles, estes não se sentiriam desamparados.

Se eu fosse judeu e tivesse nascido na Alemanha e merecido a minha subsistência lá, eu reivindicaria a Alemanha como o meu lar, do mesmo modo que um "genuíno" alemão o faria, e desafiaria qualquer um a me jogar na masmorra; eu me recusaria a ser expulso ou a sofrer discriminação. E fazendo isso, não deveria esperar por outros judeus me seguindo em uma resistência civil, mas teria confiança que no final estariam compelidos a seguir o meu exemplo.

E agora uma palavra aos judeus na Palestina:

Não tenho dúvidas de que os judeus estão indo pelo caminho errado. A Palestina, na concepção bíblica, não é um tratado geográfico. Ela está em seus corações. Mas se eles devem olhar a Palestina pela geografia como sua pátria mãe, está errado aceitá-la sob a sombra do belicismo britânico. Um ato religioso não pode acontecer com a ajuda da baioneta ou da bomba. Eles poderiam estabelecer-se na Palestina somente pela boa vontade dos palestinos. Eles deveriam procurar convencer o coração palestino. O mesmo Deus que rege o coração árabe, rege o coração judeu. Só assim eles teriam a opinião mundial favorável às suas aspirações religiosas. Há centenas de caminhos para uma solução com os árabes, se descartarem a ajuda da baioneta britânica.

Como está acontecendo, os judeus são responsáveis e cúmplices com outros países, em arruinar um povo que não fez nada de errado com eles.

Eu não estou defendendo as reações dos palestinos. Eu desejaria que tivessem escolhido o caminho da não-violência a resistir ao que eles, corretamente, consideraram como invasão de seu país por estrangeiros. Porém, de acordo com os cânones aceitos de certo e errado, nada pode ser dito contra a resistência árabe face aos esmagadores acontecimentos.

Deixemos os judeus, que clamam serem os Escolhidos por Deus, provar o seu título escolhendo o caminho da não-violência para reclamar a sua posição na Terra. Todos os países são o lar deles, incluindo a Palestina, não por agressão mas por culto ao amor.

Um amigo judeu me mandou um livro chamado A contribuição judaica para a civilização, de Cecil Roth. O livro nos dá uma idéia do que os judeus fizeram para enriquecer a literatura, a arte, a música, o drama, a ciência, a medicina, a agricultura etc., no mundo. Determinada a vontade, os judeus podem se recusar a serem tratados como os párias do Ocidente, de serem desprezados ou tratados com condescendência.

Eles podiam chamar a atenção e o respeito do mundo por serem a criação escolhida de Deus, em vez de se afundarem naquela brutalidade sem limites. Eles podiam somar às suas várias contribuições, a contribuição da ação da não-violência.

"Todos os homens tem direito a liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras."

Artigo XIX, Declaração Universal dos Direitos Humanos, Paris, 1948.

MÚSICA

Alcides Gerardi - Cabecinha no Ombro


Encosta a sua cabecinha no meu ombro e chora...
E conta logo suas mágoas todas para mim
Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,
Que não vai embora,
Que não vai embora
Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,
Que não vai embora,
Porque gosta de mim...
Amor, eu quero o seu carinho, porquê, eu vivo tão sozinho
Não sei se a saudade fica ou se ela vai embora,
Se ela vai embora,
Se ela vai embora...
Não sei se a saudade fica ou se ela vai embora,
Se ela vai embora,
Se ela vai embora...
Encosta a sua cabecinha no meu ombro e chora...
E conta logo suas mágoas todas para mim...
Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,
Que não vai embora,
Que não vai embora
Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,
No meu ombro chora,
Porque gosta de mim...
.
Evangelho
Lc:8,1-3

1. Depois disso, Jesus percorria cidades e povoados proclamando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os Doze iam com ele,
2. e também algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos maus e de doenças: Maria, chamada Madalena, de quem saíram sete demônios;
3. Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e muitas outras mulheres, que os ajudavam com seus bens.

