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domingo, janeiro 31, 2010

No casamento do meu filho


No casamento de Ricardo e Karla VIII, upload feito originalmente por Charles Fonseca.

Andarilho sertanejo.


Do fundo do baú. 31.01.2010 039, upload feito originalmente por Charles Fonseca.
Andarilho sertanejo.

PINTURA


Ciprestes. Van Gogh.

FAMÍLIA

O que é a Alienação Parental

Síndrome de Alienação Parental (SAP), também conhecida pela sigla em inglês PAS, é o termo proposto por Richard Gardner [3] em 1985 para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor.

Os casos mais freqüentes da Síndrome da Alienação Parental estão associados a situações onde a ruptura da vida conjugal gera, em um dos genitores, uma tendência vingativa muito grande. Quando este não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e descrédito do ex-cônjuge. Neste processo vingativo, o filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro.
http://www.alienacaoparental.com.br/o-que-e#TOC-O-Genitor-Alienante-

sábado, janeiro 30, 2010

HÁ. Charles Fonseca. Poesia


Charles Fonseca

Há mentiras nos vivos não reveladas,
Há verdade escondida nos cemitérios,
Há vivas versões de muitos mistérios,
Há loucas paixões em castiçais veladas.

Há acertos cabais que foram erros,
Há os erros confessos não perdoados,
Há perdões impossíveis não consumados,
Há mortos vivos, vivos mortos em enterros.

Há silêncios que falam há gritos roucos,
Há cegos videntes há olhares turvos,
Há caminhos retos que ao longe são curvos
Há carentes de afetos sem eles moucos.

MÚSICA


Composição: Vitor Martins e Sueli Costa

Ontem de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de 20 anos

E eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Estou ligada num futuro blue

Os meus pais nas minhas costas
As raizes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos pelas veias de um jornal
Eu não te quero
Eu te quero mal

Essa calma que inventei, bem sei
Custou as contas que contei
Eu tenho mais de 20 anos

E eu quero as cores e os colirios
Meus delirios
Estou ligada num futuro blue

Os meus pais nas minhas costas
As raizes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos pelas veias de um jornal
Eu não te quero
Eu te quero mal

Ontem de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de 20 anos


Ontem de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de 20 anos

E eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Estou ligada num futuro blue

Os meus pais nas minhas costas
As raizes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos pelas veias de um jornal
Eu não te quero
Eu te quero mal

Essa calma que inventei, bem sei
Custou as contas que contei
Eu tenho mais de 20 anos

E eu quero as cores e os colirios
Meus delirios
Estou ligada num futuro blue

Os meus pais nas minhas costas
As raizes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos pelas veias de um jornal
Eu não te quero
Eu te quero mal

Ontem de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de 20 anos

quinta-feira, janeiro 28, 2010

OS BEIJOS QUE NÃO TE DEI. Charles Fonseca. Poesia

OS BEIJOS QUE NÃO TE DEI
Charles Fonseca

Os beijos, oh mãe, que não te dei em vida
São beijos contidos, parados no ar,
Contigo levaste os mesmos pro lar
Celeste, na alma, teu corpo em partida.

Os beijos, mãe, que não me deste, sortidos,
Dos tantos que tu me deste correndo,
São meus, os tenho em minha alma vivendo
Dias no aquém, no além os quero colhidos.

ESCULTURA


As três graças.

quarta-feira, janeiro 27, 2010

FOTOGRAFIA

Meus pais. Clicando na imagem você entra na minha galeria de fotos.

TEMEI, PENHAS... Cláudio Manoel da Costa

TEMEI, PENHAS...
Cláudio Manoel da Costa

Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;

Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.

terça-feira, janeiro 26, 2010

A LUVA Schiller

A LUVA
Schiller

No jardim dos leões , para assistir à luta,
O imperador galeia. Em derredor se escuta
A côrte a sussurrar. Sob as mantas escuras,
Junto ao trono , reluz o arnês das armaduras,
Enquanto nos balcões, em volta, descortina
A sêda de os dosséis a graça feminina.
O augusto imperador com os dedos fez sinal,
E, emperrado, a ranger nos gonzos, o portal
Lentamente se abriu, e, majestoso, assoma,
Abrindo a goela enorme e sacudindo a coma,
Um vulto silencioso. Agita-se a bancada,
Inquieta se debruça a côrte entusiasmada,
E o fulvo caçador das selvas, o leão,
Com os olhos em fogo espreita a multidão.
Até que enfim descansa os músculos na arena.
Do trono, o imperador mais outra vez acena ;
E um segundo portão se escancarando, em frente,
Deixa um tigre sair, aos saltos, de repente ;
Ele fita rugindo o rei dos animais,
Lambe-lhe a rubra língua os dentes colossais,
E a cauda mosqueada e forte, que serpeia,
Açoita devagar a palidez da areia .
Rodeia enraivecido ao grande leão deitado,
E, engrolando um rugido, estira-se a seu lado.
Pela terceira vez o imperador acena ;
Ao seu gesto recua uma grade pequena,
E a rugir e a saltar, pintalgados e pardos,
Lançam-se de uma vez da jaula dois leopardos.
Engrifam-se ante o tigre, e, arqueando o dorso hirsuto,
Aferventam, bufando, a cólera do bruto,
Que, encolhido nos rins, projeta-se e com a garra
Volteando no ar, veloz, os leopardos agarra.
E ruge o leão soerguendo o pescoço jubado,
Olhando os dois no chão do circo ensangüentado.
Nas bóbedas restruge em ecos o alarido
E entre as aclamações do povo erra pedido.
Aí, do peitoril florido de um balcão,
Uma luva caiu de encantadora mão,
E, como por querer, caiu exatamente
Entre o vulto do tigre e o do leão horrente.
E Cunegundes bela,a sorrir de ironia,
A um jovem vigoroso e esbelto lhe dizia :
"Se é verdade que é tão ardente e tão vibrante,
O amor que proclamais a todo e todo instante,
Cavalheiro Delorge, alevantai do chão
A luva que caiu a pouco desta mão."
A sentença fatal apenas ele ouvia
E já o podiam ver descendo a escadaria
Que dava para o circo; e, sem voltar o rosto,
Sem olhar para trás, com o semblante composto,
Com as fidalgas feições serenas e severas,
Nos dedos levantou a luva junto às feras.
E, da mesma expressão indiferente e fria,
Escutava ao subir, de volta, a escadaria,
Entre as damas gentis e os nobres de valor,
Um murmúrio correr de pasmo em seu louvor.
O sorriso da bela,amável,lhe assegura
Num próximo futuro a próxima ventura.
Mas Delorge,orgulhoso,antegozando a ofensa :
"Eu rejeito, senhora, a vossa recompensa".
Com um sombrio prazer nos olhos cintilantes,
Ia partir, porém, tardou ainda, e, antes
De deixar para sempre aquela que ele amara,
A luva lhe atirou, com força, em plena cara .

