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quinta-feira, julho 30, 2009

A mentira.

A mentira.
"O objetivo evidente da mentira é fazer com que os outros acreditem numa coisa que é falsa, ou que acreditem ou duvidem de uma coisa que é verdadeira; o objetivo da mentira habitual, porém, talvez seja, inconscientemente produzir o mesmo efeito no mentiroso. A tentativa de convencer alguém da realidade daquilo que é irreal visa a possibilidade de também serem errôneos alguns dados angustiantes de sua memória. A pessoa que é enganada, serve de testemunha na disputa entre a memória (angústia) do indivíduo e a tendência a negar."

Legítima defesa. Wilson Fontoura

Agressão física e legítima defesa: como entrar numa briga em nome da Lei.
Wilson Fontoura

Imaginem a cena:
Na saída de uma boate, você vê um casal numa forte discussão, gesticulando e gritando um com o outro. O rapaz diz que a moça merecia apanhar, porque aquilo que ela fez é coisa de vagabunda! Ela diz que ele é um frouxo e que, se ele não dá conta, tem sempre alguém que dá.
Após toda aquela situação, os seguranças rindo, as pessoas fazendo piadas do cara, você dá coragem à garota e a estimula contra o rapaz, quando ela, de nariz empinado, se vira para ele e diz:
– SEU CORNO!
O riso aumenta. O rapaz, já distante, num movimento súbito se vira e começa correr em direção à mulher pronto para agredi-la.
Pergunta: nessa história, você…
1. Não tem nada a ver com aquilo, por isso, continua vendo a cena, pois, já que você ficou no zero-a-zero a noite toda, pelo menos aquela confusão você vai ter para contar para os amigos no dia seguinte;
2. Fica de bobeira esperando o resultado, afinal, como você ainda não sabe se gosta de meninos ou de meninas, quem ganhar a briga ganhará também o seu carinho e o seu afeto;
3. É fã da Márcia Goldschmidt, e adora ver o pau quebrar no programa dela, por isso esse casal brigando lhe traz boas recordações;
4. Derruba o cara, imobilizando-o, pois sabe lutar jiu-jitsu e quer impressionar a moça.

“Não, não tenho formação em jiu-jitsu, sou apenas um bom advogado”
Análise da sua resposta
1. Se você escolheu essa resposta, que pena, você acabou de ser enquadrado no art. 13, § 2º, letra c, do nosso Código Penal, e, após as provas serem devidamente analisadas, será responsabilizado penalmente por isso;
2. Mesma resposta que a primeira: será penalmente responsabilizado, só que, se você escolheu esta alternativa, meu camarada, certamente você tem grandes chances de se tornar a princesinha da cadeia;
3. Ser fã da Márcia Goldschmidt ainda não é crime, mas você continua sendo responsabilizado penalmente pelo art. 13, § 2º, letra c, do Código Penal;
4. Isso aí, sabe tudo! Parabéns! Dentre todas as respostas acima, você será o único que sairá numa boa dessa história, com proteção legal prevista no art. 25 do nosso tão amado Código Penal Brasileiro.
Explico.
O amplo conceito de legítima defesa
O Código Penal Brasileiro, Decreto-Lei, nº 2848 datado de 7 de Dezembro de 1.940, prevê, que o cidadão de bem possa defender terceiros e a si próprio em caso de estar sofrendo agressão ou na iminência de sofrê-la.
Entretanto, por favor não saiam por aí achando que são super-heróis, pois não são. O legislador apenas trouxe a hipótese de você, estando diante de uma situação como essa acima, possa participar da mesma, sem praticar o crime de lesão corporal também previsto no Código Penal. Tal possibilidade chama-se legítima defesa.
A legítima defesa (LD) se desdobra em duas possibilidades. LD real e a LD putativa (suposta). As demais teorias, obrigatoriamente passarão por essas duas.
A LD real é aquela na qual você repele uma agressão que já está iniciada ou quando o agente agressor já iniciou seu movimento para agredir.
Já na LD putativa, como o próprio nome já informa, você se defende de algo que ainda não aconteceu. O agressor sequer iniciou qualquer movimento agressivo, mas você supõe que ele o fará.
Ambas são aceitas como teses de exclusão da ilicitude do fato e, ao final do procedimento investigatório, absolvem aquele que se defendeu ou protegeu uma terceira pessoa.
No caso acima estamos tratando da hipótese de legítima defesa real de terceiro.
Se você colocou lenha, ajude a apagar o fogo
Voltando ao nosso caso, geralmente acreditamos que, uma vez que a briga ocorreu entre outras pessoas, não temos obrigação nenhuma de ajudar. Pelo contrário, o artigo 13, §2º, letra c, do Código Penal é claro e esclarece que aquele que de alguma forma contribuiu para a situação chegar naquele ponto tem o dever de interferir para evitar o resultado mais gravoso que, neste nosso exemplo, poderia variar entre uma simples lesão corporal leve e, ou até mesmo, a morte da garota.
O mesmo Código Penal, agora no art. 25, afirma que aquela pessoa que, a seu favor ou em favor de terceiro, age de forma moderada para repelir uma agressão injusta, atual ou iminente, age em Legítima Defesa, e, portanto, essa sua atitude não está maculada de ilicitude, não sofrendo, assim, nenhuma sanção penal em relação ao rapaz derrubado.
Sem estimular ninguém a participar de confusões, o escopo do presente texto é informar que, se você contribuiu para uma situação gravosa, tem o dever legal de reparar seus atos. E mesmo se não tiver dado motivo à confusão, você pode ajudar uma vítima, desde que não se coloque em risco e aja de forma moderada.
A leitura deste texto pode não ter mudado o seu mundo, mas certamente você foi informado sobre seus direitos e sobre os direitos dos outros. Antes de qualquer atitude, pense nas consequências.
http://papodehomem.com.br/agressao-fisica-e-legitima-defesa-como-entrar-numa-briga-em-nome-da-lei/