PINTURA


Foujita, Tsuguharu - 1886/..., Japão.

quinta-feira, setembro 16, 2010

PROSA

Discurso na Academia Sueca
Saramago
(ao receber o Prêmio Nobel de Literatura)


"O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever. As quatro da madrugada, quando a promessa de um novo dia ainda vinha em terras de França, levantava-se da enxerga e saía para o campo, levando ao pasto a meia dúzia de porcas de cuja fertilidade se alimentavam ele e a mulher. Viviam desta escassez os meus avós maternos, da pequena criação de porcos que, depois do desmame, eram
vendidos aos vizinhos da aldeia. Azinhaga de seu nome, na província do Ribatejo.

Chamavam-se Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha esses avós, e eram analfabetos um e outro. No Inverno, quando o frio da noite apertava aoponto de a água dos cântaros gelar dentro da casa, iam buscar às pocilgas os bácoros mais débeis e levavam-nos para a sua cama. Debaixodas mantas grosseiras, o calor dos humanos livrava os animaizinhos do enregelamento e salvava-os de uma morte certa. Ainda que fossem gente
de bom caráter, não era por primores de alma compassiva que os dois velhos assim procediam: o que os preocupava, sem sentimentalismos nem retóricas, era proteger o seu ganha-pão, com a naturalidade de quem, para manter a vida, não aprendeu a pensar mais do que o indispensável.

Ajudei muitas vezes este meu avô Jerónimo nas suas andanças de pastor, cavei muitas vezes a terra do quintal anexo à casa e cortei lenha para o lume, muitas vezes, dando voltas e voltas à grande roda de ferro que acionava a bomba, fiz subir a água do poço comunitário e a transporteiao ombro, muitas vezes, às escondidas dos guardas das searas, fui com a minha avó, também pela madrugada, munidos de ancinho,panal e corda, a recolher nos restolhos a palha solta que depois haveria de servir para a cama do gado. E algumas vezes, em noites quentes de Verão, depois da ceia, meu avô me disse: "José, hoje vamos dormir os dois debaixo da figueira". Havia outras duas figueiras, mas aquela, certamente por ser a maior, por ser a mais antiga, por ser a de sempre, era, para toda as pessoas da casa, a figueira.

Mais ou menos por antonomásia, palavra erudita que só muitos anos depois viria a conhecer e a saber o que significava... No meio da paz noturna, entre os ramos altos da árvore, uma estrela aparecia-me, e depois, lentamente, escondia-se por trás de uma folha, e, olhando eu noutra direção, tal como um rio correndo em silêncio pelo céu côncavo, surgia a claridade opalescente da Via Láctea, o Caminho deSantiago, como ainda lhe chamávamos na aldeia.

Enquanto o sono não chegava, a noite povoava-se com as histórias e os casos que o meu avô ia contando: lendas, aparições, assombros, episódios singulares, mortes antigas, zaragatas de pau e pedra, palavras de antepassados, um incansável rumor de memórias que me mantinha desperto, ao mesmo tempo que suavemente me acalentava. Nunca
pude saber se ele se calava quando se apercebia de que eu tinha adormecido, ou se continuava a falar para não deixar em meio a resposta à pergunta que invariavelmente lhe fazia nas pausas mais demoradas que ele calculadamente metia no relato: "E depois?". Talvez repetisse as histórias para si próprio, quer fosse para não as
esquecer, quer fosse para as enriquecer com peripécias novas.

Naquela idade minha e naquele tempo de nós todos, nem será preciso dizer que eu imaginava que o meu avô Jerónimo era senhor de toda a ciência do mundo. Quando, à primeira luz da manhã, o canto dos pássaros me despertava, ele já não estava ali, tinha saído para o campo com os seus animais, deixando-me a dormir. Então levantava-me, dobrava a manta e, descalço (na aldeia andei sempre descalço até aos 14 anos), ainda com palhas agarradas ao cabelo, passava da parte cultivada do quintal para a outra onde se encontravam as pocilgas, ao lado da casa. Minha avó, já a pé antes do meu avô, punha-me na frente uma grande tigela de café com pedaços de pão e perguntava-me se tinha dormido bem. Se eu lhe contava algum mau sonho nascido das histórias do avô, ela sempre me tranqüilizava: "Não faças caso, em sonhos não há
firmeza".