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Em Laranjeiras é assim



SAUDADE. Ernane Gusmão

SAUDADE
Ernane Gusmão

Um cheiro de crisântemo e saudade
exala do portal e da janela.
Passo o batente,um fervor me invade,
o vulto de mamãe o espaço vela.

Ao canto,enferma,a solidariedade
ferida mortalmente,me enregela.
Aguço os sentidos,na acuidade
ouço o silêncio me falando dela.

Entrei...no quarto morno em que dormia,
um texto do Evangelho repetia
velhas lições de amor e caridade.

Chorei...e o pranto fluirá perene,
pois nada há no mundo que serene
as lágrimas da dor e da saudade!...

domingo, janeiro 24, 2010

RELEMBRAR. Ataide Andrade Fonseca

RELEMBRAR
Ataide Andrade Fonseca

Oh, primavera da vida
Pra mim nunca esquecida
Seria bom que eu falasse
Subindo nas laranjeiras
Colhendo nas macieiras
Ah! Se o passado voltasse

Aquela vida infantil
De modo bem pueril
Tudo que eu me lembrasse
Retrogradando a idade
Com toda a vivacidade
Ah! Se o passado voltasse

Brincando numa gangorra
Ou tocando uma piorra
Coisa que me deleitasse
Praticando a peraltice
Que a ninguém agredisse
Ah, se o passado voltasse

Já tendo então bom decôro
Enfrentando já namoro
Com alguém que me agradasse
Num pensamento comum
Os dois se tornando um
Ah! Se o passado voltasse!

Em Chamonix



MINH'ALMA É TRISTE COMO A FLOR QUE MORRE Casimiro de Abreu

MINH'ALMA É TRISTE COMO A FLOR QUE MORRE
Casimiro de Abreu

Minh'alma é triste como a flor que morre
Pendida à beira do riacho ingrato;
Nem beijos dá-lhe a viração que corre,
Nem doce canto o sabiá do mato!

E como a flor que solitária pende
Sem ter carícias no voar da brisa,
Minh'alma murcha, mas ninguém entende
Que a pobrezinha só de amor precisa!

Amei outrora com amor bem santo
Os negros olhos de gentil donzela,
Mas dessa fronte de sublime encanto
Outro tirou a virginal capela.

Oh! quantas vezes a prendi nos braços!
Que o diga e fale o laranjal florido!
Se mão de ferro espedaçou dois laços
Ambos choramos mas num só gemido!

Dizem que há gozos no viver d'amores,
Só eu não sei em que o prazer consiste!
- Eu vejo o mundo na estação das flores...
Tudo sorri - mas a minh'alma é triste!

sexta-feira, janeiro 22, 2010

"VI - O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu benefício. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade."