domingo, julho 26, 2009

QUEIXUME. Charles Fonseca. Poesia.

QUEIXUME
Charles Fonseca

Quando se forem vicários
Amores desde antanho
Enganos ledos finados
Como perdas antes fados
Agora só desenganos
O meu amor em sacrário

Em cãs de esperar tanto
No só no pó no deserto
Deserdado sem oásis
Sem esperança no quase
No talvez quem sabe incerto
Como há de sorrir não pranto?

Como fingir não foi nada
Sorrir ainda que gema
Abraçar antes que morte
Minh’alma alce ao orbe
E ao pó retornem apenas
As ilusões descarnadas?

Frio



sexta-feira, julho 24, 2009

TODAS AS COUSAS DO MUNDO TÊM HISTÓRIA. Fernando Pessoa. Poesia.

TODAS AS COUSAS DO MUNDO TÊM HISTÓRIA
Fernando Pessoa

Todas as cousas que há neste mundo
Têm uma história,
Excepto estas rãs que coaxam no fundo
Da minha memória.
Qualquer lugar neste mundo tem
Um onde estar,
Salvo este charco de onde me vem
Esse coaxar.

Ergue-se em mim uma lua falsa
Sobre juncais,
E o charco emerge, que o luar realça
Menos e mais.

Onde, em que vida, de que maneira
Fui o que lembro
Por este coaxar das rãs na esteira
Do que deslembro?

Nada. Um silêncio entre jucos dorme.
Coaxam ao fim
De uma alma antiga que tenho enorme
As rãs sem mim.

quinta-feira, julho 23, 2009

terça-feira, julho 21, 2009

Sermão do Bom Ladrão Padre António Vieira. (1655)

Sermão do Bom Ladrão
Padre António Vieira. (1655)

II

Levarem os reis consigo ao Paraíso ladrões não só não é companhia indecente, mas ação tão gloriosa e verdadeiramente real, que com ela coroou e provou o mesmo Cristo a verdade do seu reinado, tanto que admitiu na cruz o título de rei. Mas o que vemos praticar em todos os reinos do mundo é tanto pelo contrário que, em vez de os reis levarem consigo os ladrões ao Paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno. E se isto é assim, como logo mostrarei com evidência, ninguém me pode estranhar a clareza ou publicidade com que falo e falarei, em matéria que envolve tão soberanos respeitos, antes admirar o silêncio, e condenar a desatenção com que os pregadores dissimulam uma tão necessária doutrina, sendo a que devera ser mais ouvida e declamada nos púlpitos. Seja, pois, novo hoje o assunto, que devera ser muito antigo e mui freqüente, o qual eu prosseguirei tanto com maior esperança de produzir algum fruto, quanto vejo enobrecido o auditório presente com a autoridade de tantos ministros de todos os maiores tribunais, sobre cujo conselho e consciência se costumam descarregar as dos reis.

Ida e volta à Lua em 2m e 30s


domingo, julho 19, 2009

Como se fora uma filha.

O convite. Suely Monteiro. Prosa.