Pensava então que a minha avó, embora fosse também uma mulher muito sábia, não alcançava as alturas do meu avô, esse que, deitado debaixo da figueira, tendo ao lado o neto José, era capaz de pôr o universo em movimento apenas com duas palavras. Foi só muitos anos depois, quando o meu avô já se tinha ido deste mundo e eu era um homem feito, que vim a compreender que a avó, afinal, também acreditava em sonhos.
Outra coisa não poderia significar que, estando ela sentada, uma noite, à porta da sua pobre casa, onde então vivia sozinha, a olhar as estrelas maiores e menores por cima da sua cabeça, tivesse dito estas palavras: "O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer". Não disse medo de morrer, disse pena de morrer, como se a vida de pesado e contínuo trabalho que tinha sido a sua estivesse, naquele momento
quase final, a receber a graça de uma suprema e derradeira despedida, a consolação da beleza revelada.

Estava sentada à porta de uma casa como não creio que tenha havido alguma outra no mundo porque nela viveu gente capaz de dormir com porcos como se fossem os seus próprios filhos, gente que tinha pena de ir-se da vida só porque o mundo era bonito, gente, e este foi o meu avô Jerónimo, pastor e contador de histórias, que, ao pressentir que a morte o vinha buscar, foi despedir-se das árvores do seu quintal, uma por uma, abraçando-se a elas e chorando porque sabia que não as tornaria a ver."

FOTOGRAFIA


Rainha Elizabeth (ainda vive) e Trumann

PSICANÁLISE


Em Salvador. Bahia.
Clique para ampliar a imagem.

quarta-feira, setembro 15, 2010

Quem só fala dos grandes, pequeno fica.

Barão de Itararé.
Salmo
Sal:33,2-3; Sal:33,4-5; Sal:33,12; Sal:33,22

2. Louvai o SENHOR com a cítara, com a harpa de dez cordas cantai-lhe.
3. Cantai-lhe um cântico novo, tocai a cítara com arte, bradai.
4. Pois sincera é a palavra do SENHOR e fiel toda a sua obra.
5. § Ele ama o direito e a justiça, da sua bondade a terra está cheia.
12. § Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, o povo que escolheu para si como herança.
22. SENHOR, esteja sobre nós a tua graça, do modo como em ti esperamos.

terça-feira, setembro 14, 2010

ESCULTURA


Baco.

EDUCAÇÃO

CONVITE para dois cursos breves:

1) Masculino, Feminino e Gênero

Professor: Pe. Raimundo Mário – Doutor em Teologia pelo Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família de Roma. Dentre os temas que serão abordados estão: Sexo biológico, Diferença sexual, Níveis do sexo, Cultura de gênero (homossexualismo).

Dia: 23 de outrubro, sábado.
Horário: das 09h às 17: 00h.


2) Questões de Bioética

Professor: Dr. Humberto Leal, Presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e membro vitalício da Pontifícia Academia para a Vida. Dentre os temas que serão abordados estão: o início da vida e o desenvolvimento fetal, eutanásia, células-tronco e termos ambíguos de Bioética (Lexicon), reprodução assistida, evangelium vitae, métodos Naturais de Planejamento Familiar e Direito à Vida – Legislação.

Dias: 20 a 23 de Setembro (segunda a quinta-feira)
Horário: das 19 às 21h


Local: Instituto da Família – Rua Ilhéus 205, Rio Vermelho. Salvador.
Investimento: R$ 30,00 (este valor inclui a apostila) - para alunos do Instituto desconto de 50%.
O certificado, com a carga horária de 8 h/a, será entregue no final deste dia.

Afrodite

PIADA

Um psicanalista no consultório de outro:
- Doutor, venho ao colega para me aconselhar em um caso impossível.
- De que se trata, colega?
- Estou atendendo um argentino com complexo de inferioridade!
Carta
1Cor:12,12-14; 1Cor:12,27-31

12. Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo.
13. De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num só Espírito, para formarmos um só corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito.
14. Com efeito, o corpo não é feito de um membro apenas, mas de muitos membros.
27. Vós todos sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo.
28. Assim, na Igreja, Deus estabeleceu, primeiro, os apóstolos; segundo, os profetas; terceiro, os que ensinam; depois, dons diversos: milagres, cura, beneficência, administração, diversidade de línguas.
29. Acaso todos são apóstolos? Todos são profetas? Todos ensinam? Todos fazem milagres?
30. Todos têm dons de cura? Todos falam em línguas? Todos as interpretam?
31. Aspirai aos dons mais elevados. E vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior.