FAMÍLIA

Ministério Público da Paraíba fiscalizará curatelas

A Promotoria de Justiça do Cidadão, na Paraíba, vai implementar o projeto de fiscalização de curatelas a partir de fevereiro, nas instituições de longa permanência para idosos, nos hospitais psiquiátricos e em residências terapêuticas. A ideia é proteger pessoas que estão sob a responsabilidade legal de instituições, familiares ou terceiros e não têm discernimento sobre seus atos nem podem manifestar vontade própria.
O projeto conta com uma segunda etapa em que a fiscalização das curatelas incluirá curadores de terceiras pessoas. Ou seja, os não parentes ou parentes distantes dos curatelados. Segundo o promotor de Justiça do Cidadão de João Pessoa, Valberto Lira, já foram aprovados entre 150 e 200 pedidos de curatelas a serem fiscalizados.
Outro objetivo é rever os processos de interdição. Sobretudo aqueles requeridos pela própria instituição. “Cabe ao MP defender o portador de sofrimento psíquico. O projeto busca racionalizar e sistematizar as ações da promotoria em prol dos curatelados, os quais, muitas vezes, são abandonados, privados de liberdade, usurpados de seus bens e retirados do convívio social, desnecessariamente. Não é raro a família abandonar a pessoa portadora de sofrimento psíquico, após a nomeação do curador. Em muitos casos, esse curador se utiliza do benefício previdenciário ou assistencial do curatelado, sem nada usufruir o interditado”, comentou Lira.
Caso o curador não exerça corretamente suas responsabilidades, o MP poderá pedir judicialmente prestação de contas, substituição ou remoção de curador, além de busca ou apreensão de incapaz. “Vamos atuar administrativamente em prol do portador de transtornos psíquicos, oficiando a entidades, hospitais psiquiátricos e ao INSS para se saber se o curador está exercendo corretamente as suas responsabilidades”, ressaltou o promotor.
Na prática
Uma pesquisa para selecionar processos nos cartórios será feita pela Promotoria de Justiça do Cidadão para que o projeto entre em prática. De acordo com Valberto Lira, haverá preferência naqueles requeridos pelo MP ou em interrogatório feito fora da sala de audiência com, no mínimo, dois anos de trânsito em julgado pela sentença. “Também vamos solicitar ao diretor do Fórum autorização para ter acesso aos processos já arquivados e tomaremos todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis”, informou Lira.
Visitas aos locais onde estejam os curatelados e solicitação de informações sobre o estado de saúde das pessoas que estão sob a responsabilidade legal de instituições, familiares e terceiros também estão previstas pelo projeto. Os curadores receberão notificações para comparecerem à Promotoria de Justiça do Cidadão, onde serão ouvidos e orientados.
De acordo com o artigo 1.776, do Código Civil, estão sujeitos à curatela aqueles que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; os deficientes mentais; pessoas que consomem diária e imoderadamente bebida alcoólica, tornando-se incapazes de expressar conscientemente a sua vontade; os viciados em tóxicos; os pródigos (pessoas que gastam descontroladamente seu patrimônio); os excepcionais sem completo desenvolvimento mental e aqueles que por outra causa duradoura não puderem exprimir sua vontade. Com informações da Assessoria de Imprensa do Ministério Público da Paraíba.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

FÁBULA

A fábula do corvo

Um corvo está sentado numa árvore o dia inteiro sem fazer nada. Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta: “Eu posso sentar como você e não fazer nada o dia inteiro?” O corvo responde: “Claro, porque não?” O coelho senta no chão embaixo da árvore e relaxa. De repente uma raposa aparece e come o coelho.
http://nadaqueseaproveite.blogspot.com/2007/06/fbula-do-corvo.html

PINTURA


Fragonard.

CISNES BRANCOS. Alphonsus de Guimaraens

CISNES BRANCOS
Alphonsus de Guimaraens

Ó cisnes brancos, cisnes brancos,
Porque viestes, se era tão tarde?
O sol não beija mais os flancos
Da Montanha onde mora a tarde.

Ó cisnes brancos, dolorida
Minh’alma sente dores novas.
Cheguei à terra prometida:
É um deserto cheio de covas.

Voai para outras risonhas plagas,
Cisnes brancos! Sede felizes...
Deixai-me só com as minhas chagas,
E só com as minhas cicatrizes.

Venham as aves agoireiras,
De risada que esfria os ossos...
Minh’alma, cheia de caveiras,
Está branca de padre-nossos.

Queimando a carne como brasas,
Venham as tentações daninhas,
Que eu lhes porei, bem sob asas,
A alma cheia de ladainhas.

Ó cisnes brancos, cisnes brancos,
Doce afago da alva plumagem!
Minh’alma morre aos solavancos
Nesta medonha carruagem...

Quando chegaste, os violoncelos
Que andam no ar cantaram no hinos.
Estrelaram-se todos os castelos,
E até nas nuvens repicaram sinos.

Foram-se as brancas horas sem rumo,
Tanto sonhadas! Ainda, ainda
Hoje os meus pobres versos perfumo
Com os beijos santos da tua vinda.

Quando te foste, estalaram cordas
Nos violoncelos e nas harpas...
E anjos disseram: — Não mais acordas,
Lírio nascido nas escarpas!

Sinos dobraram no céu e escuto
Dobres eternos na minha ermida.
E os pobres versos ainda hoje enluto
Com os beijos santos da despedida.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

domingo, janeiro 17, 2010

MÚSICA

FÁBULA

A COBRA E A LIMA

Conta-se que uma cobra vivia próximo de uma joalheria. Certa vez, morta de fome, entrou ali, procurando restos de comida, nada achando, põe-se a roer desesperadamente uma lima.
A lima então lhe diz: que pretendes, infeliz? Não vez que sou feita de aço? E que assim, sem mesmo me prejudicar, você estará prejudicando a si mesma? Percebe que logo não terá dentes para usar, e eu continuarei assim a mesma?...
http://pt.shvoong.com/humanities/1856306-f%C3%A1bula-la-fontaine-cobra-lima/

Pierre Verger


Pierre Verger, upload feito originalmente por CONSCIÊNCIA NEGRA.

À FLOR DA PELE. Chico Buarque

À FLOR DA PELE
Chico Buarque

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita?

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite?