Um dia fui convidada a visitar o Céu para escolher um filho.
Ao chegar lá, surpreendi-me com a quantidade de crianças lindas, puras, inteligentes e belas que encontrei.
Encantada, sai escolhendo uma aqui e outra ali, até me dar conta de que já tinha selecionado dez filhos.
Deus, condescendente ria, enquanto "separava" as almas que deveriam nascer de mim. De repente, meus olhos viram você. Foi amor a primeira vista. Linda, com um ar triste nos belos olhos, pele clara e suave. Pedi a Deus que me deixasse trazer você. Ele negou. Disse que você era especial demais e que eu já tinha escolhido dez crianças. Entrei em crise, pois você era tudo o que eu precisava na vida. Chorei tanto, que Deus penalizado, me propôs trocar as dez crianças (acho que Ele não me levou a sério) por você. Topei no ato.
Hoje, vinte e três anos passados, sei que Ele me deu os dez filhos numa única alma.
Amo você, princesa e não me arrependo da troca.
Obrigada por enfeitar minha vida.
Feliz aniversário! Mamãe.
Suely Monteiro.

sábado, julho 18, 2009

BAZAR DE ESPANTOS. Geraldo Carneiro. Poesia.

BAZAR DE ESPANTOS
Geraldo Carneiro

eu não tenho palavras, exceto duas
ou três que me acompanham desde sempre
desde que me desentendo por gente,
nas priscas eras em que era eu mesmo.
agora sou uma espécie de arremedo,
despido das minhas divinaturas.
já não me atrevo ao ego sum qui sum.
guardo no entanto em meu bazar de espantos
a palavra esplendor, a palavra fúria,
às vezes até me arrisco à palavra amor,
mesmo sabendo por trás de suas plumas
a improvável semântica das brumas
o rastro irremediável de outro verso
ou quem sabe a sintaxe do universo.

sexta-feira, julho 17, 2009

quinta-feira, julho 16, 2009

SERMÃO DO BOM LADRÃO Padre Antonio Vieira (1655) I

SERMÃO DO BOM LADRÃO
Padre Antonio Vieira (1655)
I

Este sermão, que hoje se prega na Misericórdia de Lisboa, e não se prega na Capela Real, parecia-me a mim que lá se havia de pregar, e não aqui. Daquela pauta havia de ser, e não desta. E por quê? Porque o texto em que se funda o mesmo sermão, todo pertence à majestade daquele lugar, e nada à piedade deste. Uma das coisas que diz o texto é que foram sentenciados em Jerusalém dois ladrões, e ambos condenados, ambos executados, ambos crucificados e mortos, sem lhes valer procurador nem embargos. Permite isto a misericórdia de Lisboa? Não. A primeira diligência que faz é eleger por procurador das cadeias um irmão de grande autoridade, poder e indústria, e o primeiro timbre deste procurador é fazer honra de que nenhum malfeitor seja justiçado em seu tempo. Logo esta parte da história não pertence à Misericórdia de Lisboa. A outra parte — que é a que tomei por tema — toda pertence ao Paço e à Capela Real. Nela se fala com o rei: Domine; nela se trata do seu reino: cum veneris in regnum tuum; nela se lhe presentam memoriais: memento mei; e nela os despacha o mesmo rei logo, e sem remissão, a outros tribunais: Hodie mecum eris in Paradiso. O que me podia retrair de pregar sobre esta matéria, era não dizer a doutrina com o lugar. Mas deste escrúpulo, em que muitos pregadores não reparam, me livrou a pregação de Jonas. Não pregou Jonas no paço, senão pelas ruas de Nínive, cidade de mais longes que esta nossa, e diz o texto sagrado que logo a sua pregação chegou aos ouvidos do rei: Pervenit verbum ad regem (Jon. 3,6). Bem quisera eu que o que hoje determino pregar chegara a todos os reis, e mais ainda aos estrangeiros que aos nossos. Todos devem imitar ao Rei dos reis, e todos têm muito que aprender nesta última ação de sua vida. Pediu o Bom Ladrão a Cristo que se lembrasse dele no seu reino: Domine, memento mei, cum veneris in regnum tuum. E a lembrança que o Senhor teve dele foi que ambos se vissem juntos no Paraíso: Hodie mecum eris in Paradiso. Esta é a lembrança que devem ter todos os reis, e a que eu quisera lhes persuadissem os que são ouvidos de mais perto. Que se lembrem não só de levar os ladrões ao Paraíso, senão de os levar consigo: Mecum. Nem os reis podem ir ao paraíso sem levar consigo os ladrões, nem os ladrões podem ir ao inferno sem levar consigo os reis. Isto é o que hei de pregar. Ave Maria.

quarta-feira, julho 15, 2009

A RAPOSA E O LENHADOR.
Esopo.