PINTURA


Arlequim sentado. Picasso.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Evangelho
Lc:7,1-10

1. Quando terminou de falar estas palavras ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum.
2. Havia um centurião que tinha um servo a quem estimava muito. Estava doente, à beira da morte.
3. Tendo ouvido falar de Jesus, o centurião mandou alguns anciãos dos judeus pedir-lhe que viesse curar o seu servo.
4. Quando eles chegaram a Jesus, recomendaram com insistência: “Ele merece este favor,
5. porque ama o nosso povo. Ele até construiu uma sinagoga para nós”.
6. Jesus foi com eles. Quando já estava perto da casa, o centurião mandou alguns amigos dizer-lhe: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa.
7. Por isso, nem fui pessoalmente ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e meu servo ficará curado.
8. Pois eu, mesmo na posição de subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens, e se ordeno a um: ‘Vai! ’, ele vai; e a outro: ‘Vem! ’, ele vem; e se digo a meu escravo: ‘Faze isto! ’, ele faz”.
9. Ao ouvir isso, Jesus ficou admirado. Voltou-se para a multidão que o seguia e disse: “Eu vos digo que nem mesmo em Israel encontrei uma fé tão grande”.
10. Aqueles que tinham sido enviados voltaram para a casa do centurião e encontraram o servo em perfeita saúde.

MÚSICA

domingo, setembro 12, 2010

SAUDADES DE SALVADOR. Charles Fonseca. POESIA.

SAUDADES DE SALVADOR
Charles Fonseca

Saudades de Salvador
Da baixa dos Sapateiros
Das ruelas eu trigueiro
Adentrando inda em flor

A minh’alma entre opostos
Da pureza servidão
Da lascívia amplidão
Do sim do não propostos

Saudades do Pelourinho
Subida descida então
Na ida sobe o cristão
Na volta não mais arminho

Ai Forte de meu São Pedro
Tão fraco a ti cheguei
À Sião tão falsa grei
Só irmão rico segredo

Continhas em ti tão pobres
Arroubos da arrogância
Ai roubos da tarda infância
Ai pobres ricos esnobes

Graça tu bairro tão nobre
Rico em tantas ilusões
Tu plebe em ti senões
O falso ouro te cobre

Vou-me embora salvo a dor
Ficarei de ti distante
Dos desalmados instantes
Do infiel impostor

Destino do falso sonho
Vou-me embora Aracajú
Em teu lugar não mais tu
Salvador és-me bisonho.

FOTOGRAFIA


Freud, meu cão pastor, upload feito originalmente por Charles Fonseca.

Clique na imagem

ADMINISTRAÇÃO

A EXECUTIVA BEM-SUCEDIDA ...
Max Gehringer

Foi tudo muito rápido. A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou.
Deu um gemido e apagou.
Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso Portal.

Ainda meio zonza, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava acontecendo, a executiva bem-sucedida abordou um dos passantes:

- Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?

- No céu.

- No céu?...

- É.

- Tipo assim... o céu, CÉU...! Aquele com querubins voando e coisas do gênero?

- Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente.

Apesar das óbvias evidências nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular), a executiva bem-sucedida custou um pouco a admitir que havia mesmo apitado na curva.

Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável. Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa.

E foi aí que o interlocutor sugeriu:

- Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.

- É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?
- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
- Assim? (...)
- Pois não?

A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.

Mas, a executiva havia feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu rapidinho:

- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e...

- Executiva... Que palavra estranha. De que século você veio?

- Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo 'executiva'?

- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.

Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.

- Sabe, meu caro Pedro. Se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando a toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica.

- É mesmo?

- Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê?

- Ah, não sabemos.

- Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.

- Que interessante...

- É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização e um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver.

- !!!...???...!!!...???...!!!

- Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista... Ele existe, certo?

- Sobre todas as coisas.

- Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, me parece extremamente atrativo.

- Incrível!

- É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar em um Turnaround radical.

- Impressionante!