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo?

sábado, janeiro 16, 2010

MEIO AMBIENTE

Rio São Francisco pode ter 2 usinas nucleares

Estatal Eletronuclear aponta localização em relatório técnico, que analisou 20 áreas de quatro Estados nordestinos

Programa nuclear prevê quatro usinas até 2030, duas no Nordeste e duas no Sudeste; definição será política e deve sair até março

As duas próximas usinas nucleares a serem construídas no Brasil ficarão localizadas às margens do rio São Francisco, que corta parte da região Nordeste, indicam estudos técnicos que serão levados à decisão política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros responsáveis pelo programa nuclear brasileiro.

O programa nuclear prevê a construção de mais quatro usinas de 1.000 MW até 2030, duas no Nordeste e duas no Sudeste -onde os estudos estão mais atrasados. No Nordeste, a estatal Eletronuclear analisou a possibilidade de construção em 20 locais de quatro Estados: Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Mas áreas próximas ao litoral foram descartadas por causa da existência de grandes reservatórios subterrâneos de água, apurou a Folha.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

PINTURA


As meninas. Velasquez. Clique na imagem para ampliar.

Sobrinhas netas.



MÚSICA


1904
"III - Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico necessita ter boas condições de trabalho e ser remunerado de forma justa."

FOTOGRAFIA

Clicando na imagem você entra na minha galeria de fotos.

sexta-feira, janeiro 15, 2010

MINH'ALMA É TRISTE COMO A VOZ DO SINO. Casimiro de Abreu

MINH'ALMA É TRISTE COMO A VOZ DO SINO
Casimiro de Abreu

Minh'alma é triste como a voz do sino
Carpindo o morto sobre a laje fria;
E doce e grave qual no templo um hino,
Ou como a prece ao desmaiar do dia.

Se passa um bote com as velas soltas,
Minh'alma o segue n'amplidão dos mares;
E longas horas acompanha as voltas
Das andorinhas recortando os ares.

Às vezes, louca, num cismar perdida,
Minh'alma triste vai vagando à toa,
Bem como a folha que do sul batida
Bóia nas águas de gentil lagoa!

E como a rola que em sentida queixa
O bosque acorda desde o albor da aurora,
Minh'alma em notas de chorosa endecha
Lamenta os sonhos que já tive outrora.

Dizem que há gozos no correr dos anos!...
Só eu não sei em que o prazer consiste.
- Pobre ludíbrio de cruéis enganos,
Perdi os risos - a minh'alma é triste!

FOTOGRAFIA

"II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional."

quinta-feira, janeiro 14, 2010

FOTOGRAFIA


Com açúcar e com afeto.

FILOSOFIA

PASSEIO SOCRÁTICO
Frei Betto

Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China.
Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelo produz felicidade?'
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'
Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos:
'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi­nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...
A palavra hoje é 'entretenimento’; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, ­ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba­ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático. ' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz !"
"I - A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza."

quarta-feira, janeiro 13, 2010

FOTOGRAFIA


Ai de ti, Haiti.

POLÍTICA



Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui

segunda-feira, janeiro 11, 2010

POESIA

MINH'ALMA É TRISTE COMO UMA ROLA AFLITA
Casimiro de Abreu

I
Minh'alma é triste como a rola aflita
Que o bosque acorda desde o albor da aurora,
E em doce arrulo que o soluço imita
O morto esposo gemedora chora.

E, como a rola que perdeu o esposo,
Minh'alma chora as ilusões perdidas,
E no seu livro de fanado gozo
Relê as folhas que já foram lidas.

E como notas de chorosa endecha
Seu pobre canto com a dor desmaia,
E seus gemidos são iguais à queixa
Que a vaga solta quando beija a praia.

Como a criança que banhada em prantos
Procura o brinco que levou-lhe o rio,
Minh'alma quer ressuscitar nos cantos
Um só dos lírios que murchou o estio.

Dizem que há gozos nas mundanas galas,
Mas eu não sei em que o prazer consiste.
- Ou só no campo, ou no rumor das salas,
Não sei porque - mas a minh'alma é triste!

FOTOGRAFIA


http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

domingo, janeiro 10, 2010

HISTÓRIA

POESIA

Cântico dos Cânticos, 8
Rei Salomão

1. Quem me dera fosses meu irmão, amamentado aos seios de minha mãe, para que eu pudesse encontrar-te fora e beijar-te, sem que ninguém me despreze!
2. Eu te agarraria e te conduziria à casa de minha mãe: ali me ensinarias e eu te daria um copo de vinho aromatizado e o suco de minhas romãs.
3. Sua esquerda está sob a minha cabeça e sua mão direita me abraça.
4. Eu vos conjuro, mulheres de Jerusalém, a que não perturbeis nem façais despertar a amada, até que ela o queira.
5. Quem é esta que sobe do deserto, apoiada no seu amado?
5. Debaixo da macieira te despertei: ali te deu à luz tua mãe, ali te deu à luz quem te concebeu.
6. Guarda-me como o sinete sobre teu coração, como o sinete, sobre teu braço! Porque o amor é forte como a morte e é cruel, como o Abismo, o ciúme: suas chamas são chamas de fogo, labaredas divinas.
7. Águas torrenciais não puderam extinguir o amor, nem rios poderão afogá-lo. Se alguém oferecesse todas as riquezas de sua casa para comprar o amor, como total desprezo o tratariam.
8. Nossa irmã é pequena, e ainda não tem seios: que faremos com nossa irmã, no dia em que lhe pedirem a mão?
9. Se ela fosse um muro, construiríamos em cima baluartes de prata; se fosse uma porta, nós a guarneceríamos com tábuas de cedro.
10. Sou uma muralha e meus seios são como torres: desde então tornei-me, diante dele, como quem encontra a paz.
11. Salomão possuía uma vinha em Baal-Hamon. Entregou-a a vinhateiros, e cada um traz mil moedas de prata pelos seus frutos.
12. Minha vinha está ao meu dispor: mil moedas para ti, Salomão, e duzentas, para os que guardam os seus frutos.
13. Tu, que habitas nos jardins, os amigos te escutam: faze-me ouvir tua voz!
14. Foge, amado, imitando a gazela ou o filhote da corça, por sobre os montes perfumados.