Uma raposa era perseguida por uns caçadores, quando viu um lenhador e suplicou que ele a escondesse. O homem então lhe aconselhou que entrasse em sua cabana.
De imediato chegaram os caçadores, e perguntaram ao lenhador se havia visto a raposa.
Coma voz ele disse que não, mas com sua mão disfarçadamente mostrava onde havia se escondido.
Os caçadores não compreenderam os sinais da mão e se confiaram no que disse com as palavras.
A raposa, ao vê-los irem, saiu sem dizer nada.
O lenhador a reprovou porque, apesar de tê-la salvo, não agradecera, ao que a raposa respondeu:
--Agradeceria se tuas mãos e tua boca tivessem dito o mesmo.
Não negues com teus atos, o que pregas com tuas palavras.

terça-feira, julho 14, 2009

Mireille Mathieu canta La marseillaise. Hino nacional francês.


LIÇÃO DE GEOGRAFIA. Eduardo Carranza. Poesia.

LIÇÃO DE GEOGRAFIA
Eduardo Carranza

Limito ao Norte com o Mar Caribe
que banha-me a fronte de cristal
e nácar lânguido.

A Ocidente com o Grande Oceano
que ergue seu ramo de violenta espuma
com mão trêmula.
Peixes azuis nadam por meu peito.

A Oriente toca-me o Orinoco:
passa o rio pela porta de minha alma
umedecendo-me os sonhos.
Levo às costas pássaros e ventos
de asa libérrima.

Ao Sul o Amazonas me limita:
a doce lua onde apóia o pé
a pátria minha.
A selva está na margem de meu sangue:
orquídea e tigre.

É meu Zênite o pássaro do céu
que abre as asas sobre minha Colômbia,
quieto e voando.

E é meu Nadir a terra que me espera:
nossa amante final vestida de folhas,
que tenho mordido nas frutas e beijado
na que eu amo.

Sou um torrão que canta, uma bandeira
tricolor desbocada sobre um potro
da planície.

Se abrisse minhas veias
a palavra Colômbia saltaria
aos borbotões.

É um rio quem firma este poema.

Jardim japonês. Monet.


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sábado, julho 11, 2009

SENHA. Charles Fonseca. Poesia

SENHA
Charles Fonseca

Que seja nossa doce senha,
Quero te ver agora, venha,
Antes de dizer, chegada a hora,
Ficas um pouco, chove lá fora.

Quero te ver agora, venha,
Quero te ter pra sempre, agora.
Quebro o relógio, estendo a hora,
Expando o tempo em meu corpo, entra.

Entra, só pra ti é minha senha.
Vem a gozar, abro-te a porta.
Em gozo, teu ser em mim comporta,
Quero te ter agora, venha.


quarta-feira, julho 08, 2009

A VOZ DO MAR. Geraldo Carneiro. Poesia.

A VOZ DO MAR
Geraldo Carneiro

na nave língua em que me navego
só me navego eu nave sendo língua
ou me navego em língua, nave e ave.
eu sol me esplendo sendo sonhador
eu esplendor espelho especiaria
eu navegante, o anti-navegador
de Moçambiques, Goas, Calecutes,
eu que dobrei o Cabo da Esperança
desinventei o Cabo das Tormentas,
eu desde sempre agora nunca mais
cultivo a miração das minhas ilhas.
eu que inventei o vento e a Taprobana,
a ilha que só existe na ilusão,
a que não há, talvez Ceilão, sei lá,
só sei que fui e nuca mais voltei
me derramei e me mudei em mar;
só sei que me morri de tanto amar
na aventura das velas caravelas
em todas as saudades de aquém-mar.

segunda-feira, julho 06, 2009

sexta-feira, julho 03, 2009

Mandamentos do Padre Cícero para a natureza




Conselhos do ´Padim´: Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau; não toque fogo no roçado nem na caatinga; não cace mais e deixe os bichos viverem; não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer; não plante em serra acima, nem faça roçado em ladeira muito em pé: deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza; faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água da chuva; represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta; plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só; aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a você a conviver com a seca; se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo ter sempre o que comer; mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão vai virar um deserto só.

quinta-feira, julho 02, 2009

O CORVO E A RAPOSA. La Fontaine.

Um corvo, empoleirado sobre uma árvore, segurava em seu bico um queijo. Uma raposa, atraída pelo cheiro, dirigiu-lhe mais ou menos as seguintes palavras:

__ Olá, doutor corvo! Como o senhor é lindo, como o senhor me parece belo! Sem mentira, se sua voz se assemelha a sua plumagem, então o senhor é a fênix dos habitantes destes bosques.

Diante dessas palavras, o corvo, não cabendo em si de contente, para mostrar sua bela voz, abriu um grande bico e deixou cair sua presa. A raposa apoderou-se dela e disse:

__ Meu caro senhor, aprenda que todo bajulador vive à custa de quem lhe dá ouvidos. Esta lição vale, sem dúvida, um queijo.

O corvo, envergonhado e confuso, jurou, um pouco tarde é verdade, que ele não cairia mais nessa.