- Isso significa que podemos partir para a implementação?

- Não. Significa que você terá um futuro brilhante... se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno...


(Revista Exame)
Salmo
Sal:51,3-4; Sal:51,12-13; Sal:51,17; Sal:51,19

3. Ó Deus, tem piedade de mim, conforme a tua misericórdia; no teu grande amor cancela o meu pecado.
4. Lava-me de toda a minha culpa, e purifica-me de meu pecado.
12. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, renova em mim um espírito resoluto.
13. § Não me rejeites da tua presença e não me prives do teu santo espírito.
17. § Senhor, abre meus lábios e minha boca proclame o teu louvor.
19. Sacrifício para Deus é um espírito contrito; não desprezas, ó Deus, um coração contrito e humilhado.

sábado, setembro 11, 2010

PINTURA

Carta1Cor:10,14-22

14. Por isso, meus caríssimos, fugi da idolatria.
15. Eu vos falo como a pessoas esclarecidas. Ponderai vós mesmos o que eu digo:
16. O cálice da bênção, que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?
17. Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão.
18. Considerai Israel segundo a carne: os que comem das oferendas sacrificadas não estão em comunhão com o altar?
19. Que direi então? Que a carne de um sacrifício idolátrico tem algum valor? Ou que o ídolo é alguma coisa?
20. Digo o contrário: é aos demônios e não a Deus que os pagãos oferecem sacrifícios. Não quero que entreis em comunhão com os demônios;
21. não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice dos demônios; não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.
22. Acaso quereríamos provocar o ciúme do Senhor? Será que somos mais fortes do que ele?

sexta-feira, setembro 10, 2010

POESIA

Epílogo
Sebastião Alba

Fui
hóspede desta mansão
na encruzilhada
dos meus sentidos.

O verso apenas é,
transversal e findo,
o poleiro evocativo
da ave do meu canto.

Essa ave em que o Outono
se perfila
e, cada vez mais exígua
no rumo e nas vigílias
do seu bando,
de súbito, espirala
até sumir-se
num país imaginário

quarta-feira, setembro 08, 2010

Evangelho
Lc:6,20-26

20. Jesus levantou o olhar para os seus discípulos e disse-lhes: “Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!
21. Felizes vós que agora passais fome, porque sereis saciados! Felizes vós que agora estais chorando, porque haveis de rir!
22. Felizes sereis quando os homens vos odiarem, expulsarem, insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do Homem.
23. Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, porque será grande a vossa recompensa no céu, pois era assim que os seus antepassados tratavam os profetas.
24. Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação!
25. Ai de vós que agora estais fartos, porque passareis fome! Ai de vós que agora estais rindo, porque ficareis de luto e chorareis!
26. Ai de vós quando todos falarem bem de vós, pois era assim que seus antepassados tratavam os falsos profetas.

domingo, setembro 05, 2010

PINTURA


Eckersberg, Cristoffer Wilhelm - 1783/1853, Dinamarca.

AVISO

Charles Fonseca
BRASIL. Neste blog abordo temas de Escultura Fotografia História Medicina Música Pintura Poesia Política Psicanálise, etc. Abaixo de cada postagem há sempre local para você clicar em “comentários” e opinar como anônimo, citando seu primeiro nome, seu apelido, etc. O fio condutor é o seu desejo. Seja bem-vindo. E-mail: silvafonseca@gmail.com

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Domingo, Dezembro 14, 2008
POESIA
REALIDADE
Djanira Silva

Livros, sapatos, roupas espalhadas
Da porta da cozinha até o portão
Sobre as camas toalhas encharcadas
Marcas de pés molhados, pelo chão

Todas as salas são desarrumadas
A mãe impaciente ralha, em vão
Crianças correm rindo às gargalhadas
Sem darem ouvidos à reclamação

Passado o tempo a casa se esvazia
E a mãe sente saudade a cada dia
Daquela antiga desarrumação

Convive com a dor da realidade
Nas cadeiras vazias a saudade
Casa arrumada pela solidão.
Postado por Charles Fonseca às 12:28 PM 1 comentários:
Anônimo disse...
Esta postagem foi removida pelo administrador do blog.
Domingo, 04 Janeiro, 2009
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