RELIGIÃO

Maria e o Natal

“Deus não recebeu sua divindade de Maria; todavia, não segue que seja conseqüentemente errado afirmar que Deus foi carregado por Maria, que Deus é filho de Maria, e que Maria é a Mãe de Deus. Ela é a Mãe verdadeira de Deus, a portadora de Deus. Maria amamentou o próprio Deus; ele foi embalado para dormir por ela, foi alimentado por ela, etc. Para o Deus e para o Homem, uma só pessoa, um só filho, um só Jesus, e não dois Cristos. Mesmo que tenha duas naturezas.” (Martinho Lutero, “Nos Conselhos e na Igreja”, em 1539)

“Não pode haver nenhuma dúvida que a Virgem Maria está no céu. Como isso aconteceu, nós não sabemos. E já que o Espírito Santo não nos revelou nada sobre isso, não podemos fazer disso um artigo de fé. É suficiente sabermos que ela vive em Cristo [...] Maria é a mulher mais elevada e a pedra preciosa mais nobre no Cristianismo depois de Cristo. Ela é a nobreza, a sabedoria e a santidade personificadas. Nós não poderemos jamais honrá-la o bastante. Contudo, a honra e os louvores devem ser dados de tal forma que não ferem a Cristo nem às Escrituras.” (Martinho Lutero, Sermão na Festa da Visitação em 1537.)

“Devemos honrar Maria como ela mesma desejou e expressou no Magnificat. Louvou a Deus por suas obras. Como, então, podemos nós exaltá-la? A honra verdadeira de Maria é a honra a Deus, louvor à graça de Deus. Maria não é nada para si mesma, mas para a causa de Cristo. Maria não deseja com isso que nós a contemplemos, mas, através dela, Deus.” (Martinho Lutero, Explicação do Magnificat, em 1521.)

“É a consolação e a bondade superabundante de Deus, o homem pode exultar por tal tesouro: Maria é sua verdadeira mãe, Jesus é seu irmão, Deus é seu Pai.” (Martinho Lutero, Sermão de Natal de 1522.)

“Maria é a Mãe de Jesus e a Mãe de todos nós, embora fosse só Cristo quem repousou no colo dela… Se ele é nosso, deveríamos estar na situação dele; lá onde ele está, nós também devemos estar e tudo aquilo que ele tem deveria ser nosso. Portanto, a mãe dele também é nossa mãe..” (Martinho Lutero, Sermão de Natal de 1529.)

“Cristo era o único filho de Maria. Das entranhas de Maria, nenhuma criança além dEle. Os ‘irmãos’ significam realmente ‘primos’ aqui: a Sagrada Escritura e os judeus sempre chamaram os primos de ‘irmãos’.” (Martinho Lutero, Sermões sobre João 1-4, 1534-39)

"Ela nos ensina como devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem procurar nele o nosso interesse. Ora, ama e louva a Deus com o coração simples e como convém a quem o louva simplesmente porque é bom. Aqueles que amam com coração impuro e corrompido, aqueles que, de maneira semelhante à dos exploradores, procuram em Deus o seu interesse, não amam e não louvam a sua pura bondade, mas pensam em Si mesmos e só consideram quanto Deus é bom para eles mesmos. A religiosidade verdadeira, portanto, é louvor a Deus incondicionado e desinteressado. Maria não se orgulha da sua dignidade nem da sua indignidade, mas unicamente da consideração divina, que é tão superabundante de bondade e de graça que Deus olhou para uma serva assim tão insignificante e quis considerá-la com tanta magnificência e tanta honra. Ela não exaltou nem a virgindade nem a humildade, mas unicamente o olhar divino repleto de graça". (p.561 do Livro de Martinho Lutero,‘Maria Mãe dos Homens’).

"Ao observar aquilo que se realiza nela, nós podemos contemplar o estilo habitua de Deus. Enquanto os homens são atraídos pelas coisas grandes, Deus olha para baixo, para tirar de um nada, daquilo que é ínfimo, desprezado, mísero e morto, algo de precioso, digno de honra, feliz e vivo". (p.547 do Livro de Martinho Lutero,‘Maria Mãe dos Homens’).

"A Mãe de Jesus, portanto, aparece em Lutero como o puro reflexo do olhar divino. Ela não atrai a nossa atenção sobre si, mas leva-nos a olhar para Deus. Maria não quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas. Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, faça aquilo que pedimos". (pp.574-575 do Livro de Martinho Lutero ‘Maria Mãe dos Homens').

http://dimitrimartins.blogspot.com/2009/12/maria-e-o-natal.html

sábado, janeiro 09, 2010

FOTOGRAFIA


Return to innocence - Lambe Sujo, upload feito originalmente por Adilson Andrade.

A Serpente e o Vagalume

A Serpente e o Vagalume

Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vagalume.
Este fugia rápido, com medo da feroz predadora e a serpente nem pensava em desistir. Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada... No terceiro dia, já sem forças o vagalume parou e disse a cobra:
- Posso lhe fazer três perguntas?
- Não costumo abrir esse precedente para ninguém,
mas já que vou te devorar mesmo, pode perguntar...
- Pertenço a sua cadeia alimentar ?
- Não.
- Eu te fiz algum mal?
- Não.
- Então, por que você quer acabar comigo?
- Porque não suporto ver você brilhar...

(Esopo)

MÚSICA


1904

POLÍTICA

Tentaram invadir o site da VEJA

Atenção assinantes da revista: desistam, por ora, de acessar na internet o conteúdo da mais recente edição. Ele foi fechado quando técnicos da Editoria Abril detectaram no início da madrugada de hoje uma tentativa da invasão do site.

Tem um numeroso grupo de técnicos reunidos neste momento na sede da Abril, em São Paulo, às voltas com uma solução para o problema.

Enviado por Ricardo Noblat - 9.1.2010| 12h34m
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

"Expor os sistemas é vencê-los, assim como arrancar uma fera das selvas e trazê-la para a luz do dia é torná-la inofensiva" Irineu.

Três novos poemas você poderá ver clicando em Charles Fonseca Poemas, lado direito, acima.

PINTURA


As meninas. Pierre Auguste Renoir

sexta-feira, janeiro 08, 2010

MEDICINA

Ato Médico: enquete confirma que 62% da população é favorável

A enquete realizada pelo site do Senado confirmou que 62% da população é favorável ao projeto que define as atividades privativas dos médicos, conhecido como Ato Médico. A pesquisa ficou disponível por todo o mês de dezembro no site do Senado Federal e recebeu 545.625 votos. Essa foi a enquete que mais recebeu votos dos internautas desde maio de 2009, quando esse tipo de consulta começou a ser feito pela Agência Senado e pela Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública (Sepop).

O Cremeb disponibilizou o link direto para a enquete no Portal durante todo o mês de dezembro, e enviou e-mails e correspondências para médicos baianos e entidades médicas de todo o Brasil incentivando o voto a favor do Ato Médico. Além disto, conselheiros do Cremeb têm participado de audiências com Senadores representantes da Bahia para debater sobre a importância de aprovação do PL 268/2002, que regulamenta a medicina.
-------------www.cremeb.org.br

quinta-feira, janeiro 07, 2010

FOTOGRAFIA


São Cristóvão - Sergipe, upload feito originalmente por JOSELITO MIRANDA.

POESIA

O LIVRO E A AMÉRICA
Castro Alves

Talhado para as grandezas,
Pra crescer, criar, subir,
O Novo Mundo nos músculos
Sente a seiva do porvir.
— Estatuário de colossos —
Cansado doutros esboços
Disse um dia Jeová:
"Vai, Colombo, abre a cortina
"Da minha eterna oficina...
"Tira a América de lá".

Molhado inda do dilúvio,
Qual Tritão descomunal,
O continente desperta
No concerto universal.
Dos oceanos em tropa
Um — traz-lhe as artes da Europa,
Outro — as bagas de Ceilão...
E os Andes petrificados,
Como braços levantados,
Lhe apontam para a amplidão.

Olhando em torno então brada:
"Tudo marcha!... Ó grande Deus!
As cataratas — pra terra,
As estrelas — para os céus
Lá, do pólo sobre as plagas,
O seu rebanho de vagas
Vai o mar apascentar...
Eu quero marchar com os ventos,
Corn os mundos... co'os
firmamentos!!!"
E Deus responde — "Marchar!"

"Marchar! ... Mas como?... Da Grécia
Nos dóricos Partenons
A mil deuses levantando
Mil marmóreos Panteon?...
Marchar co'a espada de Roma
— Leoa de ruiva coma
De presa enorme no chão,
Saciando o ódio profundo. . .
— Com as garras nas mãos do mundo,
— Com os dentes no coração?...

"Marchar!... Mas como a Alemanha
Na tirania feudal,
Levantando uma montanha
Em cada uma catedral?...
Não!... Nem templos feitos de ossos,
Nem gládios a cavar fossos
São degraus do progredir...
Lá brada César morrendo:
"No pugilato tremendo
"Quem sempre vence é o porvir!"

Filhos do sec’lo das luzes!
Filhos da Grande nação!
Quando ante Deus vos mostrardes,
Tereis um livro na mão:
O livro — esse audaz guerreiro
Que conquista o mundo inteiro
Sem nunca ter Waterloo...
Eólo de pensamentos,
Que abrira a gruta dos ventos
Donde a Igualdade voou!...

Por uma fatalidade
Dessas que descem de além,
O sec'lo, que viu Colombo,
Viu Guttenberg também.
Quando no tosco estaleiro
Da Alemanha o velho obreiro
A ave da imprensa gerou...
O Genovês salta os mares...
Busca um ninho entre os palmares
E a pátria da imprensa achou...

Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.

Vós, que o templo das idéias
Largo — abris às multidões,
Pra o batismo luminoso
Das grandes revoluções,
Agora que o trem de ferro
Acorda o tigre no cerro
E espanta os caboclos nus,
Fazei desse "rei dos ventos"
— Ginete dos pensamentos,
— Arauto da grande luz! ...

Bravo! a quem salva o futuro
Fecundando a multidão! ...
Num poema amortalhada
Nunca morre uma nação.
Como Goethe moribundo
Brada "Luz!" o Novo Mundo
Num brado de Briaréu...
Luz! pois, no vale e na serra...
Que, se a luz rola na terra,
Deus colhe gênios no céu!...

quarta-feira, janeiro 06, 2010

terça-feira, janeiro 05, 2010

POESIA

ITACARÉ
Charles Fonseca

Volte sempre a Itacaré
Dizia a nina morena
A mim, a minha pequena,
Que pena que não dá pé

Ficar pra sempre aqui
Pra ver as ondas do mar
No ir e vir ao luar
Por nós, fiquemos aqui.

Pós tanto caminho ínvio
Oh que saudades que tenho
Dos mimos franzo meu cenho
Não tenho mais o carinho

Da nina estripulia
Do doce olhar do meu nino
De mim pra eles arrimo
De nós, quanta agonia!

Agora só restam histórias
Dos tempos que já não voltam
Da minha vida se soltam.
Prisões, saudades, memórias.

Patápio Silva. Flautista. Música


O itaocarense Patápio Silva, um dos maiores flautistas brasileiros de todos os tempos e grande referência mundial, nasceu em 22 de outubro de 1880, filho legítimo de Bruno José da Silva e de Amélia Amália Medina da Silva. O grande flautista e compositor causava "admiração e assombro" aos seus contemporâneos, sendo um dos primeiros artistas brasileiros a gravar discos. A obra de Patápio, importantíssima para a música brasileira, requer tratamento especial, tanto por sua singular beleza quanto por suas dificuldades de execução. Entre suas composições estão gravadas e editadas para a antiga Casa Edison do Rio de Janeiro várias músicas, podendo ser citadas: Evocação, Margarida, Primeiro Amor, Oriental, Sonho, Idílio, Zinha, Amor Perdido. Gravou ainda para a mesma Casa Edison, Alvorada das Rosas,de Júlio Reis; Só para Moer, de Viriato Silva; Allegro, de Adolf Terschak; Serenata de Braga, de Gaetano Braga e Serenata Oriental, de Ernesto Köhler. Patápio Silva faleceu, prematuramente, aos 26 anos, em Florianópolis, SC, com funerais custeados pelo Governo do Estado. De lá, os seus restos mortais foram traslados para o Rio de Janeiro, sendo sepultado no cemitério de São Francisco Xavier.
http://ims.uol.com.br/ims/

FOTOGRAFIA

Atalaia Aracaju Sergipe 01.01.2010.

POLÍTICA

DEU EM O GLOBO
Ponto nevrálgico (Editorial)

Um dos ministros indicados para o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Lula, Joaquim Barbosa ganhou autoridade ao relatar de maneira cortante, fria, técnica, o caso do mensalão, com a abertura de processos contra estrelas do PT.
Mais tarde, coerente, repetiu a dose com o senador tucano Eduardo Azeredo (MG), financiado em campanha pela mesma engenharia financeira ilegal de que se valeriam petistas no governo Lula.
É com a experiência de atuar nesses casos que Barbosa, em entrevista publicada no GLOBO de domingo, declarou ser a atuação do Poder Judiciário uma das causas do aumento dos casos de corrupção, estimulada pela impunidade.
Com “práticas arcaicas”, “interpretações lenientes” e “falta de transparência” no processo decisório, entende o ministro, a Justiça tem culpa nesse cartório.
Pode-se acrescentar a leniência de certas legislações, como a eleitoral, uma enorme porta escancarada para donos de vergonhosos prontuários criminais entrarem na vida pública em busca de imunidades.
Na entrevista, Joaquim Barbosa tratou, ainda, da “passividade com que a sociedade assiste a práticas chocantes de corrupção”.
Colocou o dedo em um ponto nevrálgico da atual conjuntura política: como o governo Lula abriu os cofres do Tesouro para cooptar de vez sindicatos — aliados antigos — e organizações da sociedade civil tradicionalmente ativas na fiscalização do poder público, caso da UNE.
Porque todos, ou quase todos, se converteram em correias de transmissão do lulismo, paira grande e conivente silêncio no meio sindical, em organizações ditas sociais e adjacências diante de aberrações no manejo do dinheiro público e de cenas de fisiologia explícita.
No mensalão do DEM, em Brasília, houve manifestações — mas porque era o DEM.
No mensalão petista, silêncio quase absoluto. Até mesmo alguns “intelectuais orgânicos” criaram a figura da “imprensa golpista”, uma forma de culpar o mensageiro pelo teor da notícia, e assim tentar encobrir a responsabilidade dos mensaleiros petistas — manobra rejeitada pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, onde Joaquim Barbosa conseguiu apoio para seu relatório.
O ministro concorda que a intelectualidade — em grande parte, devido a razões ideológicas, cooptada para erguer esta cortina de proteção ao lulismo — deveria abandonar a “clivagem partidária” e se manifestar contra a corrupção.
Tem óbvia razão.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

segunda-feira, janeiro 04, 2010

FOTOGRAFIA

Aniversário com amigos e familiares 04.01.2010.
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Aniversário com amigos e familiares 04.01.2010.

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Aniversário com amigos e familiares 04.01.2010.

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Aniversário com amigos e familiares 04.01.2010.

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Dois mil e dez já vai distante

Aniversário com amigos e familiares 04.01.2010.
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Aniversário com amigos e familiares 04.01.2010.

Aniversário com amigos e familiares 04.01.2010.
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domingo, janeiro 03, 2010

ESCULTURA


Moisés. Michelangelo.

ISMÁLIA. Alphonsus de Guimaraens

ISMÁLIA
Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

FOTOGRAFIA


Rua de São Cristovão - Sergipe, upload feito originalmente por Adilson Andrade.

sábado, janeiro 02, 2010

FOTOGRAFIA

Atalaia Aracaju Sergipe 01.01.2010. Cunhada.

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sexta-feira, janeiro 01, 2010

Charles e Gleide em Ibicuí 1947


Charles e Gleide em Ibicuí 1947, upload feito originalmente por Charles Fonseca.

Natal 2008

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MÚSICA

POLÍTICA

Amazônia: nova campanha para internacionalização.
Carlos Chagas

Nada melhor do que começar o ano arriscando um palpite: qual o mais lamentável episódio de 2009? Em nosso entender, foi a demissão da ministra Marina Silva do Meio Ambiente, coisa que reacendeu a disputa travada faz décadas ou até séculos em torno da soberania na Amazônia. Aproveitam-se os eternos abutres do Hemisfério Norte para voltar à velha cantilena de constituir-se a região em patrimônio da Humanidade, devendo ser administrada por um poder internacional, sobreposto aos governos dos países amazônicos. Editorial do New York Times, no fim de semana, funciona como uma espécie de toque de corneta capaz de arregimentar as variadas tropas de assalto.

Vinte anos atrás incrementou- se a blitz institucionalizada por governos dos países ricos, de Al Gore, nos Estados Unidos, para quem o Brasil não detinha a soberania da floresta, a François Mitterand, da França, Felipe Gonzales, da Espanha, Mikail Gorbachev, da então União Soviética, Margareth Tatcher e John Major, da Inglaterra, entre outros. Quando de sua primeira campanha, George W. Bush chegou a sugerir que os países com grandes dívidas externas viessem a saldá-las com florestas, coisa equivalente a perdoar os países do Norte da África e do Oriente Médio, que só tem desertos.

Naqueles idos a campanha beirava os limites entre o ridículo e o hilariante, porque para fazer a cabeça da infância e da juventude, preparando-as para integrar as forças invasoras, até o Batman, o Super-Homem, a Mulher Maravilha e outros cretinos fantasiados levavam suas aventuras à Amazônia, onde se tornavam defensores de índios vermelhos e de cientistas lourinhos, combatendo fazendeiros e policiais brasileiras desenhados como se fossem bandidos mexicanos, de vastos bigodes e barrigas avantajadas.

Depois, nos anos noventa, a estratégia mudou. Deixou-se de falar, ainda que não de preparar, corpos de exército americanos especializados em guerra na selva. Preferiram mandar batalhões precursores formados por montes de ONGS com cientistas, religiosos e universitários empenhados em transformar tribus indígenas brasileiras em nações independentes, iniciativa que vem de vento em popa até hoje e que logo redundará num reconhecimento fajuto de reservas indígenas como países “libertados”.

Devemos preparar-nos para uma nova etapa, estimulada pela renúncia de Marina Silva, que entra de gaiata na história, pois jamais defendeu a internacionalizaçã o da floresta. Aliados à quinta-coluna brasileira composta por ingênuos e por malandros, dão a impressão de recrudescerem na tentativa de afastar o governo brasileiro da questão. Terá sido por mera coincidência que os Estados Unidos anunciaram a criação da Quarta Esquadra de sua Marinha de Guerra, destinada a patrulhar o Atlântico Sul, reunindo até porta-aviões e submarinos nucleares?

Do nosso lado, bem que fazemos o possível, aparentemente pouco. Não faz muito que uma comissão de coronéis do Exército Nacional, chefiados por dois generais, passaram meses no Viet-Nam, buscando receber lições de como um país pobre pode vencer a superpotência mais bem armada do planeta, quando a guerra se trava na floresta. Do general Andrada Serpa, no passado, ao ex-ministro Zenildo Lucena, aos generais Lessa, Santa Rosa e Cláudio Figueiredo, até o general Augusto Heleno e o coronel Gélio Fregapani, agora, a filosofia tem sido coerente. Nossos guerreiros transformam- se em guerrilheiros. Poderão não sustentar por quinze minutos um conflito convencional, com toda a parafernália eletrônica do adversário concentrada nas cidades, mas estarão em condições de repetir a máxima do hoje venerando general Giap: “entrar, eles entram, mas sair, só derrotados”.

Em suma, pode vir coisa por aí em 2010, para a qual deveremos estar preparados. Claro que não através da pueril sugestão do novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de transformar soldados em guarda-caças ou guardas florestais. Os povos da Amazônia rejeitaram, na década de setenta, colaborar com a guerrilha estabelecida em Xambioá, mas, desta vez, numa só voz, formarão o coro capaz de fornecer base para uma ação militar nacional.

Para aqueles que julgam estes comentários meros devaneios paranóicos, é bom alertar: por muito menos transformaram o Afeganistão e o Iraque em campo de batalha, onde, aliás, estão longe de sair vitoriosos, apesar de enfrentarem o deserto e não a selva, mil vezes mais complicada…

MEUS OITO ANOS. Casimiro de Abreu

MEUS OITO ANOS
Casimiro de Abreu

Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh ! dias da minha infância!
Oh ! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

...........................................

Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!